Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 38
S03Ch02;




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802805/chapter/38

Yamanaka Misa acordou cedo na manhã do dia seguinte ao reencontro. Ela manteve-se deitada na cama, olhando para o teto de seu quarto por alguns minutos, quando fechou seus olhos pôde se lembrar da sensação dos lábios do rosado, por isso girou seu corpo e abraçou um travesseiro e gritou com o rosto colado no mesmo, balançando energicamente suas pernas. O que sentia naquela manhã era felicidade, mas também uma crescente vergonha porque não sabia como lidar com o rosado a partir de agora. Seria o mesmo relacionamento de sempre? Iriam conversar sobre as mesmas coisas ou seriam melosos? Esse tipo de dúvida que passava pela mente agitada da garota, que enfim se sentou na cama. Ela levantou seus braços, se espreguiçando e olhando para a janela em seguida, mas aquele não era o momento de apreciar Konoha. Por isso, deixou sua cama de forma apressada e seguiu para seu armário e olhou para as inúmeras escolhas de roupas enquanto a mão direita ficava no queixo, mostrando, ou melhor, indicando a dúvida no que vestir.

No fim, escolheu aquecedores de braços escuros que combinam com os de Rin — que não parava de usar — um short legging preto — que provavelmente seria útil para desconcertar Rin, deixando-o sem palavras o resto do dia — meia calça preta, sandálias com abertura para seus dedos e, por fim, um vestido qipao vermelho de gola alta. 

A Yamanaka saiu de seu quarto e sorriu animadamente ao ser elogiada por seu pai, que surpreendeu-se em como a menina estava radiante naquele dia. Misa sabia desde o início para onde deveria ir, por isso apressou seus passos até ter velocidade mais do que suficiente para saltar, desta forma alcançando o telhado de uma casa, mas assim que pousou já disparou e pulou novamente quando alcançou a beirada, chegando ao telhado seguinte e assim por diante. A jovem era incapaz de esconder sua alegria. Ela não demorou para que chegasse ao telhado vizinho da casa que era seu destino, pulou e aterrissou no chão, mas sequer tomou fôlego antes de se levantar e seguir apressada e enérgica para a porta da casa de dois andares. A casa da família Katsuryoku. E bateu algumas vezes na porta antes de cruzar seus braços e aguardar. 

Pouco mais de quinze segundos, a maçaneta girou e a porta foi aberta. Ela foi recebida por Akami que segurava uma xícara de café na outra mão, os olhos sérios e preocupados do mais velho se concentram na garota alegre e o mesmo suspirou.

— Pensei que fosse outra pessoa. — Akami sussurrou e abriu a porta completamente para que a garota entrasse e levou a mão disponível para o cabelo, coçando o mesmo e ficando de costas para ela. — Estamos no meio do café. Pode nos acompanhar se quiser, Misa. —

— Ah, eu aceito se não for incômodo. — Misa comentou depois de entrar na casa e fechar a porta atrás dela. Levando as mãos para suas costas e entrelaçando as mesmas. Ela não conseguia perder aquela animação em rever o rosado depois do que aconteceu no dia anterior. — Quem o senhor esperava? —

Akami não respondeu inicialmente. Ele só bebeu de sua xícara e levou a garota para a cozinha. Misa observou a mesa, ou melhor, os lugares que eram ocupados por Sakura Haruno e Shiawase e um terceiro, que provavelmente era de Akami, e sua hipótese se confirmou quando o ruivo se sentou na cadeira vazia. A loira olhou para os lugares restantes, mas depois olhou para o corredor que levaria ao segundo andar, e estranhou uma parte da parede ter sido destruída por alguma coisa forte, no entanto não perguntou.

— Ele não está. — Akami proclamou antes que a menina resolvesse dizer alguma coisa a respeito. Ele olhou para as mãos que tremiam suavemente e depois olhou para o bilhete posto na mesa. — Ele fugiu de casa. De Konoha. —

— O que? Porque? — Misa pergunto. Qualquer indício de alegria era desfeito com extrema facilidade. Ela olhou para o bilhete na mesa e o pegou e leu em voz alta as palavras escritas por Rin. — "Eu preciso de um tempo para saber quem sou. Não me procurem, eu volto" como assim? —

— Você não sabe? — Shiawase perguntou. Sequer parecia que a mulher tinha conseguido dormir à noite. E realmente não conseguiu dormir. Seus olhos se concentraram na menina.

