Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 76
S04Ch17;




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Tsuyu retornava para a clínica na manhã seguinte, desta vez desacompanhado já que não sabia onde Tsuko se enfiou, nem mesmo tinha noção de sua atual situação com Doro, por isso considerou que era melhor pensar um pouco sobre o acontecimento, ou seja, não estava com ela naquela manhã. Ele até pensou um pouco sobre aquele beijo nos minutos seguintes, até mesmo cogitou bater na porta do quarto da garota, mas de alguma jeito aquilo lhe pareceu errado. "Como ela me beija e diz que vai dormir? Cadê uma explicação?" O mesmo pensou enquanto caminhava pelo corredor da clínica. Seu olhar estava ligeiramente mais sério que de costume, por isso que algumas enfermeiras não ousaram ficar em seu caminho. Ele levou a mão direita ao queixo, usando o indicador para esfregar o lábio. "Não tem medo de mim, mas tem de ser abandonada" ele pensou novamente, lembrando-se da conversa que teve com ela na noite anterior. Ele levou as duas mãos para o cabelo, coçando-o com vontade, bagunçando-o. "ARGH! Mulheres são complicadas! Eu preciso de um manual…" pensou, sentindo-se irritado. Ele suspirou, abaixando os braços e parando enfim a frente da porta do quarto do participante que nos últimos dias criou um belo espetáculo.

Então, puxou a porta para o lado. Assim, pode ver o interior do cômodo. E ficou em silêncio ao ver que o rosado estava na cama ainda, porém do seu lado esquerdo encontrava-se sua espada. Tsuko estava sentada ao lado dele, a ruiva exibindo um sorriso largo enquanto levava a mão direita para sua barriga, curvando um pouco seu corpo e gargalhando. E Rin jogou seu corpo para trás, deitando-se na cama e rindo ao ponto de escorrerem lágrimas. "O que diabos está acontecendo aqui?" ele pensou e deu um passo adiante, desta forma entrando no quarto e cruzando os braços.

— Aí meu pai disse: "Mulher, se você continuar com esse gosto por roupas, vou ter que vender órgãos para pagar as contas." — O rosado contou. Ele usava o antebraço direito para secar as lágrimas que escorriam, porém movendo seu rosto ao lado esquerdo e olhando para o moreno que o visitava. — E não é que voltou? —

— O que está fazendo aqui? — Tsuyu perguntou dirigindo sua atenção na ruiva que conseguia parar de rir. Não havia grosseria no tom, apenas uma curiosidade. 

— Quis ver como os dois ao lado estavam, por isso saí bem cedo. — Tsuko respondeu assim que conseguiu parar de rir, mas voltando seus olhos avermelhados para o garoto na cama. — E aproveitei para visitá-lo, conhecê-lo um pouco. — A ruiva deu continuidade quando percebeu algo em seu líder. — Quem tirou as bandagens? —

"Quem?" Tsuyu pensou, lembrando-se da noite anterior novamente, de como a kunoichi de Suna sugeriu que removesse, da sensação de seus lábios se tocando, da dúvida que ficou. Seu rosto se moveu para o lado quase que imediatamente, lutando contra o calor de suas bochechas que iriam revelar mais do que o necessário.

— Não importa. — O moreno sussurrou, mas deu continuidade ao mover a cabeça novamente, mantendo seus olhos amarelos atentos nos rubros de sua espada. — E o que descobriu sobre ele? —

— Eu tô aqui. — Rin comentou. Seu olhar ficou um pouco mais sério. Ele suspirou e olhou para a ruiva ao seu lado, porém deu continuidade. — Que seja… fale o que contei. —

— Ah, certo… — Tsuko comentou. Ela levou sua mão direita ao cabelo rosado, esfregando-o e continuando. — ...por enquanto, sei apenas sobre os seis primeiros anos de vida. Os pais de criação são médicos de Konoha, mas sempre conseguem passar um tempo em família, um deles é do clã Katsuryoku, como eu. Esse daqui é bem preguiçoso… — A ruiva levou sua mão direita para a bochecha do rosado, apertando-o um pouco. — ...mas é inteligente e gentil. —

Apesar de tudo, o rosado gostou daquele aperto em sua bochecha. Aquela sensação era muito familiar, por isso não tentou afastar aquela mão de sua bochecha, nem mesmo lutou contra o suave rubor. Seus lábios se moveram um pouco, assim tomando a forma de um sorriso gentil. 

