Nascida no Inverno escrita por Sara


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um espero que gostem



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Edward não conseguia apagar o fogo do seu sangue. O animal no seu interior estava acordado e ofegante. Desejoso.

Um aroma não devia tê-lo afetado tanto, e inclusive à medida que atravessava a densa multidão de pessoas que pretendiam ser alienígenas e seres paranormais, não podia evitar de tentar encontrar de novo seu aroma.

Tudo o que podia fazer era permanecer em sua forma humana e não voltar para seu verdadeiro corpo animal.

O caçador não o estava escutando.

Maldita seja!

Alcançou ao ver o Carlisle Cullen através do posto de revistas. Indiferente aos humanos que se detinham para ficar embevecidos ante sua altura de dois metros dez, o Caçador Escuro atlante estava lendo o livro de Histórias do Grendel do Dark Horse.

Procurando a distração ao conversar com um amigo, Edward se dirigiu para ele.

—Carls - disse ele à medida que se aproximava. - Pareces extraordinariamente relaxado.

O qual era certo. Em todos os séculos que conhecia o homem, Edward nunca o tinha visto tão tranquilo.

Carlisle levantou a vista da história e inclinou a cabeça em forma de saudação.

— O que posso dizer? Este é um dos poucos lugares em que posso trazer a Alice onde não se destaque. Diabos, ela até parece normal aqui.

Edward riu ante isso. O demônio com especto de duende do Carls rara vez se mesclava em qualquer parte.

— Onde está ela?

— Comprando como um demônio.

Edward negou com a cabeça ante o mau trocadilho; conhecendo a Alice, imaginava que com segurança era totalmente certo.

— Tratei de te chamar no teu celular quando chegamos para ver se estavas aqui.

Carls se esticou imediatamente quando deixou sua história e tirou outra revista.

— Desliguei-o no dia que cheguei.

— Sério? -perguntou Edward, atônito pela confissão do Carls. Não era típico dele estar fora do alcance dos Caçadores Escuros que tinha a seu cargo.

— O que se passa se um dos Caçadores Escuros te necessita?

Carls encolheu os ombros.

— Se não poderem sobreviver sozinhos por quatro dias, uma vez ao ano, merecem morrer.

Edward franziu o cenho.

— Isso é cruel de tua parte.

Ele o olhou laconicamente.

— Cruel? Direi o que é cruel. Toma meu celular e revisa as três mil chamadas que tenho dia e noite e verás quão cruel sou. De verdade odeio a tecnologia moderna e os telefones em particular. Não dormi quatro horas seguidas em mais de cinquenta anos. "Carls me rompeu a unha do pé, me ajude. Carls dói-me a cabeça o que devo fazer?".

Carls fez um entalhe de repugnância.

— Sabes? Nunca compreendi. Fazem um trato com o diabo e logo esperam que eu os ajude ante o menor arranhão. Depois, quando apareço para lhes ajudar, zangam-se e me dizem que desapareça. Assim se for um egoísta por querer quatro dias ao ano para estar sozinho, então sou um bastardo egoísta. Que me demandem.

Uau, alguém estava irritado.

Edward retrocedeu um passo do atlante.

— Bom, então me assegurarei de não te incomodar.

Carls tirou outra história envolta em cartão de uma enorme caixa branca da mesa.

— Não me estás me incomodando, Edward. De verdade. Só estou tratando de mudar meu mau humor. Cometi o engano de ligar meu telefone faz dez minutos atrás e já tinha quatrocentos e oitenta e duas mensagens esperando na caixa de voz. Não passaram nem três segundos quando começou a soar de novo. Tudo o que desejo é um pequeno descanso e nenhum maldito telefone por uns poucos dias - soltou um suspiro de cansaço. - Por outro lado, fui eu o que te disse que viesses.

— Sim, obrigado. Isto é... - duvidou quando um centauro apareceu caminhando no que parecia ser umas botas de ski modificadas que tinham a estranha aparência de cascos. - interessante.

Carls sorriu.

— Sim, só espera até que veja o Desfile de Beleza Senhorita Kligon. Isso sim que é outra coisa.

Edward riu.

—Estou certo que sim. Assim, que boa banda deveria ver para meu clube?

Carls tomou outras três histórias do Dark Horse, Contos de Vampiros, e as adicionou a sua crescente pilha.

