Segunda chance escrita por Laura Vieira, WinnieCooper


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

⚠️Avisos⚠️ Esse capítulo sempre esteve em minha cabeça, é o primeiro que pensei quando tive a ideia da fic e normalmente eu não associo meus capítulos a música, mas gosto de pensar que esse teria a trilha sonora de same mistake do James Blunt (inclusive o nome da fic veio por causa dessa música). Tem algumas falas da Catarina que saíram direto da letra. Coloquei esse aviso no começo porque esse capítulo tem cenas de smut explícito. Se você não tem idade para ler ou não gosta de ler pode pular que continuará a entender a fic. Sinalizei o smut com itálico. No mais aproveitem e me digam o acharam no final. ❤️



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802880/chapter/28

 

 

Voltaram há quinze anos no tempo, brigar com Catarina e desviar de sua fúria jogada em si era no mínimo nostálgico e ele sabia bem como fazê-la parar de jogar tudo em si em meio a sua fúria. Petruchio chegou perto dela e a abraçou enquanto Catarina continuava a dar socos em seus braços.

— Calma Catarina, calma.

Ela não se controlava e sentia ódio, uma raiva tamanha dele por nem ao menos lhe escutar.

— Eu… só… quero… conversar… com… você… seu… teimoso! - pontuava cada palavra com um soco em seu braço.

Petruchio aproximou sua boca do ouvido dela e disse baixo:

— Calma Catarina… calma. - Passou suas mãos pela extensão das costas da mulher e sentiu ela se amolecendo.

Ela queria chorar, era sempre vencida por ele quando lhe tocava, já estava mole em seus braços esperando um beijo quando o empurrou com a maior força que conseguiu saindo de perto dele.

— Nossos filhos estão vendo. - ela lhe disse brava.

Ambos repararam em volta e notaram nenhum filho presente.

— Clara! Júnior! - Catarina chamou andando em volta da loja.

— A porta tá trancada. - Petruchio apontou para a única porta da loja.

Catarina foi em disparada para o lugar indicado por ele e começou a bater chamando ambos os filhos.

— Eu tranquei vocês aí para se resolverem! - Clara resolveu responder do outro lado da porta.

— O que?! Abra essa porta, Clara! - Catarina ordenou a filha.

— Eu não tenho nada a ver com isso. - Júnior disse, fazendo Clara olhar pra ele brava.

— Minha filha, abra essa porta ou eu… ou eu…

— Ou eu o que mãe? Corta minha mesada? Me deixa de castigo presa num cômodo? Não pode mais. - ela sorriu. - Aproveite esse tempo para conversar com meu pai, se não fizesse isso iam fugir do assunto novamente. O que falta para vocês dois é diálogo.

Catarina ficou muda diante do desabafo da filha e sentiu Petruchio encarando suas costas. De fato precisava conversar muitas coisas com ele e o diálogo e a sinceridade nunca foram o forte de ambos.

— …Eu deixei dois travesseiros na bancada, tem comida da fazenda aí, um banheiro no fundo e água numa moringa. Sobrevivam e amanhã de manhã voltamos para soltarmos vocês. Se entendam!

Clara gostou de ouvir o silêncio de sua mãe depois que explicou que precisava de ambos se entendendo. Puxou Júnior pela mão para longe da porta antes de ouvir os lamentos da mãe novamente implorando para ela abrir.

— Eu não tô gostando nada dessa história. - o irmão confessou. - E se eles brigarem cada vez mais? E se saírem de lá… sei lá… mortos?

— Como você é dramático! - Clara disse nervosa. - Prefere continuar num eterno vai e vem entre eles? E sei bem que sempre sonhou em ter sua mamãe por perto! Confia em mim, se matar eles não se matam.

Júnior foi a contragosto e receoso para a carroça a guiando para a fazenda, Clara estava sorridente e orgulhosa de seu plano. Apesar de sempre estar chateada com a mãe, sabia que ambos precisavam primeiro se entender para enfim conseguirem formar a família que nunca tiveram.