— Sabe do que? — Misa perguntou. Ela olhou para o pedaço de papel, tentando encontrar alguma informação adicional, mas não tinha por mais que insistisse. — Passamos algumas horas juntos ontem, começamos a namorar, mas ele não disse que abandonaria Konoha. —

Akami ficou em silêncio. Assim como Shiawase e Sakura. Os três mais velhos não esconderam a surpresa daquela informação adicional. E depois se olharam e souberam o motivo da alegria de Rin, quando ele chegou em casa no fim da tarde. Akami sorriu por pior que fosse a situação.

— Senhoras, isso pode ser conversado mais tarde. — Akami sussurrou, concentrando sua atenção em Sakura e Shiawase que se olharam animadas por saberem do namoro. Ele retornou sua atenção para a Yamanaka que aguardava por uma resposta. — Rin não é nosso filho biológico, mas de criação. Ele é Rakun… — Akami abaixou sua cabeça, olhando para a xícara de café na mesa e sentindo um peso crescente nos ombros. Ele queria ter conseguido salvar mais do que um bebê naquele desastre. — ...Rakun Uchiha. Filho biológico da Sakura-sama e Sasuke-san. —

Misa ficou em silêncio, mas não foi capaz de esconder a surpresa por aquela informação inédita. Que bom que a loira já havia se sentado quando escutou tais palavras, senão teria caído de bunda no chão. A loira levou sua mão esquerda para perto da boca, manteve seus olhos apreensivos em cada uma daquelas pessoas. Ela não era o tipo de pessoa que se estressa com facilidade, por isso conseguiu manter a calma.

— Tem certeza? — Misa perguntou e lançou um olhar mais concentrado em Akami. O olhava já que foi ele quem o recebeu na casa e era ele quem respondia suas perguntas.

— Mais do que certeza. Ontem ele nos mostrou o Sharingan num momento de raiva. — Sakura quem respondeu a pergunta da Yamanaka, suspirou e olhou para Akami. — Cadê aqueles papéis que te entreguei? Quero mostrar para ela. —

— O que? Porque mostrar? Muita merda já aconteceu por causa deles, Sakura-sama. — Akami comentou e levou a xícara de café para os lábios e bebericou.

— Porque eles estão namorando. Nada mais justo que ela saber a verdade. — Sakura respondeu a pergunta do ruivo, mas sua atenção se voltou para Misa que tinha se envergonhado com aquelas palavras. — Vocês estão namorando, né? —

— Ahn… — Misa começou, mas percebeu algo. Não era apenas Sakura quem aguardava por aquela resposta, mas Shiawase também. Ela sentiu um suor frio escorrer pelo rosto. Aquele não era o momento para o tipo de conversa, mas suspirou e deu continuidade. — ...sim. Nos beijamos no monumento dos Hokages ontem, ao pôr do sol. Ele quem fez a declaração. —

— E depois ele retornou para casa e soube que não era biologicamente nosso e fugiu. E sabe-se lá para onde. — Akami comentou, olhando para as duas mulheres que controlavam a ansiedade depois da resposta da mais jovem. — Sasuke não foi atrás dele? —

— Sasuke está ocupado com outros assuntos, Akami-san. — Sakura respondeu, mas se lembrava de ter visto o marido retornando para casa sem o tradicional manto. 

Misa ficou em silêncio. Não queria ouvir mais aquela conversa. E sentia-se uma idiota por ter escolhido roupas que considerou, por um momento, que seriam do agrado dele. Ela se abraçou, baixando sua cabeça pouco a pouco enquanto sentia o ambiente esfriar, por mais que aquilo de fato não estivesse acontecendo. Ela só levantou a cabeça, retornando a se concentrar na conversa, quando ouviu um tapa na mesa.

