Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 68
S04Ch09;




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Rin apagou por meia hora. Sua última lembrança foi dele tentando se aproximar de sua amiga, sentindo o corpo amolecer até a inconsciência chegar. Então, acordou num lugar desconhecido, mas que obviamente parecia uma jaula para animais selvagens de grande porte. Ele estava deitado em cima de muito feno, depressa se sentou e olhou para os lados, buscando por qualquer informação, mas ali estava escuro demais. Ele podia ouvir outras pessoas, mas não tinha a mínima ideia de quantas eram. O rosado colocou-se de pé, olhou para as grades da jaula e sorriu pelo canto dos lábios. "Não serão essas coisas que vão me impedir. Um soco bem dado e eu acabo com isso. Obrigado, Sakura-sama" pensou e fechou sua palma direita em punho, tornando seu olhar ligeiramente mais sério e o direcionando para as grades, mas não funcionando. Não apenas não funcionou, como também recebeu uma forte descarga elétrica que o atirou para trás da jaula. "Eu tô com força comum?" pensou, esquecendo-se do ataque importante do líder da Mangetsu. Ele coçou seus olhos com a mão direita, mas moveu a cabeça para o lado esquerdo quando ouviu uma risada. Ele podia não ver o rosto, mas reconheceria facilmente um homem pela forma que ria.

— Qual a graça? — O rosado perguntou. Ele esperava que seus olhos pudessem se adaptar à escuridão.

— Sempre tem um idiota que tenta quebrar as grades para matar os outros antes da hora. Então, você é o idiota que não sabe sobre as grades serem eletrificadas. — O garoto zombou.

— "Matar os outros antes da hora". — O rosado repetiu uma frase em particular da outra pessoa, mas deu continuidade depois de fechar suas mãos em punhos. — O que isso quer dizer? —

— Você não sabe onde estamos? — O garoto ao lado perguntou, mas continuou quando obteve um silêncio como resposta. — Estamos em baixo do Coliseu. O torneio mortal da Mangetsu. Nós dois e mais cento e noventa e oito participantes. —

— Me explique sobre esse torneio. — O rosado pediu. Ele se aproximou das grades, mas por experiência passada não as tocou, apenas sentou-se perto delas. 

— O que vou ganhar se contar para você? — O garoto perguntou. Havia um pouco de malícia em sua voz. — Quanto menos souber, mais fácil será matá-lo. —

— Eu sou um ninja médico. — Rin contou. Ele já havia entendido que o outro queria barganhar, por isso entraria no jogo. — E dos bons. Então, me dê as informações que estou querendo, em troca ofereço meus serviços gratuitos para você. Não deixarei que morra. —

— Hm… — O garoto murmurou, mas deu continuidade depois de alguns segundos. — ...tá certo. Esse evento é uma inspiração a outro que acontecia numa ilha para os ricaços, mas acho que pode ser boato já que nunca ouvi falar sobre. Nessa primeira versão os ricaços levavam seus competidores, então aconteciam as lutas. O lado vencedor ficaria com ambos competidores, mas novamente… não sei se isso é verdade já que nunca ouvi falar. Nessa segunda versão… — O garoto pausou, suspirou e continuou com sua explicação. — ...somos levados para a arena acima. Lá é cada um por si, somos permitidos a matar uns aos outros. Os prêmios mudam dependendo do que nos destacamos nesse torneio. —

— Quais os prêmios? — O rosado perguntou. 

— Bom, Tsuyu-sama está a seis meses buscando por um braço esquerdo, por isso acredito que esse seja um dos prêmios. — O garoto respondeu, mas continuou depois de outro prolongado suspiro. — Mas também escutei por aí que está faltando alguém especializado em Ninjutsu na Shutsuen-sha. Então, pode ser esse cargo se nos destacarmos. —

Rin ficou em silêncio. Ele não conhecia nada sobre aquele grupo mencionado pelo outro. "Especializados? Caralho, onde eu tô me metendo? E para que um braço esquerdo?" o rosado pensou, levando a mão direita para os olhos e suspirando. Cada vez mais, sentindo-se arrependido por ter escolhido Amegakure como local de aprendizado.

— Explique sobre a Shutsuen-sha. — O rosado pediu.

— São quatro pessoas. Cada uma delas é especialista em alguma coisa. Kanako Urai é a melhor em Taijutsu, Fushin em Genjutsu, Musashi em Kenjutsu e Hosen em Kugutsu. Cada um deles comanda cinquenta pessoas treinadas por elas. São do alto escalão da gangue Mangetsu. — O rapaz respondeu, mas deu continuidade depois de um risinho. — E sempre tem um sortudo que ganha uma bolada de Ryo por apostar na pessoa certa. —

"Então, a Mangetsu tem no mínimo duzentas pessoas à sua disposição" o rosado pensou. Aquele número já era consideravelmente alto, mas não tinha a mínima ideia do número da Shi no Hana, no entanto ele acreditava serem consideravelmente maiores pelo maior tempo. Ele mordeu seu polegar, sentindo o suor frio escorrer lentamente de seu rosto. 