— Quando tudo isso acabar… — Tsuko começou a falar e devagar afastou sua mão da bochecha do rosado. — ...talvez faça uma visita para esse parente em Konoha. —

— Meu pai vai gostar de conhecer alguém do clã, Oba-san. — Rin contou, porém continuou depois de sentar na cama e cruzar os braços. — Ele parece um pouco chato, mas é tudo fingimento. —

"Oba-san? Se conhecem a pouco tempo, mas ele já está a chamando de tia?" o moreno pensou. Ele desviou seus olhos amarelos da sua espada para o rapaz na cama, olhando-o. Até mesmo o rosado moveu sua cabeça um pouco, desta forma olhando para o moreno que o encarava. 

Os dois mantiveram expressões sérias, tornando o clima do cômodo pesado. Se alguém com boa imaginação passasse por ali, veria que raios saiam dos olhos de cada um deles e se cruzavam no meio do espaço.

O rosado semicerrou seus olhos, tornando sua expressão um pouco mais séria. O moreno o copiou alguns segundos depois, levando as mãos aos bolsos da calça moletom escura que usava naquela manhã. Tsuko suspirou, aproximou-se de seu líder e puxou sua orelha, levando-o para perto do rosado, então puxando a orelha dele também.

— Tá doendo! — Os dois comentaram em uníssono. Se olharam com a mesma seriedade de antes e continuaram. — Não repita o que eu- AH! —

Tsuko apertou as orelhas deles novamente, por isso que gritaram. Só soltando-os depois de alguns segundos e cruzando os braços abaixo dos seios.

— Parecem duas crianças. — Tsuko sussurrou, mas olhou para o moreno ao lado antes de dar continuidade. — Diga de uma vez o que está querendo aqui, Tsuyu. —

"Ela é brava de vez em quando. Seriam os hormônios da gravidez?" o rosado pensou e levou sua mão esquerda para a barriga da ruiva que abaixou o olhar quando sentiu o toque, mas não recuou. A mão do garoto gentilmente acariciava a barriga da ruiva. Então, a energia flui da palma e ele mantém um sorriso pelo canto dos lábios. Era nítido como o rosado estava contente, por isso que Tsuko acreditou que nada de mal acontecia com a vida que se desenvolvia.

— Está saudável… — O rosado sussurrou, afastando sua mão em seguida e fechando-a em punho, mas voltando sua atenção para o moreno. — ...diga. —

"Que bom" Tsuko pensou, sentindo-se aliviada enquanto levava as duas mãos para a barriga, deixando uma por cima da outra. Ela tomou distância da cama, aproximando-se de uma poltrona e se sentando, mas mantendo a atenção na dupla. Tsuyu ficou em silêncio por alguns segundos.

— Quero que aceite minha oferta. Não precisa mais participar do torneio. Seja meu braço esquerdo ou intere a Shutsuen-sha. — Tsuyu comentou. Ele cruzou os braços, assumindo uma expressão mais séria. 

— Não quero. Não estou afim de me meter em problemas. Se soubéssemos antes o que acontecia por aqui, nem pensaríamos em vir para cá. — O rosado comentou. Ele retornou a deitar-se na cama e usou os antebraços como travesseiro.

— Você não está falando sério. — Tsuyu murmurou.

Rin ficou em silêncio. "Claro que não estou falando sério, mas me atolei num problemão. Que saco…" pensou, suspirando com preguiça. Tsuyu moveu seu braço direito, direcionando a palma aberta para o rosado que apenas encarava sem entender. 

