Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 61
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— Ele vai voltar quando perceber que esqueceu a carta de recomendação. — Doro balbuciou segundos depois de perceber que o companheiro de equipe não voltaria.

A shinobi da areia não tinha mais o que fazer. Parou de abraçar suas pernas, saiu da cama e se aproximou da janela, movendo uma persiana com o indicador, mantendo seus olhos púrpuros nas duas figuras que nem desconfiavam que eram observadas. Ela observou seu companheiro de equipe passando por eles, então um depois de alguns segundos decidiu que o seguiria, deixando o outro para observá-la. Doro afastou-se da janela no momento em que escutou uma singela batida na porta. Não queria admitir, mas se assustou já que estava tão concentrada numa coisa. Por segurança equipou o disparador de Senbon no braço direito, verificando que as próprias agulhas envenenadas estavam carregadas, ou seja, prontas para serem usadas. "Espere, porque alguém iria bater na porta se fosse me fazer algo ruim?" foi o que pensou, mas uma parte minúscula dela sabia, entendia, que segurança nunca era demais. Ela se aproximou da porta e levou a mão esquerda para a maçaneta.

— Quem é? — Doro perguntou. Ela sentia um suor frio escorrendo casualmente de seu rosto e pingando no assoalho.

— Eu… — Era uma voz feminina. 

Uma voz que Doro não demorou para assimilar de quem pertencia. De imediato girou a maçaneta da porta e a deslizou, desta forma revelando a pessoa do outro lado que aguardava pelo seu atendimento. Ela só sabia o nome daquela mulher: Tsuko. Sem dúvida, era a definição de beleza de Amegakure. A mulher possuía um cabelo ruivo completamente liso que escorria até seus cotovelos, seus olhos eram avermelhados e não escondiam sua cotidiana seriedade, ou calma em determinadas situações. Tsuko possuía fenomenais curvas, provavelmente era desejada por incontáveis homens, mas não se interessaria por nenhum deles já que seu coração era de um que já havia partido, mas plantado-lhe uma semente que mês a mês se tornaria evidente pelo tamanho de sua barriga que, naquele momento, não revelava nada demais. Tsuko vestia uma camiseta de lã branca de gola larga escura que cobria uns dez centímetros depois dos seios, uma jaqueta marrom de plumas escuras, luvas que não cobriam seus dedos calejados pelo manuseio de uma espada que estava embainhada na cintura, uma bermuda escura que revelava demais de suas belas coxas, aquecedores de perna que iam desde seus tornozelos até às coxas e, por fim, sandálias com aberturas nos dedos. 

As duas se conheceram na escadaria do prédio. No exato primeiro dia da shinobi de Suna por ali. A mulher — na faixa dos 22 anos — na maior parte do tempo era quieta, mas sua presença era ligeiramente acolhedora, Doro sentia-se levemente mais confortável quando a ruiva estava por ali.

— Algum problema, Tsuko? — Doro perguntou. Ela então se deu conta do que estava vestido, por isso se escondeu atrás da porta. — Desculpe, é que estava sozinha com ele, mas se me der um minuto… —

— Não há nada de errado. É bom quando um casal de ama de verdade. — Tsuko comentou e levou a mão direita para sua barriga e gentilmente acariciou, mas balançou a cabeça. — Tô indo no mercado comprar alguma coisa. Como você não gosta de sair… o que gostaria que eu trouxesse? —

"Não é que eu não goste de sair. Eu só não quero ser seguida…" a Shinobi de Suna pensou, engolindo em seco e encostando sua cabeça na porta. Ela saiu de um lugar com liberdade para fazer o que bem entendesse, para chegar em outro lugar em que sentia-se desconfortável só por andar na rua. Seus olhos púrpuros se moviam, concentrando-os nos avermelhados da bela mulher que aguardava ainda por sua resposta, mas mantinha uma expressão duvidosa.

