Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 41
S03Ch05;




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Misa retornará no dia seguinte para o campo de treinamento da equipe sete. Ela não estava acompanhada. Primeiro, gostaria de ter certeza absoluta de que a primeira etapa foi concluída antes de comunicar Sarutobi Konohamaru. A jovem segurava uma recém adquirida bexiga com água na mão direita, seu braço mantinha-se estendido à frente do corpo, seus olhos azuis ficaram concentrados no pequeno objeto redondo que ocupava sua palma. Ela mordeu seus lábios enquanto progredia naquela concentração, mas não conteve o surgimento de um sorriso na lateral esquerda dos lábios quando viu a bexiga se deformar. Não parecia mais tão complicado depois de entender, imaginar e pôr em prática. Então, a bexiga estourou e molhou sua mão. Ela abaixou sua cabeça, mas não perdeu aquele sorriso. Na realidade, o sorriso cresceu mais ainda e levantou os braços com as mãos fechadas em punho, sentindo-se vitoriosa.

— Primeira etapa concluída! — Comentou.

Então, graças às suas habilidades sensoriais, percebeu a aproximação de alguém. No momento em que levantou sua cabeça, abaixou os braços e se moveu, olhando para trás para ver quem se aproximava, já recuou alguns passos pelo estranho estar mais próximo do que poderia imaginar. Era um homem alto, de pele branca, com fitas roxas em volta de seus olhos, seu cabelo desgrenhado era de um castanho suave, mas que causava um charme particular no recém chegado, e uma pinta era nítida do lado esquerdo de sua boca. Suas roupas eram um casaco verde chegando aos joelhos, calça marrom, sandálias com abertura para os dedos, um cachecol rosa escura em volta de seu pescoço, por fim uma máquina fotográfica na mão esquerda. O estranho abriu um sorriso quando notou que a jovem recuou. "Sem dúvida, é bem treinado por ter se aproximado sem ter sido detectado…" a loira pensou e manteve uma expressão séria, concentrada no estranho.

— Quem é você? — Ela enfim perguntou. 

"Não trouxe equipamentos. Só posso contar com Genjutsu" a loira pensou, mordiscando seus lábios enquanto prestava atenção no homem que continuava com um sorriso. Sua expressão não escondia a tamanha calma que o mesmo tinha. 

— Sou Sukea, um jornalista. — O mesmo se apresentou. Seus olhos se desviaram para os fragmentos da bexiga de água explodida antes de sua chegada. — O que estava fazendo? —

— Duvido que um jornalista seja habilidoso para se aproximar tão rápido e em silêncio. — Misa comentou. Um sorriso escapou por seus lábios e ela engoliu em seco. — De novo, quem é você? —

— Sou um ex-ANBU. — Sukea respondeu a pergunta, mas acrescentou ao notar a surpresa na garota. — Atualmente sou jornalista. Então, o que você estava fazendo? —

"Ah, por isso…" pensou e abaixou seu olhar. Percebendo os fragmentos da bexiga que usou a pouco tempo, mas subiu seu olhar não muito depois. Seus olhos se cruzam com os do jornalista que não parava de encará-la, ainda ao aguardo de uma resposta.

— Estou passando por um teste de Naruto-sama. — Misa respondeu e aproveitou para cruzar seus braços. Ela responderia às perguntas dele, mas não com tanta facilidade. 

— Que tipo de teste o hokage te passou? — Sukea perguntou. Ele usou sua máquina fotográfica para tirar uma foto do que sobrou da bexiga.

— Você não vai anotar? — Misa também perguntou. Semicerrou seus olhos enquanto encarava o fotógrafo que continuava calmo. 

— Não tem necessidade. Tenho uma boa memória. — Sukea respondeu. Ele se afastou alguns passos e aproveitou para tirar uma foto da loira. — Então, que teste ele te passou? —

— Um teste de três etapas. — Misa respondeu. Ela não conhecia aquela pessoa, nunca tinha o visto pela aldeia. Por isso, não daria tão fácil as respostas. — Eu me sentiria melhor se você anotasse. Sabe, vai que você esquece o que vou dizer. Além disso, de qual jornal disse que era mesmo? —

— Eu não disse. — Sukea respondeu. Ele puxou de um bolso do casaco um bloco de notas e um lápis. — Então, por qual teste de três etapas está passando? —

"Ele parece mesmo um jornalista. O que você faria, Rin?" Misa pensou, fechando seus olhos por um momento e tentando imaginar o rosado em seu lugar, mas não adiantou de muito. Ela não sabia como Rin lidaria com perguntas como aquelas, ou melhor, com alguém da mídia de Konoha fazendo um questionário, por outro lado conhecia-o suficiente para acreditar que o mesmo perceberia detalhes únicos do estranho, por isso não daria as melhores das respostas até que estivesse totalmente confiante. Era dessa forma que Misa enxergava Rin, mas também o via como alguém gentil. Preguiçoso? Claro, todo mundo tem seus defeitos, mas aquilo era um charme do rosado. Ela suspirou.

