Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 88
S04Ch29;




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Tsuyu observou a explosão de Tsuko, por essa razão que se ajoelhou e esforçou-se ao máximo para não chorar, somente conseguindo isso por causa de Doro que ajoelhou do seu lado, abraçando-o. Ele moveu um pouco seu rosto, desta forma observando-a. Diferente dele, a garota não fez questão de aguentar, não… lágrimas saiam dos cantos de seus olhos púrpuros e escorriam por seu rosto. Ele sabia que a ruiva e aquela garota desenvolveram uma amizade, mas a situação era diferente com ele. Tsuyu e Tsuko eram mais do que amigos, um confiava enormemente no outro. Antes que percebesse seu braço direito já envolvia a cintura da garota, abraçando-a também. Ele ainda teria de saber a situação de Shiro, mas naquele momento sua atenção estava em Rin que acabou se ajoelhando quando duas outras pessoas surgiram. 

— Ele quase morreu por tentar salvá-la… — Tsuyu sussurrou. Seu tom era melancólico. — ...e porque ele não está nos atacando? —

— Não me faça pensar no pior, querido… — Doro sussurrou e o apertou um pouco mais em seus braços, encostando seu rosto no ombro do moreno. — Rakun precisa de nossa ajuda. Alguma coisa está acontecendo, por isso ele não está fazendo nada. —

Taiyo assistia ao rosado ajoelhado em frente a duas pessoas que não deviam estar entre os vivos, mas sua atenção se desviou por um momento para outra dupla. Tsuyu e Doro. "Isso foi algo que Shiro não nos contou… conseguiremos uma boa vantagem se…" o loiro parou de pensar e alargou um sorriso malicioso com um olhar mais sério que o costume. Ele cruzou os braços por um momento, inclinando sua cabeça para o lado direito e suspirando pesadamente.

— Se eu fosse um dos dois… não prestaria atenção ali. — Taiyo disse com um pouco de desânimo.

Ele levantou uma das sobrancelhas no momento em que um machado foi jogado de sabe-se lá onde, mas manteve o olhar sério e tranquilo. As asas de papel se moveram, protegendo-o do ataque de Musashi que apareceu misteriosamente no ar e segurando o machado lançado em seguida. O especialista em Kenjutsu não escondia a animação em possivelmente ter de lidar com o "cachorro" do líder da gangue inimiga. Ele olhou para alguns papéis que se prendem na lâmina de seu machado, mas não deu a mínima inicialmente. 

— Se eu fosse você não prestaria atenção neles, mas em mim! — Musashi disse com uma nítida animação. E alargando um sorriso. 

— Kaimon! — Kanako gritou.

Tsuyu olhou para trás no momento em que a especialista em Taijutsu gritou aquilo. A mulher disparou ao lado deles e saltou, dirigindo-se ao loiro que manipulava papéis. Taiyo não ficou nenhum pouco impressionado ou amedrontado com a aproximação da musculosa mulher. Seus olhos rubros se concentram em Musashi que jogou um machado na direção dela, então a mulher agarrou a arma e o especialista em Kenjutsu desaparece, aparecendo num piscar de olhos depois nas costas da mulher que fechava o punho direito com muita vontade. O especialista em Kenjutsu jogou novamente uma de suas armas, mas não com intenção de acertar Taiyo. O machado se dirigiu para cima da cabeça dele. E então, Kanako e Musashi desapareceram. E apareceram novamente onde o machado deveria estar, ou seja, em cima de Taiyo que sorriu pelo canto dos lábios com o trabalho em conjunto que deveria ser admirado. Kanako levou seu punho direito de encontro a cabeça de Taiyo, mas uma das asas que permitiam que ele voasse ficou na frente, desta forma recebendo grande parte do dano, no entanto aquilo não acabou já que a asa se moveu novamente, acertando a especialista em Kenjutsu e jogando-a longe. Kanako parou quando houve o impacto com uma das paredes, e estava para se levantar, mas então percebeu algo. Todo seu braço direito — da ponta dos dedos até o ombro — estava tomado, coberto, por aqueles mesmos papéis que ficaram na lâmina de um dos machados de Musashi.

