Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 85
S04Ch26;




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Dois dias passaram. E naquele dia em questão, Shiro recebeu ordens de ir até a clínica procurar por qualquer livro que servisse para que as sete pessoas aprendessem sobre doenças. 

Nas palavras de um certo rosado: "Quanto mais doença, mais sintomas, melhor. Eu quero livros sobre doenças virais, bacterianas, genéticas, sexualmente transmissíveis, micoses, protozoários, verminoses, viroses, psicológicas. Essas pessoas tem que aprender de tudo." 

Shiro até achou que o rosado — que vivia esquecendo do nome — estava animado demais quando citou os tipos de doenças, mas o albino não se importou com aquilo e torcia para que não encontrasse um único livro por ali. Só estava sendo cooperativo para que a dúvida sobre ele, a respeito do dia no Coliseu, desaparecesse conforme ajudava. Com isso em mente que encontrava-se na clínica e seguia de encontro ao balcão para falar com a mulher sentada, mas mudou sua concentração por um momento assim que outra mulher apareceu em seu campo de visão. Era uma que não possuía os braços e o cabelo comprido, ele nunca se importou com o nome dela. E um brilho de admiração passou pelos olhos esverdeados do albino enquanto fumaça saia de seu cigarro. "Eu ainda admiro o que Ashram fazia no começo quando as pessoas iam contra suas ideias" o albino pensou, enfim levando sua mão direita ao cabelo e coçando-o.

— Oh, atração de circo. — Shiro chamou pela mulher, dando continuidade quando ganhou a atenção dela. — Eu quero livros sobre doenças virais, bacterianas, genéticas, sexualmente transmissíveis, micoses, etc. Vá buscar, querida. —

A mulher levantou a sobrancelha direita, abaixando a esquerda e fez um bico em seus lábios, repudiando a forma com que o albino iniciou a conversa, mas conhecia-o bem suficiente para saber que era muito próximo do líder da Mangetsu, por isso não deveria agir contra ele. Se fizesse alguma coisa de errado, a proteção que a clínica e os funcionários tinham poderia acabar na hora seguinte, por isso era bom manter cuidado. Ela balançou sua cabeça, acenando em concordância ao pedido do albino e virando-se para seguir para onde a pequena biblioteca ficava.

— Espere… — Shiro disse. Sua voz carregando um pouco de divertimento, com malícia nas entrelinhas. — ...é educado pedir "licença" antes de se retirar. Então, diga "me de licença". — 

Shiro sabia que a língua daquela mulher foi cortada, mas assim mesmo queria que ela tentasse falar um pouco, vê-la se humilhar por algumas poucas palavras que eram tão comuns. A enfermeira separou seus lábios de pouco em pouco, preparando-se para pronunciar aquelas mesmas palavras. Nas primeiras semanas ela tentou se comunicar, mas suas palavras soavam tão diferentes e as pessoas demoravam a entender, muitas vezes a morena repetia-as pausadamente até que houvesse o maldito entendimento, mas desistiu de usar sua voz quando ouviu as pessoas rirem. O olhar da enfermeira manteve-se calmo, levemente orgulhoso, porém apreensiva.

— Não incomode meus funcionários… — Uma voz masculina que se originou de trás da mulher. Era Uteki que costumeiramente mantinha as mãos no jaleco. Ele deu continuidade. — ...e apague agora o seu cigarro. —

A mulher olhou para o seu chefe. Uteki não olhou para ela de início, concentrando-se no albino que era muito próximo do líder da Mangetsu. Shiro parecia levemente decepcionado por não ter conseguido o que queria, mas também nada intimidado pela figura masculina que continuou diminuindo a aproximação entre os dois. O olho esquerdo do albino se concentrou no rosto do moreno, ou melhor, naquela queimadura que praticamente destruirá seu rosto. Shiro retirou o cigarro e o jogou no chão, pisando no mesmo e dando de ombros.

— Pronto. — Shiro disse, então deu continuidade assim que olhou para a mulher que assistia-os. — Eu não estava incomodando. Só não lembro de como era sua voz. —

— O que está fazendo aqui? — Uteki perguntou e levou sua mão direita ao ombro do albino, desta forma empurrando-o para trás. 

