Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 206
S09Ch04;




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Assim, mais quatro meses passaram, dessa maneira chegando a Julho. Estando agora no quarto dia daquele mês. A primavera deu espaço para o verão, assim a temperatura chegando aos 30°C, ou seja, praticamente insuportável e todo esse calor era responsável por algumas chuvas em momentos aleatórios. Rin, deixando o cabelo solto e usando uma camisa regata preta contendo o símbolo de uma caveira junto de uma bermuda vermelha com chamas pretas nas bordas, além dos aquecedores presenteados no ano anterior por sua noiva, encontrava-se sentado numa poltrona da sala de estar com os braços apoiados nos braços da confortável poltrona e com a nuca na parte de cima do encosto e garantindo uma visão diferenciada, não esquecendo-se que, na mesinha à frente de onde escolhia sentar-se, havia uma xícara de Sencha pela metade, afinal aproveitava aquele sabor amargo e devia se sentir grato pela instalação do ar condicionado que funcionava perfeitamente aos 21°C. Ele bocejou para expressar um pouco do cansaço e fechou vagaroso seus olhos verdes, porém voltou a abri-los ao escutar uma tosse seca como se outra pessoa quisesse sua atenção, por isso que suspirou e ajeitou sua postura na poltrona e voltou a encarar o incômodo visitante que ocupava a poltrona à sua frente e encarava-o com um bem perceptivo desgosto.

Aquele que queria um pouco de atenção era Chishiki que concluía de arrumar seus óculos. O escritor, que naquele dia optava por usar uma camisa branca com mangas que chegavam até os cotovelos e uma bermuda preta com listras alaranjadas, encarava-o com repúdio enquanto mantinha os braços apoiados acima dos joelhos e as mãos entrelaçadas, este possuía uma xícara de Gyokuro. Os dois encaram-se por um silencioso momento enquanto os dedos das mãos do primeiro — Rin — batucavam nos braços da poltrona. 

— Eu me sentiria melhor se olhasse para mim enquanto convers-... — O escritor não concluiu seu comentário, afinal acabou por ser interrompido pelo rosado.

— Você se sentiria melhor se todo mundo desaparecesse da sua vida, não olhar para você enquanto conversamos é só falta de educação, mas tô bem cansado para sequer prestar atenção. Então, tente não enrolar. — Rin disse ao mesmo tempo que levava a mão esquerda enfaixada para frente dos olhos, assim coçando-os e bocejando preguiçosamente.

— De onde está vindo esse cansaço? Não há tantos doentes ou feridos por aqui para deixá-lo cansado. — Chishiki perguntou ao mesmo tempo que levantava um pouco as sobrancelhas. Este não sentia-se ofendido por aquela interrupção, na realidade percebia que o rosado tinha mais do que razão.

— Hospital de Konoha. Minhas mães estão me colocando em algumas cirurgias duradouras, não mencionando as pessoas que têm ferimentos leves ou mais sérios por causa de missões ou sintomas de doenças. Acredita que ontem participei de uma dissecção da aorta e de uma Circulação Extracorpórea de emergência? Foi incrível… — Rin disse e acabou sorrindo pelo canto dos lábios ao lembrar-se do momento que foi chamado para a sala cirúrgica, porém não demorou em continuar quando percebeu a dúvida nos olhos do escritor. — Ah, como posso explicar? Circulação Extracorpórea é um dispositivo artificial pelo qual a circulação de sangue do paciente é total ou parcialmente transportada para fora do organismo, bem incrível. E a filha de Tsuyu tem me deixado mais cansado… — 

— Tem visto a criança? — Chishiki perguntou ao mesmo tempo que levantava um pouco as sobrancelhas e levava a mão direita para a xícara e bebia o conteúdo.