— Vamos acabar com você primeiro. — Taiyo disse enquanto movia o braço direito à frente do corpo, mostrando o dedo médio e o polegar encostados um no outro. Ele estalou os dedos. 

E os papéis em Kanako se ativaram, revelando serem papéis explosivos. Taiyo sorriu com um pouco de diversão ao ver o medo tomar conta da expressão da especialista em Taijutsu, a surpresa em Musashi ao reparar que a lâmina de seu machado também tinham papéis que se ativaram. 

E então, duas explosões aconteceram. A primeira era fraca, mas foi o suficiente para quebrar a lâmina de um dos machados, além de jogar Musashi para longe. A segunda foi a pior por causa da quantidade de papéis envolvidos, e se acompanhou por um grito doloroso. Kanako poderia ser resistente, mas não contra uma explosão como aquela. Toda a parte envolvida pelos papéis foi danificada, além de seu rosto e abdômen sofrerem um pouco, mas o braço recebeu 100% de dano. Pele, carne e músculo completamente danificado, num tom bem escurecido, além de ser possível ver a parte de um osso que se quebrou e saiu do lugar, sangue escorrendo. Era um milagre que o braço ainda estivesse ligado ao corpo, além disso parte da garganta e rosto de Kanako foram feridos por causa da explosão. 

— Ky...Kyumon. — Kanako disse antes de uma fina linha de sangue escorrer de sua boca.

O segundo portão. Ela ativou para reenergizar seu corpo temporariamente, por mais que aquilo não fosse resolver a situação de seu corpo. "Kaimon!" ela pensou, assim podendo usar toda sua força e ganhando um aumento por causa do segundo portão. Ela fechou sua mão esquerda em punho, lentamente colocou-se de pé e mais sangue escorreu de seus lábios, além de também escorrer do braço direito. Seus olhos não escondiam o cansaço, a dor que sentia em grande parte de seu corpo. Ela ofegou e então disparou de encontro a Taiyo que manteve um sorriso, admirando a resistência da mulher. Kanako fechou seu punho esquerdo com mais força, então saltou e acertou Taiyo, ou achou que tinha-o acertado. Alguns papéis criavam uma defesa muito perto do rosto do loiro, desta forma protegendo-o e depois se envolvendo no punho da mulher, mas não houve uma explosão. Isso porque o loiro puxou uma kunai e a deslizou pela garganta da mulher num corte profundo.

O sangue voltou a escorrer, porém agora aos montes. E um pouco jorrou no rosto de Taiyo, mas ele não deu a mínima já que o trabalho estava parcialmente concluído. Ele olhou para Kanako engasgando com o próprio sangue, então os papéis que envolviam o punho dela se soltaram, fazendo-a cair no chão. A especialista em Taijutsu levou a mão esquerda para a garganta, de alguma forma tentando fazer com que o sangue parasse. 

Doro tentou se aproximar de Kanako para ajudá-la, mas parou quando Taiyo a olhou. E de alguma forma soube que o mesmo se lembrava dela, mas não apenas isso. Ela sentia uma pressão vinda do adversário alado, algo que a dizia para manter-se em seu lugar. Ela olhou para Tsuyu que estava odiando toda aquela situação, até mesmo por isso deixou seu Byakugan ativado e de alguma forma parecia pronto para avançar, mas só precisava encontrar o momento certo.

Fushin passou pelos dois. E começou a assobiar para criar um Genjutsu. Trabalharia em equipe com Musashi que já estava pronto assim que visse uma brecha, porém não deu certo. Na verdade, deu muito ruim. Isso porque Taiyo não se afetou por qualquer Genjutsu pensado pela mulher, além disso papéis saíram das asas e se envolveram na boca e garganta da mulher. Taiyo encostou o indicador da mão direita em seus lábios, como se sugerisse que a mesma ficasse em silêncio, enquanto usava o dedo médio e polegar da outra mão para fazer um estalo. 