— Last Dance é realmente bom. Tocam esta noite, e Ghoultown, também. Mas a única banda que tem que ver é Cruxshadows. É justo o que necessitam e regem a cena Darkwave. A vocalista, Rogue, estará no Hyatt mais tarde, dando autógrafos. Se quiseres, posso apresentá-la.

— Isso seria genial.

A única razão pela que Edward tinha ido a Atlanta era porque Carlisle lhe tinha assegurado que a Dragon*Com era um dos melhores lugares para ver várias bandas alternativas, e poder contratar para que atuassem em seu clube de Forks.

Alice chegou correndo até eles com dois homens "Klingons" detrás dela.

— Akri, posso ir ao Klingon homeworld?

Carls sorriu a seu demônio.

— Sim, mas não comas a nenhum deles.

A demônio chiou.

— Mas por que não?

— Porque, Alice, eles não são realmente Klingons. São pessoas que fingem ser Klingons.

— Bom, pooh, bem então. Não comida. Mas vou agora. Tchau.

Ela saiu correndo com os dois jovens.

Carls deu as histórias ao vendedor e tirou sua carteira.

— Não deverias ir contar a população do homeworld? -perguntou Edward.

— Não. Ela faz tudo o que lhe digo... - Carls se deteve como se lhe tivesse ocorrido tudo de repente.

— Por outra parte, não lhe disse que não se comesse um Bajoran ou Romulan. Maldição -Pagou as histórias. -Tens razão. Melhor ir fazer uma contagem.

Carls retrocedeu um passo, logo se deteve.

— A propósito, poderias desejar te dirigir ao andar de cima agora e revisar teu quarto.

— Porquê?

Ele encolheu os ombros.

— Para te assegurar que satisfazes as tuas necessidades.

Edward franziu o cenho.

— Já estive aí.

— Vê de novo.

O animal em Edward captou um estranho aroma no Carlisle, mas não estava seguro do que era.

Mas quando o atlante partiu, sentiu um inexplicável desejo de fazer o que Carlisle lhe sugeriu.

Edward se dirigiu fora da área de vendedores, para a escada rolante. Mal tinha chegado quando sentiu o aroma da mulher-pantera. Girou bruscamente à esquerda, esperando vê-la.

Ela não estava ali.

Entretanto, ele estava duro por ela. Preparado. O animal que levava dentro rugia por provar o sabor de seu corpo.

Ele se dirigiu à escada rolante para escapar do aroma. Parecia que estava mais forte.

Baixou a cabeça, explorou a multidão, mas nenhum de sua espécie estava aí. Fechando os olhos, farejou o ar. A fragrância dela era sutil agora. E estava... Ele fez um giro. Não havia nenhuma mulher aí, só Jasper, e ele cheirava a mulher-pantera. Edward não pôde evitar farejar ao Jaz, quem imediatamente o separou de um empurrão.

— Homem, odeio quando fazes isso. E não o faças em público. Alguém poderia formar uma ideia equivocada de nós.

Ele ignorou o tom de reprimenda de seu irmão.

—Onde está ela? -demandou Edward.

—Fora de alcance.

O aroma dela o alagava, inclusive com mais força que antes. Seu corpo estava tenso. Desejoso. Cada parte dele a ansiava. E não ia aceitar um não por resposta.

—Onde? -rugiu ele.

Jasper negou com a cabeça.

Mas não era necessário que o dissesse. Todos os hormônios de seu corpo a sentiam. Contra sua vontade, Edward se lançou em uma carreira, enquanto atravessava a multidão, para o elevador.

Sem pensar, projetou-se do vestíbulo ao décimo sexto andar.

O aroma era ainda mais forte ali.

Mais desejável.

Mais intenso.

Edward seguiu rastreando pelo corredor até que encontrou sua porta. Não pôde respirar quando seu aroma encheu todo seu ser. Apoiando a cabeça contra a madeira, fechou os olhos e lutou contra o repentino impulso de chutar a porta e entrar.

Isso provavelmente a espantaria e, por outro lado, não queria ter público para o que tentava fazer com ela.

Golpeou a porta com o punho fechado e esperou até que uma pequena e diminuta morena lhe abriu. Ela tinha uns grandes olhos cor de chocolate e o cabelo comprido que se enrolava ao redor de seu rosto ovalado.

Ele respirava com dificuldade, quando a olhou, desejou-a com cada parte dele. Mas apesar de toda sua fome sexual, sabia que agora tocava a ela realizar seu movimento...


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