Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 180
S08Ch12;




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O sol raiou assim iniciando com um novo dia. Ontake, como de hábito, despertou no começo da manhã e prontamente deixou a cama e depois o quarto que compartilhava com o namorado, então caminhou pelo corredor com fotografias do casal em algumas situações agradáveis — com ele beijando uma das bochechas do escritor, ou com ele na companhia de Kon e Kohi com Chishiki ao fundo — emoldurando as paredes. Ele acessou o cômodo principal da casa e lançou seus olhos carmesins para o chão e imediatamente pôs as mãos em frente a boca para abafar o máximo possível de sua gargalhada por causa do cômico e agradável cenário dos quatro rapazes adormecidos. Rin dormia de lado com Tsuyu o abraçando de conchinha e com o rosto na nuca do rosado enquanto as mãos acariciam a barriga do mesmo, ao mesmo tempo que Chishiki descansava no sofá com o braço direito caído e as pontas dos dedos sendo lambidas pelo Uchiha.

Ontake olhou para os lados na esperança de encontrar o outro indivíduo, porém Musashi não estava naquele cômodo, por isso refez o caminho até alcançar a porta do quarto de hóspedes e abri-la na esperança de vê-lo dormindo na cama, porém o usuário de machados não estava ali também, então andou mais um pouco e alcançou o banheiro e o abriu e adentrou, dessa maneira reparando que Musashi dormia na banheira vazia e um pouco de saliva escorria do canto esquerdo de sua boca aberta. Ele pôs as mãos em sua cintura e balançou a cabeça de um lado a outro, suspirando pesado ao mesmo tempo que saia do banheiro e fechava a porta para não incomodar o adormecido rapaz, então caminhou novamente pelo corredor e chegou ao cômodo principal. "Contra ressaca o melhor para eles seria um chá de Aloe Vera por causa dos sais minerais, café preto ao acordarem, muita água durante o dia e alimentos de fácil ingestão…" o moreno pensou ao mesmo tempo que levava a mão direita para o queixo e deixava o indicador roçando seus lábios enquanto sua atenção era mantida nos rapazes adormecidos.

— Devo ter algum tempo até acordarem, então é um bom momento para sair e descobrir o que aconteceu. — O moreno sussurrou.

Ele não se incomodou pela maneira que estava vestido — camisa branca com calça moletom — quando se aproximou da porta e olhou uma última vez para o inconfundível trio, contudo cruzou os braços e suspirou enquanto olhava para o namorado que soltou um riso baixo e demorado quando rosado começou a mordiscar seus dedos. Ontake sabia que perderia incontáveis oportunidades de zoar eventualmente cada um deles, mas era necessário sanar sua curiosidade com informações do dia anterior e teria de comprar Aloe Vera para que o chá fosse preparado com certa urgência para que a ressaca do quarteto fosse combatida da maneira certa. Ele se virou e apressadamente saiu de casa ao mesmo tempo que a porta do banheiro era aberta e dele saia o usuário de machados que possuía a mão direita em sua cabeça e os olhos fechados enquanto rastejava seus pés pelo assoalho frígido.

— Porque dormi na banheira? — Ele se perguntou e semicerrou suas sobrancelhas quando sentiu como se sua cabeça fosse martelada sem piedade alguma, assim não demorando em continuar. — Porque… dói tanto? —

Ele até caminharia para sabe-se lá onde, mas acabou por esbarrando no corpo inconsciente de Rin, então dando um passo firme na intenção de não cair ou coisa pior, mas acabou pisando no rosto de Tsuyu, assim não resistindo e caindo ao mesmo tempo que a mão direita ia direto para o rosto de Chishiki, assim dando-lhe um tapa. O usuário de machados caiu debruçado no chão e retornou ao prezado sono. Rin foi o "primeiro" a acordar e não demorou para fechar seus olhos e cobrir o próprio rosto com as mãos ao mesmo tempo que assumia uma posição fetal.

