Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 193
S08Ch25;




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O rosado semicerrou suas sobrancelhas enquanto um pouco de suor escorria por seu rosto. "Estou lutando contra uma cobra de três cabeças que pensam e agem com independência, que possui uma resistência absurda e a capacidade de absorver chakra. Meus ataques não terão a mesma efetividade e tenho receio do que pode haver no interior dessa cobra, então, por enquanto, não vou cogitar aquela estratégia…" pensou ao mesmo tempo que mantinha toda a atenção nas duas cabeças viperinas que mantinham as bocas abertas e exibiam as presas por onde veneno escorria, porém as mãos da técnica humanóide agarravam firmes a parte superior de suas bocas. Sua atenção momentaneamente desviou-se para a versão mais velha quando o escutou gritar acima de um monte rochoso.

— NÃO SEJA UMA DECEPÇÃO. TODO SUSANO'O PODE FAZER ALGUM TIPO DE ARMA. O QUE ESTÁ ESPERANDO? — Rin (Mirai) perguntou com certa agressividade, chegando até mesmo a parecer ignorante.

— ELE TÁ COM AS MÃOS OCUPADAS, NÃO ESTÁ VENDO? — Rin perguntou com a mesma agressividade que sua contraparte adulta. 

Rin ficou em silêncio e semicerrou mais as sobrancelhas. "Ah, mas dá para usar Ninjutsu através do Susano'o. Uma técnica suficientemente forte para repelir um pouco essa cobra, mas também não quero fazer um gasto excessivo de chakra, afinal preciso lidar com ele ainda, contudo dá para repelir de outra maneira…" o rosado pensou e direcionou sua atenção para a cabeça viperina do lado esquerdo, assim não levando muito tempo para que sua técnica humanóide largasse a cabeça da direita e levasse as duas mãos para o pescoço da cabeça à esquerda e segurou-a com força, de forma a parecer que iria enforcá-la, assim criando uma abertura para que a cabeça a direita o mordesse entre o pescoço e o ombro. "O Susano'o tem uma defesa absurda, não será a mordida dessa cobra que quebrará a resist-... o que é isso?" pensou ao reparar no que acontecia com a área afetada pela mordida, ou melhor, na área que possuía o veneno de Slytherin. Estava sendo corroída. O Susano'o aproveitou que segurava o pescoço da cabeça à esquerda para girar seu imenso corpo em 180°, assim levando a cobra de três cabeças consigo e depois soltando a região, assim atirando-a para longe. 

— Possui uma toxicidade forte o suficiente para desfazer a defesa do Susano'o. — Rin sussurrou praticamente inaudível, então retornou sua atenção para a criatura viperina de três cabeças. — Ele falou que a caverna Ryuchi é entediante. Você não gosta de lá? —

— Hm? Não. Eu gosto de lá, mas gosto quando Rin-sama me invoca. E infelizmente ele leva muito tempo para me invocar. — Slytherin, a cabeça do meio, respondeu com certo desgosto, mas não demorou para dar continuidade. — Eu gosto de estar com aquele que me criou. E adoro quando ele me deixa brincar. —

A cabeça do lado esquerdo novamente atacou, ou melhor, tentou atacar com uma abocanhada, contudo a técnica humanóide não demorou para conjurar o punho de uma espada — pomo, cabo e chappe — na mesma tonalidade que a capa obscura em sua mão direita, então concentrou uma poderosa carga elétrica — Chidori — e utilizou a Mudança de Forma para que se assemelhasse a uma extensa lâmina de eletricidade. "É isso aí…" pensou o rosado com um breve sorriso enquanto sua técnica humanóide também avançou e direcionou a lâmina elétrica para dentro da garganta da cabeça viperina, assim atravessando-a, mas não apenas isso. Com a conclusão daquele ataque, o Susano'o aproveitou para cortar parcialmente o rosto da cobra e emendar com seu próximo ataque que acertou a garganta da cabeça à direita, contudo suas escamas a protegem de danos adicionais. A técnica humanóide tomou distância.

— Menos uma… — Rin disse.