— Por uma hora. — Rin respondeu ao mesmo tempo que levantava os braços, assim entrelaçando as mãos e se espreguiçando, então deu continuidade. — Arashi gosta quando fazem algumas caras e bocas para ela, assim como se diverte quando joga algo para que a gente vá buscar. Mas… — O rosado pôs a mão direita na nuca, assim não demorando em continuar quando concentrou seus olhos verdes no escritor. — …não é para saber dela, ou saber como estou, que veio até aqui, tô certo? Pensaram sobre o que eu disse aos dois no Ano Novo? —

— Pensamos e ponderamos sobre cada possibilidade, até tentamos criar uma linha de diálogo para explicar como teria acontecido a concepção dessa possível criança. — Chishiki respondeu ao mesmo que sua expressão indicava seriedade, contudo sua voz evidenciava que o mesmo encontrava-se bem calmo, assim não demorou em continuar. — E adivinhe? Não dá para explicar. —

— Porque tô sentindo que um "mas" está vindo aí? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto levava a mão direita para a xícara de Sencha e apreciava o gosto amargo da bebida ao mesmo tempo que seus olhos ficaram concentrados no escritor.

— …mas não devo explicação a ninguém, se alguém quiser satisfações de como dois homens possuem uma criança biológica deles, posso sugerir a essa pessoa que vá ao inferno, ou que procure outra família para incomodar. — O escritor respondeu e não demorou para cruzar os braços e sorriu pelo canto dos lábios, assim logo continuou. — Faça o que tem que ser feito. —

— Certo, hoje vou conversar com Orochimaru-sama sobre essa possibilidade, Shiki. — Rin disse e levou a mão esquerda enfaixada para trás da cabeça, assim coçando-a com a ponta dos dedos.

— O que? — O escritor disse e pareceu um pouco surpreso, mas não demorou para dar continuidade quando balançou a cabeça de um lado a outro. — Você está cansado. Não tem que fazer nada hoje. —

— O que? Claro que eu tenho. — Rin disse e semicerrou um pouco as sobrancelhas, assim não demorando para continuar quando voltou a cruzar os braços. — Por mais que deteste a presença dele… o parto precisa acontecer num local seguro. Eu confio no hospital de Konoha, mas né… minha vida só é uma confusão por causa disso. —

— Do que está falando? Quero dizer, tô sabendo o que houve no seu nascimento, mas de resto não tô entendendo mais nada… — Chishiki disse ao mesmo tempo que levantava uma das sobrancelhas.

O rosado estava para responder, porém acabou não sendo necessário. As portas deslizantes tradicionais foram abertas, assim revelando a Yamanaka que usava uma camisa alaranjada que continha o símbolo do clã Uchiha na manga direita e uma saia amarela que chegava aos calcanhares, além de manter seu cabelo solto enquanto a mão direita ficava na barriga. O escritor olhou para Misa e depois para Rin que usava o polegar direito para indicar a noiva e acabou alargando um sorriso de contentamento, ou seja, alegria.

— A bolsa se rompeu antes da sua chegada. Estamos a caminho do esconderijo de Orochimaru-sama por causa do nascimento desse garoto. — Rin respondeu ao mesmo tempo que levava a mão direita para a xícara de Sencha e bebia mais um gole, então continuou quando olhou a noiva. — Você ouviu nossa conversa? —

— Parte dela, mas parece que fará alguma coisa boa por eles. — A Yamanaka respondeu e semicerrou um pouco suas sobrancelhas e acabou mordendo os lábios e fechando a mão esquerda em punho e ofegando. — Ah… uma contração… —

— É sério que estão calmos com a situação? — Chishiki perguntou ao mesmo tempo que seguia as sobrancelhas e levantava-se da poltrona, então olhou para a Yamanaka e continuou. — Você não devia estar no hosp-... —

— Parece que o pânico é comum nas pessoas que não estão acostumadas com isso… — Rin sussurrou com um certo divertimento. Ele levou a mão direita para a xícara e tomou outro gole, então continuou enquanto a noiva sentava-se no apoio esquerdo de sua poltrona. — …ela não tem tanta dilatação assim, então não há com o que se preocupar. Levará horas para que chegue a dez centímetros e o parto possa ocorrer, ou posso acabar com isso em menos tempo ao usar o Bisturi de Chakra aqui mesmo, o que acha? — 