— Do que lhe adianta a vida, se você só foge? Um dia você não poderá fugir da Morte, aí verá o quanto perdeu fugindo, e não deixando que as coisas acontecessem. — Tsuyu comentou, lembrando-se de ter visto aquela frase numa obra há muitos anos.

Rin ficou em silêncio por alguns instantes. Até que começou a gargalhar, usando a mão direita para afastar a mão do moreno, sentando-se na cama e lentamente parando de rir, mas mantendo a expressão séria. Os dois estavam igualmente sérios, até mesmo Tsuko levantou-se acreditando que haveria problema. O rosado continuou em silêncio, dando vantagem para que o moreno continuasse.

— Estou pedindo sua ajuda. Não por mim, mas por cada criança que perdeu os pais para Ashram Chinoike, para cada pessoa que foi vendida por ele. — O moreno comentou. Ele levou sua mão direita à gola da camisa do rosado, puxando-o para perto de si. — Para cada pessoa que teme levantar o rosto, aumentar um pouco a voz, cometer um deslize qualquer. Estou pedindo sua ajuda por causa dessas pessoas. Elas precisam de nossa ajuda. — O moreno rangeu os dentes antes de dar continuidade, quase sentindo vontade de cuspir quando lembrava-se de Ashram. — Estou pedindo sua ajuda para trazer ânimo para essas pessoas. Da mesma forma que os espectadores se animam quando o veem naquela arena. Estou pedindo sua ajuda para trazer dias melhores para Amegakure. Você não sente o sofrimento das pessoas? Não escuta crianças chorarem por perderem os pais, adultos por alguém importante ser morto à sua frente? VOCÊ NÃO SENTE? — 

Rin ficou em silêncio. Porém, com aquelas palavras lembrou-se do velho no hotel, do acontecimento com sua esposa e depois com o primogênito. Ainda lembra-se da tristeza que o velho sentiu. E aquilo era com apenas uma pessoa, quem dirá o que acontecia com o resto dos habitantes de Amegakure? 

— Eu não estou pedindo ajuda. Amegakure quem está. E vai virar suas costas e fingir que não está acontecendo nada? Vai deixar crianças, adultos e velhos morrerem? Vai conseguir dormir à noite sabendo do que acontece por aqui? — Tsuyu perguntou. Ele fechou sua mão esquerda em punho, rangendo novamente os dentes. — Eu não quero mandar em Amegakure. Quero que os habitantes mandem em si mesmos, por isso que a Mangetsu nasceu. —

Rin continuou em silêncio. Lembrava-se ainda do rosto assustado do velho, e de como Ashram parecia contente com o que fazia. Aquilo não parecia mesmo certo. Já incomodado com o silêncio, Tsuyu dirigiu seu punho esquerdo de encontro ao rosto do rosado, porém acertou a palma direita dele. Rin continuou em silêncio enquanto cruzava novamente seus olhos com o moreno, apertando um pouco o punho dele em sua palma.

— Tenho algumas condições. — Rin sussurrou. Seus olhos mudaram do esverdeado costumeiro para o Sharingan, mantendo ainda a seriedade antes de dar continuidade. — Se aceitá-las, posso fazer parte disso. —

"De qualquer forma ele já me convenceu o suficiente. Aceitando ou recusando, dane-se" o rosado pensou. Ele afastou o punho do moreno e depois levou sua mão direita ao cabelo, coçando-o e suspirando.

— Quais são? — Tsuyu perguntou e cruzou os braços, mantendo toda sua atenção no rosado.

— A primeira é que ainda vou participar da próxima rodada. Houve uma aposta em meu nome, por isso não quero decepcioná-la. — O rosado comentou e um sorriso breve tomou o canto esquerdo dos seus lábios. — O que me diz? —

— Tá, pode ser. — Tsuyu comentou. Ele semicerrou seus olhos amarelos antes de de continuidade. — O lucro? —

— Isso eu converso com ela depois. — O rosado contou, mas deu continuidade depois de poucos segundos. — A segunda é que não haverá mais nenhum membro da Shutsuen-sha participando do evento. —

— Você está propondo um verdadeiro mata mata? — O moreno perguntou. Ele já tinha visto o potencial do rosado, por isso imaginava que ele teria muita vantagem contra os participantes que restavam.

