Rin conseguirá um momento de sossego, por essa razão que retornou ao terraço da Mangetsu e estava deitado no chão com as mãos atrás, elas serviam como apoio para sua cabeça. Sua atenção estava nas nuvens escuras que passavam vagarosamente. O rosado fechou devagar seus olhos e sorriu com casualidade, sentindo um fresco vento atingi-lo. Tudo o que ele mais queria era manter-se sossegado, sem saber de qualquer problema ou compromisso. Ele aproveitou aquela momentânea solidão para concentrar-se, desta forma visualizando as duas enormes reservas de chakra que constantemente enchia. As duas possuíam o mesmo tamanho, mas com funções opostas… uma serviria para a técnica que a Kunoichi das Lesmas lhe contou, a outra estaria lhe servindo para outras coisas, ou seja, uma era para curar e a outra para atacar. 

— Ah, graças a deus consegui te achar. — Uma voz feminina bem conhecida que o retirou de seu pequeno estado de concentração. — O que está fazendo por aqui? —

Rin suspirou. "Eu sabia que era bom demais para ser verdade. Eu nunca consigo relaxar por tempo o suficiente, sempre tem alguma coisa que acaba com o meu sossego. Merda…" pensou enquanto sentava-se e coçou seu cabelo usando a mão direita, então olhou para a entrada do terraço. Lá estava Doro com os braços cruzados abaixo dos seios, ofegante por estar procurando-o a um certo tempo, além disso suor lhe escorria o rosto. A garota sorriu graciosamente quando o amigo moveu a cabeça, sugerindo silenciosamente que ela se aproximasse, por isso a mesma abandonou a posição ao lado da entrada e caminhou até o rosado, então sentou-se ao lado dele, agarrou seu braço direito e o juntou ao seu corpo. Rin sentiu um pouco de nostalgia, afinal há algum tempo que a garota não fazia aquele tipo de coisa.

— Eu estava relaxando. Aproveitando que hoje estava tranquilo. Consegui treinar com Fushin sem que Musashi interrompesse, depois continuei meu treinamento com ele… e estava esperando dar a hora para ir ao Coliseu. — Rin respondeu a pergunta da amiga, então acomodou seu rosto no topo da cabeça dela.

— Ainda não são nem dez horas. Você pretendia descansar aqui até às duas da tarde? — Doro perguntou um pouco impressionada. Ela não conhecia o lado preguiçoso de seu amigo. 

— Eu não pretendia. Eu pretendo. — Rin corrigiu sua amiga, dando continuidade assim que suspirou preguiçosamente. — Recentemente tenho me esforçado mais do que eu gostaria, por isso acho que mereço essa recompensa. —

Rin esperou por algum comentário de sua amiga, uma reprovação ou coisa do tipo, mas ela não disse uma única palavra. Ele se endireitou e prestou atenção em sua amiga. Doro exalava um odor agradável, sua própria expressão havia se suavizado desde a última vez que a viu, ou seja, no dia anterior. Apesar da suavidade, tinha-se também o que parecia ser receio, preocupação, além de suas bochechas estarem ligeiramente coradas.

— Aconteceu alguma coisa? — Rin perguntou.

— Talvez. — Doro disse, porém continuou ao levantar um pouco sua cabeça e apreciar as nuvens que passavam. — Onde acha que estaríamos se não viéssemos para cá? —

"Onde ela quer chegar?" o rosado pensou, semicerrando seus olhos e mantendo ainda sua atenção na garota, mas seguindo o olhar dela e reparando nas mesmas nuvens antes de voltar a se deitar e levar as mãos para trás da cabeça. Haviam países que o mesmo gostaria de conhecer, obviamente desde que não se metesse em problemas. 

— Não tenho muita certeza, mas não somos capazes de alterar o que já fizemos. Não dá mais para pensar onde estaríamos, o que faríamos, se não estivéssemos aqui. — Rin sussurrou e fechou seus olhos, mas deu continuidade assim que suspirou. — Porque está me perguntando isso agora? —

— Porque eu quero ficar. — Doro respondeu a pergunta do rosado, porém continuou depois de alguns segundos e ainda olhando para o céu, ignorando a sensação de Rin vigia-la. — Quero ficar em Amegakure. —

"Hm, por causa dele?" o rosado pensou, mas não se sentiu machucado ou decepcionado pela decisão da garota. Nunca pediria para ela acompanhá-lo por aí, se isso fosse afastá-la de alguém que gostava. O rosado esperava ouvir aquilo quando tudo em Amegakure se resolvesse, por isso achava um pouco cedo para aquela conversa.