— Tem certeza? — Rin (Mirai) perguntou com um pouco de malícia enquanto assistia o confronto, mas não demorou para dar continuidade. — Não seria tão simples matar Slytherin. —

"Do que ele está falando?" o rosado mais jovem pensou enquanto olhava discretamente para sua contraparte adulta, mas voltando a olhar para a cobra de três cabeças por causa de uma movimentação curiosa. A cabeça, que foi atravessada pela lâmina, começou a se mexer e os olhos verdes piscavam enquanto o ferimento, que começava dentro da boca da serpente e terminava em algum ponto da parte acima da cabeça, era tratada por algum tipo de regeneração. Rin levantou as sobrancelhas, estando obviamente surpreso pelo que acabara de assistir, mas entendia que não devia baixar sua guarda. Ele levou a mão direita para os olhos e coçou-os no momento que sua visão ficou um pouco turva e levantou um pouco mais as sobrancelhas com um estranho formigamento que atingiu sua mão esquerda. Rin (Mirai), mesmo estando a uma distância segura e graças a sua excelente percepção, notou o que acontecia com sua contraparte mais jovem.

— Até que enfim está fazendo efeito. — Rin (Mirai) disse com um ligeiro divertimento, até mesmo com um pouco de malícia.

— O que está fazendo efeito? Aquele veneno nem mesmo me atingiu. — Rin disse com certa agressividade e semicerrando suas sobrancelhas.

— Não estou falando do veneno. Estou falando do anestésico que está sendo liberado desde o começo. — Rin (Mirai) respondeu e indicou a cabeça do meio de Slytherin antes de dar continuidade. — Ou achou que aquele balanço de cabeça era sem qualquer razão, ou melhor, atoa? —

— Achei. — Rin disse com uma expressão descontraída. Ele realmente não esperava que algo daquele tipo fosse usado em seu treinamento. 

O rosado não sabia como um gás era possível penetrar em seu Susano'o, mas a solução era simples. Ele removeu sua camisa, assim revelando o abdômen com seis gominhos e o suor que escorria graciosamente até a cintura e era absorvido pelo tecido de sua calça. Ele semicerrou as sobrancelhas e levou parte da camisa para a boca e outra parte ficou sendo seguradas em sua mão direita, então rasgou a camisa, assim deixando o tecido mais comprido e usando-o como um lenço em seu rosto, assim evitaria que o gás anestésico o prejudicasse. "Já houveram danos por causa dessa anestesia, afinal tem partes do meu corpo que perdi a sensibilidade e minha visão está um pouco turva, mas dá para lidar com a situação" pensou com certa confiança e mantendo as sobrancelhas semicerradas. E não demorou para que outra espada surgisse na mão disponível da técnica humanóide, contudo chamas negras surgiram como uma camada superficial nas lâminas feitas de eletricidade.

— Vamos nessa. — Rin sussurrou ao mesmo tempo que apertava o nó de sua improvisada máscara.

[ ۝ ]

Enquanto isso, em Konohagakure, ou mais especificamente nos portões de entrada, um certo usuário de machados caminhava a distância de dez passos de outro indivíduo, além disso seu corpo mantinha-se escondido por um manto verde que seria útil para esconder-se na vegetação, mas péssimo para um local aberto como aquela aldeia. Seus olhos mantiveram-se concentrados no indivíduo que perseguia, ou pelo menos nas costas relaxadas de Yamanaka Miura. "Ele não fez nenhum desvio desde que saiu de casa, não falou com ninguém, nem mesmo olhou para trás para saber se está sendo seguido ou não…" pensou enquanto mantinha sua atenção no indivíduo e as mãos guardadas nos bolsos da calça. "...e sendo do clã Yamanaka, ou irmão daquela garota, ao menos devia sentir meu chakra, mas nem isso parece estar fazendo…" continuou pensando e rangendo seus dentes ao mesmo tempo que passava pelo portão, assim oficialmente deixando Konohagakure. 