Catarina estava ainda parada na porta, Clara havia feito tudo de caso pensado, inclusive tinha deixado os travesseiros para dormirem. Olhou ao redor da loja e percebeu que não havia janelas baixas só altas beirando o teto, também percebeu um telefone antigo pendurado na parede.

Saiu correndo para alcançá-lo, quem sabe ligaria para a polícia ou pelo menos Bianca para lhe salvar de seu cativeiro.

— Não funciona, a linha é muito cara e nunca tive dinheiro para pagar mais de um mês pelo telefone. - Petruchio anunciou quando viu ela chegar perto do aparelho. - Só serve para deixar o endereço da loja na lista telefônica.

Catarina bufou nervosa com o punho levantado. Petruchio parecia conformado. Pegou uma vassoura e pá e começou a varrer a sujeira de cacos e papéis que Catarina havia deixado no chão.

— Como pode estar tão calmo?! - ela perguntou brava a ele vendo-o trabalhar como se nada tivesse acontecido.

— Eu não tô calmo não. Tô é conformado. - ele deu dê ombros continuando a pegar a sujeira que ela tinha feito. - Conformado com as mentiras, conformado com os ano perdido com minha filha, conformado com sua injustiça com minha pessoa…

— Ah! Não comece! - ela gritou nervosa. Todas as vezes Petruchio focava no quanto ela havia sido ingrata com ele e isso lhe doía. - Você sempre só vê o seu lado da história. Se ao menos me escutasse não estávamos nessa situação!

— A culpa é minha, é claro, sempre foi. - ele comentou não a encarando e continuando a recolher a sujeira.

Ela estava inconformada atrás do balcão, sua vontade era de ir até ele e quebrar um vaso em sua cabeça por ser tão teimoso, ao mesmo tempo tinha vontade de o abraçar e lhe pedir desculpas por tudo e uma segunda chance. Ficou o observando trabalhar batendo os pés impaciente se remoendo por dentro, seu orgulho gritando e brigando com sua vontade de ceder aos seus impulsos. Por fim, sentou-se no banquinho e começou a chorar. Cobriu seus olhos com seu dedo e deixou que as lágrimas escapassem de dentro de si, estava sufocada de frustrações e sentimentos soterrados em si e precisava soltar tudo em lágrimas. Petruchio a olhou de rabo de olho e não sabia o que fazer.

— Eu sempre acreditei em você… eu acreditei em você quando me disse que havia mentido ficando perto da Marcela só para recuperar a minha herança. Eu acreditei em você e deixei que me beijasse em despedida naquele dia. - Petruchio observava ela com a testa franzida, ela ainda estava chorando e tinha a cabeça baixa evitando encarar ele. - Há tantas coisas que preciso lhe contar Petruchio. Se você ao menos me escutasse.

Ela se confessava como se ele não estivesse presente e Petruchio não podia mais dar voz ao seu orgulho.

— Digamos que Clara conseguiu que eu fosse obrigado a escutar ocê.

Catarina ergueu o rosto o encarando. Seus olhos vermelhos cansados lhe pedindo uma chance, sua voz suplicante não mais nervosa começou sua narrativa.

— …O nosso problema sempre foi a falta de diálogo, se conversássemos francamente nunca teríamos nos desentendido primeiramente por causa dessa herança que recebi. - ele não sabia o que lhe responder, não sabia se estava pronto para um diálogo, deixou que ela falasse e somente a escutou. -  Dinorá mentiu a nós. Mentiu a mim e nos fez brigar, ela teria que me dizer a pedido de meu pai que ele só entregaria a minha herança se eu consumasse nosso casamento, que só entregaria meu dinheiro se eu aceitasse ser sua mulher. Mas não foi isso que ela me disse, ela só me contou que a condição de papai era que eu estivesse presente em seu casamento com Marcela para receber a herança. Por isso você confirmou essa informação falsa e não acreditou em mim. Dinorá mentiu o tempo todo e mesmo descobrindo há mais de quinze anos eu nunca tive a oportunidade de lhe dizer que eu sim, era inocente e que você também. Que fomos vítimas de uma mentira. Que a Marcela armou novamente nossa separação.

