Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 207
S09Ch05;




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Quatro dias depois do nascimento de um novo Uchiha, eis que o casal, junto ao recém nascido, encontrava-se em Amegakure. Aquele oitavo dia de Julho não representava mudança alguma para a famigerada região conhecida por sua chuva, contudo a mesma não era tão duradoura como antes. Misa, que caminhava por um corredor da Mangetsu na companhia de Doro e Ryūsei, não pretendia desgrudar tão cedo de Fukai que, para o agrado da família e amigos, já dava indícios de uma eventual calma e boa observação, afinal olhava para tudo com muita curiosidade, muito diferente de Arashi que era mantida no colo da mãe, mas tentava aventurar-se para o ombro e puxar-lhe o cabelo, mas a antiga kunoichi de Sunagakure conseguia dar um jeito de impedir que aquilo acontecesse, assim causando um breve olhar de desgosto e irritação na bebê, algo que causava um certo divertimento em Ryūsei que levava a mão direita para frente da boca e tentava abafar uma risada ou outra, afinal apreciava a discrepância entre as crianças. 

Doro encarou com um pouco de desgosto a espadachim, por isso estendeu os braços em sua direção enquanto segurava a criança que encarou-a com aqueles olhinhos púrpuros e tentou emitir um pouco de seriedade para a ruiva, assim enchendo as bochechas, fazendo beicinho e semicerrando um pouco suas sobrancelhas, uma clássica demonstração de um gênio perigoso. A espadachim olhou para a criança e levantou uma das sobrancelhas, então voltou a atenção para a kunoichi e acabou sorrindo com malícia para a mesma.

— Pegue-a um pouco, Ryūsei. — Doro disse enquanto seus olhos púrpuros eram carregados de malícia.

A Yamanaka parou sua caminhada para assistir aquela cena, assim causando a si um pouco de diversão e voltando sua atenção para o bebê em seu colo que levantava os bracinhos e tentava agarrar-lhe o queixo com as mãozinhas, porém as tentativas foram fracassadas, mas isso não causava nele um desânimo, muito pelo contrário, deixava-o contente, afinal a mãe apressou-se e levou os lábios para as bochechas gordinhas do menino, assim beijando-o inúmeras vezes, dessa maneira causando súbitas gargalhadinhas. Misa não deu a mínima para quem agora carregava Arashi, apenas concentrou-se na alegria da criança enquanto o trio retornava a sua caminhada, mas era de entendimento que Ryūsei levava a bebê Hyuga em seus braços e não parecia sentir-se incomodada pelos agarrões e puxões em seu cabelo. Doro levantava os braços e inclinava para trás a parte superior do corpo, assim se espreguiçando e sentindo um certo alívio.

— Porque há tão poucos membros ultimamente? — A Yamanaka perguntou assim que parou de divertir-se com a criança recém nascida, então continuou quando o arrumou em seu colo. — Nunca vi a Mangetsu tão vazia. —

As palavras de Misa eram verdadeiras. Não importava o quanto andassem por aquela construção, naquele dia não viam a mesma movimentação de membros como nos outros. O próprio corredor, aquele mesmo que elas caminhavam juntas, parecia, ou melhor, estava mais vazio que o habitual. Doro direcionou sua atenção para a amiga e se esforçou para sorrir pelo canto direito dos lábios.

— Estão acontecendo pedidos de afastamento, por isso há poucos membros recentemente. Eu suponho que atualmente, nesse momento, haja apenas cinquenta membros de diferentes esquadrões. — Doro disse. Ela obviamente sentia-se descontente com as palavras escolhidas para serem usadas.