— Eu só preciso proteger meus ouvidos para não cair nesse tipo de Genjutsu. É fácil lidar com você… que só usa essas porcarias ilusórias enquanto assobia. — Taiyo disse.

Então, outra explosão. E Fushin caiu no chão, porém viva. A loira pôs a mão direita em sua garganta destruída pela pequena explosão de um papel. Doro largou o medo e se aproximou da mulher, ignorando ser vigiada pelo inimigo, mas sabendo que seria protegida por Tsuyu no menor sinal de ataque. A kunoichi de Sunagakure levou sua mão direita para a garganta da mulher, então pôs a mão esquerda por cima da direita. E delas uma energia surgiu — Shōsen Jutsu — assim começando o procedimento de cura enquanto dava tempo, tentando ao máximo ignorar que parte do rosto da garota foi destruída por conta da explosão. Muito provavelmente Fushin precisaria de enxerto naquela área. 

Tsuyu estava para se levantar e lutar contra Taiyo, mas sentiu uma mão tocando seu ombro, por isso que olhou para o lado e depois para cima, assim observando Musashi que estava com um machado intacto na mão direita e outro parcialmente destruído na esquerda. 

— Esse é o nosso dever. — Musashi disse.

— O seu dever… — Tsuyu estava para concluir o comentário, mas sabia que se arrependeria, por isso que se calou.

Musashi olhou Kanako. A mulher estava morta por causa do corte profundo em sua garganta. Depois olhou para Fushin que por sorte era tratada por Doro, depois olhou para trás, ou seja, para Shiro que estava muito machucado, mas ainda vivo. Então, voltou sua atenção para frente, mais precisamente para Taiyo que continuava no céu. "Menos de cinco minutos que isso começou. E já estamos fodidos…" o especialista em Kenjutsu pensou.

Enquanto isso, Rin continuou olhando para os dois companheiros de equipe que estavam próximos dele, mas o mesmo ainda se lembrava da notícia de suas respectivas mortes, lembrava-se de ter ido ao cemitério e entregado uma flor para cada um em seus túmulos.

— Vo- Vocês… — Rin gaguejou. 

— Não. — Li se adiantou. Ele sabia exatamente o que o rosado diria, por isso o interrompeu. Ele segurou as duas espadas em forma de agulha com mais força. — E você parece diferente da última vez que nos falamos… —

— ...você está com o Sharingan? De quem roubou? Foi da Sarada-chan? — Kira perguntou e cruzou os braços enquanto inclinava o rosto um pouco. 

— Quase um ano se passou. Faz sentido que eu esteja diferente. — Rin comentou depois que ouviu o espadachim, mas voltou sua atenção para a Uzumaki que piscou enquanto aguardava por uma resposta. — Não roubei de ninguém. Na verdade… a história é um pouco… —

— Entediante? — Kira e Li disseram em uníssono.

"Merda…" o rosado pensou e baixou sua cabeça por um momento, mordendo seus lábios com tanta força que uma fina linha de sangue escorreu. Ele se controlou e levantou um pouco sua cabeça, desta forma voltando a observar os dois, mas agora com os olhos esverdeados, não com seu Sharingan, no entanto dava para ver como estavam bem úmidos. "O que está acontecendo? Porque meus dois amigos mortos estão na minha frente?" o rosado pensou.

— Kira, Li… eu… — Rin começou a dizer, mas foi interrompido.

Kira liberou correntes de chakra de seu corpo. Um ataque surpresa que funcionou. As correntes não tinham a intenção de prender o rosado, mas apenas de machucá-lo. A garota por um momento pareceu ter perdido um pouco de sua personalidade. Rin olhou em seguida para Li que lançou uma de suas espadas, porém o rosado desviou.

— Eu não quero lutar contra vocês. — Rin disse.

— Nem eu, mas parece que tô sendo controlado. — Li disse.