— Continua sendo uma péssima opção, querido. — A Yamanaka disse ao mesmo tempo que cruzava os braços abaixo dos seios, então continuou quando sorriu pelo canto dos lábios. — Me parece que tem interesse em cortar alguém. —

— É impressão sua. — Rin disse enquanto semicerrava um pouco as sobrancelhas, então voltou a atenção para o escritor que retornava a sentar-se na poltrona e continuou. — Já recebeu o convite? —

— Do casamento de Tsuyu e Doro? Já sim, chegou ontem para nós. Em dois meses vão se casar… — Chishiki disse ao mesmo tempo que cruzava os braços e levava as mãos para os cotovelos, então suspirou e deu continuidade. — …e precisamos de presentes para eles, então não irão nos encontrar nas próximas semanas, por isso nem pense em deixar seu cachorro em minha casa. Vamos para Kirigakure encontrar algum presente a altura do Amekage, além disso… —

— Além disso? — Rin e Miss perguntaram em uníssono, sendo que o primeiro levantou uma das sobrancelhas e pareceu verdadeiramente curioso com a breve pausa, contudo animado pela ideia de um membro da Rokujūshi no País da Água.

— …ele está querendo visitar a mãe. Faz mais de um ano que não a encontra. E quer que eu esteja com ele quando isso acontecer, agir como suporte ou coisa do gênero. — Chishiki disse ao mesmo tempo que mantinha uma expressão bem calma e concentrada, mas era nítido uma certa raiva em seus olhos amarelos. 

O rosado ficou em silêncio. Ele sabia, por causa de uma conversa no ano anterior, o que havia acontecido com Ontake e a mãe, conhecia parte daquela história sombria que fez o amigo desenvolver disforia de gênero, por isso imaginou que um suporte era necessário para o encontro de mãe e filho. Ele engoliu em seco e suspirou ao mesmo tempo que levava a mão direita para trás da cabeça, assim coçando-a.

— Também precisamos encontrar um presente à altura deles… — A Yamanaka disse, assim quebrando um silêncio desconfortável e levando a mão direita para cima da cabeça do noivo e acariciando-o, então continuou ao reparar nas xícaras quase vazias. — Mais um pouco de chá? —

— Não, muito obrigado. — Chishiki disse e pegou sua xícara e tomou o restante do conteúdo, então se levantou e pôs as mãos nos bolsos e continuou. — Estava delicioso, muito obrigado. Porque está calma? —

O rosado baixou um pouco a cabeça, assim escondendo um sorriso enquanto recebia aquela confortável carícia. Misa suavizou o suficiente de sua expressão enquanto usava a mão disponível para acariciar a barriga.

— No começo fiquei desesperada, mas ele conseguiu me acalmar, além disso já assisti ao nascimento de uma criança, por isso sei que ficará tudo bem comigo, ou com esse bebê, contanto que acredite nele. — A Yamanaka disse e discretamente olhou para as mãos do noivo, assim percebendo que estavam um pouco trêmulas, por isso sorriu pelo canto dos lábios e deu continuidade. — Querido, eu gostaria de ir agora para o esconderijo de Orochimaru-sama, caso não se importe. —

O rosado suspirou, contudo balançou a cabeça como se aceitasse a sugestão de partida para o esconderijo do Sannin das Cobras, assim direcionou a atenção para o escritor que compreendeu que aquele era o momento perfeito para sua saída, por isso aproveitou que já estava em pé para aproximar-se das portas de correr que davam acesso ao jardim, mas também ofereciam um retorno mais rápido para sua casa. O escritor puxou para o lado uma das portas de vidro, assim garantindo a sua saída. Rin suspirou com alívio quando o amigo deixou a casa, assim baixando mais sua cabeça e levando a mão direita para cobrir os olhos.

— Fez um bom trabalho em não parecer que está com medo, ou que a situação está sob controle, querido. — A Yamanaka disse e acabou sorrindo pelo canto dos lábios enquanto permanecia acariciando na cabeça do noivo.

