P.O.V Do Beck

A West se demitiu... Como ela pôde fazer isso comigo? Como eu vou me virar sozinho agora? Será que ela não quer mais me ver? O problema sou eu? Sim, eu sou o problema. Sempre ferro com tudo, por isso as mulheres fogem de mim. Por quê eu tinha que ser tão azarado assim?

O que vou fazer agora?

O pior é que gosto dela, essa mulher me atrai de uma maneira... Nem sei explicar.

Por quê diabos eu tinha que ficar logo à fim da minha conselheira amorosa? Qual é a droga do meu problema?

Elvira me avisou, as cartas estavam mesmo certas.

Não consigo parar de pensar em Jade West. Seus beijos vorazes, seu corpo macio e cheiroso, o sexo selvagem... Não consigo tirá-la da minha.

Vou ficar doido... Já estou ficando doido.

Eu preciso de mais, eu tenho que saciar esse meu desejo...

Liguei para ela, só caía na caixa postal, mandei inúmeras mensagens, enchi sua caixa de voz e até mesmo mandei e-mails.

Estava completamente desesperado.

Nada... Nenhum retorno, a West estava mesmo me ignorando.

Quando cheguei em casa, meu pai estava triste. Eu havia passado o dia na rua, andando por aí sem rumo.

— Aconteceu alguma coisa, pai? - Notei o copo de Uisque em sua mão.

— Seu tio-avô Leopold faleceu hoje de manhã. - Deu a triste notícia.

Uma morte na família...

Mais uma profecia das cartas de tarô...

— O quê? Quando? Onde? - Fiquei pasmo.

Tudo estava se concretizando...

— Ele já tinha 88 anos filho, era mais velho que o seu avô, estava pescando e o coração não suportou a emoção de conseguir pescar uma truta gigante, o peixe tinha quase 3 metros filho, acho que o esforço colaborou... Ele morreu fazendo o que amava... Seu tio-avô foi um grande homem... - Meu pai chorou.

Tio-avô Leopold faria muita falta mesmo, era amado por todos na família.

— Seu testamento será lido amanhã. - O pobrezinho não tinha filhos.

Sempre fui seu sobrinho-neto preferido.

[...]

Infelizmente não pudemos comparecer ao velório e nem ao enterro.

Só ligamos para dar nossos pêsames.

O testamento foi lido, acompanhamos tudo por uma chamada de vídeo.

Uma vara de pescar, a sua preferida, e um barco... Ele deixou para mim, a vara e o barco.

Para o meu primo Anton, ele deixou a Bíblia, para o meu primo Jesse, ele deixou uma garrafa de Vinho do Porto de 1940, só a garrafa vazia, para o meu primo Willis, ele deixou um pote de moedas velhas e para a nossa prima Abigail, nosso tio-avô deixou a coleção de vestidos de sua amada e falecida esposa, Marie.

Ele deixou a cabana e casa do lago para os sobrinhos, isso incluía meu pai que dividiria as propriedades com os primos dele durante o verão.

— O que vai fazer com o barco, filho? - Papai perguntou.

— Ah, é melhor deixar lá, pai... - Pensei na canoa velha, aquilo nem era um barco de verdade.

— É melhor arrumarmos um jeito de trazer o barco para cá filho, seus primos invejosos irão tomar posse dele. - Quem iria querer aquela canoa caindo aos pedaços?

— Mas pai é só uma canoa velha, eu não...

— A canoa quebrou, tio Leopold comprou um barco. É um belo barco e agora é seu! - Me informou. - Seu tio Paul mandou a foto. - Pegou o celular.

Então, meu pai mostrou a herança que recebi além da vara de pescar.

— Uau! - Exclamei impressionado.

Era mesmo um barco de verdade.

Meu celular vibrou em meu bolso. O peguei rapidamente, finalmente Jade havia me dado retorno.

"Me deixe em paz, Oliver."

Logo respondi sua mensagem tendo uma bilhante ideia para conquistar a morena.

"Você e eu num barco passeando em Venice Beach neste final de semana, topa?"

Enviei a mensagem sentindo meu coração bater disparado.

"Beleza, então me surpreenda, Oliver."

Ela topou... Sorri satisfeito.

— Pai, ligue para o tio Paul e pergunte quanto ele cobra para trazer o barco amanhã. - Fui falar com o meu coroa.

Ele ligou para o irmão, entraram num acordo e fecharam em 150 pratas.

Ainda era quinta-feira... Eu não via a hora de reencontrar a West.

Eu vou fazer o final de semana dessa mulher ser inesquecível. Ela não vai se arrepender... Estou louco por ela.