— Não. — O rosado respondeu, balançando a cabeça de um lado a outro, então continuou usando o indicador da mão esquerda para apontar para o moreno. — Você será o adversário da rodada. E mais ninguém depois. — Ele usou o indicador para apontar para Tsuko que ouvia a conversa. — Oba-san está grávida. Então, não acho certo enfrentar uma grávida, mas você… — O rosado sorriu ao voltar a apontar para o moreno. — ...é líder da Mangetsu, um sonhador e membro do clã Hyuga. Além disso, tô devendo uma surra. —

Tsuko levou a mão direita para a boca na tentativa de abafar um riso, não acreditando que o rosado procurava por uma revanche. O moreno ficou em silêncio por alguns segundos, analisando cuidadosamente o que o rosado propunha.

— Eu aceito. Ganhando ou perdendo será meu braço esquerdo, certo? — Tsuyu perguntou, porém continuou com outra pergunta. — O que faremos com os participantes que restaram? —

— Certo. — Rin comentou, mas continuou depois de alguns segundos. — Essa era a próxima condição. Os participantes que sobreviverão até agora serão membros da minha unidade. Um amigo me disse que cada membro da Shutsuen-sha tem um exército pequeno com cinquenta pessoas. Um exército de ninjas médicos independentes, ou seja, que não servem a você. —

Tsuyu ficou em silêncio com aquela proposta. Poderia muito bem recusá-la, porém… nada impediria aquilo de acontecer. Os participantes estavam no evento para lutarem por suas vidas, por isso que morreriam. Além disso, Rin estava propondo em fazer um treinamento para que os participantes aprendessem sobre o Ninjutsu Médico. Claro, não iam responder a ele, mas era questão de enxergar por outros caminhos. Aquele novo exército não responderia a ele, contudo o rosado como seu braço esquerdo deveria obedecê-lo, ou seja, uma vantagem.

— De acordo. Que nome está pensando em colocar para o seu grupo? — Tsuyu perguntou, sentindo-se um pouco interessado no desenvolvimento daquela conversa.

O rosado sorriu.

— Rokujūshi. — O rosado respondeu aquela pergunta. Ele considerava aquilo como uma homenagem a sua antiga equipe. Ele deu continuidade. — E tenho uma última condição. —

— Qual é? — Tsuyu perguntou.

O Sharingan voltava ao costumeiro esverdeado. Rin não perdeu aquela seriedade.

— Acabe com a Mangetsu quando tudo acabar. Todos os membros, de todas as posições, estarão dispensados. — Rin comentou, mantendo sua voz firme e um olhar sério, bem concentrado no moreno.

[ ۝ ]

A conversa por mais alguns minutos. Só parou quando a porta do quarto deslizou, chamando a atenção do moreno que olhou para a entrada. E ele ficou em silêncio ao rever Doro com uma sacola que tinha um bom cheiro. "Ela está trazendo comida?" o moreno pensou, sentindo as bochechas se esquentarem quando a kunoichi lhe encarou por alguns segundos, mas ela sorriu graciosamente. Um belo movimento daqueles lábios que encostaram nos dele na noite anterior. Ele engoliu em seco quando a garota caminhou, passando por ele e ficando ao lado do rosado na cama.

— Olá, Tsuyu. Dormiu bem? — Doro perguntou, mas voltou sua atenção para o rosado na cama. E puxou de dentro da sacola alguns bolinhos de arroz. — Aqui está o que me pediu. — Ela olhou para a ruiva que continuava sentada. — Desculpe, não encontrei Dango algum até onde fui, mas na volta podemos fazer outro caminho. —

— Obrigado, Doro. — Rin comentou e já deu uma mordida no bolinho de arroz.

— Tudo bem. — Tsuko comentou. Ela nem ao menos parecia decepcionada.

— Mais ou menos. Demorei pra pegar no sono. E você… dormiu? — Tsuyu perguntou, engolindo em seco ao fazer aquela pergunta. 

