Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 23
S01Ch23;




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"Que estranho ninguém abrir a porta" pensou enquanto aguardava por alguém da família aparecendo, mas isso não aconteceu. Ele levantou as sobrancelhas e levou a mão direita para a maçaneta e a moveu e, desta forma, deu passagem para o interior da casa. Misa continuou o carregando, mas por ser a primeira vez na casa não se conteve em olhar para os lados com intenção de guardar na memória aquele lugar. Ela parou de andar ao se deparar com uma fotografia recente da família, depois voltou seu olhar para o rosado que carregava. Rin parecia um pouco envergonhado, mas tentava esconder isso com uma seriedade nada característica. 

— Cadê seus pais? — Misa perguntou e não precisou melhorar os sentidos para saber que estavam sozinhos em casa. 

— Dê uma olhada na porta. Eles deixam um bilhete na porta quando isso acontece. — Rin a respondeu, mas continuou quando percebeu um silêncio duvidoso da loira. — Sou filho de médicos, Misa-chan. Os imprevistos sempre acontecem. Bilhetes são um combinado nosso para que ninguém se preocupe. —

"Faz sentido" Misa pensou e parou de servir de apoio para o rosado. Então, se aproximou novamente da porta e procurou por qualquer papel, mas não havia nada. Ela olhou para Rin e balançou a cabeça enquanto se aproximava dele, mas ele também decidiu por andar em sua direção. A jovem Yamanaka estava para abrir a boca para dizer alguma coisa, mas então aconteceu. Rin tropeçou ou estava fraco demais para andar e, por isso, avançou inesperadamente e seu corpo se chocou com o da garota. Ele fechou os olhos por puro instinto e ouviu o grito da loira durante a queda. Quando abriu os olhos esverdeados uma vez mais, percebeu a nova situação em que se meteu. Misa estava embaixo dele e com as mãos atadas no peito, seu rosto gentil possuía uma suave vermelhidão e um brilho sutil passava por seus olhos azulados que pareciam surpresos. Já ele estava com os cotovelos apoiados no chão, seu corpo a menos de um palmo de contato com o da Yamanaka, seus olhos esverdeados não escondiam a surpresa por aquele acidente. Ele sabia que foi um acidente. As bochechas de Rin ficaram avermelhadas e aquele calor se espalhou para suas orelhas. 

— Desculpe. — Rin sussurrou. Ele não mudará em momento algum sua posição, mas fechou os olhos ao sentir o toque da mão direita de Misa na sua bochecha o acariciando com suavidade.

— Foi um acidente. — Misa sussurrou também. A jovem Yamanaka sentiu o coração disparar enquanto passava sua mão pela bochecha do rosado e a movia para trás da cabeça dele. — Você está bem? —

— Muito bem. — Rin a respondeu e engoliu em seco enquanto movia sua mão direita para a bochecha da garota e gentilmente acariciava com seu polegar. Um pequeno sorriso tomou seus lábios. — Você está bem? —

Rin não faria nada que Misa não quisesse. Não avançaria até que aquela fosse a vontade dela. Ia suprimir qualquer vontade até que aquela fosse a intenção da garota. Misa estava para responder, mas a maçaneta da porta mexeu e a cabeça de ambos se moveu e seus olhos se concentram na porta deslizando. "Ah, merda" o rosado pensou e suor escorreu de seu rosto ao perceber os pais do lado de fora. Sua mãe segurando a maçaneta da porta já aberta e olhando para o que acontecia no chão de sua casa. Seu pai, logo atrás da mulher, só levantou as sobrancelhas e abaixou a cabeça e a moveu de um lado a outro.

— Cachorrão. — Akami sussurrou para ninguém em particular.

— Não é o que vocês estão pensando. — Rin comentou enquanto mudava seu olhar para uma leve preocupação e um sorriso idiota tomando seus lábios. — Eu só caí em cima dela, mas foi um acidente. — Ele baixou a cabeça e seus olhos se encontram com os de Misa. — Diga para eles que foi um acidente, Misa-chan. —

Misa ficou em silêncio, mas um sorriso leve de malícia surgiu nos seus lábios. E foi algo que Rin percebeu e soube que, naquele momento, algo aconteceria. Claro que sabia que a Yamanaka faria aquilo por puro divertimento e que a amizade que tinham continuariam, mas ele não sabia que a garota poderia ser tão...cruel.