— Aconteceu alguma coisa para isso? — Misa perguntou com nítida surpresa e levantou uma das sobrancelhas, então voltou a atenção para Ryūsei e deu continuidade assim que abaixou as sobrancelhas. — Está sabendo de alguma coisa? Será que essas pessoas estão imaginando que não tem mais utilidade agora que Amegakure está numa época de paz, por isso essa debandada? —

— Na-... Não sei nada sobre isso. — Ryūsei disse e semicerrou um pouco as sobrancelhas quando sentiu um pequeno dedo entrando em seu nariz, porém optou por não fazer nada, afinal a risada infantil que seguiu-se fazia valer a pena aquela incomum invasão, porém não demorou para mudar de assunto. — Onde será o casamento? —

— Não será em Amegakure, tampouco em Sunagakure. O clima de ambas as regiões é muito inapropriado para um casamento, por isso… — Doro levou a mão direita ao queixo e o esfregou tranquilamente, então deu continuidade assim que aumentou um sorriso. — …que será em Yattsuhoshi. Soube que as pessoas de lá gostam de uma festividade. E não tem festa melhor do que um casamento. —

A Yamanaka sorriu com discrição. Sua amiga estava corretíssima, mas também… ela a influenciou discretamente a tomar aquela decisão, por isso sabia que Doro estava certa de casar-se naquele vilarejo que era do País do Fogo. Ela retornou sua atenção para o bebê no colo, porém o pequeno tinha seus olhinhos fechados e uma expressão mais calma que o habitual, porém a boquinha levemente aberta, ou seja, o pequeno Uchiha tirava um cochilo, aproveitando-se da caminhada da mãe para dormir, assim a Yamanaka sentiu-se contente e voltou a olhar para as amigas, contudo sua atenção se desviou para o caminho a frente quando escutou a porta de um cômodo próximo sendo aberta. Ryūsei não sentia-se incomodada por Arashi agarrar seu lábio inferior e puxar para baixo e para os lados enquanto soltava um risinho, na realidade aquela cena era a diversão de Doro que esforçava-se para não gargalhar, no entanto as duas também olham para a porta recém aberta que era por onde o usuário de machados, Musashi, saia com a mão direita no bolso de sua calça preta, sendo que a especialista em Genjutsu, Fushin, saia logo em seguida, ficando atrás dele e levava as mãos aos ombros do mesmo e sorria para as amigas. 

— Oi! — Fushin disse assim que abriu um sorriso animador para as amigas e passou os braços em volta do pescoço de Musashi, assim dando continuidade. — Para onde estão indo? —

— Imagino que atazanar a vida de alguém. Pelo menos é isso que acontece quando as três se reúnem. Então, qualquer lugar deve servir. — Musashi disse enquanto semicerrava as sobrancelhas e encarava friamente a especialista em Genjutsu, assim dando continuidade com um sussurro. — Tá confortável o suficiente para você? —

Independente da continuidade daquela conversa entre as duas pessoas, houve um breve momento de silêncio entre as três outras, algo que chegou a ser considerado desconfortável, porém Misa e Doro discretamente olham para a espadachim, mas a mesma não sentia-se incomodada pela proximidade que o usuário de machados e a especialista em Genjutsu tinham naquele momento. A Yamanaka suspirou com um leve desagrado, afinal sabia um pouco dos sentimentos da espadachim, por isso aproximou-se do usuário de machados que a encarou com dúvida, assim como Fushin não escondia sua animação, até mesmo um contentamento, ao rever o recém nascido adormecido.

— O que está querendo? — Musashi perguntou com aspereza e baixou uma das sobrancelhas, mirando seus olhos unicamente na Yamanaka.

— O que faziam ali dentro? — Misa perguntou enquanto concentrava seus olhos azuis no usuário de machados, depois na especialista em Genjutsu, porém voltando-os ao rapaz.

— Ah, nós estav-... — Fushin não concluiu seu comentário. Musashi acabou a interrompendo.