— Se quer saber… — Doro comentou, aproximando-se dele e colocando a mão direita no ombro do mesmo, sorrindo para ele. — ...muito bem. —

— Está aqui a quanto tempo? — Tsuyu perguntou. Ele lembrava-se do quão próximos estavam na noite anterior, por isso aquela distância não era muito significativa. 

— Acordei e ela já estava aqui. — Rin comentou antes de dar outro mordida e continuar com seu comentário. — Chegou algumas horas antes da Oba-san. —

— Dormi bem e acordei cedo. Então, vim para cá por não ter nada para fazer. — Doro contou. Ela afastou-se do moreno, retornando para perto do rosado e cruzando os braços. — Sobre o que estavam conversando? Não está contando meus podres para ele também, né? —

— Você não tem podres… — Tsuyu comentou. Ele queria dizer que ela era perfeita, mas acharia idiotice. Ele deu continuidade. — ...que eu saiba. Estávamos falando sobre amanhã. —

— O que tem amanhã? — Doro perguntou e levantou as sobrancelhas. Claramente estava em dúvida quanto ao comentário do moreno.

Tsuyu ficou em silêncio, mas prestou atenção na kunoichi. Ela não parecia afetada pelo que aconteceu ontem. Ele semicerrou os olhos por um instante, começando a imaginar que tudo não passou de um sonho, quem sabe até mesmo um Genjutsu, mas não seria isso o caso. 

— Ah, nada de tão interessante. — Tsuyu comentou, porém continuou depois de se virar e seguir para a porta. — Eu tô indo nessa. Tsuko, me acompanha ou vai continuar agindo como uma tia? —

— A segunda opção me parece melhor, Oba-san. A cara dele não está das melhores, não acham? — Rin perguntou com um tom provocativo, mas deu continuidade. — Me engano… acho que essa é a cara de sempre. —

— Eu não acho. Ele parece contente com alguma coisa… — Doro comentou e cruzou os braços abaixo dos seios, seguindo até a porta também antes de continuar. — Eu vou ao banheiro, já volto. —

— Eu vou ficar por mais algum tempo. — Tsuko comentou, mas deu continuidade depois de olhar para a kunoichi que seguia para a porta. — Quer companhia? —

— Tudo bem… — Tsuyu sussurrou e deslizou a porta, desta forma abrindo-a para que a kunoichi passasse. — ...até depois. —

— Agradecida. — Doro comentou.

Tsuyu fechou a porta. E olhou para Doro que estava ao seu lado, sorrindo para ele da mesma forma que sorria nos outros dias. "Eu digo alguma coisa? Pergunto sobre o beijo?" pensou, virando-se e caminhando para a saída. Doro o acompanhava, seguindo ao seu lado direito e mantendo os braços cruzados. Ele olhou para o lado dela.

— Então… — Tsuyu começou a falar, porém foi interrompido.

Doro olhou para os lados no momento em que passavam por um quarto vazio e de porta aberta, usando suas mãos para empurrar o moreno para dentro e bater a porta. Tsuyu ficou sem entender até o momento em que sentiu as mãos da garota em seu ombro, depois ele sendo jogado contra a parede e ela se aproximando muito dele. Quebrando qualquer limite. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, perguntar sobre o que estava acontecendo, se ela viu alguma coisa, sentiu algo, ela lhe atacou os lábios. Doro selou seus lábios aos dele como na noite anterior. Inicialmente, ele ficou surpreso, porém moveu sua mão direita para a bochecha da garota enquanto a esquerda a abraçava, sentindo quando os braços dela envolveram seu pescoço. 

O beijo era lento, porém afetuoso, nostálgico. 

E ela foi a primeira a recuar por necessitar — muito — respirar, mas não se afastou dele. Os dois partilhavam o mesmo fôlego. 

— O que foi isso? — Tsuyu perguntou. Suas palavras não passaram de sussurros já que estavam ridiculamente próximos um do outro.