— É mentira. — Misa respondeu e levou a mão que antes estava no cabelo de Rin para perto da boca e abafou um soluço. — É exatamente o que estão pensando, mas ele achou que vocês não estariam aqui. Ele não encontrou nenhum bilhete e, por isso, pensou que teria tempo de fazer o que quisesse comigo até que chegassem. —

"Linda e cruel" Rin pensou e um sorriso divertido tomou seus lábios antes de virar seu corpo para o lado esquerdo de Misa e manter-se sentado no chão, mas olhando para trás, ou seja, para os pais que continuavam quietos. Shiawase soltava a maçaneta da porta e olhava cuidadosamente para os ferimentos do filho e soube que ele estava treinando com a kunoichi das lesmas, mas também olhou em volta como se procurasse por algum sinal ou mancha de qualquer coisa. Akami pôs as mãos na cintura e gargalhou com um visível ânimo antes de entrar em sua casa e estender a mão esquerda ao garoto que a segurou e se levantou.

— Você está fodido. — Akami murmurou depois de notar melhor os ferimentos no corpo do garoto. Ele também notou os novos adereços nos pulsos do garoto e desviou o olhar sutilmente para Misa, mas voltou-os para o garoto. — Demoramos um pouco, mas é porque está tendo um surto de doenças nas aldeias vizinhas. —

— Tomem cuidado. — Shiawase comentou assim que reorganizou sua mente e se aproximou de Misa e a ajudou a se levantar também. — Não queremos que peguem alguma doença. —

— Surto de doenças? — Rin perguntou e levantou as sobrancelhas antes de cruzar os braços doloridos. — Que doenças? —

— Febre Amarela está sendo a mais comum, mas já vimos casos de encefalite. — Shiawase respondeu e levou a mão ao cabelo e o esfregou antes de suspirar e olhar para o garoto. — Estamos tratando essas doenças a tempo, mas cuidado nunca é demais. —

Rin sabia que podia se cuidar usando o Ninjutsu Médico, mas e quanto às outras pessoas? Ele olhou para Misa que pareceu ter entendido a situação, mas depois olhou para sua mãe que parecia, ou melhor, estava exausta depois de tanto trabalhar. "Eu devia estar ajudando, mas estou passeando" pensou e fechou as mãos em punho e abaixou um pouco sua cabeça, mas a levantou novamente quando sentiu um toque firme no ombro e olhou para seu pai.

— Você não iria ajudar em muita coisa. — Akami comentou e se permitiu um sorriso pelo canto dos lábios antes de fazer um sinal positivo com a outra mão. — Deixe que nós, adultos, tomemos conta disso enquanto vocês se divertem. —

Rin ficou em silêncio, mas moveu com leveza a cabeça como se concordasse um pouco com aquele argumento, mas depois olhou para sua mãe.

— Vamos, você tem que descansar. — Shiawase murmurou já cansada de ver o filho daquela situação deplorável e pôs a mão no ombro vago dele. — Misa, agradeço por ter acompanhado Rin. —

— Ah, não precisa agradecer. — Misa murmurou e olhou para o rosado que não parecia ter muito mais força para resistir a ser guiado. — Bom descanso, Rin. —

— Obrigado. — Rin comentou e coçou seus olhos ao sentir o cansaço tomando mais e mais conta de seu corpo. 

— Querido, sirva alguma coisa para ela. Vou levar o Rin para cama e cuidar desses machucados. — Shiawase comentou e pôs o braço direito de seu filho nos ombros para que ele a usasse de apoio. — Eu já volto. —

— Boa noite. — Rin comentou e olhou para Misa por alguns segundos a mais e depois olhou para o caminho a sua frente. 