— O Rasengan. Uma técnica que o Yondaime levou três anos para desenvolver, meio ano para dominar. — Misa respondeu. Ela aproveitou para se sentar na grama enquanto oferecia aquela longa resposta e mantinha seus olhos em Sukea. — De qual jornal veio, Sukea-san? —

— Daily Konoha. — Sukea respondeu, mas deu continuidade ao seu questionário. Estava chegando em algum lugar com as respostas da Yamanaka. — Porque está aprendendo o Rasengan? Qual o motivo para esse teste? —

Existia mesmo um jornal com aquele nome, mas o problema é que ela não costumava lê-lo. Por isso, não sabia se ele de fato trabalhava por lá como um jornalista e fotógrafo. Nem mesmo tinha informações necessárias para saber se ele já foi um membro da ANBU, mas o lado bom é que não estava presa com informações rasas. Haviam perguntas a serem feitas ainda para ele.

— Você para todo mundo de Konoha para fazer um questionário? Porque me escolheu, Sukea-san? — Misa perguntou, fechando suas mãos na grama esverdeada enquanto seus olhos se mantinham atentos no jornalista.

— Ah, não foi ao acaso. Uma fonte anônima me contou sobre você, mas não me deu muitas informações. Estou aqui para descobrir. E estou descobrindo. — Sukea respondeu, mas deu continuidade depois de alguns segundos. — Então, qual o motivo para o teste? —

"Uma fonte anônima? Naruto-sama, Hinata-sama, Himawari-chan e Konohamaru-sensei. Os únicos que sabem o que estou fazendo" pensou, semicerrando seus olhos um pouco. Ela não era como Rin, mas com certeza guardaria aquela informação. 

— Tenho que aprender o Rasengan em até três meses. Se conseguir, Naruto-sama me dará o contrato de invocação dos sapos para que eu possa aprender o Sennin Mode. — Misa respondeu e abriu seu punho direito e olhou para a palma vazia, mas a fechou devagar. 

— Porque esse interesse no Sennin Mode? — Sukea perguntou. Cada resposta dada pela Yamanaka era anotada em seu bloco de notas.

— Quero me igualar com uma pessoa. — Misa respondeu. 

Ela fechou seus olhos, então imaginou Rin de costas para ela, andando sem olhar para trás, mas então parando e olhando para ela com o desperto Sharingan para contar que a diferença entre ambos só crescia, no entanto ele expressou calma e estendeu seu braço direito para ela com a palma aberta. Um convite. Ela o imaginou a convidando para andar do seu lado. Compartilharem forças iguais. Misa abriu seus olhos e olhou para sua palma direita fechada em punho e um sorriso cresceu na lateral de seus lábios. "Quando vou te alcançar?" pensou e retornou sua atenção para Sukea.

— Desculpe, falou alguma coisa? Acho que me distrai um pouco. — Misa contou e não conteve um riso curto para expressar sua vergonha. 

— Sim… — Sukea respondeu, mas deu continuidade repetindo a pergunta feita anteriormente. — ...que pessoa você está tentando se igualar? Não estamos vivendo em paz? Porque estão alcançando esses níveis de poder? —

"Como eu respondo? Aliás, já foi divulgado que Rin na realidade é Rakun Uchiha?" pensou, mas assim mesmo não era seu direito dar aquele tipo de informação. Ela engoliu em seco antes de abraçar suas pernas.

— Uma pessoa muito querida. Sim, estamos vivendo em paz, mas eu quero ter a chance de acompanhá-lo por mais que seu poder se desenvolva. — Misa respondeu.

Sukea parou de anotar. Seus olhos se voltaram para tudo o que escreveu, depois para a Yamanaka sentada no gramado. Ele conseguiu boas informações, por isso não tinha mais o que fazer por ali. Ele fechou seu bloco de notas e o guardou novamente no bolso do casaco. Cada movimento sendo observado pela garota.

— Muito obrigado. — Sukea comentou.

Misa pareceu um pouco satisfeita pelo fim das perguntas. Imaginava que em alguns dias a entrevista apareceria no jornal mencionado, mas nem se importaria em procurá-lo para ler. Ela ergueu sua cabeça, olhando para o céu azul com nuvens por alguns segundos, mas depois desse tempo voltou sua atenção para onde Sukea devia estar. E levantou as sobrancelhas, não sendo capaz de esconder a surpresa pelo jornalista não estar mais ali. "Um ex-ANBU mesmo" pensou e engoliu em seco antes de se levantar e erguer os braços para se espreguiçar. 