— Se possível… me traga outro pão de mel, tudo bem? Ah, e chocolate do mais amargo que encontrar. — Doro comentou, mas deu continuidade ao notar a dúvida ainda nos olhos da mais velha. — Shiki gosta de chocolate amargo. Ele não gosta de nada doce, por isso só compro chocolate do mais amargo para ele. —

— Ah, certo. — Tsuko comentou e levou sua mão direita para o cabelo da garota, dessa forma afagando enquanto a olhava. — Quando voltar, poderemos conversar sobre como se conheceram, tudo bem? —

— Tudo bem… — Doro respondeu. Ela levou as mãos para os ombros da ruiva, desta forma a empurrando gentilmente para longe da porta. — Então, vá logo. Posso me esquecer de algumas coisas se você demorar muito. —

Tsuko gargalhou. Ela quase entendeu o pequeno jogo feito pela Shinobi de Sunagakure. Era para voltar depressa porque ela e o bebê em desenvolvimento estavam desejando os pães de mel, por isso que não deveria demorar no corredor. Doro fechou a porta, mas manteve-se encostada nela, suspirando pesado enquanto seu corpo deslizava até o momento em que se sentou no chão gelado, abraçou suas pernas e soltou um suspiro pesado. Era fácil contar uma mentira que já haviam decorado, mas era difícil contá-la para alguém que pegou afeição. Ela levantou sua cabeça um pouco, desta vez mantendo seus olhos no teto do apartamento, suspirando de forma longa e pesada. Ela odiava se sentir como um pássaro numa gaiola que contava mentiras. Odiava dar um passo na rua e já ser seguida por uma pessoa. A clássica brincadeira de gato e rato. Ela abraçou suas pernas com mais força, mas parou com isso para que se levantasse e esfregasse os olhos ligeiramente úmidos, então saiu da porta para que se aproximasse da cama, mas acabou indo para a janela e olhando para fora. "Ué, não está mais lá… acho que cansou de fazer nada por horas, né?" ela pensou, então retornou para a cama e se deitou, fechando seus olhos por um momento.

— Vai ver… está nos observando de outro ponto. Devem ter percebido que estavam sendo observados também. — Ela sussurrou para ninguém em especial. Estava sozinha no quarto.

Ela se sentou na cama depois de balbuciar as poucas palavras. Não seria estúpida de verificar se era aquilo mesmo. Só não tinha mais o que fazer. Então, saiu da cama para se aproximar de sua mochila de viagem, levou a mão esquerda para dentro e puxou uma caixinha de ferro larga que dizia "toxinas e antídotos" e a levou para a cama. Abriu a pequena caixa e olhou para uma boa quantidade de frascos com líquidos multicoloridos. Desde que saíram de Sunagakure, ela veio colecionando venenos de incontáveis criaturas, plantas e outras coisas que encontraram pelo caminho. Ali até mesmo tinha Tetrodotoxina. Os frascos eram menores do que as falanges distais dos mindinhos. Os líquidos dentro eram separados por concentração do veneno — do mais forte ao mais fraco — com os próprios antídotos. Ela mexeu por alguns segundos nos frascos, mas um deles saiu da caixinha e rolou pela cama e caiu no assoalho e rolou para debaixo da cama.

— Ah, droga… — Ela murmurou.

Ela saiu da cama, se ajoelhou e olhou para o espaço ligeiramente escuro abaixo da cama. Sua visão em algum momento iria se adaptar ao escuro, por isso sabia que não demoraria para encontrar o frasco. Por estar embaixo da cama, percebeu quando a porta foi lentamente sendo aberta. Ela sabia como seu companheiro estava vestido, por isso sabia que não era ele quem dava um passo adiante no quarto. Ela mordeu os lábios um pouco, levou a mão esquerda para o disparador em seu braço direito.

— Ah, querido. Que bom que chegou. Será que pode me ajudar? Não estou achando a minha calcinha. Aquela vermelha de renda que você arrancou nos dentes ontem. — Doro comentou com um pouco de diversão, mas carregando suas palavras com uma leve malícia.

Os passos cessaram. A pessoa manteve-se no lugar. Doro semicerrou os olhos um pouco mais. Aquele era o momento em que agiria. Ela saiu debaixo da cama e apontou o braço direito para frente. Aquele invasor nem mesmo era Tsuko, por isso que não se importou quando ativou o disparador. O invasor não conseguiu reagir a tempo. Antes que percebesse quatro Senbon atingiram seu braço direito e ele sentiu a imediata dormência, que provavelmente se espalharia para o restante de seu corpo, a quinta Senbon não disparou. Doro olhou para sua bolsa, depois olhou para o invasor que tinha seguido os olhos púrpuros da garota, e deu um passo em sua direção. Doro foi ágil, alcançou uma caixinha de metal e a abriu, retirando de dentro mais cinco Senbon, ela até armaria seu disparador, mas sentiu quando seu pescoço foi alcançado e ela suspensa no ar.