— Eu não vou te impedir de ficar. Não vou dizer que quero sua companhia. Já passamos dessa fase. — Rin sussurrou aquelas palavras. Sua voz era suave, calma, amigável. Ele deu continuidade assim que suspirou pela segunda vez. — Se está ficando por causa da Manget… —

— Eu tô grávida... — Doro sussurrou, interrompendo-o, sua voz sairá audível o suficiente para que o rosado compreendesse. — ...eu acho. —

Rin ficou em silêncio. Sua expressão alterou-se depressa com aquela inesperada informação. Lentamente engoliu em seco, sem saber se abria ou não um sorriso. Seus olhos esverdeados ficam úmidos demais e ele se obrigou a passar o antebraço neles para secá-los antes que alguma coisa acontecesse. Essa foi uma reação que chamou a atenção da kunoichi de Sunagakure, por isso a mesma levou a mão direita para perto da boca e soltou um risinho.

— Tsuyu já sabe? — Rin perguntou.

— Só você. E ainda não é certeza. Tô uma semana atrasada, por isso não tenho certeza ainda. — Doro respondeu a pergunta do rosado.

Ela se sentiu aliviada por ele não ter duvidado quando a mesma começou a rir. Rin se sentou novamente, levantou uma das sobrancelhas e pôs a mão direita em seu queixo.

— Atrasada com o que? — O rosado perguntou.

Doro ficou em silêncio. Ela conhecia o rosado o suficiente, por isso sabia o quão inteligente o mesmo era quando a situação convinha, assim como também sabia de sua lerdeza. Eram características que tornavam-no único.

— Não importa. — Doro sussurrou. Ela deu continuidade assim que pôs a mão direita na barriga. — Se eu estiver mesmo grávida… não quero que a criança cresça longe dele, por isso quero continuar em Amegakure. —

Rin ficou em silêncio dessa vez. Não costumava ver sua amiga tão bem decidida. Ele suspirou, então levou sua mão direita pondo-a por cima da mão que estava na barriga da garota. Ele não ia usar Iryō Ninjutsu para ter aquele tipo de resposta. Apenas segurou gentilmente a mão da garota que olhou para ele. O rosado assumia uma expressão suave.

— A Mangetsu vai ser dissolvida quando tudo isso acabar. — Rin sussurrou. Ele deu continuidade quando percebeu a surpresa e a dúvida nos olhos púrpuros da garota. — Isso faz parte dos meus acordos com ele. Dissolver a Mangetsu quando esse problema acabar. Os subgrupos também serão encerrados, exceto pelo Rokujūshi. E usaremos esse prédio para servir de primeira base. Tudo isso foi combinado com ele. — Rin disse. Ele continuou assim que aproximou seu rosto ao de Doro e beijou sua bochecha. — Convença-o a morar no País do Fogo. Há um vilarejo próximo da fronteira com o País do Vento que é pacífico. —

— Quando vão parar com os segredos? — Doro perguntou. Ela deu continuidade assim que se colocou de pé e cruzou os braços. — Há algo que ainda não estou sabendo? —

— Não. Esse foi o último acordo que fiz com ele. — Rin respondeu. Ele voltou a se deitar no chão e levou as mãos para sua cabeça. — Porque você estava me procurando? —

— Tsuyu estava te procurando. Ele queria que você o acompanhasse por Amegakure. — Doro respondeu a pergunta do rosado, mas deu de ombros quando o mesmo assumiu curiosidade, ela continuou. — Não me pergunte. Eu também não sei o porquê ele quer que você o acompanhe. —

— Ugh… — Rin sussurrou, sentando-se novamente e coçando seu cabelo antes de dar continuidade. — ...você não pode esquecer que me viu, né? —

— Rakun… — Doro disse. Seu olhar ficando um pouco mais sério e inflando as bochechas antes de dar continuidade. — ...eu vou contar para a Misa que você é preguiçoso. —

"Ela já sabe. Na verdade, todo mundo que me conhece sabe como sou preguiçoso, mas fazer o que se essa é a minha natureza?" o rosado pensou e devagar colocou-se de pé e levantou os braços, espreguiçando-se e depois abaixando-os, depois olhando para a garota que continuava o observando com um pouco de reprovação. Ele revirou seus olhos, suspirando.