Musashi puxou uma faca de arremesso e girou a pequena arma no indicador da mão esquerda antes de segurá-la corretamente e lançá-la para o tronco de uma árvore, então desaparecendo de trás de Miura e aparecendo em algum dos galhos daquela árvore que tornou-se um momentâneo alvo. O usuário de machados manteve-se ajoelhado sob o galho e com os antebraços repousando nos joelhos enquanto mantinha a atenção no rapaz que permanecia mais concentrado no caminho adiante do que ao seu redor. "Qual seu destino? O que está aprontando?" o usuário de machados pensou ao mesmo tempo que semicerrava as sobrancelhas e voltava a segurar a faca cuja lâmina estava cravada no tronco, então a arremessou para a próxima árvore.

[ ۝ ]

O rosado atacou em simultâneo duas cabeças da serpente. As lâminas elétricas com uma camada de chamas negras perfurou-as internamente e atravessou-as, mas isso não foi tudo o que aconteceu. A técnica humanóide girou as espadas que empunhava na esperança de causar um dano adicional, ao mesmo tempo o rosado concluiu o selo do Cavalo, dessa maneira fazendo com que uma parede maciça de chamas — Katon: Gōka Mekkyaku — fosse liberada por seu Susano'o e atingisse internamente a cabeça à esquerda, assim queimando-a com severidade e vendo-a cair enquanto fumaça negra vazava de sua boca e seus olhos perdiam um pouco da coloração esverdeada. Rin direcionou sua atenção para o lado direito, assim prestando atenção na outra cabeça que tentou se afastar da espada que a penetrava, mas não permitiria que aquilo fosse acontecer, por isso rapidamente concluiu os selos da Cobra, Tigre, Pássaro, Boi e Javali, assim causando o crescimento de inúmeras estalagmites — Doton: Tōjinbō — que se direcionam para a víbora e penetram-lhe a boca e passam por aquele ferimento causado pela espada. "Estou lento para fazer os selos" o rosado pensou e estalou a língua enquanto voltava sua atenção para a cabeça do meio ao mesmo tempo que a do lado direito perdia um pouco da coloração esverdeada de seus olhos.

As duas cabeças — da direita e da esquerda — ficaram imóveis enquanto sangue escorria dos ferimentos.

— Você não parece brava com a situação. — Rin disse enquanto semicerrava as sobrancelhas e mantinha a atenção na cabeça do meio, então continuou. — Porque não está brava? —

— Rin-sama não gosta quando fico ressentida, mas isso não é o fim para mim. — Slytherin disse e olhou para as duas cabeças antes de dar continuidade. — Por causa de nossa regeneração, quem sabe em cinco minutos estejam como novas? —

O rosado não disse nada. Ele na realidade esperava que a invocação fosse desfeita para que continuasse seu confronto com sua contraparte adulta, mas isso não aconteceu. A víbora avançou e mesmo em desvantagem — com duas cabeças momentaneamente inoperantes — enrolou-se naquela técnica humanóide e a apertou significativamente, ou seja, tornando-a incapaz de mover seus braços para operar as espadas, então abriu sua imensa boca e mostrou as presas e avançou para o bote, assim mordendo o ombro esquerdo da técnica humanóide e o veneno começou a fazer efeito ao dissolver um pouco daquela área. Rin rangeu seus dentes e semicerrou as sobrancelhas. O Susano'o tentou mover os braços para livrar-se do aperto, mas a tentativa foi em vão. Rin percebia que os ferimentos nas duas outras cabeças se fechavam aos poucos, por isso estalou a língua. "Uma habilidade de regeneração de causar inveja" pensou e suspirou enquanto o Susano'o recebia o segundo bote no mesmo ombro que se dissolvia com mais rapidez. 