— Não é da sua conta. — Musashi respondeu de maneira seca e direta, assim aproveitando para cruzar os braços e encarar a Yamanaka com mais seriedade, então não demorou em acrescentar. — Da conta de ninguém. —

— Tem razão. Não é da minha conta, então… — Misa estendeu os braços para o usuário de machados, assim oferecendo a ele o pequeno e adormecido Fukai, não demorando em continuar. — …pegue-o. —

Fushin levantou uma das sobrancelhas enquanto escutava atentamente a conversa, porém não demorou para remover seus braços do pescoço do usuário de machados e depois afastar-se sabiamente dele. Musashi encarou o bebê adormecido que lhe era oferecido, então encarou a Yamanaka e sorriu pelo canto dos lábios com certa malícia e crueldade.

— Até onde me lembro… você não manda em mim. Não tem porque fazer algo desse tipo só porque está pedindo, ou porque está querendo saber demais. — Musashi disse enquanto semicerrava mais as sobrancelhas.

Misa percebeu que Musashi estava certo, e estava para dizer alguma coisa para convencê-lo, porém Doro tossiu como se quisesse a atenção para si. A mesma mantinha os braços cruzados abaixo dos seios e as mãos levadas para os cotovelos, assim como seu olhar era calmo e tentava demonstrar um tipo de superioridade enquanto aproximava-se mais um pouco do usuário de machados.

— Tem razão. Ela não manda em você, assim como posso entender que queira manter certos detalhes de sua vida em particular, mas sou o braço direito de Tsuyu, ou seja, minha posição está acima da sua, Musashi, então… pegue a criança. E tem mais alguma exigência, Misa? — Doro perguntou enquanto dirigia seus olhos púrpuros para a Yamanaka.

— Sim. — Misa disse com certo divertimento e sorriu pelo canto dos lábios ao mesmo tempo que olhava para a kunoichi, mas voltou a atenção para o usuário de machados e deu continuidade com um ligeiro tom ameaçador. — Faremos da sua vida um inferno se meu filho chorar. —

— Você a escutou. Pegue-o e evite fazê-lo chorar, Musashi. — Doro disse e semicerrou suas sobrancelhas enquanto mantinha a atenção no usuário de machados, assim não demorando em continuar. — Quem sabe não aprende a ser mais gentil com mulheres? —

— A Mangetsu está a mercê de demônios que se parecem com mulheres. — Musashi sussurrou com certo desgosto.

Ele não demorou para pegar Fukai, ajustando-o cautelosamente em seus braços para evitar que o bebê de poucos dias acordasse e chorasse quando percebesse que não ocupava mais os braços confortáveis da mãe. Ele olhou para Misa que parecia satisfeita com o acontecido, depois voltou a atenção para Doro que balançava a cabeça como se gostasse da cena. Ele rangeu os dentes e voltou a olhar para Fushin que tentou escapar, mas acabou tendo seus braços entrelaçados com as duas recém mamães que puxaram-na para longe com sorrisos maliciosos, quase diabólicos. "Eu tenho medo do futuro da Mangetsu se continuar assim…" o mesmo pensou e suspirou enquanto baixava a cabeça, assim encarando o bebê que mantinha o punho direito perto dos lábios e aparentemente chupava o dedão. Ele voltou a atenção para a espadachim no momento que a mesma ocupou seu lado direito, porém este se concentrou mesmo em Arashi que puxava mechas do cabelo da acompanhante. Os dois seguiam o caminho feito pelas três garotas.

— Imagino que acordou não esperando que seria uma babá nesse dia. — Ryūsei sussurrou com um ligeiro ânimo e mantendo seus olhos carmesins no usuário de machados, assim não demorando em continuar. — Não é tão ruim assim. — Ela sorriu um pouco quando o viu erguer uma das sobrancelhas, assim não demorou em acrescentar. — Tá, é péssimo. Satisfeito? —

— Dificilmente fico satisfeito. — Musashi disse enquanto semicerrava as sobrancelhas, balançando cuidadosamente os braços e dando continuidade quando sorriu pelo canto dos lábios. — Eu não tenho expectativas para os meus dias. Coisas podem acontecer de repente. —

Os dois ficaram em silêncio enquanto continuam caminhando, de vez em quando passando por membros da Mangetsu que estranham o cenário, afinal não era comum verem Musashi e Ryūsei segurando bebês, por isso muitos chegaram a estranhar, porém optam por fugirem quando recebem um olhar nada amigável do usuário de machados.