Petruchio olhava o chão evitando encarar ela, não sabia o que lhe responder.

— Marcela tava por trás disso?

— Marcela está por trás de tudo! De tudo! - ela confessou cansada. - E eu não aguento mais guardar esse segredo dentro de mim! O segredo que fere meu coração e que acabou com uma família que nós nunca chegamos a ter. Eu encontrei Candoca outro dia e a ver com seus filhos, perceber que ela tinha uma família e que era feliz em seu casamento me fez pensar nesse segredo que acabou com a família que a gente jamais passou perto de ter. - sua voz saía embargada e ela não conseguia parar de derramar algumas lágrimas insistentes.

— Que segredo? - ele perguntou cansado de tudo, querendo que ela se confessasse.

Ela não podia lhe contar tudo de uma vez sem passar pelos por menores de toda situação, Catarina o encarou decidida a ir a fundo na verdade e nunca mais se sentir sozinha.

— Ao contrário do que me acusou, nunca foi uma escolha separar os gêmeos… - ela engoliu em seco. - Eu só precisava proteger meus filhos.

— Do que? - ele estava ansioso pelas meias palavras que ela lhe entregava.

— Marcela, ela me ameaçou. - Petruchio franziu sua testa sem entender o que ela dizia, Catarina continuou. - Ela me mandou um recado que queria me encontrar no hotel e eu fui pensando que era alguma pista das apólices, eu temi que você estivesse com ela, mas respirei aliviada que não estivesse quando cheguei lá. Naquela época estava com tanta raiva de você, que jurava que só queria meu dinheiro a fim de fugir com ela para Paris.

— Eu nunca quis fugir com ela, eu só fingi para…

— Eu sei! - ela o cortou. Uma vez que tinha começado a se confessar a ele, precisava ir até o fim. - Quando cheguei lá, ela me garantiu que não estava com meu dinheiro, mas que você estava bem perto de o achar e que não era boba em não perceber que você só estava com ela para recuperar minhas apólices, que você não a beijava, que sempre inventava desculpas e não cedia as investidas dela. E por fim, ela me falou algo que até hoje me assombra. Aliás, nos assombra, é como se fosse uma mancha em nossa história, algo irrecuperável.

— O que ela te disse? - ele perguntou apreensivo. Se sentia tonto pelo tanto de informações que Catarina lhe entregava.

— Ela me ameaçou com nosso filho. - Catarina sentiu sua voz falhar e um nó em sua garganta se formar. - Marcela queria te ver na miséria, sem uma família porque ela sabia que a partir do momento que você recuperasse minha herança ia atrás de mim, e ela garantiu que eu lhe perdoaria, mesmo eu negando que não te amava mais, ela me disse que eu era uma tola apaixonada, como ela já foi um dia por você, mas que naquele momento seu amor havia se transformado em ódio e o ódio era mais poderoso que qualquer outro sentimento.

Petruchio sentiu-se tonto e precisou sentar no chão enquanto ouvia o que ela dizia. Seus olhos ardendo e seu coração apertado.

— E eu fiquei com medo da possibilidade dela sumir com nosso filho, dela fazer qualquer tipo de mal com nosso bebê, que ainda estava em minha barriga que jamais pensei que seriam gêmeos na época, se eu simplesmente voltasse para você, se eu voltasse e construísse uma família com você. Então eu neguei que ainda te amava quando você encontrou minhas apólices, sustentei minha fala de que queria o divórcio, te beijei pela última vez e jurei nunca mais te ver. Mas você estava irredutível, disse que jamais me deixaria em paz se eu não lhe entregasse nosso filho, foi então que descobri que eram gêmeos e uma ideia passou pela minha cabeça.