— Porcaria. Eu preciso me distanciar um pouco para pensar em alguma coisa… — Rin sussurrou e sorriu pelo canto dos lábios mesmo estando ligeiramente nervoso pela situação que encontrava-se, então continuou. — …eu preciso desfazer o Susano'o por um momento. —

E aconteceu. A técnica humanóide desapareceu, na realidade se desfez, assim sobrando o rosado em queda livre e com uma imensa víbora de três cabeças pronto para atacá-lo. Ele manteve seus olhos — Mangekyou Sharingan — concentrados por um momento em Slytherin, mas não demorou para que desaparecesse em pleno ar e ressurgisse no terreno triangular e ajoelhado, mas com sua atenção inteiramente na víbora que prestava atenção nele. "Dá para fazer alguma coisa… e sei exatamente o quê. O Chidori era suficiente para lidar com um verme da areia e aquela carapaça chata, mas tenho que usar algo ainda mais poderoso para essa coisa…" pensou ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz na mão direita — indicador e médio — e assim dava o surgimento de pouco mais de cem Kage Bunshin e rapidamente vinte e cinco deles levam suas mãos ao chão depois de concluírem os selos do Tigre, Lebre, Javali, Carneiro, Cão, Boi e Cobra.

— Doton: Doryūheki — Os vinte e cinco Kage Bunshin disseram.

O trabalho era simultâneo. Enormes paredes de terra — vinte metros de comprimento com sessenta de largura e cinquenta de altura — surgiram em volta de Slytherin, assim prendendo-a e evitando que fugisse. Os mesmos Kage Bunshin que usaram aquela técnica se dividiam em dois grupos, um deles usando o Ame-no-hohi aleatoriamente pelo ambiente e o outro atirando o Katon: Gōkakyū no Jutsu para o céu. Ao mesmo tempo, vinte e cinco Kage Bunshins concluíam os selos do Tigre, Boi, Tigre e Rato.

— Suiton: Suidan no Jutsu. — Os Kage Bunshin disseram em uníssono.

Os vinte e cinco expelem de suas bocas enormes quantidades de água sob a forma de uma corrente, não direcionado em Slytherin que batia a cabeça nas paredes para tentar quebrá-las e se livrar, mas no terreno abaixo da víbora, assim preenchendo-o enquanto os disparos de bola de fogo ao céu eram mantidos. 

— MANTENHAM AS PAREDES! — Rin (Original) gritou com os Kage Bunshin e levantou o braço direito enquanto dava a próxima ordem. — MANTENHAM AS RAJADAS DE ÁGUA! ESQUADRÃO DA LAMA, VÃO! —

Mais vinte e cinco Kage Bunshin tomam a dianteira acima dos muros, rapidamente concluem os selos do Javali e do Tigre, assim criando um terreno lamacento — Doton: Yomi Numa — que prendeu com mais eficácia boa parte do corpo de Slytherin. Quando aquele terreno lamacento apareceu, os Kage Bunshin responsáveis por aquilo rapidamente usavam o Katon: Gōkakyū no Jutsu e o Ame-no-hohi mesmo enquanto a água continuava sendo jogada. Aquela combinação serviu para endurecer a lama, assim prendendo em definitivo a víbora dentro daquelas paredes. Assim como o calor excessivo, em decorrência dos disparos de Katon: Gōkakyū no Jutsu e Ame-no-hohi, serviram para causar o surgimento de nuvens que escureciam muito rápido. Rin (Mirai) ficou em silêncio, mas sorriu de maneira convencida enquanto assistia ao plano de sua contraparte jovem ao mesmo tempo que começava uma chuva que ficava cada vez mais forte. Slytherin levantou sua cabeça no momento que ouviu o familiar som de um raio, assim atentando-se no verdadeiro rosado que mantinha o braço direito erguido com uma certa quantidade de eletricidade cobrindo-lhe a mão enquanto mantinha seu Mangekyou Sharingan ativado.

— Não é sempre que tenho a chance de usar essa técnica. — Rin disse ao mesmo tempo que parecia cansado por conta do repentino desaparecimento de vários Kage Bunshin, assim causando aquela exaustão, mas assim mesmo deu continuidade. — Venha, Kirin. — Rin disse e manteve sua atenção em Slytherin, não demorando em acrescentar quando ouviu um particular rugido que nada mais eram do que as trovoadas. — Suma com o rugido do trovão. —