— Por favor, não conte para minha namorada sobre esse meu lado. Ela sentirá… — Rin não sentiu vontade de continuar a atuação, mas só moveu sua cabeça para o lado direito e bocejou. — ...vamos de uma vez. —

— Ah, não conte para o Tsuyu sobre… — Doro não concluiu seu comentário. Isso porque o rosado a pegou no colo, como uma princesa. — O que você está fazendo? —

— Viagem rápida. — Rin respondeu a pergunta da kunoichi de Sunagakure, sorrindo então pelo canto dos lábios. 

Doro podia não ter percebido, mas uma marcação surgirá em sua pele, no entanto na sola de seu pé direito. Eram algumas letras — 飛んでいる神桜の木 — que se fecharam num círculo feito por elas mesmas, além disso continham três tomoes. A marcação era do tamanho de um olho e da cor escura, ou seja, imperceptível. O rosado olhou para a beirada do terraço, Doro olhou na mesma direção e depois para o rapaz que a carregava, balançando sua cabeça de um lado a outro.

— Não! Não vamos fazer isso. — Doro disse, mas levou seus braços ao pescoço dele, envolvendo-o. — Por favor, não. —

— Isso foi por ter me chamado de preguiçoso. — Rin disse com um leve ânimo, por mais que ainda sentisse a preguiça e a vontade de descansar. 

Rin sorriu pelo canto dos lábios, então disparou de encontro à beirada do terraço e pulou no último segundo, levando uma estridente Doro consigo. A loira escondeu o máximo que pôde o rosto em seu peito, ao mesmo tempo que gritava. O rosado sorriu um pouco mais com a reação da kunoichi de Sunagakure, olhando brevemente para a barriga dela e imaginando se era mesmo verdade o que poderia estar acontecendo ali, mas voltando sua atenção ao céu com nuvens ligeiramente escuras. Ele fechou seus olhos, então veio a desaparecer junto da garota berrante.

E reapareceu. Eles ressurgiram ao lado de Tsuyu que tomou um susto com a repentina aparição e o grito da garota, ou seja, assustou-se com tudo. Ele deu alguns passos para trás e já abriu sua mão direita em palma e fechou sua mão esquerda, quase tomando uma posição de luta. Os dois só apareceram próximos a ele por causa da marcação deixada no moreno.

— Chegamos, Doro. — Rin disse.

— Isso foi… — Doro tentava pensar na palavra certa a usar.

— ...chato? Aterrorizante? Sou a pior pessoa da Terra? — Rin sugeriu.

— Divertido. — Doro o corrigiu.

— Que diabos está acontecendo aqui? Podem ao menos me explicar isso? — Tsuyu perguntou com um tom áspero.

— Podemos repetir mais tarde… — Rin sugeriu com um pouco de divertimento, um sorriso malicioso surgiu, mas voltou sua atenção ao moreno. — Viagem rápida do terraço até aqui. Aliás, onde estamos? —

— Viagem rápida? — Tsuyu repetiu. Ele levou a mão direita aos olhos, coçando-os enquanto a esquerda ia para a cintura. — Você realmente está usando a técnica que Musashi te ensinou para fazer isso? —

— Sim, ele está. — Doro disse. Ela saiu do colo do rosado e cruzou os braços.

— Não, não estou. — Rin corrigiu a loira, então voltou sua atenção para o moreno e assumiu um olhar mais sério. — Eu queria ver o alcance do Hiraishin no Jutsu. Então, em que andar estamos? —

— No primeiro. Eu tô esperando por você a uns vinte minutos… — Tsuyu disse, então olhou para Doro que o olhava. — ...não podia achá-lo mais rápido? —

Rin poderia ficar em silêncio, mas não quis. Ele olhou para a pouca tristeza que assumiu os olhos púrpuros da garota, então voltou sua atenção para o moreno e sorriu. Ele se aproximou mais dele, então levou a mão direita para a gola de sua roupa e o puxou para perto de si, dando-lhe uma cabeçada e soltando-o em seguida, desta forma fazendo com que ele caísse de bunda no chão.

— Doro não tem culpa por minha demora. Ninguém sabia onde eu estava relaxando, então não teria como adivinhar onde eu estava. — Rin disse. Sua voz não soando áspera, mas sim calma para que o moreno entendesse sem problema. O rosado continuou ao ver que as pessoas ao redor pareciam prontas para começar uma briga com ele. — É! Eu machuquei ele, seus idiotas! Se quiserem me encarar, venham prontos para receberem cabeçadas. — 

— Chega… — Tsuyu disse, áspero. Sua voz soando bem fria quando olhou para algumas pessoas prontas mesmo para lutar. Ele deu continuidade. — ...ele é só um idiota. —

"Eu não discordo… isso foi por ter falado errado com ela, mas também por ter me tirado do sossego" o rosado pensou enquanto olhava para o moreno, torcendo para que de alguma forma ele entendesse seus pensamentos ou até mesmo seu sugestivo olhar, mas aquilo não aconteceu. Tsuyu se levantou, então encurtou sua distância com o rosado.