Petruchio negava com a cabeça abaixada as informações que Catarina lhe dizia. Eram tantas e todas de uma vez que ele não sabia como agir ou o que pensar.

— …Nunca foi uma escolha eu ficar com a menina e te entregar o menino, Clara nasceu primeiro e eu chorei a segurando em meus braços e quando eu senti Júnior nascer eu não consegui abrir os olhos, eu não segurei ele em meus braços e só implorei para Bianca levar ele até você. Dessa maneira eu te deixaria com seu filho e poderia partir com minha filha para Paris e refazer minha vida. Para mim era o plano ideal para não sentir o medo e o terror que eu sentia com a possibilidade da Marcela fazer qualquer mal com qualquer um dos bebês.

Petruchio continuava a negar com a cabeça, seus joelhos estavam próximos de seu peito e ele podia sentir a dor de anos atrás, quando ela lhe deixou e o ódio que sentiu por ela, voltar a atingir seu coração como um punhal.

— …Eu chorei muito, entrei numa depressão pós parto tão grande que meu leite não desceu. Eu não conseguia olhar para a Clara que chorava de fome no berço e não pensar no filho que deixei para trás. Eu não conseguia cuidar dela, segurar ela em meus braços eu sentia nojo de mim. Foi então que Filomena surgiu na minha vida e cuidou da minha filha como se fosse dela nos primeiros dias. Ela lhe dava de mamar, trocava suas fraldas e a fazia dormir enquanto eu me desfazia em lágrimas e esperava o divórcio enfim sair… Quando você assinou o papel, com o ódio estampado em seu rosto, eu senti que tudo tinha acabado entre a gente e que eu tinha uma página em branco nova para escrever, por isso eu tirei a aliança e a guardei comigo naquele dia. - ela não conseguia não derramar lágrimas enquanto contava sua história a ele. - Logo parti com Filomena, seu filho e Clara para Paris. Assim que pisei na França eu lembrei dela, lembrei de Marcela e não consegui passar sequer uma semana lá. Tudo era tão moderno, parecia que teria diversas oportunidades para me reerguer, mas pensar em Marcela andando naquelas ruas, o medo dela aparecer por lá e todo o ódio que eu sentia dela por ter feito o que fez e eu não ter tido a coragem de a enfrentar me fizeram mudar para Portugal.

Catarina parou sua narração reparando que Petruchio continuava com o rosto escondido entre suas pernas, que não esboçava sinal nenhum que compreendia seu medo e suas atitudes. Não sabia como continuar, mas falou tudo o que achava que precisava falar para ele.

— …E eu escolhi o nome Clara por causa de você. A partir do momento que ouvi esse nome sair de seus lábios e toda a história por trás do significado do nome para você eu sabia que seria esse o nome se fosse uma menina. E apesar de negar a todos que não te amava mais, de negar a mim mesma que você não fazia falta em minha vida, de dizer que estava feliz e realizada em ser uma mulher livre e independente, existia esse passado e meu filho que jamais segurei nos braços. Eu mimei a Clara demais, ela sempre me cobrou sobre o pai, e para suprir algo que não conseguia suprir eu lhe dava tudo o que ela pedia. Todas as vezes que a olhava arquear aquelas sobrancelhas, que brigava com ela por ter um gênio forte, que gritava pedindo por notícias e fatos seus brava a mim, eu lembrava de você. Era como um fantasma me assombrando e dizendo que por mais que eu me escondesse o passado estava lá de alguma forma me impedindo de progredir…

Catarina parou de falar, observou que estava mais calma depois de se confessar a ele, depois de lhe dizer todas suas angústias e frustrações que carregava sozinha durante todos esses anos em seu peito. Mas Petruchio não parecia calmo, pelo contrário, estava mais angustiado que antes.