— Onde… cacete… tô? — Rin sussurrou, porém não demorou em continuar após fechar as mãos em punhos. — Porque… tô sem camisa? —

O segundo foi Tsuyu que possuía a marca do pé do usuário de machados em seu rosto.

— Minha cabeça dói… alguém feche o sol para a cortina não entrar. — Tsuyu sussurrou ao mesmo tempo que esfregava seu rosto na nuca do rosado, porém deu continuidade quando sentiu um frio estranho nas pernas. Ele não tinha aberto seus olhos ainda. — Tô sem calça? —

O terceiro foi Chishiki que tinha a marca da mão de Musashi em seu rosto.

— Meu rosto dói… meus rins e fígados estão desistindo… meu cérebro explodiu… façam algo, idiotas. — Chishiki sussurrou e semicerrou as sobrancelhas antes de dar continuidade. — …meus dedos estão molhados? —

— Falem baixo, parem de respirar tão pesado… ou mato cada um. — Rin sussurrou e removeu as mãos de frente do rosto e deu continuidade usando um tom duvidoso. — Quem… tá me encoxando? —

O escritor abriu seus olhos por um momento, arrependendo-se amargamente por conta da claridade que foram como mil sóis em seus olhos. Ele voltou a fechá-los e pôs uma almofada em cima do rosto.

— Tsuyu está te abraçando, Rin. E Tsuyu, você está com frio… porque está sem sua calça, onde sua calça foi parar? — Chishiki perguntou.

— Ah… — Rin sussurrou.

— Aonde meus órgãos saudáveis devem estar, ou seja, em algum lugar do inferno… — Tsuyu sussurrou ao mesmo tempo que abraçava o rosado com um pouco mais de força, assim dando continuidade. — Me de sua calça, Rin. —

— Pode pegar… — Rin sussurrou.

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Ontake não demorou para retornar para casa… isso porque quase não encontrou pessoas durante o trajeto para sanar com suas dúvidas, por isso só procurou pelo estabelecimento que vendia ervas e comprou uma boa quantidade de Aloe Vera e retornou para casa, onde se surpreendeu com o rosado quase nu — usando apenas sua cueca boxer — e segurando sua calça que era puxada pelo Hyuga. Ontake reparou que Chishiki dormia agora sentado e de cabeça baixa com o óculos no colo. 

— Me dê! — Tsuyu disse.

— Vai para o inferno! A calça é minha! Arrume a sua própria calça! — Rin disse e tentou puxar para si a calça, porém não conseguiu e olhou para Ontake, então continuou. — Me ajude aqui, Take! Ele está querendo roubar a minha… ah… aí meu Hagoromo! Minha cabeça dói! —

— Pensar dói! — Tsuyu disse ao mesmo tempo que se ajoelhava e cobria o rosto com as duas mãos, então continuou. — Não pensem em nada! —

— É… isso se chama ressaca. Me surpreenda que estejam inteiros depois de ontem… — Ontake disse, porém olhou para o escritor que levantava a cabeça e lhe encarava com seriedade. — …bom dia, coisa… —

— CALEM A PORRA DA BOCA! — Chishiki gritou ao mesmo tempo que sentia a cabeça latejar. Ele segurou uma almofada e a atirou em Ontake, então deu continuidade quando voltou a deitar-se no sofá. — Eu odeio vocês… saiam da minha casa. —

Ontake ficou em silêncio mesmo quando a almofada foi jogada nele, mas sabia que cedo ou tarde buscaria vingança. Ele suspirou e pôs uma sacola na mesa que usavam para o café da manhã e olhou para Rin que vestia apenas uma cueca boxer, então olhou para Tsuyu que continuava puxando para si a calça do rosado para que pudesse vesti-la, então olhou para Musashi que dormia e babava e finalmente sua atenção pairou no namorado que reclamava quase inaudível de dores de cabeça.