Rin ficou em silêncio e olhou para o espadachim que mexeu o braço direito para trás, desta forma puxando de volta a espada que era conectada por fios. O rosado desviou sua atenção para a ruiva que novamente liberou correntes que seguiram em sua direção, entretanto o rosado desviou ao ativar seu Sharingan e prevendo a trajetória das correntes. 

— Você está mais forte. Dá para perceber isso. — Li disse e avançou de encontro ao rosado e tentou apanhá-lo com uma das espadas. — Eu vou usar as duas, cuidado. —

— Não apenas forte… — Kira disse assim que as correntes voltam para dentro de seu corpo.

— Sim… estou mais forte. — Rin disse, então se agachou e levou as mãos para o chão. — Doton: Doryūheki. —

Ele criou uma parede de terra, assim se protegendo do ataque do espadachim. O rosado inspirou fundo, afastou-se daquele obstáculo criado e soltou o ar que havia acumulado em seus pulmões, sentindo um peso bem conhecido retornando para seus ombros. "Eu não quero machucá-los" o rosado pensou e levou as mãos para o cabelo e puxou algumas mechas. 

— Você está triste. — Kira disse.

— Uma ninja sensorial… — Rin sussurrou. Ele usou o antebraço para coçar seus olhos, desta vez permitindo que lágrimas escorressem um pouco. — ...sim, eu tô! —

— De cima! — Li disse.

Rin olhou para cima, mas tarde demais. Isso porque o espadachim pulou pelo obstáculo, girou seu corpo e o acertou com um chute na cabeça. Por sorte não havia usado as espadas. O rosado foi parar no chão com a barriga para baixo.

— Desvie! — Li disse.

Rin não contestaria. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas entendia que as ações deles estavam sendo controladas, exceto por suas consciências. O rosado girou seu corpo para o lado direito algumas vezes, desse jeito evitando os dois únicos ataques das espadas de Li.

— Eu vou te chutar. — Li disse.

— Não, não vai. — Rin disse.

O rosado segurou o pé do rapaz antes que atingisse seu corpo, então o empurrou, assim fazendo com que o espadachim se desequilibrasse e caísse de cabeça no chão. Rin imediatamente se levantou e se aproximou do amigo para tentar ajudá-lo.

— Vo- Você tá bem? — Rin perguntou.

Ele viu quando Li abriu os olhos e movimentou o braço direito ainda segurando a espada, a intenção era de acertá-lo, mas nenhum golpe pegou nele, isso porque o rosado desviou de cada uma das tentativas graças ao Sharingan.

— Não se preocupe comigo. — Li disse.

— Falar é fácil. — Rin sussurrou. 

— Porque está triste? — Kira perguntou, mas deu continuidade assim que moveu o braço direito à frente do corpo. — As correntes. —

Rin moveu sua cabeça, assim enxergando melhor a ruiva e as correntes que saíram do corpo dela. O rosado se aproximou da Uzumaki enquanto desviava das correntes de chakra. "Eu tenho que fazer alguma coisa. Não posso ficar apenas na defensiva…" o rosado pensou enquanto se aproximava da garota.

— Cuidado, atrás! — Li gritou.

Rin olhou para trás. E bem a tempo de evitar uma das espadas do rapaz. Ele se agachou bem pouco antes de ser atingido. A espada viajou ainda e acertou Kira em seu abdômen, atravessando-a.

— Eu dou um jeito nisso! — Rin disse.

A espada foi puxada por conta do fio que era enrolado nela, assim Rin pode ver o corpo da Uzumaki recuperando-se daquele ferimento. Ele não sabia o que estava acontecendo, ou melhor, que técnica era aquela. Rin mirou seus olhos nos azuis da ruiva que sorriu para ele e disparou uma solitária corrente de seu corpo, assim atingindo-o de raspão.

— Porque não está atacando? — Li perguntou.

