Bella franziu a cara quando sentiu que a embargava um mau pressentimento.

Olhou sua mão e viu um atrativo desenho geométrico formar em sua palma, confirmando seu pior temor.

Estava emparelhada. E havia um só homem ao que podia estar.

Edward olhou com horror sua marca de emparelhamento. Não. Isto não podia ser real e estava muito seguro que não podia estar acontecendo. Não a ele. Tomou a mão da Bella e a sustentou contra a dele para poder comparar sua palmas.

Não havia nenhum engano. As marcas eram idênticas. Pertencia-lhe. Maldição.

— Bastardo! -disse ela, iradamente - Como podes ser o que destinaram para mim?

— Perdão? -perguntou Edward, desconcertado por sua fúria.

Se alguém tinha direito de estar zangado era ele. Depois de tudo, ele tinha estado preocupando-se com seus próprios assuntos quando ela o apanhou em seu círculo sensorial. Se ela se mantivesse afastada, nenhum dos dois estaria nesta situação.

— Em caso de que não notes, doçura, não estou precisamente encantado por isso, tampouco.

Ela o olhou por dois segundos antes de dar meia volta e partir entre a multidão.

Parte dele estava tentada a deixá-la ir, mas não obteria nada. Nenhum Katagaria ou Arcadiano tinha tudo que dizer sobre a pessoa que as Parcas tinham eleito como companheira. Nem sequer sabiam quando ou onde encontrariam à única pessoa que lhes era designada.

A única forma de encontrar a um companheiro era dormir com ele ou ela e esperar que aparecesse a marca.

Quando esta aparecia, só tinham três semanas para realizar seu ritual de união ou passariam o resto de suas vidas estéreis. Para uma mulher, não era tão mau, já que poderia continuar tendo sexo com qualquer homem que lhe chamasse a atenção; só que não poderia ter filhos com outro homem, só com seu companheiro designado. Mas para um homem… Era pior que a morte. O homem ficava completamente impotente até o dia em que morresse a sua companheira.

Edward estremeceu ante a ideia. Ele, impotente? Essas duas palavras não se diriam juntas jamais.

Morreria primeiro.

Dirigiu-se através do vestíbulo em uma intensa perseguição de sua "companheira".

Bella estava furiosa quando se dirigiu cegamente em meio da multidão. Tudo o que queria era pôr uma distância significativa entre Edward e ela. Isto era horrível. Terrível! Ou não?

A maioria das arcadianas sonhava encontrar a seu companheiro em seu primeiro amante. Desta forma não sentiriam temor por seus instintos rondar os que as rebaixaria a passar de homem a homem, tratando de encontrar ao único com o que pudessem ter filhos.

Era um sonho feito realidade encontrar a um companheiro tão rápido e tão facilmente. A maioria de sua espécie passava séculos procurando. E muitos morriam sem ter encontrado nunca a seu companheiro.

Em teoria, ela era afortunada e, não obstante, estava furiosa porque foi unida a um homem Katagaria. Falando de saltar da frigideira ao fogo! Na manhã, seu pior temor era ser escravizada a uma manada Katagaria. Agora estava apanhada inclusive muito mais que antes. Se abandonava Edward, nunca poderia ter filhos. Ele era o único que podia lhe dar.

—Malditos hormônios - grunhiu ela, enquanto lhe enchiam os olhos de lágrimas.

Era difícil pensar com claridade.

Alguém a agarrou por trás.

—Tenho-te - disse uma voz profunda e masculina em seu ouvido.

Não era Edward.

A pantera em seu interior rugiu, rechaçando todo homem que não fosse seu companheiro. Ela girou e, sem pensar, golpeou, alcançando a virilha do estranho.

Dobrando-se, ele gemeu pela dor. Mas antes que ela pudesse escapar, outro homem a pegou pelo braço.

Ela se paralisou quando se deu conta que ele era uma cópia exata e igualmente oposta do homem ao que logo tinha golpeado.

— Emment - O grunhido letal cortou o tenso ar e ela sentiu um calafrio pelas costas. A voz de Edward ameaçava a violência e morte. - Solta a minha companheira, moço.

A pantera que a sujeitava a soltou instantaneamente e amaldiçoou.

—Tens que estar brincando.

Edward negou com sua cabeça, ao mesmo tempo em que se unia a eles.

— Oxalá o estivesse - Olhou com o cenho franzido ao outro homem, quem ainda estava dobrado. - Está bem, Félix?

— Sim - disse ele, fazendo uma careta quando se obrigou a endireitar-se. Seu rosto ainda tinha uma tremenda sombra vermelha e estava ofegando. - É só minha sorte que encontrasses uma companheira com tal mau humor como o teu.

— Isso me ofende - disse Bella.

Félix a olhou com uma cara ameaçadora.

— E eu me sinto ofendido pela repentina necessidade de recuperar meu testículo. Sabes? Eu gostaria de ser pai algum dia.

Emment riu ante o desconforto de seu gêmeo.

— Eu só estou contente de que a tenhas apanhado primeiro. - Félix o olhou com desprezo.

— Cala-te.

Edward pôs os olhos em branco antes de apresentá-la a seus irmãos.

— Bella, estes são meus irmãos Félix e Emment.

— Juro que os deuses estão burlando de nós - disse Emm quando viu as palmas das msão deles.

— Conheço esse sentimento - disse Bella, suspirando.

Não havia melhores palavras para descrever seu atual procedimento.

Ela não tinha ideia do tipo de criatura a que as Parcas a tinham unido.