— Pergunte para ela. Já me esqueci o que vim fazer aqui. — Shiro comentou com um pouco de divertimento, mas continuou quando ouviu o moreno rosnar. — Tá, não precisa rosnar. Só vim buscar alguns livros sobre doenças que o garoto do Iryō Ninjutsu pediu. —

— Hm… — Uteki murmurou. Ele deu continuidade assim que soltou do ombro do albino. — ...que doenças? —

— Virais, bacterianas, sexualmente transmissíveis, genéticas, micoses, protozoários, verminoses, viroses, psicológicas. — Shiro respondeu a pergunta enquanto fechava os dedos de suas mãos.

 — Traga imediatamente. — Uteki disse quando voltou sua atenção para a enfermeira que ainda assistia. — Quanto mais rápido trouxer o que ele está querendo, mais rápido ele vai embora. —

— Isso aí. — Shiro disse.

Shiro se afastou do moreno. E caminhou de encontro ao balcão e encostou os braços por ali, suspirando enquanto olhava para a mulher se distanciando, mas depois olhando para um conjunto de cartas do outro lado do balcão e pegando-as, depois olhando para o moreno que de longe assistia a cada movimento dele. E mostrou uma carta com o símbolo de Konoha.

— Tá se correspondendo com alguém? Essa pessoa já sabe que você tem essa queimadura? — Shiro perguntou com um pouco de divertimento.

— Não é para mim essa carta. — Uteki disse, então continuou ao pegá-la e girá-la, desta forma mostrando o nome atrás do papel. — Eu não me chamo "Katsuryoku Rin" e nem "Uchiha Rakun". —

"O garoto do Iryō Ninjutsu" o albino pensou, voltando sua atenção para a carta que continuava em sua mão, levantando uma das sobrancelhas enquanto criava dúvidas a respeito do conteúdo na carta. Sua atenção retornou para o moreno que cruzou os braços.

— Eu levo essa carta. — Shiro disse.

— Ahn… não. — Uteki disse ríspido.

— Você não vai para a Mangetsu só para entregar uma carta. — Shiro disse, dando continuidade quando manteve a carta entre o dedo médio e indicador. — Eu vou. Então, deixe essa carta comigo. —

— Hm… — Uteki disse e levou a mão direita ao queixo, pensativo sobre o assunto. — ...isso é verdade. —

— Qual é… — Shiro disse e levou o braço direito ao ombro do moreno e continuou. — ...não é trabalho levar um pedaço de papel para onde tenho que voltar. —

— Afaste-se de mim. — Uteki disse ríspido e tirando a carta da mão do albino. — Eu vou levar essa carta. —

— Não mesmo. — Shiro disse e puxou a carta de mão do moreno. O olhar do albino tornou-se mais sério. — Você nem sabe se ele está na Mangetsu. Ele pode estar no Coliseu. Aí você teria mais trabalho para entregar uma carta, mas eu… —

— "Você tem que voltar"... — Uteki disse, continuou assim que suspirou pesadamente. — Que merda. Tudo bem, você pode entregar para mim. —

Shiro sentiu-se satisfeito com o resultado, por isso guardou a carta em seu bolso. E antes que pudesse dizer alguma coisa para o moreno, sua atenção se desviou para uma enfermeira de baixa estatura com uma cicatriz na testa e um pouco acima do peso, aproximando-se dele com uma sacola contendo alguns pergaminhos. Ao lado dela esquerdo dela estava a morena sem braços que mantinha a cabeça baixa, ou seja, evitava contato visual com ele, mas o albino não deu a mínima. Ele só olhou para a enfermeira entregando a sacola de pergaminhos para o moreno com queimadura facial, mas sussurrando algo para ele em seu ouvido.

— Está tudo aqui. Foi adicionado Doenças Climáticas. — Uteki comentou e estendeu a sacola para o albino, mas deu continuidade ao assumir um olhar mais sério. — Entregue tudo para ele. —

— Pode deixar. — Shiro disse.

Shiro entendeu o último comentário do moreno. Uteki deu ênfase no "tudo", ou seja, referindo-se também a aquela carta. O albino segurou a sacola com pergaminhos — com livros selados — e seguiu de encontro à porta da clínica. 