Aquela era a mesma dúvida que Tsuyu tinha. O porquê do rosado estar se mantendo na defensiva, do porque não acabava com aquilo de algum jeito. Rin parou bem perto de Kira quando escutou aquela pergunta, então começou a abrir e fechar suas mãos algumas vezes. Ele sabia bem o porque não queria usar qualquer técnica contra eles, mas pensou numa solução para conversar com ambos, por isso que ativou um Genjutsu com seu Sharingan em cada um deles, desta forma imobilizando-os em seus respectivos lugares. Um Genjutsu de paralisia.

— Vocês são meus amigos. — Rin disse, mas acrescentou depois de suspirar pesadamente. — Eu não tenho intenção de machucar algum amigo. —

— Nós já estamos mortos. — Kira disse.

— E eu também queria tá! — Rin disse e levou a mão direita ao peito enquanto olhava para a ruiva, mas olhou em seguida para o espadachim. — Sakura-sama salvou a minha vida depois do confronto, mas eu queria que ninguém tivesse me encontrado. Assim, quem sabe, estaríamos juntos até depois do fim. —

— Rin… — Li sussurrou.

— O que aconteceu depois? — Kira perguntou. Sua voz carregando uma suavidade, gentileza. — Depois da nossa morte. —

— Descobri que sou do clã Uchiha, então fugi da aldeia para me conhecer, mas… agora isso me parece uma maneira estúpida de ignorar os problemas. — Rin disse.

— Você geralmente vai para um lugar alto e tenta cochilar. — Li disse.

Rin soltou um riso com aquele comentário, afinal era a mais pura verdade. Ele se escondia e no processo cochilava para fugir de eventuais problemas. Era sua maneira de viver. Li exibia uma expressão calma.

— Mas também… muita coisa aconteceu. — Rin sussurrou, dando continuidade ao olhar para suas mãos ligeiramente trêmulas. — Conheci Orochimaru-sama antes de descobrir que era do clã Uchiha, meu relacionamento com Misa-chan melhorou porque ela queria me ajudar, Sasuke-san me treinou por um tempo, e enfrentei o colega de Gluttony. —

— É verdade… eram quatro, né? — Li disse.

— Matei ele. Não dei a oportunidade de machucar ninguém. — Rin disse, então voltou sua atenção para Kira e sorriu pelo canto dos lábios. — Há um vilarejo perto da fronteira com o país do vento que você gostaria. —

— Porque? — Kira perguntou. Sua expressão ficou bem suave enquanto uma lágrima escorria pelo canto esquerdo de seu olho.

— Festivais. Eles têm muitos festivais. Há uma garotinha por lá que é ensinada pelo avô que eu salvei. — Rin respondeu a pergunta, dando continuidade ao se lembrar de Kon e do avô dela. — Como uma atriz… imagino que fosse gostar e muito disso. —

— Eu ia adorar. — Kira sussurrou, porém audível para o rosado.

— Eu conheci muitas pessoas nos últimos meses… — Rin contou, desta vez olhando para Li que continuava com a expressão suave. Lágrimas escapavam dos olhos avermelhados do rosado. — ...mas vocês sempre… —

— Não precisa falar. Eu sei o que você está querendo dizer. — Li sussurrou e balançou a cabeça de um lado a outro. 

— Eu amo vocês dois. — Rin disse. 

— O que aconteceu com a Yamanaka? — Kira perguntou.

— Nós começamos a namorar. — Rin respondeu, mas continuou assim que coçou a bochecha direita por mais que as lágrimas ainda continuassem. — No dia em que descobri que sou Uchiha, ficamos separados por algum tempo, mas nos reencontramos em Sunagakure. Desculpe, Li… —

— Nosso romance era apenas temporário naquela missão. Havíamos combinado isso, esqueceu? — Li disse, porém continuou após sorrir gentilmente. — Que bom que você está seguindo em frente. Que está forte o suficiente para proteger os outros. —

Rin balançou sua cabeça, mas não disse nada. Ele só observou os dois amigos, ou melhor, seus corpos se descascando. Ele engoliu em seco ao imaginar que não teria mais tanto tempo assim com ambos, imaginando que o tempo para aquele reencontro era curtíssimo. 