Por outra parte, Edward não era o que atuava em forma tão estranha. Ela era a única com um envenenamento por sobrecarga hormonal. Honestamente, não podia culpar a Edward se começasse a estrangulá-la.

Só queria poder ser ela mesma por umas horas para poder considerar melhor tudo isto.

— Bem, vejo que todos vocês a encontraram.

Bella olhou atrás de Félix para encontrar ao primeiro irmão que conheceu. Ironicamente, era o único cujo nome desconhecia.

—Cala-te, Jasper - disse Emm irritado - Não creias que não sabemos que foste tu quem pulverizou seu aroma pelo hotel para nos voltar loucos. Quase morro quando agarrei a Alice por engano e ela tirou uma garrafa de molho de churrasco para me orvalhar com ela. Se Carls não tivesse chegado a tempo, essa maldita demônio teria me comido com muito prazer.

Jasper riu só por um instante antes de ficar sério. Farejou o ar.

— OH, merda! -disse em voz baixa quando passou seu olhar da Bella a Edward. - São companheiros?

— Sim - disse Edward. - Obrigado, Jazz. Se não tivesses tido o seu aroma sobre ti, não teria sido capaz de localizá-la tão facilmente. De verdade aprecio o mapa.

Bella ficou rígida ante o sarcasmo de Edward.

— Obrigado por me fazeres sentir realmente mal. Sabes? Poderias ser um pouco mais positivo sobre isto.

— Certo - disse Jazz. - Ela é arcadiana e é provável que quase não vagabundeie por aí.

Foi o turno da Bella de ser "encantadora".

— Só pensam, agora todos vocês têm uma babá para suas ninhadas e alguém muito mais fraco a que golpear quando estiverem zangados com seus inimigos.

As quatro panteras a olharam com o cenho franzido.

— Do que estás falando? -perguntou Edward.

—Isso é tudo o que querem de mim verdade?

Ele a olhou horrorizado.

—Tu és a minha companheira, Bella, não minha servente. Qualquer um de minha manada, incluindo meus irmãos, que te falte o respeito, falta-me o respeito. E acredita, essa é a única coisa que ninguém faria jamais.

Sua sinceridade a comoveu. Realmente dizia a sério. A gratidão e felicidade começaram a sair de seu interior, e pela primeira vez desde que seu pai a tinha entregue a seus inimigos, ela tinha alguma esperança real e verdadeira.

—Sério?

—Podes que seja arcadiana - disse Jazz.  - Mas agora és parte de nossa manada e te trataremos como tal.

— Mas e os meninos que me falaste? -perguntou Bella ao Jasper. - Não querem para que eu os cuide?

— Eles são meus filhos - disse Jasper. - Estive criando cachorrinhos e irmãos por mais de trezentos anos, até Edward. Por que trocaria isso agora?

Mas ela supôs que...

— Quem cuida enquanto vocês não estão? -perguntou ela.

Foi Emm quem respondeu.

— Nosso irmão Alec e nosso primo Tyler.

— Sim - disse Edward. - Eles são bons com os cachorrinhos. São Frick e Frack quem chateia e se metem em problemas.

Emm o olhou molesto.

— Realmente eu gostaria que deixasses de nos chamar assim.

— Quando passarem a tua difícil etapa adolescente, farei- Edward olhou seu relógio. - O que será em...? Cinquenta ou sessenta anos mais?

— Somos maiores que ela - disse Emm, assinalando a Bella.

— Sim, mas ela tem tudo que nenhum de vocês tem.

— E o que é?

Edward esfregou os olhos como se lhe começasse a doer à cabeça.

— Se não poderem ver o que ela tem e vocês não, necessitam muita mais ajuda da que pensava.

Félix fez um ruído de desgosto.

— Não vou permanecer aqui e ser insultado. Já que não posso tocar na tua mulher sem perder um membro ou as minhas bolas, vou perseguir algo um pouco menos perigoso.

Edward e Jazz intercambiaram um olhar divertido que era completamente travesso.

— Por que não entram uma das salas de filking? -perguntou Edward. - Ouvi o Carlisle que acontecem muitas coisas selvagens aí. As mulheres tiram à roupa. O vinho passa a qualquer que o deseje.

Os rostos dos gêmeos se iluminaram.

— Isso soa bom e sujo para mim - disse Emm.

— Perfeito. Vamos.

Bella riu quando os gêmeos se afastaram rapidamente.

— Sabes que filking é só ficção científica folclórica cantada verdade

Edward riu perversamente.

— Sei. Só eu gostaria de estar aí quando eles se deem conta também.

Jazz negou com a cabeça.

— Vocês são maus com eles. É incrível que não lhes tenham matado enquanto dorme.

Edward burlou.

— Sim, correto. Esses parvos são afortunados de que os tolere.

— E ainda assim, fazes - disse Bellla, sorrindo ante o conhecimento. - Porque, Edward?

Jasper lhe devolveu o sorriso.

— Porque o meu irmão possui um coração que odeia confessar que tem.

—Cala-te, Jazz.

— É a tua companheira, Edward. É honesto com ela. Não deixes que o passado te amargure para sempre. Ela não é a Irina, sabes?

Edward grunhiu e se equilibrou sobre o Jazz, quem retrocedeu com a velocidade do raio.

— Nos vemos - disse Jasper antes de deixá-los.

— Irina? -perguntou Bella quanto estiveram sozinhos ou ao menos tão sós como podia estar um companheiro em uma multidão de milhares de pessoas.