Shiawase levou o rosado para o segundo andar e depois para o quarto do mesmo. Lá já tinham as coisas necessárias para cuidar dos machucados dele por já estarem habituados com o treinamento. Rin se sentou na cama e com esforço retirou sua camisa e sua mãe se aproximou e passou em várias áreas uma pomada contra dor, depois usou um pano úmido para limpar o rosto dele e remover qualquer indício de sangue e, por fim, tratou daquele ferimento na cabeça do rosado. Shiawase olhou para a porta do quarto fechada e depois para o garoto de cabeça baixa enquanto recebia o tratamento.

— Ela parece uma boa garota. — Shiawase murmurou e um sorriso malicioso começou a se formar.

— Mãe. — Rin sussurrou e levou a mão direita para os olhos e os coçou antes de suspirar.

— Eu só disse que ela parece ser uma boa garota. Você está tirando conclusões precipitadas. — Shiawase comentou com um pouco de divertimento.

— Ela é minha amiga. — Rin sussurrou. 

E eram verdadeiras aquelas palavras, mas ao mesmo tempo dolorosas. Melhor do que ninguém conhecia seus sentimentos pela garota, mas aceitaria se ela não quisesse nada. Ele sentiu as mãos de sua mãe nos ombros e viu o sorriso tomando conta dos lábios dela.

— Não faça nada. Tô falando sério, mãe. — Rin comentou e por um momento sentiu um frio no estômago ao imaginar o que sua mãe poderia acabar fazendo.

— Seu chato. — Shiawase murmurou e aproveitou para se levantar e se espreguiçou depois de pôr as mãos na cintura. — Vê se descansa. —

Rin balançou a cabeça de acordo com aquele pedido. Ele se deitou no momento em que sua mãe chegou à porta do quarto e olhou para ele uma última vez antes de sair. Rin suspirou e fechou os olhos um pouco, mas sem intenção de dormir. "Doenças nas aldeias vizinhas?" pensou e mordeu os lábios enquanto pensava naquela frase em particular enquanto abria seus olhos e encarava o teto do quarto. "Tem muita coisa acontecendo recentemente. Primeiro lobos atacando a fazenda do Kofuku Ishi e depois essas doenças" ele pensou e um sorriso tomou seus lábios ao se lembrar do fazendeiro e sabia que deveria revê-lo em breve. 

— Puta que pariu. — Ele comentou e levou as mãos para a cabeça como se percebesse algo muito óbvio. 

Rin saiu da sua cama e seguiu para o seu armário de roupas e vestiu a primeira coisa que encontrou. Depois, seguiu para a porta e inspirou fundo e gritou.

— MÃE, TÔ INDO VER O HOKAGE. — Ele berrou e fechou a porta do quarto antes mesmo de ter sua resposta.

"Ainda é cedo, né?" pensou e seguiu para a janela de seu quarto e a abriu no momento em que a porta foi aberta, mas ele não teve tempo de ver quem era. Ele só pulou e seguiu correndo pela rua enquanto sentia dor em cada parte do seu corpo, mas aquilo era mais importante. "Já entendi. A organização que a Suitai-sama nos disse. Mokushiroku no Kishi. Lobos foram a representação do Gluttony. Alguém de alguma forma está causando essas doenças. E esse alguém é da mesma laia" ele pensou e sentiu-se um pouco orgulhoso por encontrar aquela informação com tanta facilidade. 

[ ۝ ]

Dez minutos depois ele chegou ao prédio principal. A bela construção que o Hokage ficava. E apressou mais ainda seus passos depois de ter visto que a luz do escritório estava acesa, mas por quanto tempo? Ele parou na porta do Hokage e bateu na porta. E entrou no momento em que ouviu um "entre" e não escondeu sua surpresa ao ver que Sakura encontrava-se ali também e um sorriso contente passou pelos lábios da kunoichi das lesmas. Ele só voltou seu olhar para o loiro atrás da mesa.

— O que está querendo, Rin? — Naruto perguntou e apoiou os cotovelos na mesa e usou as mãos para pôr o queixo.