— Você não é assim. Aconteceu alguma coisa? — Tsuyu perguntou, mas continuou quando sentiu que o rosado tinha dúvida de sua pergunta. — Te conheço pouco, mas não acho que você costuma ameaçar as pessoas. Então, o que aconteceu? É algo da Rokujūshi? Está sobrecarregado com alguma coisa? —

— Foi só como falou com ela. Doro não tem culpa se eu queria um pouco de sossego. Veja bem… — Rin sussurrou sua resposta, dando continuidade assim que olhou para a loira. — ...os hormônios dela estão bagunçados, por isso qualquer coisa pode alterar o humor dela. —

— Ah, ela está menstruada? — Tsuyu perguntou.

Rin ficou em silêncio. "Cara… essa foi a melhor pista que te dei de uma possível gravidez… e você me diz que ela tá menstruando?" pensou, novamente tentando fazer com que o moreno entendesse a mensagem silenciosa, mas aquilo não aconteceu. Ele levou a mão direita ao ombro do moreno. "Eu te entendo. Eu sou lerdo também para muita coisa…" o rosado pensou, sorrindo de forma amigável para o moreno que começou a não entender nada. 

— Aliás… para onde tá querendo me levar? — Rin perguntou.

— Um passeio, só isso. Você não está saindo muito, só vai para o Coliseu e nenhum outro lugar. — Tsuyu respondeu a pergunta, dando continuidade assim que pôs as mãos nos bolsos. — Verá como Amegakure tem bons lugares… apesar das merdas que acontecem. —

Doro estava para dizer alguma coisa. Se auto convidar para aquele passeio, mas a situação mudou de um segundo para o outro. Isso porque a parede onde encontrava-se a porta de saída foi explodida, desta forma destroços foram para todos os lugares junto de uma poeira que acabou encobrindo parcialmente a visão das pessoas. Além disso, algumas das pessoas mais próximas da porta foram jogadas longe e algumas atingidas pelos destroços. O rosado imediatamente pôs o antebraço direito em frente aos seus olhos ao mesmo tempo em que ativou o Sharingan, olhando para o lado direito e vendo que Tsuyu fazia a mesma coisa ao ativar seu Doujutsu, depois ele olhou para trás e sorriu um pouco. Isso porque Doro colocou a mão esquerda em frente da barriga como se servisse de proteção. Ele retornou sua atenção para frente, ou seja, para a parede recém destruída.

— O que você está vendo? — Rin sussurrou. Sua pergunta obviamente foi dirigida para Tsuyu.

Tsuyu não respondeu, mas sua expressão se alterou. Ele estava zangado, entretanto assustado. A atenção do rosado continuou na parede destruída, não desviou sua atenção nem por um segundo, nem mesmo quando ouviu uma risada baixa vinda daquela direção. O rosado já estava incomodado com aquela poeira.

— Fuuton: Shinkūha. — Ele disse.

Óbvio que ele usou de um jeito menos ofensivo. O jutsu servia para fatiar as pessoas, mas não era isso que o rosado pretendia. Ele liberou de sua boca uma camada de vácuo que afastou aquela poeira, mandando-a embora por aquela única saída. E continuou em silêncio ao observar um rapaz loiro de expressão séria e orgulhosa, sorrindo de forma debochada para eles, com olhos vermelhos como o próprio sangue, as mãos nos bolsos da calça escura. Rin estava para fazer uma pergunta sobre quem era aquela pessoa.

— Taiyo… — Tsuyu disse. Sua voz soando ríspida. O mesmo rosnou aquele nome, mas ainda possuía um pouco de medo em seu tom. — ...o que está fazendo aqui? —

— Vim entregar o lixo. Achei no meio da rua, mas não sabia onde colocar. — Taiyo respondeu. 