— Um beijo. Como o de ontem. — Doro respondeu, sorrindo pelo canto dos lábios, mas continuando. — Você é líder de uma gangue que está lutando com outra, por isso não acho certo fazer isso tão abertamente. —

"Ela está pensando em riscos? Que mulher…" o moreno pensou, esforçando-se para não sorrir após aquela explicação.

— Então, não quer do jeito convencional? — Tsuyu perguntou. 

— Por enquanto? Não. Gostaria de me divertir com você antes de tornar público qualquer coisa, Tsuyu. — Doro respondeu. Sua voz carregando um pouco de divertimento, porém malícia também era presente.

Antes que o moreno pudesse dizer alguma coisa, Doro o calou com outro beijo, mas esse foi mais curto do que o anterior. E ela levou a mão direita para a porta, abrindo-a levemente e afastando-se um pouco do moreno nesse processo, mas a mesma se surpreendeu um pouco quando ele lhe segurou o pulso direito, levantando sua mão acima da cabeça. E ele se aproximou mais dela, porém não selou seus lábios aos dela como a mesma imaginava que aconteceria.

— Isso não é "qualquer coisa", Doro. — Tsuyu sussurrou com um pouco de seriedade, mas havia uma bem presente calma. Ele desceu seus olhos amarelos para os lábios da garota antes de dar continuidade. — Eu tô de acordo. —

[ ۝ ]

Era o dia seguinte. E Doro viu-se apenas com Tsuko na área privada do Coliseu, olhando para o assento que devia estar ocupado pelo moreno, mas que para sua infelicidade e curiosidade não estava ali, nem mesmo o virá nas últimas horas.

— Cadê ele? — Doro perguntou.

— Pela vigésima quinta vez… — Tsuko começou a falar, lembrando-se da mesma pergunta feita pela garota tantas vezes em tantos minutos antes. — ...já vai chegar. —

Antes que Doro pudesse dizer alguma coisa, a ruiva se adiantou ao olhar para o relógio. Já estava na hora do evento começar. A platéia até mesmo ansiava por aquilo. Então, apertou o botão do microfone enquanto duas portas eram abertas simultaneamente um de cada lado da arena.

[ ۝ ]

Rin saia solitário da porta a esquerda da arena. E imediatamente levantou seu braço direito com a mão fechada em punho, desta forma rendendo muitos gritos animadores. Então, a voz de Tsuko soou por todo o Coliseu.

— Senhoras e senhores. Bem vindos ao último dia do evento. Eu gostaria de anunciar que desta vez eu, Katsuryoku Tsuko, não participarei. Porém, alguém muito melhor está em meu lugar. Vocês o adoram… —

Outra pessoa saia do lado direito da arena. Este manteve os braços cruzados enquanto caminhava. Os gritos de animação cresceram quando perceberam quem caminhava. Era o próprio líder da Mangetsu que ignorava completamente a plateia, mantendo sua atenção única e exclusivamente no adversário distante. 

— ...e muito. Os participantes que sobraram já sabem da atual situação deles, que não convém ser divulgado cedo. Hoje teremos uma batalha, porém um contra um. Do lado esquerdo temos Rakun Uchiha, de Konoha. Do lado direito temos Tsuyu Hyuga, de Amegakure. —

"Eu não uso o nome do meu clã, idiota" Tsuyu pensou, sentindo-se um pouco incomodado, mas mantendo sua atenção no rosado ainda distante.

"Rakun Uchiha? Prefiro Rin Katsuryoku, Oba-san…" Rin pensou e cruzou os braços, mas sua atenção continuou no distante moreno. 

— Comecem! —

Era a voz de Tsuko. E o fim da transmissão. O rosado ficou em silêncio, imóvel, concentrado na posição do moreno que parecia copiá-lo, mas aquela paradeira não demorou tanto. Os dois dispararam de suas posições. Rin fechando sua mão direita em punho durante a proximidade, Tsuyu abrindo bem sua palma esquerda. O rosado dirigiu seu soco para o rosto do moreno, e o Hyuga dirigindo sua Palma Gentil para o rosto do Uchiha.


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