— Considerando que me encontrei com poucas pessoas e o bar está fechado e com uma das janelas destruídas… imagino que tenham se divertido ontem. — Ontake disse e cruzou os braços.

— Janela destruída? Quem destruiu uma janela? — Rin perguntou ao mesmo tempo que soltava sua calça, dessa maneira fazendo com que Tsuyu fosse lançado para trás e caísse de bunda no chão.

— Seu filho da puta! — Tsuyu disse.

— Uh… me matem… eu imploro. — Shiki murmurou e não tardou a apontar para o usuário de machados e dar continuidade. — Foi ele… vi quando venceu uma queda de braço e arremessou o perdedor pela janela. —

— Rin e Tsuyu, banho para os dois. Há uma banheira e um chuveiro, escolham e usem água gelada. Fiquem quanto tempo quiserem. — Ontake disse.

Rin e Tsuyu se encaram. Era óbvio que um deles ficaria confortável na banheira enquanto o outro teria de ficar em pé no chuveiro. O Hyuga tentou correr para o corredor, porém o Uchiha girou em 360° com o pé esquerdo apoiado no chão e usou o direito para chutar o moreno em direção ao sofá, contudo a mira do rosado não era perfeita com aquela ressaca, por isso que jogou o líder da Mangetsu contra uma das paredes. Rin pôs as mãos nos joelhos dobrados quando terminou de girar e seus olhos lacrimejam.

— Aí, meu Hagoromo… eu nunca mais vou beber. — Rin disse e não demorou para se virar e seguir em direção ao corredor enquanto continuava. — A banheira é minha… —

— E eu? — Chishiki perguntou.

— Tem a pia se tiver interesse. Posso pegar uma mangueira e vamos lá fora para tirar sua imundície, mas pode ser que leve algumas horas… eu tô vendo uma crosta de sujeira… — Ontake disse enquanto se aproximava do escritor e cutucava a bochecha dele, então deu continuidade. — …ah… é só a sua pele mesmo. Sua pele imunda. — 

— Vou chutar a sua bunda… quando eu melhorar… — Chishiki disse e semicerrou as sobrancelhas enquanto era cutucado, mas não demorou a continuar. — …me lembre de chutá-lo. —

— Desgra-... çado. — Tsuyu murmurou enquanto se arrastava pelo chão usando apenas os cotovelos e seguindo em direção ao corredor. — Eu vou matá-lo, Uchiha! Você ousa me chutar!? —

Ontake olhou para o Hyuga seguindo para o corredor, aparentemente indo atrás do Uchiha em vingança ao chute recebido. E não demorou para que ouvisse a porta do banheiro sendo batida na cabeça do líder da Mangetsu algumas vezes.

— ME DEIXE ENTRAR! QUERO TOMAR BANHO! E PARE DE BATER ESSA PORTA EM MIM, CACETE! — Tsuyu gritava no chão.

— VOU PARAR DE BATER A PORTA EM VOCÊ QUANDO DEVOLVER A MINHA CALÇA! — Rin gritava.

— Vou afogar esses dois na banheira… — Chishiki sussurrou.

Ontake só não gargalhou porque sabia que seria péssimo considerando a situação que aquelas pessoas se encontravam. Ele gentilmente acariciou a cabeça do parceiro e depois seguiu para o fogão e lá começou a aquecer a água para a preparação do café e do eventual chá. 

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Algumas horas se passaram, já tendo passado e muito do horário de almoço, mas escolheram ficar um pouco mais naquele lugar até que ficassem mais decentes, ou seja, sóbrios e com a ressaca bem diminuída. Rin agora encontrava-se deitado e com as mãos atrás da cabeça e com o caule de uma planta em sua boca, assim como apreciando um frescor vento. O rosado encontrava-se descansando no telhado da casa onde iria morar com sua parceira dentro de alguns meses. A construção externa fora concluída e faltava apenas a interna e os móveis para que lá fosse um lar para sua família. Ele suspirou pesado e abriu vagarosamente seus olhos esverdeados e moveu-os para o lado esquerdo, assim prestando atenção em Tsuyu que se aproximava com a mão direita no bolso de sua calça recuperada e com a esquerda segurando um saco de gelo no rosto. "Sempre sou interrompido quando descanso, que droga" pensou e acabou suspirando ao mesmo tempo que removia o caule da boca.