— Porque está com toda essa agressividade hoje? — Ryūsei perguntou enquanto ajustava Arashi em seu colo, assim deixando que a bebê confortasse a cabeça no seu ombro e pôs a mão direita nas pequenas costinhas da mesma e a acariciou enquanto sentia puxões em seu cabelo.

— Eu sou agressivo sempre. — Musashi disse e sorriu de maneira maliciosa enquanto olhava para uma das janelas, então continuou. — Nada me impede de jogar esse moleque por aquela janela e pegá-lo antes de chegar ao chão. —

— Impede sim. — Ryūsei disse e levantou uma das sobrancelhas. Ela manteve seus olhos carmesins no usuário de machados antes de dar continuidade. — Você não faria esse tipo de coisa porque se preocupa com ele, tanto que está deixando-o confortável. Pode mentir para qualquer um se quiser, mas enxergo as suas camadas, Musashi. Você também pode ser agressivo ou rude, mas sei que preocupa-se, da sua própria maneira, com aqueles à sua volta, por isso considero que tenha um lado gentil que tenta esconder. Se não… não teria ficado ao meu lado no Ano Novo, me aquecido quando demonstrei sentir frio. —

— Isso é diferente. — Musashi disse com um pouco de receio e semicerrou as sobrancelhas enquanto suas bochechas ficaram levemente ruborizadas. 

— O que é diferente? — Ryūsei perguntou e levantou uma das sobrancelhas, concentrando mais seus olhos carmesins no usuário de machados.

— Eu… é diferente. — Musashi disse, então fechou momentaneamente seus olhos e semicerrou mais as sobrancelhas enquanto o rubor espalhava-se para as orelhas, assim não demorou em continuar quando voltou a abrir os olhos. — Antes de pertencer a Mangetsu… muito antes… fui considerado por muitos como cruel e impiedoso a quem nada importava, apenas interessado em lutar contra pessoas fortes… o chamado Cachorro Louco. A Mangetsu… a ambição de Tsuyu… lentamente mudaram isso em mim, mas tenho vontade, de vez em quando, em voltar a ser como era antes. —

— Eu não gostaria disso. Para mim… essa é a sua melhor versão. Eu duvido que o Musashi que descreveu seria cuidadoso com uma criança recém nascida, ou preocupar-se com uma pessoa que sente frio. Eu gosto mais dessa versão. — Ryūsei disse e sorriu pelo canto dos lábios enquanto suas bochechas ficaram levemente ruborizadas, assim não demorando em continuar. — Me diria o que estava fazendo com Fushin? Sei que não é da minha conta, mas… — Ela não concluiu seu comentário.

— Diria. — Musashi disse apressado e levantou um pouco as sobrancelhas enquanto mais rubor chegava em suas bochechas e orelhas, assim não demorou em continuar quando recebeu a atenção na espadachim. — Vocês quatro estão sempre juntas, por isso imagino que sabem de coisas que envolvem umas às outras. Como não achei Misa ou Doro, recorri a estúpida e enérgica Fushin para descobrir uma coisa em particular. —

— O que exatamente? Por acaso não seriam as nossas medidas, né? Não acho que Misa ou Doro gostariam de saber que você tem noção disso, ou para que intuito usaria essas numerações. — Ryūsei disse e alargou um sorriso com um ligeiro divertimento, ao mesmo tempo seus olhos carmesins assumiram uma clara malícia, então continuou com um sussurro. — Para que fique claro: eu não me importo que saiba das minhas medidas. —