— Se você é mesmo um ninja médico, morrerá bem rápido. O seu tipo não é exatamente ofensivo. Então, recomendo que se esconda e espere todo mundo se matar. — Foram as palavras do garoto ao lado. Havia um leve divertimento no tom que usou.

— Obrigado pelo conselho. — Rin comentou, mas deu continuidade depois de olhar em volta. Ele escutava murmúrios, mas não conseguia entendê-los por estarem distantes dele. — Quando isso começará? —

— Doze horas. — O rapaz respondeu, mas deu continuidade depois de alguns segundos em silêncio. — Recomendo que descanse, ninja médico. Aliás, qual seu elemento de Chakra? Podemos desenvolver alguma estratégia para eliminarmos os concorrentes. — O rapaz comentou, no entanto continuou quando não obteve uma resposta, só que agora sussurrou. — Os meus elementos são o Suiton e o Katon. Ah, e o Futton. —

"Futton? Ele tem uma Kekkei Genkai de natureza? Olha só, que interessante" o rosado pensou. Ele poderia dizer naquele momento que tinha um Doujutsu, mas não sabia se aquela informação seria útil, ou melhor, se não viraria um alvo para conseguirem seus olhos. Ele mordeu os lábios com um pouco de força.

— Katon, mas só isso. E parece interessante a gente desenvolver uma estratégia. — Rin respondeu, mas continuou esperando que a próxima informação fosse um pouco útil. — Posso ser um ninja médico, mas tenho uma força sobre humana. Então, posso lutar na ofensiva também. —

"Como ele sabe que faltam doze horas?" o rosado pensou. E estaria para perguntar sobre, mas calou-se quando percebeu um detalhe curioso. Havia um relógio um pouco longe de onde estavam. E lá marcava agora onze horas e cinquenta e cinco segundos, ou seja, o tempo para que o evento começasse. "E eu não percebi isso? Cacete…" pensou novamente.

— Um médico que luta na ofensiva. Você acabou de ganhar o meu interesse. — O rapaz comentou. Havia um ânimo no tom que o mesmo usou, mas nada parecido com malícia nas entrelinhas. — Meus amigos e aliados me chamam de Zaō Ontake. —

— Hm… — Rin murmurou. Ele possuía alguns nomes a serem ditos naquela apresentação. Ele suspirou antes de continuar. — ...Katsuryoku Rin. —

"Ou Uchiha Rakun, ou Shiki de Takigakure. Cara, eu tenho muitos nomes…" o rosado pensou. Ele se esforçou ao máximo para não sorrir ou até mesmo rir daquele pensamento, não queria fazer com que o outro duvidasse dele.

— Já ouvi esse sobrenome em algum lugar. — O rapaz comentou. O tom de sua voz sendo bem carregada com dúvida. Então, deu continuidade. — Agora, papo sério. Você vai mesmo dar cobertura com seu Ninjutsu Médico? —

— Eu cumpro as minhas promessas… — Rin comentou, mas lembrou-se de uma em particular, por isso que se corrigiu quase que no mesmo instante. — ...a maioria delas. — 

— Beleza. E se formos os últimos a sobrarem na arena? — O rapaz perguntou. Aquele era um tópico deveras interessante.

— Eu desisto. E deixo a vitória para você. — Rin respondeu. Ele percebeu que o rapaz possuía algumas informações interessantes, por isso acreditou que era um bom informante ou, quem sabe, alguém atento o suficiente. — Já ouviu alguma coisa sobre um grupo que se denomina Cavaleiros do Apocalipse? Seus nomes são… —

— Gluttony, Prague, Death e War. — O rapaz o interrompeu, mas deu continuidade depois de alguns segundos. — Sei apenas sobre um deles. —

— Quem? — Rin perguntou.