— Ele vai gostar de se divertir com você. — O invasor sussurrou. Seu olhar era agressivo enquanto continuava apertando o pescoço da garota.

"Ele? Ele quem?" a Shinobi de Suna pensou e olhou para o Senbon que ainda estava em seu disparador. A agulha estava com o veneno do escorpião marrom… numa dosagem bem concentrada. Na realidade, todas as Senbon no braço direito do invasor estavam com alta concentração daquele mesmo veneno, por isso para ele aguentar… deveria ter uma resistência altíssima. Doro puxou a agulha e golpeou o homem em seu olho direito com toda força e penetrando a Senbon completamente. Aquilo foi o suficiente para que ele a soltasse e berrasse dolorosamente enquanto levava a mão esquerda ao seu olho que sangrava e estava vermelho. No chão, Doro tossiu um pouco, mas olhou para a porta depois de escutar alguns passos.

Era outra pessoa. O primeiro invasor caiu no assoalho, provavelmente desfalecido depois de toda aquela dose altamente concentrada. Ela olhou para a segunda pessoa que chegava a sua porta, depois olhou para a cama, ou melhor, para sua caixa de venenos.

"Sem tempo para molhar" pensou ao ver o homem a aproximando para agarrá-la. Ela puxou o primeiro frasco que encontrou, por sorte era veneno de uma cobra que viram no deserto, mas não conseguiu o tempo para abri-lo. Ela só o manteve na sua mão direita enquanto o invasor lhe dava um abraço de urso, apertando-a completamente, mas ela não largaria o frasco. 

— Vamos lá para cima. — O segundo invasor comentou, mas deu continuidade depois de cheirar o pescoço da shinobi de Suna. — Cheiro bom. Rostinho bonito. Deve valer uma fortuna. E o melhor é que ninguém daqui sentirá sua falta. —

Por causa do abraço de urso ela percebeu uma coisa. Não havia nenhum Senbon nas suas mãos, apenas o único frasco sendo mantido na mão direita. Não tinha como fazer nenhum selo, por isso Ninjutsu era inviável. Ela só deveria aceitar ser levada para algum lugar em que seu corpo seria comercializado. O homem ignorou completamente aquele que estava caído no assoalho, se aproximou da porta e passou por ela, mas usou o pé direito para fechá-la o máximo que pôde.

— Um rosto bonito e corpo atraente. Com um cheiro agradável. Com certeza será vendida por mais de cem milhões de Ryo. — O homem comentou e manteve seus olhos atentos no rosto da garota que não escondia o medo e a dor. — Será uma boa cachorra em qualquer bordel… —

O homem seguiu pelo corredor. E parou entre duas escadas. Uma que levaria ao andar superior e outra ao inferior. Ele optou pela que subiria. O raptor cuidadosamente subia as escadas até o momento em que chegou ao quinto andar. Doro estava quieta, até parecia ter aceito algum destino, mas logo inclinou sua cabeça para trás e depois para frente, dessa forma cabeceando a pessoa que a soltou e recuou alguns passos. O homem estava desconcertado por causa do ataque. Ela olhou para o frasco na sua mão e o abriu, depressa o jogou no rosto do homem. E o líquido se espalhou pelo rosto dele, escorrendo por seus olhos. Doro engoliu em seco. Então, o veneno agiu. E o homem gritou dolorosamente, seus joelhos cederam completamente e ele levou as mãos ao rosto, coçando-o com vontade. Os olhos do raptor estavam completamente vermelhos, sangue escorrendo por eles, sua visão depressa era perdida enquanto suas unhas rasgavam o rosto. O homem continuou gritando de cabeça erguida, ajoelhado no assoalho. Doro recuou alguns passos, engolindo em seco novamente, se virou e desceu as escadas. 

— Térreo, né? Então, não vou para lá. — A Shinobi de Suna sussurrou. Tentando esquecer o doloroso grito que ainda ouvia do quinto andar.