— Rin… — Kira o chamou, dando continuidade no momento em que o amigo a observou. — ...não precisa mais se sentir triste com a nossa partida, mas também não precisa ter pressa para nos reencontrar. —

— Aproveite sua vida, aproveite a companhia com sua namorada. — Li disse.

Rin ficou em silêncio, mas não por muito tempo. Ele sabia que tinham coisas que gostaria de dizer para eles, por isso aproveitaria o tempo restante.

— Vocês… — Rin começou a dizer. — ...vocês foram ótimos para mim. Consegui amadurecer, me tornar quem sou hoje, por conta de tudo que aconteceu. Estarão comigo para sempre em minhas memórias. Juro que nunca vou esquecê-los. Kira… — Rin olhou para a ruiva antes que continuasse. — ...obrigado por ter me acompanhado na ideia de desfazer a equipe naquela época. Obrigado por tudo. E Li… — Rin olhou para o espadachim antes de continuar. — ...obrigado por ter aceito meu amor desde a academia até aquele último dia. Obrigado por tudo. Eu… —

Os joelhos do rosado novamente cedem. E ele levou as mãos para frente dos olhos, coçando-os enquanto lágrimas escorriam deles.

— ...eu… — Rin soluçou antes de continuar a falar. — ...quero viver. Quero aproveitar minha vida com a minha família. Quero conhecer o mundo que não conhecemos juntos. Quero viver por muito tempo, por todos nós. Eu quero me lembrar de vocês, mas com alegria, não com tristeza. E quero ser um pouco egoísta para conseguir essas coisas. —

Rin começou a chorar definitivamente. Não se aguentando por mais nenhum segundo, mas sentindo como se o último peso saísse definitivamente de seus ombros. As sensações de não ter dito "obrigado" ou ter se despedido, enfim desapareceram. Ele chorou silenciosamente, sendo observado por Kira e Li, cujos corpos se racharam de uma vez por todas.

— Faça tudo isso… — Os dois disseram em uníssono.

E Rin chorou mais. Com mais vontade do que antes. Aquela era a despedida que não havia conseguido na época. Taiyo assistia aquilo com uma expressão enjoativa, achando repugnante o que aconteceu entre aquelas três pessoas, mas retornou sua atenção para Tsuyu, mas desviou em seguida para Doro que continuava tratando da garganta de Fushin.

— Não sairei de mãos vazias. — Taiyo sussurrou maliciosamente.

Ele havia acabado com Kanako Urai e quase fez a mesma coisa com Fushin, com certeza não sairia de mãos vazias. Ele sairia no lucro por ter diminuído a força da Mangetsu. Ele direcionou seu braço direito à frente do corpo, e então dele os papéis começaram a sair e foram de encontro a kunoichi de Sunagakure, mas nunca chegaram nela. Isso porque Rin utilizou seu Raiton: Hageshi Senkō para se aproximar com velocidade da garota, pegá-la no colo e levá-la para perto de Tsuyu que havia se colocado de pé com intenção de salvar a garota, mas aparentemente não tinha-se aquela necessidade já que o rosado fez isso. 

— Nada vai acontecer com mais ninguém aqui. Exceto… — Rin começou a dizer enquanto colocava Doro no chão, desativando o Raiton: Hageshi Senkō e olhando para Taiyo. — ...com você, filho da puta. —

Taiyo ficou em silêncio, sentindo receio por um mísero momento. Isso porque os olhos do garoto estavam completamente diferentes de pouco tempo atrás. E realmente estavam. A cor predominante não era mais esverdeada, muito menos avermelhada apesar de ainda ter, mas sim preto. Olhos ônix, como seriam originalmente caso sua linhagem fosse pura de Uchiha e não misturada, o único vermelho agora pertencia em dois lugares: em volta da íris escura e também nos três tomoes originais que se esticaram. Sem dúvida alguma que aquilo não era o Sharingan comum, mas sua evolução. O Mangekyou Sharingan recém desperto de Uchiha Rakun.


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