— Eu tô dizendo, querido. Essa viagem será boa. Como ele disse na carta… — Shiawase comentou e apontou com o indicador da mão esquerda para a carta perto da onde Misa sentava. — "Preciso de um tempo para saber quem sou". Ele tem que se descobrir. Isso pode levar um tempo, mas daremos para ele esse benefício da espera. —

"Benefício da espera?" Misa pensou. E só então se deu conta de como estava processando, lidando, com as novas informações. Ela abaixou sua cabeça, levando as mãos para sua boca e tentou abafar um som. Akami e Shiawase foram os primeiros a escutarem, trocando um olhar duvidoso antes de retornarem suas atenções para a loira.

— Ela está… — Shiawase começou a dizer, mas não concluiu.

— ...rindo? — Akami concluiu o comentário de Shiawase.

Era verdade. Os ombros de Misa se mexiam, mas o som abafado que escapava dos lábios era a segunda confirmação da pergunta do ruivo. Misa gargalhava, mas não achava que aquele era o momento ideal para expressar qualquer coisa além de preocupação, por isso tentou fazer — em vão — que ninguém a ouvisse. Ela removeu as mãos de sua boca e levou seu corpo para trás, apoiando as costas na cadeira, levando seu rosto e gargalhando enquanto chorava um pouco. Os dois Katsuryoku olham curiosos para a garota, sem entender o motivo dela rir numa situação como aquela, mas a Yamanaka se controlou e conseguiu parar de rir. Ela passou o polegar de sua mão direita pelo canto de seus olhos para secar as lágrimas que quase escorreram.

— Nós amamos ele. Não amamos? — Misa perguntou, mantendo um sorriso gentil depois daquela boa gargalhada. — Vamos confiar nele. E esperar pelo retorno dele. Não vamos? — 

— Porque estava rindo? — Akami perguntou. Ele decidiu naquele momento que era uma boa ideia ignorar sua esposa que concordava com as perguntas de Misa. — Acha divertido ele ter fugido? —

— Não. — Misa respondeu. Ela balançou sua cabeça para dar ênfase na sua resposta. E aproveitou para se levantar e caminhou para o meio de Sakura e Shiawase e as abraçou. — Ele tem pessoas importantes demais aqui. Duas mães, dois pais e uma namorada. Ele vai voltar, mas não devemos parar nossas vidas só porque fugiu. —

— Gostei um pouco mais de você. — Sakura sussurrou e moveu seu rosto para o lado direito para que visse melhor o rosto da garota. 

— Digo o mesmo. — Shiawase sussurrou. Ela levou sua mão direita para uma das bochechas de Misa e apertou com gentileza. — Você é calma. —

Akami não gostava daquela ideia. Ele podia gostar de Yamanaka Misa, mas o plano dela era idiotice. Ele revirou seus olhos e espalmou a mesa, recebendo a atenção das três mulheres que não se assustaram com aquele gesto do ruivo.

— Então, seu plano é… — Akami começou a dizer, mas foi interrompido.

— "Tempo e espaço". — Misa comentou. Se lembrando de que aquela foi a resposta que o ruivo chegou numa das conversas que tiveram. 

— E se ele resolver fazer alguma idiotice? Sasuke-san quando saiu da vila se aliou ao Orochimaru. — Akami lembrou as três mulheres.

— Rin não fará isso. — Misa respondeu. Ela não se sentia incomodada por usar um dos nomes do rosado. O conhecia como Rin, o chamaria de Rin. — Ele não está atrás de vingança. Não está almejando mais poder. E ele é uma pessoa gentil e corajosa com bom senso que amamos. Eu tenho certeza que ele não irá cometer os mesmos erros que Sasuke-san. —

— Bem dito. — Sakura sussurrou.

— Querido, desista. — Shiawase murmurou.

Misa ficou quieta por alguns segundos. Ela preferia não ouvir mais a conversa dos mais velhos. E se esforçou para que não sentisse aquele frio solitário. No fim, saiu da cadeira e se aproximou do corredor que a levaria para a saída da casa, olhou para os três mais velhos e sorriu.

— Eu tenho algumas coisas para fazer. Obrigado por terem me recebido. — Misa comentou, mas era uma mentira. Bom, tinha mesmo o que fazer, no entanto só mais tarde.

— Até outra hora. — Shiawase comentou.