Slytherin observou com surpresa um gigantesco dragão feito inteiramente de energia, ou melhor, feito de um raio que estava sob o momentâneo controle do rosado que baixou o braço direito, assim fazendo com que toda aquela eletricidade caísse. O poder ofensivo foi o suficiente para destruir as grossas paredes e fragmentos foram atirados para todas as direções possíveis, assim como carbonizou o corpo da víbora de três cabeças que manteve-se inconsciente. Rin havia retornado ao chão após a conclusão da técnica, mantendo os joelhos dobrados e a cabeça baixa e a respiração ofegante. Seu corpo implorava por um descanso depois do uso enorme de chakra, mas ele tinha noção que havia gasto metade da sua reserva secundária de chakra. Ele manteve seus olhos — Mangekyou Sharingan — concentrados em Slytherin até o momento que a mesma veio a desaparecer com a invocação tendo sido desfeita e depois os concentrou em sua versão mais adulta que saltou da onde assistia ao combate, assim não demorando para pousar a uma certa distância de sua contraparte mais jovem.

— Ótimo. Usou o Chidori para lidar com a defesa dos vermes da areia, então recorreu ao Kirin para lidar com Slytherin. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que uma energia escura cobria seu corpo e ele mantinha um sorriso malicioso enquanto abria e fechava suas mãos, então deu continuidade. — Vamos continuar com a nossa brincadeira. —

— Cacete… — Rin sussurrou. Ele balançou a cabeça como se concordasse com o comentário de sua contraparte mais velha, então não demorou em continuar. — …vamos nessa. —

Ao mesmo tempo os dois desenvolveram seus respectivos Susano'o, em simultâneo aquele que pertencia ao rosado mais velho criou espadas curtas com a mesma proficiência que a técnica humanóide do rosado mais jovem recriou as duas espadas, assim cada um deles golpeou no mesmo instante e defendeu da mesma maneira. Rin mantinha-se em silêncio absoluto enquanto que Rin (Mirai) sorria com certa confiança. 

[ ۝ ]

Depois de alguns bons minutos, enquanto o sol já indicava ter passado do meio dia ou uma da tarde, Musashi não precisava mais seguir Yamanaka Miura por um bom motivo. O nanico loiro de Konohagakure acabou seguindo para uma clareira até que afastada da aldeia com inúmeras árvores derrubadas e uma grande cratera. Era como se ali tivesse acontecido uma briga violenta, mas o que chamava mesmo a atenção era que uma cabana com certo esforço era construída pelo jovem Yamanaka que amarrava algumas cordas em troncos caídos e puxava-os para um certo ponto. Musashi manteve-se a uma distância razoável e sentado em cima de um galho e de braços cruzados, assistindo silenciosamente o que o garoto fazia. Era nítido o esforço de Miura, afinal suor escorria de seu rosto e suas mãos sofriam por causa do manuseio com as cordas. O usuário de machados notava a uma certa distância algumas ferramentas que foram improvisadas pelo loiro mais jovem.

— Não é tão longe de Yattsuhoshi. — Musashi sussurrou e olhou na direção que ficava o pequeno vilarejo que frequentou a algum tempo, então voltou sua atenção para o garoto que terminava de empurrar o tronco de uma árvore para um certo ponto e deu continuidade. — Porque aqui? —

Musashi suspirou. Ele parou de observar Miura no momento que o mesmo escorregou e deu de cara com o chão, mas buscou forças para se levantar e continuar puxando o tronco até aquele outro ponto. O usuário de machados pegou uma faca de arremesso e a girou em seu dedo indicador da mão esquerda, então a atirou e a mesma se cravou bem perto de Miura que olhou para o objeto e por um breve momento tentou entender o que havia acontecido, porém sentiu-se mais curioso ainda quando o usuário de machados apareceu no lugar que a faca estava. Musashi pegou a pequena arma e a guardou enquanto se aproximava do loiro.

— Você não parece surpreso. — Musashi disse ao mesmo tempo que mantinha os braços cruzados.