— Idiota. — Musashi disse áspero e semicerrando mais do que antes as sobrancelhas, assim parecendo verdadeiramente sério e com as bochechas e orelhas mais coradas do que antes, e não demorando para dar continuidade quando suavizou um pouco da expressão. — Seu aniversário. Quis descobrir com Fushin seu aniversário, mas não quis ser direto e conversamos sobre várias coisas. No fim… não descobri quando é seu aniversário. —

— Meu aniversário? — Ryūsei perguntou um pouco surpresa, porém um brilho de contentamento tomou momentaneamente seus olhos carmesins. Ela não levou muito tempo para dar continuidade. — Já passou tem alguns meses. Foi em Março, no dia quatorze. — 

O usuário de machados ficou em silêncio e surpreso com a data. Ele não imaginava que a espadachim faria aniversário justamente no White Day, algo que o incomodou nos primeiros segundos, piorando apenas por causa do incomum olhar que recebia da mesma. "Por isso que não saiu do quarto naquele dia…" o mesmo pensou e suspirou com certa irritação, mas manteve-se em silêncio enquanto caminhava ao lado dela, porém acabou a encarando quando a mesma lhe acertou o antebraço com o cotovelo.

— Não me dirá quando é o seu aniversário? — Ryūsei perguntou e sorriu com certo divertimento, ansiosa pela revelação da data.

— Heh… Agosto, no dia treze. — Musashi respondeu e assumiu um sorriso malicioso, considerado até mesmo perverso.

E aquela foi a vez da espadachim de ficar em silêncio, surpresa com a revelação da data, afinal aquela era a mesma data que começava-se o Bon Odori. Ela engoliu em seco enquanto o encarava, mas então começou a rir com um ligeiro divertimento e levando a mão disponível para frente dos lábios para abafar o riso. Sua intenção com aquilo era não acordar o pequeno Fukai, nem mesmo incomodar Arashi que enfim descansava no seu ombro.

— Vou atrás de um presente. O que gostaria? Um monte de velas aromatizantes com uma boa limpeza em seu quarto e um jantar à base de saladas, ou um buquê de higanbana? — A espadachim perguntou com certo divertimento, provocando o usuário de machados.

— Não quero nenhum presente, nem que faça um jantar ou me de um buquê de flores estúpidas com um significado de merda. — Musashi disse enquanto baixava um pouco sua cabeça, assim olhando para o bebê em seus braços e suspirou antes de acrescentar com as bochechas ligeiramente coradas. — Só quero sua companhia nesse dia. Quero dizer, não apenas a sua companhia, mas de todo mundo, não precisa ser uma festança, na verdade não precisa ter nada que aniversários sempre tem. —

— Em resumo… um dia como qualquer outro. É isso que está querendo? — Ryūsei perguntou com certa curiosidade e levantou uma das sobrancelhas.

— Isso. Um dia como qualquer outro. Já é suficiente para mim. Não tem porque querer mais do que isso. — Musashi disse e sorriu pelo canto dos lábios enquanto concentrava seus olhos na espadachim.

— Vou dá-lo um beijo nesse dia. — Ryūsei disse com sinceridade e concentrando seus olhos carmesins no usuário de machados, então continuou quando viu as bochechas dele se esquentarem violentamente e este parecer devidamente surpreso. — Nas bochechas, bobo. Vou beijá-lo nas bochechas. Onde achou que o beijaria, Mu-sa-shi? —

— Em lugar nenhum. — O usuário de machados disse áspero ao mesmo tempo que olhava para outra direção. Ele odiava que o coração batesse tão rápido naquele momento. 

A espadachim sorriu um pouco mais por causa da esquiva de olhares, enquanto isso o usuário de machados apressou os passos quando reparou que Fushin, Misa e Doro tinham entrado num cômodo e deixado a porta aberta que também entrassem. Ele não levou muito tempo para descobrir que aquele lugar era a sala de reuniões da Mangetsu, contudo levantou as sobrancelhas quando escutou um grito que foi suficiente para acordar o bebê que repousava em seus braços, assim causando um breve momento de desgosto no usuário de machados que engoliu em seco e rangeu os dentes enquanto os pequeninos olhos verdes pareciam se concentrar nele, aparentemente tentando identificá-lo e não o reconhecendo, mas acabou que começou a rir quando Musashi encheu as bochechas e depois abriu a boca e começou a fazer caras e bocas para o divertimento do bebê. Algo que acabou animando até mesmo Ryūsei que esforçava-se ao máximo para não rir exageradamente. 