Só Shiawase se despediu da Yamanaka. Sakura e Akami voltaram para uma discussão praticamente inútil. Misa suspirou, se virou e seguiu para o corredor e depois passou pela porta e saiu da casa. Na rua, seguiu seu caminho, levando as mãos para trás da cabeça e andando solitária, mas olhando para o céu antes de suspirar.

[ ۝ ]

Era o quinto dia. Misa já estava cansada de apenas trabalhar e retornar para casa, aquilo tinha se tornado uma rotina que ela aprendeu fácil a odiar. Por isso, acordou com uma sensação diferente naquela manhã. Queria fazer alguma coisa bem oposta a sua rotina, mas ainda não sabia o que. Ela só saiu de casa no mesmo horário de sempre — 08:00 — e seguiu caminhando em silêncio pela aldeia. "Fazer algo diferente. Alguma coisa que me iguale com Rin quando ele voltar, mas o que?" pensou e abriu sua boca, bocejando preguiçosamente e levando o indicador da mão esquerda para secar uma lágrima por causa daquela preguiça, aproveitou isso para levantar seu rosto e apreciar um pouco do céu azul com pouquíssimas nuvens.

— O que você está fazendo, Rin? — Ela perguntou. Sussurrando aquelas palavras, sequer se importando se alguém escutaria a mesma falando sozinha.

[ ۝ ]

Rin parou de andar. O mesmo a algumas horas tinha cruzado a ponte que dividia o país do vento com do fogo. No momento, encontrava-se numa floresta, mas o número de árvores começou a diminuir drasticamente, não sendo da mesma quantidade que de alguns quilômetros atrás. Não, eram poucas agora, mas ainda era uma floresta. E dava para sentir como o terreno ficava diferente enquanto andava, era algo mais fofo comparado a antes de acessar o país. Ele ficou em silêncio, mas levantou seu rosto e olhou o céu azul e depois olhou para trás, semicerrando seus olhos por um momento e abaixando o rosto. "Misa…" pensou e suspirou, voltou a olhar para frente e retornou com sua caminhada.

[ ۝ ]

"Algo que me iguale com ele" pensou novamente, então se deu conta de um detalhe completamente óbvio. E que considerou idiotice não ter pensado naquilo antes. Ela apressou seus passos, seguindo numa direção específica. Como antes, aproveitou da nova velocidade para pular para um telhado, lá ela mal se recuperou e já disparou para a beirada e saltou ao adjacente. Ela fez isso até pousar em frente a uma casa e abriu o portão para entrar no jardim, depois seguiu para a porta e bateu algumas vezes. 

— Já vai. — Era uma voz feminina que a receberia. 

Quando a porta se abriu… ali estava a princesa do clã Hyuga. A mulher de belos olhos perolados e cabelo curto moreno, trajando roupas casuais, lhe olhou por alguns segundos. Aquela era Hinata Hyuga, a esposa de Naruto Uzumaki. Misa engoliu em seco enquanto seus olhos se cruzavam com os da mulher.

— Pois não? — Hinata perguntou.

— Naruto-sama está? Ou já foi para o escritório? — Misa perguntou. De repente, ela sentia-se envergonhada por ter ido lá tão cedo. Ela não esperava que alguém ocupado, como o Hokage, fosse recebê-la também. 

— Quem é, Hinata? — A voz dele. No interior da casa.

Hinata, que antes olhava para trás, para o corredor de sua casa, voltou sua atenção para Misa. Também não conhecia a garota.

— Yamanaka Misa. — Ela respondeu.

Ela escutou alguns passos. E engoliu em seco ao ver o loiro saindo de algum cômodo em roupas casuais. Completamente casuais para o líder de Konoha. O Uzumaki parou ao lado da Hyuga, ombro a ombro, e manteve seus olhos azuis na garota que estava na sua porta.

— Você é amiga do Rin. — Naruto comentou e um sorriso passou por seus lábios. — O que está querendo? —

Misa ficou em silêncio por mais tempo do que devia, mas finalmente curvou a parte superior do seu corpo numa reverência.

— Me torne sua aprendiz. Eu quero aprender o Sage Mode, Naruto-sama! — A Yamanaka comentou e fechou seus olhos, sentindo o coração disparar quando concluiu aquele pedido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tales of a Uchiha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.