— Death. Bom, qualquer um de Kusagakure conhece sua história. — Ontake comentou. Sua voz tornando-se mais séria, áspera. Ele esperou por algum comentário do rapaz ao lado, continuando quando não obteve nada. — Ele não tem um nome. Ele foi abandonado recém nascido em algum lugar no país da grama, mas sabe-se que sua mente era corrompida demais. Não havia qualquer traço de bondade, generosidade, lá dentro. Seus olhos expressavam a mais pura crueldade, ódio com tudo o que era vivo ao seu redor. Sabe-se que ele foi parar no Castelo Hozuki aos dez anos. Acharam que estaria tudo resolvido, mas não se deram conta de que jogaram um gato dentro de uma gaiola com pássaros. Ele matou ⅔ dos presos e guardas antes de escapar aos quinze anos. Conta-se que, nas noites de lua minguante os guardas eram mortos, nas noites de lua crescente era a vez dos presos. E que costumava cantar uma canção nas noites de lua cheia. —

Rin ficou em silêncio. Então, aquele era o tipo de pessoa que Misa encontrou e milagrosamente sobreviveu. Ele engoliu em seco, não querendo imaginar o pior cenário. 

— Obrigado, Take. — Rin murmurou. Ele acabou se sentando e abraçando as pernas. — Então, você é de Kusagakure se tem conhecimento dessa história? —

Ontake estava para responder, mas então as luzes se acenderam. Assim os dois rapazes se olharam e memorizaram seus rostos. Ontake possuía cabelo liso escuro com um coque, seus olhos eram vermelhos e não escondiam uma pequena seriedade costumeira dele, o rapaz usava uma camisa de malha de aço com uma jaqueta laranja de manhãs pretas, luvas escuras, calça acinzentada, sandálias abertas para os dedos. Um sorriso divertido passou por seus lábios, mas o desfez depressa.

— Não. Sou apenas muito viajado. Minha origem é de Kirigakure. — Ontake respondeu. 

[ ۝ ]

As horas passaram. Rin foi um dos últimos a levantar-se e ficar a frente das grades. Ele olhou para Ontake que escondia as mãos trêmulas nos bolsos da jaqueta, o garoto olhou para o rosado e um sorriso divertido passou por seus lábios. Nenhum deles diria "Boa sorte" ao outro. As grades se moveram no momento em que o relógio zerou. Rin deu um passo adiante, levantando sua cabeça e olhando para o segundo andar, desta forma olhando para outros participantes que desciam pelas inúmeras escadas, mas depois olhou para a grande e espaçosa porta de saída daquele lugar. Ele pôs as mãos nos bolsos e começou a andar para lá, sentindo o coração galopar em seu peito, mordendo os lábios para evitar dizer qualquer coisa, sentindo o suor frio escorrer pelo rosto.

[ ۝ ]

Quando estava muito perto da saída… tornou-se audível sons de pés batendo no chão e de palmas. Era um som rítmico. Que fazia com que qualquer coração disparasse por mais calmo que a pessoa estivesse. Rin usou o antebraço direito para cobrir seus olhos quando deixou a saída. E continuou andando mais um pouco até reparar para onde foi levado. Era uma arena semelhante ao do Exame Chunnin, porém consideravelmente maior para que duzentas pessoas pudessem se mover lá dentro, era um terreno até o momento amplo e aberto já que viam o céu azul com nuvens de chuva acima de suas cabeças, ou seja, ainda estavam em Amegakure. Também tinha uma grande platéia. E eram essas pessoas que batiam as mãos e os pés. A arena de combate era cercada por vidro, desta forma protegendo a plateia. Além disso, tinha-se também uma área particular, mas Rin não conseguia enxergar as pessoas que ali assistiam. 

— Bem vindos ao Coliseu… — Era uma voz bem conhecida. Não era do líder da Mangetsu, mas de sua espada. — ...essa edição será um pouco diferente do que estão acostumados a assistirem e participarem. Não será o tradicional mata-mata, mas obviamente que estão autorizados a se matarem. Afinal, essa é a graça do espetáculo. Bom, quem revelará sobre essa edição será nosso querido e amado Tsuyu-sama. —

Um momento em silêncio, mas uma porta se abriu do outro lado da arena. E apenas uma pessoa começou a andar. Quando a plateia percebeu quem era… a animação cresceu. Houveram pessoas que gritaram de pura animação. Rin olhou para trás, desta forma encarando alguns participantes que davam vários passos para trás, houveram outros que até mesmo correram para onde saíram e bateram na porta como se conseguissem abri-la. Eles estavam desesperados.

— Bem vindos, competidores… — A voz era familiar. Era Tsuyu. Sua voz se mantivera calma, mas havia um leve divertimento, quase uma malícia, imposta. — …a edição desta vez será de eliminação. Deixem meus quatro participantes incapacitados, sem matá-los, mas obviamente que eles estão autorizados a irem com tudo. As apostas já estão quase encerradas… —

Rin ficou em silêncio por um segundo. Ele escutava alguns "puta que pariu, é mesmo ela" e "fodeu e muito, galera", entre outras coisas. Ele levou o indicador e o médio para o lábio, respirou fundo e emitiu um assobio que levou a atenção de todos — literalmente todos — para ele. Então, levantou o braço direito com a palma aberta.