Ela só olhou na direção do seu apartamento, mas balançou a cabeça. O melhor a fazer não era seguir para lá e trancar as portas e janelas e se encolher debaixo da cama, torcendo para que ninguém derrubasse a porta para sequestrá-la. Os planos de alguém iriam por água abaixo se ela corresse para fora do prédio. Suas mãos estavam livres, por isso Ninjutsu ver possível, então daria um trabalho a quem tentasse captura-la. Ofegante, chegou ao primeiro andar e olhou para o senhor que parecia surpreso, mas provavelmente era pela forma que ela estava vestida. Acabou se esquecendo de que usava uma camisola e que seu corpo estava suado. Ela tentou se explicar enquanto terminava de descer as escadas, vendo-o balançar a cabeça de um lado a outro e desviar sua cabeça para o lado direito. "Eu vou mesmo ter que me explicar" Doro pensou enquanto terminava de descer o último degrau.

— Me desculpe. Ah… tem uma pessoa no meu apartamento e a essa altura deve estar morta… e outra no quinto andar, por isso que… — Doro não concluiu seu comentário.

Uma cotovelada acertou-lhe o rosto, quebrando seu nariz e fazendo o sangue começar a escorrer. Olhou para o lado direito, desta forma vendo o responsável pelo ataque surpresa, mas depois foi ao chão quando ele a chutou logo atrás do joelho direito.

Era um rapaz com prováveis dezenove anos, de cabelo loiro longo e escorrido, olhos vermelhos atraentes, perigosos. Suas vestimentas não eram condizentes ao clima de Amegakure, mas o mesmo não dava a mínima para aquilo. Não é como se alguém fosse para-lo e criticá-lo por vestir uma calça vermelha com rasgos acima dos tornozelos até acima dos joelhos, uma jaqueta jeans branca e azul de gola alta e mangas largas até os cotovelos. Qualquer um o conhecia naquela aldeia, por isso sabiam que deveriam baixar suas cabeças quando andassem perto dele, nem mesmo deveriam olhar em seus olhos por muito tempo para não causar más impressões, era como se ninguém — exceto um ou dois — prestasse, por isso rejeitava contato visual. Aquele era o cão do líder da gangue Shi no Hana, Taiyo.

— Que vadia miserável. Sujou meu cotovelo. — O mesmo balbuciou e usou a mão esquerda para limpar um pouco de saliva que estava no seu cotovelo.

Doro ficou sem entender por alguns segundos. Ela então olhou para o velho atrás do balcão e estendeu sua mão direita para ele. Seu olhar demonstrava uma clara súplica.

— Me ajude… — Doro implorou. Lágrimas começaram a escorrer do canto de seus olhos. — ...por favor, me ajude. —

— Me desculpe… — O idoso comentou, mas o mesmo deu um passo adiante, como se lentamente estivesse mudando de ideia.

— Reconheça seu lugar. — Taiyo comentou. Seu comentário servia para as duas pessoas que estavam na recepção.

Doro então sentiu o loiro desconhecido levando a mão direita para o seu cabelo, suspendendo-a no ar por alguns centímetros, sequer se importando que a garota reclamava da dor ou que sangrava. Taiyo só alargou um sorriso por gostar de ouvi-la reclamar e continuar implorando ao senhor de idade que regressou para trás do balcão. Taiyo parou na entrada. Semicerrou seus olhos por um momento antes de suspirar. Sua mão mudou de posição. Não mais ficava no cabelo da garota, mas agora cobria sua boca e facilmente a jogou na rua como se fosse um animal aleatório. Doro tentou se levantar, mas sentiu quando o mesmo pisou firme na batata esquerda, pressionando sem medo algum.

Ele estava para dizer algumas palavras, mas percebeu que seria atacado. Por essa razão que concluiu um selo depressa — Carneiro, Javali, Boi, Cão e Cobra — assim seu corpo sendo substituído por uma garrafa de água. E esse mesmo objeto foi cortado pela lâmina da espada de Tsuko, que depois olhou para a entrada do prédio que morava, olhando para o loiro que cruzou os braços, levantou a cabeça e sorriu maliciosamente.

— Olá, ruivinha. — Taiyo declarou. Cantarolou a última parte enquanto seus olhos avermelhados se concentravam nas curvas da bela mulher que quase o matou. 