Rin olhou para Doro. "Eu posso nos proteger se alguma coisa acontecer? Acho que posso…" pensou, retornando sua atenção para frente, mas um pouco tarde. Isso porque um corpo foi jogado em sua direção. Era o corpo de Awai Shiro com incontáveis cortes espalhados por seu corpo, além de haver sangue manchando suas roupas. O rosado firmou seus pés no chão e aguentou o impacto, afastando-se apenas por pouquíssimos centímetros, mas mantendo-se em pé e próximo do líder da Mangetsu e de sua amiga. "Depois eu cuido de você" o rosado pensou e colocou o corpo do albino no chão.

— Boa pegada. — Taiyo disse, mas deu continuidade assim que se afastou daquela entrada. Sugerindo que todos que observava-no o seguissem. — Ainda tem outro lixo. —

E todos saíram por aquela abertura. E olharam para o céu no momento em que Taiyo alçou voo com duas asas feitas de papel. E nesse momento Tsuyu rangeu seus dentes com ódio, mas seus olhos perolados não escondiam a preocupação, idêntico ao que Rin fazia. Doro levou as mãos para frente da boca e balançou sutilmente sua cabeça de um lado a outro, seus olhos umedecendo depressa. O que viam era Katsuryoku Tsuko com roupas íntimas e sem nenhum machucado, mas seus olhos estavam distantes, como se aquela ocasião não tivesse significado para ela. Por causa das roupas que vestia, era de se notar um aumento de sua barriga, mas não era tanto assim. A ruiva estava suspensa no ar por causa de asas de papel também, entretanto menores que do loiro que voava graciosamente e a uma boa distância dela.

— Oba-san… — Rin sussurrou. Ele fechou suas mãos em punhos ao pensar que o pior aconteceria com a ruiva. — NÃO A MACHUQUE. OU… —

— Ou o que? — Taiyo perguntou e apontou seu braço direito para a ruiva. E papéis começaram a sair do braço. 

— …ou eu te mato. — Rin respondeu. 

Rin nunca sentiu-se falando tanta verdade. Tão compromissado. Sua voz sairá com aspereza, com bastante convicção, decidido.

— Será divertido se tentar. Ainda mais que estará ocupado com outra coisa. — Taiyo disse.

Papéis saíram do braço do loiro. E foram até Tsuko, acertando-lhe a coxa direita com um corte nada profundo, mas que fez sangrar um pouco. Rin ignorou quando Tsuko engasgou e os joelhos dele cederam, o moreno sabia bem o que aconteceria em alguns segundos, na verdade… todo mundo sabia, por isso que as pessoas começaram a se afastar por mais que o corpo de Tsuko estivesse no céu. O corpo do rosado foi coberto por eletricidade e seu cabelo se arrepiou um pouco. "Eu posso salvar. Eu posso fazer alguma coisa com Iryō Ninjutsu, né? Eu não posso deixar alguém morrer… eu vou fazer alguma coisa até o último segundo… posso morrer com essa explosão, mas não custa tentar…" o rosado pensou, então disparou de encontro ao corpo flutuante e com o braço direito estendido para frente com a mão aberta como se fosse agarrá-la e levá-la para longe. O chão em que estava a poucos segundos afundou significativamente, além de rachaduras se espalharem um pouco, o mesmo havia usado muita força para aquele salto. 

— RIN, NÃO! — Tsuyu gritou.

— RA-RAKUN! — Doro gritou.

 Rin quase conseguiu se aproximar de Tsuko. O corpo da ruiva já estava deformado e pronto para explodir, mas ele não chegou suficientemente perto dela. Isso porque foi atacado, mas não por Taiyo. E por ter sido atacado, se distanciou da ruiva e do loiro, sendo jogado ao chão e a eletricidade deixou seu corpo. Ele só soube que foi atacado porque eram correntes de chakra que envolveram seus braços e o puxaram. Ele ficou sem entender de início como aquilo aconteceu, mas se levantou do chão o mais depressa possível ao escutar alguns passos. E sua expressão mudou para choque… ele estava chocado com as pessoas que via a uma certa distância dele. Do lado direito encontrava-se Uzumaki Kira e do lado esquerdo Li. Os dois usavam as mesmas roupas de quando morreram, havia rachaduras por seus corpos e seus olhos eram escuros, além da própria cor natural da íris, o único que estava diferente era Li por carregar duas espadas em formato de agulha, não três. Rin continuou em silêncio enquanto olhava para seus amigos mortos a um certo tempo, ignorando completamente a explosão que aconteceu acima dele e a uma boa distância. Uma lágrima escorreu pelo olho direito do rosado enquanto seus joelhos enfim cedem.

— Olá, RinRin… — Kira disse.