Ele saiu da clínica. E caminhou por alguns minutos até virar e entrar num beco, então puxou a carta da onde tinha guardado e a abriu e leu o conteúdo, semicerrando seus olhos por um momento ao perceber o quão sérias eram aquelas palavras, ou melhor, a urgência imposta. "Ashram-sama me pediu para quebrar o moleque quando surgissem oportunidades, mas eu não tinha ideia do que fazer até agora. Então…" o albino pensou e puxou do bolso de sua calça o isqueiro e acendeu depois de algumas tentativas. Então, levou o papel para a pequena chama e sorriu maliciosamente ao ver a carta sendo consumida pelo fogo. Ele jogou a carta, ou pelo menos o que restava dela, dentro do um lixo, colou o isqueiro de volta ao bolso de sua calça, saiu do beco e retornou com sua viagem para a base da Mangetsu.

[ ۝ ]

Uma semana se passou. E ainda era bem cedo, por isso que todas as pessoas estavam dormindo, ou quase todas pelo menos. O rosado encontrava-se escorado numa parede em frente a um quarto, mantendo os braços cruzados e os olhos concentrados nos aquecedores de pulso desgastados, mas retornando sua atenção no momento em que a porta do quarto foi aberta, assim olhando para o líder da Mangetsu que pareceu surpreso ao vê-lo, mas com certeza estaria surpreso em ver qualquer outra pessoa tão cedo. Rin sorriu pelo canto dos lábios, um brilho suave passando por seus olhos esverdeados.

— Vocês estão transando. — Rin sussurrou, então seguiu caminhando pelo lado direito do corredor.

— Como você… — Tsuyu sussurrou também. Ele se aproximou do rosado e segurou o braço direito dele antes de continuar com sua pergunta sussurrada. — ...como soube? Quanto tempo está aqui? —

— Eu conheço ela. Ela está mais radiante que o normal, além disso… ontem vi um chupão no pescoço dela. — Rin respondeu a pergunta do moreno, mas continuou assim que levou a mão direita ao queixo. — Há uma hora. —

— O que estava fazendo ali? — Tsuyu perguntou ríspido e mantendo os sussurros.

— Esperando por tê-lo na palma da minha mão. — Rin respondeu a pergunta do moreno e alargou um sorriso malicioso, puramente cruel. — Se saiu a essa hora do quarto dela, então não quer que saibam sobre o relacionamento, né? Como é bom ser o único que sabe que estão namorando e o único que sabe que estão transando. —

— O que você está planejando? — Tsuyu perguntou um pouco ríspido, apreensivo, temeroso por causa do sorriso do rosado.

— Vá para o Coliseu mais tarde. Lá você descobre. — Rin contou, então levou as mãos para trás da cabeça e olhou para algumas janelas. — A quanto tempo estão… —

— Desde que você tirou aquele cochilo de dois dias. — Tsuyu respondeu a pergunta do rosado e aproveitou para olhar as janelas, ou melhor, o que tinha além delas. — Como está indo o treinamento com o seu grupo? —

— Melhor do que o esperado. — Rin respondeu a pergunta dele, mas continuou assim que se escorou ao lado de uma das janelas. — São poucas pessoas, por isso conseguimos responder as dúvidas que eles têm na hora, além disso exijo que usem ao menos dois Bunshin para que tenham mais experiência de leitura. —

— Você não está sendo um pouco exigente com eles? — Tsuyu sussurrou aquela pergunta depois de escorar-se ao lado do rosado.

— Não. Eu mantenho meu Sharingan ativado, por isso sei quando estou deixando eles cansados. — Rin respondeu e abaixou os braços, suspirando com um pouco de preguiça. — Há anos que estou aprendendo sobre o Iryō Ninjutsu, então sei exatamente o que estão passando… —

"Claro… meu treinamento foi bem diferente do que estou passando para eles. Até mesmo as três regras sofreram mutações, mas isso é por causa da experiência que adquiri… até mesmo eles mudarão essas regras na hora de ensinarem" o rosado pensou, olhando para os aquecedores de pulso e um sorriso gentil tomando-se forma enquanto abria e fechava suas mãos. Os presentes que recebeu de Yamanaka Misa estavam gastos por conta de tudo que ele passou desde quando os equipou, isso tornava-se visível por alguns cortes e linhas soltas. 