— Assombração. — A Yamanaka murmurou e depois levou as mãos para a cintura e olhou em volta.

Seu objetivo era reencontrar com Konohamaru para a próxima etapa, mas também tinha de achar Kakashi para saber qual seu elemento de Chakra. Ela coçou seus olhos e levou a mão direita ao queixo, pensando onde o sexto hokage estaria, mas não o conhecia suficiente para ter esse tipo de pensamento. "Bom, eu não sei onde ele está, mas se estiver na aldeia…" a Yamanaka pensou e aproveitou para deixar o campo de treinamento.

[ ۝ ]

Misa parou de andar depois de um certo tempo. Ela precisava de um bom lugar para fazer o que estava pensando. Não estava exatamente no centro da aldeia, mas sabia que suas habilidades sensoriais eram boas o suficiente para varrer os quilômetros de Konoha em busca do Chakra do sexto hokage. No momento, a Yamanaka encontrava-se em cima de uma caixa de água e suas mãos estavam juntas e formando um selo. Seus olhos mantinham-se fechados, aprofundando cada vez mais em sua concentração. As veias de sua testa tornaram-se mais nítidas enquanto sua expressão ficava mais séria. Havia muito Chakra em Konoha, mas ignorou os que eram fracos, diminuindo gradativamente sua lista. Até mesmo conseguiu encontrar o Chakra de Konohamaru e de Hanabi. "Estão passeando?" pensou enquanto escorria suor de seu rosto, sua expressão ficando mais séria e afundando um pouco mais em sua concentração. Ela estava no limite de sua habilidade sensorial. 

Sabia que devia aperfeiçoar suas habilidades como uma sensorial. Por exemplo, Ino Yamanaka era a melhor de seu clã, quem sabe a mesma não lhe desse algumas aulas. Um sorriso surgiu pelo canto dos lábios quando encontrou o Chakra do sexto. Ela abriu seus olhos e suspirou antes de virar seu corpo numa direção específica. "No cemitério?" ela pensou, sentindo um arrepio mórbido, mas não deixou de seguir para a direção em que sentiu o Chakra do sexto hokage. Assim como Rin, a jovem Yamanaka pulava pelos telhados para que chegasse ao destino um pouco mais depressa.

[ ۝ ]

Misa não demorou para chegar ao cemitério. E também não foi difícil de encontrar o sexto hokage, já que o mesmo era o único por lá. Ele encontrava-se de pé, em frente a uma pedra escura e mantinha suas mãos guardadas nos bolsos de sua calça. Ela se aproximou um pouco mais dele, respeitando seu momento com os mortos ao ficar em silêncio. Quando ficou perto o suficiente, viu que ele moveu sua cabeça para o lado direito e a olhou. Um dos maiores mistérios era o que havia por baixo da máscara do sexto. Misa chutava uma queimadura muito feia que ninguém conseguia diminuir. Ela curvou sua cabeça numa reverência ao sexto.

— Desculpe interromper seu momento, sexto. — Misa sussurrou. Seu olhar era calmo, mas havia peso neles. Uma tristeza pelas incontáveis vidas perdidas. 

— Está tudo bem. Já falei tudo o que queria falar. — Kakashi comentou. Desta vez, o Hatake virou seu corpo para que ficasse de frente com a Yamanaka. — O que está querendo? —

— Ahn… tudo bem. — Misa cruzou os braços. Ela sentia um frio por mais que aquele dia estivesse quente. Engoliu em seco antes de dar continuidade. — O sétimo me pediu para falar com o senhor. O assunto é sobre o elemento do meu Chakra. —

— Porque? — Kakashi perguntou. Ele devia ter se aprofundado nas perguntas quando se fantasiou de Sukea, quem sabe teria mais do que respostas rasas.

— Não tenho certeza. — Misa respondeu. Sentindo as bochechas se esquentarem por interromper um momento particular e aparecer sem respostas. — Vou perguntar para ele. Nos encontramos depois, sexto. —

— Espere, garota. — Kakashi comentou, suspirou e retirou do bolso da calça um papel e o manteve entre o dedo médio e o indicador. — Esse é um papel de Chakra. Sabe como funciona? —

— Ahn, não. — Misa respondeu.

Kakashi suspirou. Então puxou outro papel e fez sua demonstração para a garota. O simples papel na mão direita reagiu e se amassou. Isso foi algo que deixou Misa um pouco impressionada.