O usuário de machados sentia que seu orgulho se perdia conforme animava a criança, mas de certa forma aquilo era um alívio, afinal não seria incomodado por toda a vida por Yamanaka Misa como a mesma lhe prometeu se fizesse o menino chorar. Musashi olhou para Ryūsei enquanto parava com as expressões, assim sorrindo um pouco ao vê-la contente.

— Nunca diga isso para ninguém. — Musashi disse enquanto semicerrava um pouco as sobrancelhas e as bochechas voltam a esquentar. 

— Ninguém acreditaria mesmo que Musashi, líder do esquadrão de Kenjutsu, agiria assim com uma criança. — Ryūsei disse com certo divertimento, então deu continuidade quando indicou a porta aberta. — Vamos ver o que aconteceu? —

— Eu tenho uma vaga noção do que possa ter acontecido, mas tudo bem. — O mesmo disse e suspirou antes de respirar fundo e soltar lentamente o ar acumulado, assim se acalmando e perdendo a coloração avermelhada das bochechas.

Os dois se aproximaram da porta e a ruiva entrou primeiro no cômodo, em seguida foi o usuário de machados, assim assistiram a cena de Lich, líder do esquadrão de Taijutsu, a frente de Tsuyu que parecia verdadeiramente irritado, Rin, de olhos momentaneamente fechados, estava sentado numa poltrona e descansando a cabeça no encosto, assim como as outras garotas pareciam surpresas com o que viam, mas todos voltam suas atenções para os recém chegados e as crianças. Até mesmo o rosado abriu seus olhos, saiu de seu assento e aproximou-se do usuário de machados e pegou o bebê de seus braços e sorriu de forma abobada ao recém nascido.

— O que aconteceu, garotinho? A mamãe te entregou para o cara malvado, é? — Rin disse e sentiu-se mais contente ainda quando o bebê levantou os braços e tentou agarrar seu rosto.

— O que aconteceu? — Musashi perguntou aos sussurros e aproveitou para cruzar seus braços.

— Lich pediu dispensa. — Rin respondeu enquanto olhava para o usuário de machados, então encarou a espadachim e a criança no colo dela e sorriu um pouco mais. — Viraram babás? —

— Culpa de Misa que aprendeu a ameaçar e de Doro que usa a posição que tem a seu favor. A Mangetsu está à mercê de demônios que se parecem com mulheres. — Musashi respondeu e semicerrou um pouco as sobrancelhas, então deu continuidade. — Ele não deu trabalho. —

— Ele não dá mesmo. — Rin disse com meiguice, então continuou quando voltou a atenção para o Hyuga que parecia estressado. — Oh, saco de bosta que tem consciência, sua filha está aqui. —

Tsuyu encarou o rosado com um explícito ódio, porém voltou a atenção para Ryūsei que carregava Arashi que permanecia cochilando. Ele apenas murmurou alguma coisa e voltou a olhar para o líder do esquadrão de Taijutsu, suspirou e coçou seus olhos usando a mão direita enfaixada com certo desgosto.

— Com certeza não tem mais como me surpreender hoje. — Tsuyu disse com aspereza e levando a mão esquerda para trás da cabeça, assim coçando-a.

Musashi olhou para Ryūsei, está balançou a cabeça e caminhou para perto de Rin, assim entregando Arashi para o rosado que sentiu-se curioso com aquele gesto, mas assim mesmo aceitou a criança em seus braços, e depois se aproximando do usuário de machados que mantinha os braços cruzados. Fushin não demorou para acompanhar os dois enquanto Doro aproximava-se do Uchiha e cuidadosamente pegou Arashi. Lich encarava com um pouco de interesse os três.