— Se isso tudo é verdade, por que não me contou?

— Está me acusando de lhe contar uma mentira? - toda sua calma se esvaiu em segundos. - Até parece que não me conhece Petruchio, até parece que sabe que não consigo mentir.

— Não consegue mentir? Não consegue mentir que mentiu para mim por apenas quinze anos. - sua voz estava ressentida e Catarina achou que nada mais que dissesse poderia fazer ele a perdoar.

Se ela abrindo seu coração, contando toda a verdade não o convencia, o que mais ela poderia fazer?

— Eu esperava tudo de você Julião Petruchio, menos ingratidão. Menos isso que está fazendo comigo. Eu lhe dei um filho meu, fiz tudo para proteger os dois e se isso não te comove, eu não sei o que estou fazendo aqui. - Ela virou as costas para ele triste.

— O problema não eu eu acreditar n'ocê. O problema não é eu ser ingrato por toda sua "generosidade", que diz que foi da sua parte, por me dar um filho meu por direito. O problema foram os anos que perdi de conhecer minha filha por uma mentira sua. - ele disse chateado a ela, ainda sentado no chão.

— É isso! - Catarina não ia lhe responder, mas era mais forte que ela, virou seu rosto para ele furiosa. - Você decidiu não me escutar. Você decidiu não conversar comigo, eu falei e falei, desabafei com você Petruchio como nunca fiz com ninguém sobre o assunto que mais me dói e você decidiu não me escutar. Você não entendeu que foi tudo um plano da Marcela e que ela arruinou a nossa vida como sempre tentou fazer, só que desta vez ela conseguiu.

— Conseguiu porque ocê deixou. - ele comentou baixo o que fez ela bufar nervosa. Antes que ela voltasse a gritar com ele e brigar consigo ele resolveu perguntar o que estava entalado em sua garganta. - Por que não me contou?

— O que? - ela não entendeu o que ele dizia.

— Se ela te ameaçou com nosso filho, por que não me contou? - ele continuava sentado no chão esperando o resto da explicação dela.

— Esqueceu que estávamos brigados porque você e só você decidiu agir pelas minhas costas para…

— Recuperar o seu dinheiro! Não, eu não me esqueci disso Catarina! Mas se for tudo verdade o que me disse, voltando agora no tempo, naquele dia na casa de seu pai, naquele jardim em que eu falei pr'ocê que era tudo um plano, naquele jardim em que lhe pedi perdão e ocê ignorou e pediu o divórcio. Por que lá, ocê não me disse todas as ameaças da Marcela?

Catarina sentiu sua garganta se fechar, não sabia o que lhe responder. Foi difícil deixar Petruchio naquele jardim e jurar que não o perdoava, mas a verdade contada a ele naquele momento nunca lhe passou pela cabeça.

— Mas eu sei porque ocê não me contou. Porque ocê é assim, gosta de esconder as coisas de mim, nunca se abre pra mim.

— Eu sou assim, sim! Eu sou assim! E você devia me conhecer Petruchio, devia saber que eu soterro tudo dentro de mim e não conto para ninguém!

— Eu sei, ocê não precisava ter passado tudo isso sozinha. - Petruchio ergueu seus olhos encarando a ex-mulher. - Ocê não precisava ter separado nossos filhos se tivesse apenas me contado, a gente podia ter enfrentado tudo juntos.

— É fácil para você falar quando não estava na minha pele, na minha situação. Eu estava te odiando naquela época, jurava que não ia sentir sua falta assim que me separasse de você, prometi a mim mesma que ia refazer minha vida com minha filha e te esquecer só que…

— Só que ocê sempre decide tudo sozinha, decide lutar sozinha. O problema desta vez Catarina, é que ocê destruiu nossa família.

— Eu não destruí nossa família! - berrou com ele triste.