— Eu soube o que está acontecendo nas aldeias vizinhas. — Rin comentou e levou as mãos para os bolsos da bermuda que vestiu de última hora. — Pessoas estão ficando mais doentes. Como estão os medicamentos, Sakura-sama? —

— Porque o interesse? — Sakura quem perguntou desta vez e cruzou os braços abaixo dos seios. Ela tentava não parecer surpresa em ver que Rin estava bem depois daquele treinamento. 

— Eu pensei em tantas coisas. — Rin comentou e se aproximou da mesa do Hokage e pegou o único papel em branco que encontrou e um lápis. — Estamos sendo atacados e nem percebemos isso, Naruto-sama. —

— O que? — Naruto perguntou já sem entender o rumo da conversa que sequer havia começado.

— Gluttony era membro da Mokushiroku no Kishi. "Cavaleiros do Apocalipse". Ele representava a fome e fazia isso usando lobos para atacar fazendas com gado. Sem gado, sem carne para aldeias. E sem carne para aldeias, ficaríamos com fome. Era só uma peça, mas uma peça importante. — Rin anotava algumas coisas no papel e não se importava que fosse vigiado pelos dois. — E agora vem o representante das doenças. Esse elemento x. Está enfraquecendo as pessoas e diminuindo nossos remédios e cansando nossos médicos. — Ele terminou de anotar e olhou para a janela que dava vista para a aldeia. — Quais os meios de transmissão de febre amarela e encefalite? —

— Insetos. — Sakura o respondeu.

"Ele pensou isso tudo com tão pouca informação?" Sakura pensou e olhou para Rin que apesar da exaustão parecia fazer um bom trabalho gratuito. A kunoichi das lesmas sentiu um pouco de orgulho, mas também satisfação pela criação que Shiawase e Akami deram ao garoto. Ele se aproximou do mesmo e antes que percebesse já estava o abraçando com ternura e acariciando o cabelo do mesmo.

— Bom garoto pensando nisso tudo. — Sakura sussurrou.

— Ah...obrigado? — Rin comentou e sentiu as bochechas se esquentarem por aquele afeto e lentamente fechou os olhos para aproveitar. — Isso foi um monte de informação jogada nos últimos tempos. Eu só juntei tudo. Não precisa disso, Sakura-sama. —

— Qualquer um perceberia, mas não fizeram isso. — Uma voz logo na entrada do escritório.

Rin olhou para trás no momento em ouviu a voz masculina e serena. E ficou em silêncio, mas olhando com um pouco de seriedade, para Sasuke Uchiha. O recém chegado usava sua capa tradicional e mantinha uma seriedade, mas ao mesmo tempo uma calma, enquanto olhava para as pessoas. Seu olho ônix se concentrou por um momento nos esverdeados de Rin, mas ele os desviou para os azuis do Hokage. A kunoichi das lesmas mordeu os lábios para evitar de contar para o recém chegado sobre o que descobriu, mas só porque Rin estava ali. O jovem de cabelos róseos continuou olhando para o recém chegado que diminuía cada vez mais a distância, e os ignorava para se aproximar da mesa do hokage.

— Para onde está indo dessa vez, Sasuke? Procurar rastros da Kaguya? — Naruto perguntou.

— Não. Atrás do Orochimaru. Quero ver se ele tem informações desse grupo. — Sasuke o respondeu e moveu a cabeça para que visse o jovem de cabelos róseos, mas voltou sua atenção ao loiro.

— Quando vai partir? — Sakura quem perguntou. Ela mais do ninguém já estava acostumada com as idas e vindas de seu marido. 

— Pela manhã. — Sasuke a respondeu por mais que sua atenção estivesse voltada para o Uzumaki. 

"Ficar um passo à frente do inimigo" Rin pensou e se afastou de Sakura e engoliu em seco antes de se aproximar do Uchiha que apenas o olhou por um breve momento com calma, mas ao mesmo tempo sério. O Uchiha era misterioso, indecifrável. Rin ficou ao seu lado e ignorava que todos olhavam para ele.

— Posso ir? — Rin perguntou.


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