— Taiyo… — Tsuko rosnou o nome do loiro e tomou uma nova posição de combate, rangendo os dentes enquanto olhava para ele. 

— Tsuko… — Doro sussurrou o nome da conhecida de pouco tempo. Ela ainda estava assustada com tudo o que acontecia.

Taiyo deu um passo adiante. E isso foi suficiente para Chakra surgir na longa lâmina da espada de Tsuko. A ruiva não estava para brincadeira. Sua concentração estava toda no loiro que continuou andando. Até parar do seu lado direito. Ele não era tão alto quanto aquela mulher, mas nunca se tornaria inferior ao ponto de olhar uma pessoa de baixo para cima, ele só olhava as pessoas de cima. Um sorriso malicioso tomou seus lábios.

— Leve-a. Vamos buscá-la mais cedo ou mais tarde. — Taiyo sussurrou. Então continuou andando e se distanciando delas, mas aumentando sua voz para um lembrete. — Até nosso próximo encontro, ruivinha. —

Tsuko não baixou sua guarda em nenhum momento, seguindo cada movimento do loiro até ele se afastar e desaparecer na multidão. A ruiva retornou sua atenção para Doro que estava completamente assustada com tudo o que aconteceu, mas não poderia culpá-la. Até ela sentiria medo se acontecesse igual. A ruiva se ajoelhou ao lado da garota e gentilmente levou a mão direita a uma mecha do cabelo da loira, ajeitando-a atrás da orelha.

— Iremos protegê-la, por isso não sinta medo. Eles não poderão mais machucá-la. — Foram as gentis palavras de Tsuko enquanto ajudava a garota a se levantar e guardar a espada em sua bainha.

— "Iremos"? De quem você está falando, Tsuko? — Doro perguntou, mas não obteve resposta.

Então… a Shinobi de Suna sentiu. O golpe limpo que recebeu na nuca e que foi o suficiente para apagá-la completamente. Antes que seu corpo ficasse estirado no chão, a ruiva a agarrou e a pôs nos ombros. Tsuko olhou para o velho atrás do balcão e acenou com sua cabeça, despedindo-se dele e seguindo seu caminho para um lugar em específico.

[ ۝ ]

— Acorde… — Uma voz gentil. Era isso que Doro escutava enquanto sentia ser estapeada.

— Hm… — Doro murmurou.

Então… a Shinobi de Suna abriu seus olhos. Ela percebeu que não estava mais do lado de fora de Amegakure e tomando chuva, mas sim dentro de um salão de recepção ou coisa do tipo. A mais próxima dela era Tsuko que parava de estapear-lá quando a viu reagir, ou seja, acordar em definitivo. Depressa se sentou no assoalho frio, levando a mão direita para onde sentia ainda o último golpe da ruiva, mas não tendo a chance de dizer alguma coisa, já que as palavras lhe fugiam completamente da boca. No fundo daquele salão, ou seja lá o que fosse, sentado num trono. Literalmente num trono. Uma figura… um rapaz para falar a verdade… de belos olhos amarelos, cabelo escuro mais puxado para o roxo e longo, provavelmente a cinco palmos de distância do cotovelo… o rapaz era magro, mas isso era uma das características de sua beleza. O mesmo vestia uma camisa de manga longa escura com uma jaqueta azul sem mangas de capuz branco com o símbolo do clã Uzumaki no peito, uma calça escura a dois palmos dos tornozelos e, por fim, as cotidianas sandálias ninjas abertas nos dedos. O rapaz manteve seus olhos na garota recém despertada, posicionando o cotovelo direito no apoio do trono que assentava, depois levando a mão direita para o rosto e cobrindo a boca. 

Doro ficou em silêncio. Ela então se lembrou novamente de como estava vestida. Era só uma camisola. Imediatamente usou o braço esquerdo para cobrir os seios e a mão direita para encobrir outra região mais sensível. A Shinobi de Suna olhou para Tsuko em busca de alguma resposta. A ruiva percebeu aquela dúvida na expressão da garota, por isso se afastou dela e deu alguns passos adiante, aproximando-se do trono e da figura ali que as observava em silêncio, contemplativo.

— Este… — Tsuko começou a falar quando tomou uma posição imaginária ao lado direito do trono. — ...é Tsuyu. O líder da Mangetsu. E eu sou Tsuko Katsuryoku, sua espada. —


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