— O que foi? — Rin perguntou e semicerrou as sobrancelhas em óbvio desgosto por uma leve dor de cabeça.

— Está quase na hora. Faltam poucos minutos para o início do Coliseu. — Tsuyu disse e olhou na direção da casa que pertencia a Chishiki antes de dar continuidade. — Não confio em Musashi para o Hiraishin no Jutsu considerando a situação deplorável que ele se encontra. —

— Entre os vivos, mas praticamente morto. — Rin disse com um ligeiro divertimento e seguiu o mesmo olhar que o Hyuga, assim suspirando e sentando-se no telhado antes de dar continuidade. — Está bem, pode contar comigo para essa viagem rápida. —

O Uchiha ficou em pé no telhado daquela casa e levou as mãos para a cintura, então inclinou o corpo para trás a fim de aliviar um pouco a tensão deixada por algumas horas deitado. Ele olhou em direção ao Hyuga e não demorou para saltar do telhado e cair ao seu lado esquerdo e imediatamente pôs o braço esquerdo em seu ombro e não demorou para que seguissem em direção a casa que ocupavam desde o dia anterior. 

— Está ansioso? — Rin perguntou.

— Vou anunciar publicamente que tenho intenção de me tornar o próximo Kage, então meio que sim. — Tsuyu disse ao mesmo tempo que semicerrava as sobrancelhas. 

— Pode ficar relaxado que Doro estará com você. Se tomar uma decisão errada… ela vai corrigi-lo. — Rin disse com um ligeiro divertimento e levando sua mão para trás da cabeça do moreno e fazendo um afago com a ponta dos dedos. — Tenho máxima confiança nela para saber que o ajudará no que precisar, Tsuyu. —

— Impressão a minha ou estamos amadurecendo? — Tsuyu perguntou com um ligeiro tom sarcástico.

— Amadurecendo? Eu acho que não. Continuamos os mesmos idiotas de sempre… só acontece de termos muitas experiências. Qual seria a graça de amadurecer? — Rin perguntou e usou o mesmo tom que o moreno, porém baixou a cabeça e gargalhou antes de dar continuidade com um olhar mais gentil e concentrado no Hyuga. — Você é como um irmão para mim. Espero que se lembre disso. —

Tsuyu ficou em silêncio, porém surpreso com aquelas palavras. Seus olhos amarelos se concentram nos esverdeados e pode perceber a veracidade daquele comentário. O Hyuga mordeu com suavidade o lábio inferior e fechou as mãos punhos ao mesmo tempo que desviava sua atenção. Aquele silêncio dominou até o momento que adentraram a casa de Chishiki, assim observam sem qualquer compreensão o usuário de machados com dois sacos de gelo no rosto e deitado no sofá enquanto o escritor optava por ficar próximo a mesa de refeições e bebendo sua décima quinta xícara de café.

— Vão embora da minha casa… agora. Eu não quero que estejam por aqui quando minha alma sair do corpo. — Chishiki disse assim que prestou atenção nos dois rapazes.

— Você não tem alma. É só uma casca vazia com um coração no zero absoluto… — Ontake disse enquanto servia-se com uma xícara de café. — …com uma personalidade horrível. —

— Eu adoro a forma que tratam um ao outro. Espero revê-los no Natal… e não me obrigue a vir buscá-lo, Shiki. — Rin disse e exibiu um olhar mais sério para o escritor, assim apontando para ele e dando continuidade. — Vou chutar sua bunda se não comparecer em Amegakure até o dia vinte e três, entendeu? —

— Nós vamos. Vou me certificar de levá-lo, Rin. E aproveito para levar uma pessoa que ingressou na Rokujūshi a algum tempo… — Ontake disse.