— Você ganhou isso de alguém… — Tsuyu sussurrou, mas não conseguiu completar seu comentário já que o rosado o interrompeu.

— ...da minha namorada. — Rin contou. Ele voltou a andar, mas levantou o braço direito antes de acrescentar. — Apareça às quatorze no Coliseu. —

Rin não ficou ali para ouvir sua resposta, simplesmente se distanciou do moreno e seguiu por aquele corredor mais ou menos iluminado por conta da luz lunar que passava pelas inúmeras janelas dos corredores.

[ ۝ ]

— Porque está aqui? — Doro sussurrou aquela pergunta para o moreno que liderava a Mangetsu.

Tsuyu não sabia o que o rosado faria com a informação de que estava dormindo com a kunoichi de Sunagakure, por isso aceitou ir ao Coliseu. Ele estava ao lado da garota que acabara de sussurrar aquela pergunta para ele. O moreno só moveu um pouco seus olhos amarelos, assim observando-a e balançando a cabeça.

— Ele me convidou. Eu não sei o porquê ele me convidou. — Tsuyu sussurrou a sua resposta para a garota.

A atenção da dupla retornou-se para o rosado que acabara de criar um muro de oito metros com um Doton: Doryūheki, ficando sentado com as pernas cruzadas em cima dele enquanto olhava para as sete pessoas que param com o que estavam fazendo — lendo e conversando — para o observarem. O rosado apontou para o moreno que era bem reconhecido em Amegakure. Sim, ele apontou para Tsuyu que engoliu em seco e sentiu uma atenção desnecessária para si.

— Tsuyu-sama se ofereceu para ser o boneco de teste desse grupo. — Rin disse. Contando obviamente uma mentira, mas aquilo não era importante. Ele continuou assim que parou de apontar para o moreno. — Vocês estão há uma semana na leitura, mas Iryō Ninjutsu não é apenas ler e decorar textos. Então, nos próximos dias… — Rin pausou por um momento, olhando para os sete membros do seu grupo. — ...veremos o que aprenderam. Então, vamos para a primeira doença de Tsuyu-sama… —

Tsuyu ficou em silêncio. Na verdade todo mundo ficou quieto e aguardou pelo rosado dizer alguma coisa. Rin sorriu pelo canto dos lábios.

— Hipoteticamente… Tsuyu-sama tem sofrido recentemente com impotência. — Rin disse e sorriu um pouco mais quando ouviu algumas pessoas rirem. — Eu quero saber as doenças que são as causas do problema e o que ele tem que fazer para resolvê-lo. Além disso, mantenham-se atentos ao corpo dele. Ele tem que resolver esse problema. —

"Que filho da puta" Tsuyu pensou e rangeu os dentes, desejando amargamente acertar a cara do rosado com um Palma Gentil para fazê-lo aprender uma lição. Ele só tirou essa ideia da cabeça quando olhou para Doro que levava a mão direita para a boca, desta forma cobrindo-a e abafando um riso que durou por alguns segundos. Ela só parou quando sentiu a atenção do moreno.

— Ele sabe, né? — Doro perguntou, mas deu continuidade antes que o moreno tivesse a oportunidade de respondê-la. — Eu acho que essa é a forma dele dizer que está de acordo, que não vê problema no que fazemos. — 

— Dizendo que estou impotente? — Tsuyu sussurrou aquela pergunta com um tom ligeiramente ríspido, mas retornou sua atenção ao rosado. — Ele parece estar gostando do que está fazendo. —

Tsuyu manteve sua atenção em Rin. O rosado possuía um nítido brilho em seus olhos gentis, sorrindo de um jeito inconfundível. Tudo no rosado demonstrava como estava gostando de passar o Iryō Ninjutsu para aquelas pessoas, de manter-se nos primeiros degraus de uma idéia. O rosado sentiu a atenção dos dois, por isso olhou para eles e acenou. Doro foi a única que correspondeu ao aceno.

— Ele está. — Doro concordou com o comentário do moreno.

 


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