— Obrigado. — Rin murmurou e usou a mão esquerda para indicar a xícara de Sencha e deu continuidade depois de respirar profundamente. — Mas não estou com medo, e tenho certeza que a situação está sob controle. Só estou um pouco apreensivo, nada demais. —

— Tudo ocorrerá bem, querido. — Misa disse e estendeu sua mão esquerda para o noivo, assim não demorou em acrescentar quando voltou a sorrir pelo canto dos lábios. — Vamos? —

O rosado ficou em silêncio. Ele removeu a mão de frente dos olhos e levou-a para cima da mão de sua noiva, assim entrelaçando-a e causando a mudança no cenário, dessa maneira tornando-se o inconfundível corredor cheio de portas fechadas e com luminárias que pareciam-se demais com serpentes. O rosado não demorou para assumir uma expressão mais séria e cheia de concentração, muito mais focado do que o habitual, assim como seus olhos verdes depressa se tornam o Sharingan. O Uchiha olhou para sua parceira na espera de uma resposta para uma pergunta que quase não tinha necessidade de ser feita, por isso a Yamanaka balançou a cabeça de um lado a outro e indicou a porta mais próxima deles.

— Imagino que passaria o dia procurando caso eu não o acompanhasse. Tem que aprender habilidades sensoriais para se virar de vez em quando. — A Yamanaka disse com um ligeiro divertimento e soltando a mão do noivo, então levando os braços para as costas e entrelaçando as mãos e abrindo um belo sorriso para o Uchiha. 

— Não, valeu mesmo. — Rin disse ao mesmo tempo que cruzava os braços e baixava um pouco a cabeça, mas não demorou para acrescentar. — Não tenho porque aprender sendo que estamos quase sempre juntos. Todas as minhas desvantagens acabam sendo as suas vantagens, na realidade acabamos por sendo uma dupla equilibrada. —

A Yamanaka se divertiu com aquela resposta, por isso acabou permitindo-se sorrir como efeito do agrado. Ela estava mesmo habituada com aquele comentário que tornava-se padrão sempre que a mesma sugeria tal aprendizado para o noivo. Misa sentia-se contente com as constantes declarações, além disso, enxergava-se recentemente andando ao lado do noivo, assim sugerindo mentalmente si mesma que suas forças eram, de fato, equilibradas à própria maneira, algo que passava despercebido pelo rosado. Ela apenas abandonou aquele sorriso quando sentiu uma nova contração que a fez ranger os dentes e semicerrar as sobrancelhas pelo tempo que aquele fenômeno durou, baixando relativamente a cabeça por todo aquele período, contudo levantando-a no momento que sentiu a mão direita no noivo em seu ombro. Ela não conseguia pensar com exatidão nas palavras que gostaria de usar para que o mesmo ficasse mais tranquilo. E, para piorar, ambos escutaram passos que seguiram-se daquele corredor e uma inconfundível atenção um pouco perturbadora.

— Quem poderia imaginar que aceitaria o convite de Karin, Rin-kun. — Orochimaru disse com malícia e divertimento enquanto continuava sua caminhada em direção ao casal, mantendo seus olhos viperinos e predatórios bem concentrados na dupla, então sorriu e exibiu uma presa, não demorando para continuar. — É bom revê-lo. —

— Oro-... Orochimaru-sama. — Misa disse após sentir a contração passando, assim ficando aliviada e levando a mão direita para a parede ao lado, assim encostando-se e dando continuidade com um gentil sorriso. — Eu que propus essa ideia. Ele não queria que o parto acontecesse no hospital de Konoha. —

— Considerando a péssima primeira impressão que aquele lugar tem com ele? — Orochimaru perguntou com a mesma malícia, contudo sua pergunta era retórica, assim não demorando em continuar. — Eu também me negaria se passasse por uma experiência semelhante. —