— Esse papel é sensível ao Chakra. Ele vem de um tipo especial de árvore. Ele ajuda a identificar o tipo de Chakra de uma pessoa. Por exemplo, se o seu for Raiton ele irá amassar… como aconteceu agora. — Kakashi começou sua explicação. Recordando-se de ter feito isso com Naruto em certa época. — Se for Suiton, ficará úmido. Katon, inflamar e virar cinzas. Doton, virar sujeira e esfarelar. Fuuton, será dividido em dois. Vamos, pegue. —

— Certo… — Misa comentou e pegou o primeiro papel de Chakra que o sexto hokage tinha mostrado antes de usar um como exemplo. Ela o manteve entre o dedo médio e o indicador. — ...e agora? —

— Agora concentre um pouco de Chakra na mão e o papel fará o resto do trabalho. — O Hatake explicou.

"Eu sempre usei Suiton como meus pais, mas não tenho o talento com o Ninjutsu como eles. Então, ficará úmido?" ela pensou e já esperava por aquele resultado. Achava uma idiotice ter de fazer aquilo, mas era ordem do sétimo. Além disso, queria acreditar que suas notas de Ninjutsu eram altas como o sétimo lhe tinha dito na última vez que visitou sua casa. 

Ela se concentrou no pedaço de papel bem posicionado entre seus dedos, mas suspirou antes de concentrar Chakra em sua mão. O Hatake levou as mãos para os bolsos e manteve a seriedade. Então, o papel sensível reagiu enfim ao Chakra de Yamanaka Misa.

— Tá aí sua resposta. — O Hatake contou quando viu o resultado.

[ ۝ ]

— Qual o seu nome? — Doro perguntou. 

— O que? — Rin perguntou.

Os dois andavam a algumas horas pelo deserto. Desde o nascer do sol os dois deixaram a última posição — uma pedra alta que Doro acordou depois de desmaiar — para andarem. Rin só aceitou levar a garota consigo porque acabaria enlouquecendo se ficasse sozinho por mais um tempo, além disso ela tinha aquela cabaça de barro com uma boa quantidade de água que poderiam beber, ou seja, a companhia dela possuía mais vantagens do que desvantagens. O único problema era a garota ser grudenta, preferindo ficar ao seu lado e agarrando seu braço junto ao seu corpo, fazendo com que ele sentisse o seio dela. E ele tinha certeza que ela fazia aquilo de propósito.

— Qual o seu nome? — Doro voltou a perguntar. Seus olhos púrpuros bem concentrados nos esverdeados do rosado que salvará sua vida. — Você ainda não me disse seu nome. —

— Eu não tenho certeza de quem sou. — Rin comentou. Ele abaixou seu olhar para que apreciasse seus pés e depois os levantou para ver o céu azul sem uma única nuvem. — Essa é minha viagem de autodescoberta. —

— Você não tem um nome? — Doro perguntou e levantou suas sobrancelhas. A dúvida na garota era perceptível. 

— Não. Eu tenho dois nomes, mas fui criado por uma família quando devia ser por outra. — Rin respondeu. Semicerrando suas sobrancelhas e mordendo os lábios e fechando suas mãos em punhos. — O que diabos você está fazendo no deserto? —

— Não mude de assunto. — Doro comentou. Sua dúvida foi incrementada pela animação e ela aproximou seu rosto um pouco mais do rapaz. — Quais os nomes? —

"Grudenta…" Rin pensou e engoliu em seco.

— Rin da família que fui criado. E Rakun da família biológica. — Rin respondeu e ou o cotovelo para afastar a garota e ajeitou o capuz do manto para esconder melhor seu rosto. — Agora a minha pergunta. —

— Ah, tô numa missão. Tenho que matar esses escorpiões que estão atrapalhando os viajantes. E tem um enorme escondido por aí. — Doro respondeu, mas deu continuidade ao mover seus lábios bem devagar e pronunciar um nome. — Rakun. — 

"Irritante…" pensou e suspirou.

— Rakun, meu salvador. — Doro comentou e não escondeu seu ânimo ao esfregar o rosto no ombro do rosado. — O guardião do deserto te mandou para me salvar na hora certa, Rakun. —

— Guardião? — Rin perguntou. 

— O Uma-Cauda. — Doro respondeu, mas deu continuidade. — O espírito da areia. Com certeza ele te enviou para que me salvasse para que pudéssemos enfrentar os escorpiões. E quem sabe desfrutarmos de um romance? —

Rin tossiu. E sentiu as bochechas ferverem de vergonha, ou raiva, com a última parte da resposta. Ele não acreditava que uma mulher poderia ser tão direta como Doro, por outro lado sentia-se curioso com o Uma Cauda. 


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