— A partir do momento que decidiu esconder tudo de mim e criar sua própria história, ocê destruiu nossa família. - ele respondeu chateado.

— Eu sou assim sim! Guardo tudo pra mim e talvez a Clara esteja certa, o que falta pra gente é diálogo. Por isso eu tô aqui te contando tudo, quase implorando pra você me entender e sonhando que você me perdoe. Porque eu sei Petruchio, que se tudo acontecesse hoje, eu cometeria os mesmos erros. - ela parecia mais calma falando, desabafava com ele como jamais havia feito. - Eu não estou te pedindo uma segunda chance, eu estou gritando por uma segunda chance, pra gente enfim ter uma família. Começar tudo novamente.

Ele ainda estava chateado com ela, mas também preocupado. Também queria uma segunda chance de enfim terem uma família depois de toda trama errada da vida deles até então. Sua aproximação com a filha só lhe dizia que queria ela para sempre ao seu lado, e ele não podia negar que sentia um carinho enorme pela única mulher que amou. Mas ele não sabia se podia a perdoar tão facilmente. Permaneceu sentado no chão escutando ela suspirar tristemente no fundo quando ouviu seu silêncio. Não a culpava mais pelos quinze anos de mentira e de afastamento da filha, mas agora tinha raiva dela ter escolhido enfrentar tudo sozinha. Talvez fossem só dois teimosos tentando ter a voz da razão o tempo todo.

Catarina estava cansada. Cansada de lutar contra as mentiras que a consumiam, cansada de brigar com o segredo que tomava conta de sua vida, cansada de ser teimosa tanto quanto ele e tentar ter sempre a razão. Estava cansada de não dar voz ao desejo que tinha dentro de si. Não queria mais ter razão.

Ela não pensou nos "e se", não queria mais pensar no que ele acharia, o que pensaria da atitude que estava prestes a tomar, queria dar resposta ao desejo que sentia em si, ao desejo de tê-lo inteiro para si. Desta forma, não esperou que ele a escutasse mais, não esperou que ele a perdoasse, se encaminhou para onde Petruchio estava sentado no chão e sentou-se em seu colo, de frente a ele.

Petruchio não a repeliu, olhou-a nos olhos sem entender sua atitude, mas com a coragem e a vontade que tinha de escrever sua própria história da maneira certa desta vez, ela o beijou com ardor. Petruchio fechou os olhos retribuindo o beijo com desejo, como ele resistiria a ela? Se em suas lembranças esse momento deles a sós sempre perdurava. Como ele resistiria a ela? Se seu desejo era iminente e ele jamais conseguiria soterrar.

Catarina brincava com seus dedos em seu rosto enquanto sugava sua boca com desejo, ele podia sentir o quanto ela estava desesperada para sentir o mesmo prazer que ele sentia falta e saudades. Petruchio separou seus lábios do dela e começou a beijar seu pescoço, Catarina sentiu sua pele inteira se arrepiar quando a barba dele roçou seu colo dos seios, não conseguia controlar as sensações de seu corpo quinze anos adormecido. Nem queria controlar, queria alimentar seu desejo sem vergonha nenhuma. Por isso soltava suspiros de prazer enquanto sentia Petruchio a beijar pelo pescoço, descendo para seu colo, ao mesmo tempo em que seus dedos ágeis roçavam a aréola de seu seio esquerdo.

Ela queria mais, tão mais que não conseguia controlar suas mãos que começaram a tirar seu próprio vestido, Petruchio a ajudou e pôde ver a mulher que tanto amou só com sua combinação preta, ainda era quase um vestido, que tampava tudo de seu corpo, mas uma vez que Petruchio sentia ela solta e entregue ao momento ele sabia que tinha permissão para a fazer sentir prazer. Por isso ele despencou a alça direita da combinação e deixou o seio direito dela à mostra, levou a boca imediatamente para lá e sugou seu mamilo fazendo Catarina gritar de prazer.