— O que foi? — Tsuyu perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Estamos pedindo dispensa de nossos serviços. — Musashi, Ryūsei e Fushin disseram em unissono.

A atenção de todos se desviou para Tsuyu, ou melhor, ao rosto avermelhado de ódio do Hyuga que mordia os lábios para evitar gritar, além de obviamente não gritar como antes por dessa vez terem bebês naquela sala, mas era óbvio como ele gostaria de explodir violentamente com aquelas pessoas. Rin soltou um risinho de diversão enquanto balançava com suavidade os braços, assim fazendo com que o menino em seu colo voltasse a cochilar.

— Posso saber o porquê caralhos todo mundo está pedindo dispensa? — Tsuyu perguntou enquanto seus olhos amarelos passavam para a tonalidade perolada, assim como as veias em volta deles ficaram nítidas, não demorando em continuar. — Eu vou matá-los se a desculpa não for boa o bastante. Quero saber a merda que aconteceu para que todo mundo decidisse deixar a Mangetsu. —

— Musashi? — Ryūsei chamou e olhou para o usuário de machados na esperança de que o mesmo pudesse oferecer uma resposta ao líder.

— Ah, claro. — Musashi disse. Ele deu alguns passos a mais e encarou sem preocupação os olhos perolados de seu líder, então deu continuidade. — Eu orquestrei essa saída quase generalizada, deixando apenas membros escolhidos a dedo de alguns esquadrões para deixá-los em segurança, o resto só precisei ameaçar de que caçaria e serviria de exemplo por desobediência às minhas ordens, ou se contasse sobre o planejamento. —

— Tá… e como você quer morrer? Só hoje já perdi quase uns cento e cinquenta membros. Porque você está fazendo isso? — Tsuyu perguntou de maneira áspera e semicerrou as sobrancelhas.

— Seu casamento. É tradição as pessoas presentearem os noivos. E não tem como ficar em Amegakure e procurar por presentes. Então, acabei mexendo em alguns pauzinhos e fiz algumas ameaças bem convincentes, acho que alguns terão medo de mim por alguns anos, mas tudo bem. Em resumo… apenas cinquenta membros continuarão, mas relaxe que são os melhores de cada esquadrão. — Musashi respondeu e levou a mão direita para a cabeça, assim coçando-a e suspirando com certo desinteresse. — Todo mundo voltará para o dia do seu casamento, afinal pude marcar cada um deles. Por isso, se não voltarem… bom, estarão mortos no dia seguinte. —

— Isso é verdade. Soube por Chishiki, no dia que Fukai nasceu, que Ontake e ele estariam a caminho de Kirigakure para arrumarem um presente para vocês. — Rin disse e sorriu pelo canto dos lábios, não demorando em dar continuidade quando suspirou. — Eu gostaria de saber onde estão a essa hora… —

[ ۝ ]

Enquanto isso, num barco branco de listras verticais grossas vermelhas, sendo relativamente pequeno enquanto atravessava o mar calmo, estando bem próximo de Kirigakure, ou pelo menos a ilha principal do arquipélago do País da Água, sob um dia até então agradável e com poucas nuvens no céu, Ontake espirrou enquanto mantinha os braços apoiados na proa do barco, assim ganhando a atenção do namorado que até aquele momento ocupava-se com a leitura de um livro qualquer e mantinha-se deitado numa toalha, numa posição estratégica que não seria incomodado pela incômoda claridade, este acabou fechando seu livro e aproximando-se do namorado, assim ficando ao seu lado e olhando para o caminho a frente. Em alguns minutos teriam de atracar em Kirigakure. Este pôs gentilmente a mão direita em cima da cabeça de Ontake, então daquela forma puxou-o para perto de si, assim fazendo com que a cabeça do mesmo descansasse em seu peito.


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