— EU TENHO UMA DÚVIDA. — Rin berrou com todo o fôlego que tinha em seus pulmões.

Um instante em silêncio. Ninguém parecia acreditar que um participante teria uma dúvida. Até mesmo conversas aconteceram na platéia animada a respeito daquele rosado.

— ...sim, participante? — Era a voz de Tsuyu. E claramente mostrava interesse e dúvida em cada palavra.

— VOCÊ DISSE SOBRE APOSTAS. ENTÃO, QUERO APOSTAR QUE VOU VENCER. E SERÃO DE 40000 RYO. — Rin berrou novamente. Claramente lutava contra a vergonha por ser a atenção de tanta gente.

— Os participantes não podem apostar em si mesmos. Não há garantia de que receberemos seu dinheiro caso venha a… perder. — Tsuyu comentou. Sua voz era séria, mas dava para sentir algo nas entrelinhas.

"Eu já entendi. Doro poderia apostar em mim…" Rin pensou. Ele respirou fundo e usou o polegar da mão direita para apontar para si mesmo. Um sorriso animador tomando seus lábios. Ele já estava cansado de gritar, mas tinha de fazer isso uma última vez.

— DORO. CASO ESTEJA ASSISTINDO… APOSTE EM MIM ESSA QUANTIA. — Ele gritou pela última vez. Torcendo para que a garota estivesse ali ouvindo.

Um momento de silêncio.

— A aposta está feita. A última aposta do evento. — Tsuyu comentou. Havia divertimento em sua voz. Então, calou-se por um segundo para que retornasse ao personagem. — Caso alguém vença a competição… o prêmio será tornar-se o meu braço esquerdo, mas poderá ser um Shutsuen-sha caso destaque-se em Ninjutsu. Então, que os jogos comecem… —

E o microfone desligou. Então a pessoa ainda distante começou a andar com tranquilidade. Algumas pessoas que estavam atrás de Rin fugiram para a porta e bateram nela com violência. A pessoa começou a correr, então pulou. E caiu no meio de algumas pessoas, mas também em cima de duas. No momento em que as pessoas a percebem, saíram correndo completamente assustadas.

Aquela pessoa era uma mulher. Seu cabelo era castanho e comprido e trançado, a mesma possuía bandagens que começavam nos cotovelos e iam até os dedos, a mesma coisa acontecia em suas pernas — joelhos até às solas dos pés — e usava um quimono azul claro com uma faixa preta na cintura, bandagens também cobriam todo seu abdômen, ou seja, escondiam os seios, e vestia uma calcinha esportiva. Seu corpo estava cheio de músculos. Aquela era Kanako Urai, especialista em Taijutsu. 

A mulher girou seu corpo em 180°, levando o braço direito para frente com o punho fechado, acertando um atrasado que voou longe, mas passou pelo lado de Rin. O rapaz foi jogado contra o vidro reforçado, seu corpo foi esmagado. Ele estava morto depois de receber um único golpe. E a plateia foi à loucura.

A mulher aproximou-se de Rin. Sua expressão mantinha-se séria quando ela fechou seu punho direito para outro golpe. O rosado ficou em silêncio, surpreendido pelo que Kanako fez a uma pessoa com um único soco, mas lembrando-se que deveria fazer alguma coisa. Ele ativou seu Sharingan, desta forma prevendo onde exatamente seria o ataque dela. Precisaria daqueles olhos se quisesse sobreviver. Além disso, gostaria de estudá-la para encontrar alguma brecha, por isso tomaria a distância no momento ideal. Ele soube onde a mulher ia atacá-lo. Seria um golpe direto em seu abdômen. Provavelmente, o mesmo que usou para arremessar o primeiro desafortunado. Por isso que usou o punho direito para acertar um soco no cotovelo direito da mulher, desta forma mudando o ataque, mas assim mesmo um vento fortíssimo se originou dos punhos dela. Um vento tão forte que jogou algumas pessoas para longe, mas não matando-as. Ele sabia que não deveria ficar tão perto de alguém que especializou-se em luta corporal, por isso que tentou se afastar dela, mas empurrando-a com um ataque. Sim, ele tentou atacá-la. Ele fechou sua mão esquerda em punho, então o direcionou ao abdômen da mulher, acertando-a, mas nada acontecendo. Ele engoliu em seco.

— Fez cócegas… — Kanako sussurrou para ele. Havia um leve divertimento em sua voz nada feminina, energia como se aquilo não passasse de um treinamento para ela.

 


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