Ela mexeu seu quadril em cima dele fazendo movimentos enquanto ele sugava seu seio, colocou sua mão na nuca do homem que amava e apertou sua cabeça para mais perto indicando que queria que ele sugasse mais forte e continuasse. E foi o que ele fez, tirando a outra alça, deixando os dois seios à mostra, sugava o mamilo de um enquanto apertava o outro. Catarina estava com o tronco inclinado para trás, seus olhos estavam fechados e suas unhas cravadas no cabelo dele.

Era como voltar no tempo, quinze anos não pareciam ter passado, o corpo de ambos ainda se conhecia, ele ainda sabia e lembrava bem como lhe provocar prazer. Por isso ela deixou que a mão dele fosse para seu quadril, apertando sua bunda e ela continuou a mexer fazendo movimentos ritmados de cima para baixo, o tecido fino de sua calcinha roçava no tecido de sua calça que mostrava já o prazer que Petruchio sempre sentiu por ela.

Ele estava em combustão, por isso tirou a combinação dela passando por sua cabeça o vestido, deixando-a quase nua, a não ser pela calcinha e deixou que ela fizesse o mesmo consigo, Catarina desabotoava sua camisa beijando-lhe no pescoço, sugando sua pele, o mordiscava e ele a apertava contra si para que fosse mais rápido. Quando Catarina arrancou sua camisa ele pensou que podia a deixar mais fora de si, avançou sua mão para baixo, puxou o tecido da calcinha para o lado e enfiou dois dedos de uma vez em sua vagina. Catarina gemeu alto pelo gesto repentino dele, Petruchio sentiu ela molhada e sabia que podia continuar, seu polegar começou a acariciar o clitóris enquanto o indicador e o dedo do meio entravam e saiam de dentro dela em movimentos rápidos e intensos.

Catarina não controlava seus gemidos, estava com os olhos fechados, suas unhas enfincadas em seu pescoço, sua boca ora sugando o ombro dele ora o mordiscando pedindo mais. Ela mexia o quadril seguindo o ritmo dos dedos dele e não sabia quanto tempo ia aguentar. Por isso levou sua mão para baixo, desabotoou a calça dele, abaixou levemente sua ceroula e acariciou o pênis dele com suas mãos. Petruchio fechou os olhos e soltou um gemido de prazer quando viu ela fazer movimentos com os dedos dela em seu membro duro para cima e para baixo no mesmo ritmo em que ele trabalhava dentro dela.

Ela alcançou a boca dele e o beijou com força, Petruchio retribuiu sugando sua língua, Catarina mordiscou os lábios dele, as mãos de ambos ainda trabalhando para o prazer de seus corpos.

Para Catarina era estranho pensar no tempo longe agora, estranho pensar em seu corpo longe do dele durante tanto tempo, já que sempre seu prazer foi dele, já que sempre se mostrou inteira e numa face secreta somente a ele. Só Petruchio conhecia seu lado ousado, seu lado permissivo, só Petruchio conhecia seu prazer.

Por isso ela não tinha vergonha de mostrar seu corpo a ele, não tinha vergonha de o fazer ter prazer com ela da mesma forma que ele fazia consigo, não tinha vergonha de ser a que comandava o tempo das preliminares. Por isso, parou de o tocar e tirou a mão dele de dentro de si, precisava dele inteiro dentro dela. Ajudou-o a tirar sua ceroula ao mesmo tempo em que arrancava sua calcinha. Os dois estavam completamente nus e ela não queria mais esperar. Sentou-se em cima dele de uma vez fazendo Petruchio gemer alto.

E ele era um fraco, um fraco por não conseguir resistir, um fraco por assisti-la agora lhe provar prazer com os movimentos ritmados. Era um fraco por gostar de assistir ela contorcida para trás, com os olhos fechados, gemendo de prazer pelas estocadas frequentes e fortes que lhe dava, um fraco por apertar seu quadril a ajudando nas estocadas, um fraco por levar sua boca ao seio dela o sugando enquanto deixava ela comandar o sexo.