— Oh! — Rin disse e levantou uma das sobrancelhas enquanto prestava atenção no rapaz de olhos carmesins, assim não demorando em continuar. — É alguém que conheço? —

— Eu acho que não. — Ontake disse.

— Foco. — Tsuyu sussurrou. Ele imaginou que o rosado procuraria saber mais a respeito da pessoa que ainda não conhecia… e estava certo. 

— Certo, me desculpe. — Rin sussurrou e olhou para Musashi e suspirou antes de se aproximar dele e pôs a mão esquerda no peito dele. — Você está péssimo. —

— Todos estamos. — Shiki sussurrou.

— Como você não está? — Musashi sussurrou ao abrir um pouco dos olhos e concentrá-los no rosado.

— Muito medicamento para combater a ressaca, hidratação com chá de Aloe Vera, algumas xícaras de café e água pra caramba, além de algumas frutas. — Rin respondeu e acabou sorrindo com certa inocência para o usuário de machados antes de acrescentar. — Mas acredite… estou morto por dentro. —

— Rin… — Tsuyu o chamou, porém não demorou para pôr a mão esquerda no ombro do rosado.

— Ah, certo. Está na hora de irmos, Musashi. — Rin disse e não demorou para colocar sua mão direita acima do pulso esquerdo do usuário de machados, então olhou para Chishiki e continuou. — Obrigado pela estadia. —

Chishiki só balançou a mão esquerda como se pedisse para que os três vazassem de sua casa. Rin sorriu pelo canto esquerdo dos lábios e voltou sua atenção para Tsuyu e depois para Musashi que gemia por conta de toda aquela dor que sentia em sua cabeça. E não demorou para que o cenário repentinamente mudasse para uma área com algumas poltronas e de frente para uma janela imensa cujo vidro era incrivelmente reforçado… o lugar era a parte VIP do Coliseu onde um certo grupo era levado para assistir. Rin soltou os dois rapazes e olhou em volta, dessa maneira prestando atenção nas pessoas que ali estavam antes deles. Doro era a única que continuou sentada numa poltrona e comendo pipoca, porém olhava para eles com interesse. Yamanaka Misa não demorou para sair do seu assento e se aproximar do noivo e abraçá-lo com vontade e depois olhar para o curioso caso de Musashi que arrastava-se para um canto escuro. Tsuyu imediatamente se afastou do rosado e seguiu para perto da noiva onde pôs as mãos em suas bochechas e selou seus lábios aos dela de maneira apaixonante.

— Musashi virou um adepto da escuridão? — Lich perguntou.

— Ele bebeu demais e recusou tratamento convencional… ele acha que pode superar essa ressaca. — Rin respondeu enquanto prestava atenção no seguidor de Jashin.

— Ele não foi o único a beber demais… todos morremos por dentro ontem. — Tsuyu disse assim que pausou aquele beijo com a noiva e olhou em volta com os olhos levemente fechados e reconhecendo as pessoas que ali estavam, então continuou. — Vocês estão… —

— Melhores do que vocês. — Fushin respondeu com deboche.

— Foi bom? — Misa perguntou.

— Terrível… — Musashi respondeu e adotou uma posição fetal antes de dar continuidade. — …tenho flashbacks até certo ponto… e só quero morrer. —

— Ah, cale a boca! Pare de reclamar se não quer tratamento. — Rin disse com seriedade. Ele também sofria com alguns flashbacks e tudo o que se lembrava era de cantar algumas coisas com seus amigos.

— Vou me preparar. — Tsuyu murmurou e aproveitou para tomar distância da noiva e dos amigos, apenas continuando quando chegou no meio do caminho. — Como estamos? —

— Morto. — Musashi sussurrou quase inaudível.

— Não tem mais lugares. — Doro respondeu.