— É mais fácil que você destrua um hospital se não receber um atendimento a sua altura. — Rin disse ao mesmo tempo que ficava na frente da noiva e mantinha seus olhos bem concentrados no Sannin das Cobras, assim não demorando em continuar. — Acredite ou não, mas esse lugar não foi a minha segunda opção. Ela não quis fazer o parto em casa, em segurança, então sugeriu aqui. —

— Ao menos foi opção de alguém. E isso me anima o suficiente, Rin-kun. — Orochimaru disse com a malícia de sempre enquanto seus olhos amarelos pareciam brilhar naquela graça luminosidade, assim não demorando em acrescentar. — Seus olhos continuam belos como sempre. Percebo que ainda se mantém em alerta quando estamos próximos. —

— E com razão. — Rin disse enquanto abria e fechava suas mãos em punhos algumas vezes, não demorando para que seu Sharingan passasse ao próximo nível, ou seja, ativando o Mangekyou Sharingan e dando continuidade. — Me dê uma excelente razão para não ficar alerta quando estamos próximos. Seu histórico com... — Ele acabou não concluindo seu comentário.

— Percebo que descobriu alguma coisa que nos envolve indiretamente. Meu relacionamento no passado com seu tio e pai não o agrada? Ou tem haver com Tsunade? — Orochimaru perguntou, assim interrompendo-o, e baixou um pouco as sobrancelhas enquanto sua língua escapava momentaneamente da boca, concentrando ao máximo seus olhos amarelos e viperinos no Uchiha.

O rosado semicerrou mais as sobrancelhas e aos poucos seu cabelo ficou esvoaçante enquanto uma energia escura o envolvia, ao mesmo tempo que o incomum fenômeno acontecia o Sennin das Cobras soltou uma lenta risada. A Yamanaka, que optou por ficar em silêncio, acabou ganhando a atenção assim que gemeu dolorosa ao sentir outra contração. Rin imediatamente encarou sua noiva e levantou as sobrancelhas enquanto seu Mangekyou Sharingan regressava ao estágio padrão, este parecendo surpreso pela recém contração, afinal imaginava que a próxima demoraria a acontecer, contudo sua atenção se desviou da noiva para uma porta recém aberta por onde uma reconhecível mulher dava as caras e já o abraçava de forma duradoura.

— Rin-kun! Pensei que nunca mais nos veríamos! — Karin disse com certa animação enquanto mantinha seus braços envoltos no pescoço do rosado, assim não demorando em continuar. — Você cresceu um pouco nesse meio tempo. Não cresceu? —

— Ahn… — Rin não sabia o que dizer, e sentia quando as bochechas e orelhas ficaram mais quentes conforme aquele abraço durava, este mantendo as mãos longe do corpo da Uzumaki e direcionando sua atenção para a Yamanaka que terminava de sentir a contração. — …amor? —

— Já estou bem. Essa foi um pouco mais forte do que a anterior… desculpe. — Misa disse ao mesmo tempo que sua expressão dava indícios da dor recém sentida. 

A Uzumaki parou de abraçar o Uchiha que sentiu-se mentalmente grato por aquele acontecido, então a mesma mirou seus olhos carmesins na Yamanaka que sorria com gentileza para ela. 

— Karin, Misa-chan está tendo contrações. Ao que tudo indica, escolheram esse lugar para o nascimento da criança, então assuma a responsabilidade. — Orochimaru disse, assim ganhando a atenção para si depois de um momento em silêncio, mas não demorou para acrescentar. — Cuide bem dela. E Rin-kun… —

O rosado ficou em silêncio, porém concentrou-se no Sannin das Cobras, assim parecendo surpreso por um breve momento quando uma inconfundível sensação tomou cada centímetro de seu corpo. Ele, de alguma forma, podia sentir a perigosidade vinda de Orochimaru com apenas uma troca de olhares que durou poucos segundos, algo que fez seu sangue gelar e o medo ser suficiente para que seus olhos voltassem ao tom esverdeado de sempre enquanto um solitário suor escorria de sua testa, assim como sentia o coração ter disparado. O Sannin das Cobras estava silenciosamente se insinuando para ele, deixando em evidência a diferença de poder. Orochimaru sorriu com certa receptividade e deu as costas para o rosado.