— Eu tenho que estar surpreso por alguém que me seguia se revelar? — Miura perguntou com inocência e voltou a puxar o tronco e rangeu os dentes enquanto fazia isso, mas não demorou em continuar. — Cansou de se esconder? —

— Então sabia que era seguido. — Musashi disse com um ligeiro divertimento e passando a língua nos lábios antes de dar continuidade. — Porque não fez nada? —

— Desde que saí de casa que sei que estava me seguindo. Sabe que pertenço ao clã Yamanaka, né? — Miura perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto dirigia seus olhos amarelos para o usuário de machados, então continuou. — Não quero brigar. E porque se revelou? —

— Porque estou curioso. Porque está fazendo isso aqui? — Musashi perguntou enquanto caminhava ao lado do garoto que puxava o tronco com cordas.

— Porque tinha uma cabana por aqui. E pode não ser no mesmo lugar, mas quero reconstruí-la. — Miura respondeu ao mesmo tempo que um pouco de suor pingava ao alcançar seu queixo.

Havia um certo medo nos olhos do Yamanaka, na realidade havia a recordação do que lhe aconteceu naquele mesmo lugar, por isso seu olhar era carregado de medo e apreensão, mas de certa forma tentava lidar com aqueles sentimentos. 

— Tem um motivo? Imagino que não seja por mera estética… eu imagino que ninguém se importava com a cabana anterior. — Musashi disse e levou as mãos para trás da cabeça e manteve sua atenção no Yamanaka.

— Motivo? — Miura perguntou. Ele obviamente estava curioso, porém não demorou em dar continuidade quando olhou em volta. — Tem sim. Eu imagino que tenha, mas no momento não sei qual é esse motivo. Me desculpe. —

Musashi ficou em silêncio. Ele continuou observando Miura até o momento que o jovem Yamanaka deslizou e foi de cara com o chão pela segunda vez, por isso que o usuário de machados suspirou e o ajudou a se levantar e depois pegou uma das cordas e sorriu com certa confiança para o nanico garoto que pareceu curioso com aquele gesto de bondade do outro rapaz que o observava até a pouco tempo atrás.

— No três vamos empurrar. — Musashi disse enquanto semicerrava as sobrancelhas e certificava-se de segurar firme na corda, então deu continuidade com um sorriso gentil. — Parece que está precisando de ajuda. —

— Ah, certo… — Miura disse e um suave brilho apareceu momentaneamente em seus olhos amarelos, na realidade eles ficaram marejados. — Um, dois… —

— Três! — Musashi disse.

Os dois empurram ao mesmo tempo o tronco, o usuário de machados olhou com discrição para Miura que ficará de cabeça baixa, mas assim mesmo pode perceber lágrimas escorrendo por seu rosto e pingando quando alcançava o queixo ou o nariz. 

[ ۝ ]

Ao mesmo tempo, o Susano'o de Rin era arremessado para longe em decorrência de um chute que recebeu no abdômen. O rosado mais jovem olhava com desgosto para sua contraparte que parecia bem relaxado com a situação, na realidade até mesmo decepcionado. O campo triangular estava bem destruído em decorrência do combate que tornava-se ininterrupto. "Eu ainda sinto o efeito daquele anestésico, na realidade parece que está piorando…" o rosado mais jovem pensou no momento que sua visão escureceu por um momento, além disso não conseguia sentir seu braço esquerdo, ou melhor, até o cotovelo do braço esquerdo não tinha mais sensibilidade. Rin (Mirai) respirou fundo e não demorou para sorrir com malícia.

— Acho que está na hora de brincar com seriedade. — Rin (Mirai) sussurrou ao mesmo tempo que fazia um selo e não demorou para dar continuidade. — Kuchiyose no Jutsu! —

Rin ficou em silêncio, porém levantou as sobrancelhas em óbvio sinal de surpresa quando observou um total de nove imensos satélites rochosos surgindo em torno do Susano'o de sua contraparte mais velha, então uma inconfundível energia deixou aqueles satélites rochosos e começou a preencher o Susano'o, mas outras coisa acontecia enquanto havia esse preenchimento. Todo aquele amontoado de chakra era influenciado pela Mudança de Natureza, assim mudando a aparência do Susano'o de Rin (Mirai) que servia como núcleo para aquela quantidade absurda de chakra.


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