Catarina passava suas unhas por toda costas dele, de cima para baixo, deixava que ele lhe mordesse no bico do seio, gostava de estar no comando do prazer, por isso procurou a boca dele e o beijou com paixão. Estava chegando em seu clímax e queria prolongar um pouco mais o momento. Saiu de cima dele ainda o beijando, Petruchio reclamou com um resmungo que ela abafou ainda o beijando. Ela separou-se dele e deitou no chão gelado indicando que queria ele comandando agora.

Petruchio a admirou deitada. Linda, toda molhada de suor, com os olhos suplicantes e brilhantes, sua boca vermelha e seu corpo se remexendo querendo ele. Por isso não demorou para deitar sobre si, voltou a beijar ela a fim de deixar sua boca mais vermelha, seu corpo mais molhado e seus olhos desejando mais prazer.

Petruchio entrou dentro dela sem aviso, com a maior força que conseguiu reunir, Catarina gritou de prazer desfazendo o beijo, ele comandava agora em um ritmo forte e rápido, os gemidos de ambos cada vez mais altos e incontroláveis, estavam chegando no ápice.

— Olhe pra mim. - ele pediu em sofreguidão a ela.

Catarina abriu seus olhos o encarando.

— Preciso ter certeza que é real. - explicou a ela.

Ela passou sua mão em seu rosto ainda em meio aos gemidos, ainda gritando pelo prazer que Petruchio lhe entregava.

Ela sentiu ele a preeencher por dentro ao mesmo tempo em que chegava em seu ápice, gozaram juntos olhando um para o outro, tentando se fazerem acreditar que o amor que sentiam um pelo outro era real e o tempo não tinha apagado. Petruchio abaixou sua cabeça trêmulo até ela, deitou-se ao seu lado em seu ombro, enfiou a cabeça em seu pescoço e pediu:

— Fique um pouco mais assim comigo, preciso sentir seu cheiro misturado com o amor que a gente fez.

Ele parecia uma criança que tinha acabado de ganhar um doce, Catarina acariciou seu rosto e lhe beijou na face.

— Eu nunca mais vou sair daqui. - ela respondeu como se fosse humanamente possível. - Eu te amo.

Petruchio a encarou admirado. Era como ouvir uma sinfonia musical, o cantar dos anjos, não achou que poderia ser mais feliz. Respondeu:

— Eu nunca deixei de te amar.

— Então você me perdoa? - ela perguntou preocupada e ansiosa.

— Ocê não teve culpa, mas a partir de agora, a gente tem que prometer que sempre vamos ser sinceros um com o outro. - ela sorriu com os olhos aliviada. Acariciou o rosto dele e sentiu ele mexer seu nariz em seu cabelo carinhosamente. - Vamo construir nossa família Catarina? Vamo meu favo de mel?

Ela podia sentir-se derreter somente pelo apelido que dizia em seu ouvido. Será que nem suas atitudes recentes mostraram a ele que ela queria sua família de volta? Petruchio era sempre inseguro, mas ela estava disposta a tirar toda a insegurança dele.

— É o que eu mais quero… meu grosseirão. - ela sorriu quando ele levantou o pescoço e voltou a beijá-la nos lábios.

Estavam voltando no tempo, arrumando as tramas da maneira certa desta vez, prometendo coisas que só jovens corações poderiam prometer, mesmo que não fossem mais jovens, mesmo que a vida não tivesse sido generosa com o amor de ambos durante tanto tempo. Eles escreveriam o próprio destino juntos desta vez, falando sobretudo a verdade e não escondendo nada de um para o outro. Dois corações se preenchendo de esperança e amor e quem poderia julgá-los por estarem assim?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segunda chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.