— Siga-me. Vamos beber um pouco de chá e aproveitamos para conversar um pouco. Há tempos que não converso com ninguém interessante. — Orochimaru disse assim que moveu a cabeça para encarar o rapaz, mas não demorou para acrescentar quando voltou seus olhos para a Uzumaki e a Yamanaka. — Estará de volta em algumas horas. —

O rosado olhou para sua noiva. Ele esperava que a mesma recusasse por ele a oferta do Sannin das Cobras, mas isso não aconteceu, na realidade a Yamanaka balançou a cabeça em confirmação enquanto era guiada pela Uzumaki para dentro do cômodo. "Que saco. Na única vez que espero uma negação…" ele acabou pensando com um certo desgosto e olhando em seguida para Orochimaru que agora o observava, por isso suspirou e levou a mão esquerda enfaixada para o bolso da bermuda e tornou a se aproximar dele.

— Certo, inclusive tem algo que gostaria de conversar com você, então esse momento a sós será bem proveitoso. — Rin disse e levou a mão direita para trás da cabeça, assim a coçando e não demorando para acrescentar quando olhou para a noiva que já estava dentro do cômodo com a ruiva. — Boa sorte, querida. —

A Yamanaka olhou para o Uchiha e sorriu ao mesmo quase como se desejasse as mesmas palavras para ele. O rosado direcionou sua atenção para o Sannin das Cobras que parecia verdadeiramente satisfeito com o momento que compartilharia com o "convidado" de seu esconderijo.

[ ۝ ]

Horas depois. Muitas horas para falar a verdade. A Yamanaka terminava de fazer o último esforço sob o auxílio de Uzumaki Karin, interrompendo-se apenas quando escutou um choro infantil. Misa estava completamente suada por causa do esforço exigido, assim como seus olhos azuis expressavam um cansaço jamais imaginado, enquanto seus lábios trêmulos permitiam-na sorrir com o movimento da porta do cômodo, está sendo aberta e revelando o Uchiha que parecia surpreso num primeiro momento. O sorriso de Misa apenas cresceu quando reparou no noivo aproximando-se de forma apressada e concentrando os olhos verdes, gentis e afetuosos, nela enquanto segurava-lhe uma das mãos e baixava-se o suficiente para dar um beijo na mão e depois na bochecha da exausta noiva enquanto aquele choro continuava e de certa forma criava um ânimo no cômodo.

Os dois dirigem suas atenções para Uzumaki Karin, que estava carregando com cuidado nos braços um bebê, de bochechas gorduchas e coradinhas, além de alguns chumaços de cabelo loiro, envolto por uma manta e que parava de chorar conforme era acomodado ao lado da mãe. Rin confortou-se ao lado da noiva, deitando-se ao lado dela e passando o braço esquerdo enfaixado atrás da cabeça da mesma, permitindo assim que a mesma deixasse o bebê mais perto dele, então o rosado gentilmente guiou sua mão direita para a cabeça do recém nascido e acariciou com o máximo de gentileza possível, assim fazendo com que o pequenino levantasse seus braços gordinhos e tentasse agarrar o pulso do mais velho enquanto abria um leve sorriso que mostrava a total ausência de dentes, dessa maneira causando um breve riso dos pais. Karin já não encontrava-se mais no cômodo, tendo preferido que aquele momento ficasse reservado apenas para eles, mas ninguém deu-se por sua ausência.

— Ele é lindo. — A Yamanaka sussurrou enquanto confortava a cabeça no peito do noivo e continuava observando o recém nascido. 

— Puxou a mãe. — Rin sussurrou com suavidade enquanto seus olhos verdes brilhavam por toda a felicidade que sentia no momento.

A Yamanaka soltou um risinho. Eles continuaram observando a criança por um tempo indeterminado e que acabou tornando-se valiosíssimo.


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