— Hm, ótimo. — Tsuyu disse e não demorou para sair.

Rin retornou sua atenção para a noiva e gentilmente pôs as mãos na cintura dela e usou os polegares para fazer uma pequena carícia, ao mesmo tempo Misa levou os braços para o pescoço do parceiro, assim envolvendo-o e mantendo seus olhos azuis nele… percebendo o reflexo de seu rosto no tom esverdeado dos olhos dele.

— Oi… — Rin sussurrou.

— Oi… — Misa sussurrou ao mesmo tempo que usava a ponta dos dedos para acariciar a nuca do noivo, assim dando continuidade. — …se divertiu então? —

— Eu acho que sim… — Rin respondeu e gentilmente encostou sua testa na testa da noiva e passou os braços em volta da cintura dela antes de acrescentar. — …e vocês? O que fizeram? —

Misa ficou em silêncio, assim como Ryūsei, Fushin e Doro que fingiram a própria inexistência naquele cômodo. A Yamanaka lembrava-se do que aconteceu no dia em que seu parceiro resolveu sair para comemorar com os amigos.

[ ۝ ]

As quatro garotas encontravam-se na sala de reuniões da Mangetsu. Havia uma garrafa vazia na mesa com a boca apontada para a Yamanaka enquanto a outra parte indicando Fushin que sorriu maliciosamente.

— Verdade ou desafio, Misa? — A especialista em Genjutsu perguntou.

— Desafio. — Misa respondeu e cruzou os braços abaixo dos seios e sorriu com uma ligeira provocação. Ela imaginava que não haveria um desafio tão difícil considerando sua situação.

— Está certo… — Fushin disse com malícia e usou o indicador esquerdo para apontar Doro, então continuou. — …ela é próxima de Rin e suponho que sempre quis tirar um pedaço dele. E você é a noiva dele e já o experimentou de todas as maneiras possíveis, estou certa? —

— Fus-... Fushin! — Doro disse em tom reprovativo ao mesmo tempo que suas bochechas ficaram coradas. Ela olhou para a Yamanaka e deu continuidade. — Eu… não é como ela… —

— Eu sei, Doro. — Misa disse com uma expressão gentil, então voltou sua atenção para a especialista em Genjutsu e continuou. — Qual o ponto? —

— O ponto é: beije-a por um minuto. — Fushin disse e agitou seus ombros, então continuou. — O segundo desafio pode ser em descer seminua e andar por um quarteirão. —

Misa ficou em silêncio. Ela nunca havia experienciado um relacionamento com o mesmo sexo da mesma forma que Rin — que se declarava Bissexual. A Yamanaka saiu de seu assento e caminhou em direção a Doro que ficou lhe encarando com ligeira surpresa, afinal não imaginava que aquilo estava mesmo acontecendo. A Yamanaka gentilmente pôs as mãos nas bochechas da outra kunoichi e aproximou seu rosto ao dela enquanto seus olhos — púrpuros e azuis — se encontram por um breve momento antes de se fecharem e seus lábios se encostarem. Era um beijo com a mesma ternura que frequentemente dava em Rin, contudo havia uma leve curiosidade neles, afinal aquela era sua primeira experiência com o mesmo sexo. 

[ ۝ ]

— Hm, só nos divertimos um pouco. Não é verdade, gente? — Misa disse ao mesmo tempo que suas bochechas ficaram bem coradas. 

— Aham, claro… — Fushin disse.

— Um pouco… — Ryūsei disse.

— Mudando de assunto! — Doro disse enquanto suas bochechas e orelhas estavam ruborizadas. Ela olhou para Rin antes de dar continuidade. — Sente-se, Rakun. —

— Ah, tá. Beleza. — Rin disse. 

Ele deu um beijo na bochecha esquerda da Yamanaka que soltou um risinho por gostar da pequena demonstração de afeto. O rosado afastou-se da parceira e seguiu para perto de Doro e sentou-se ao lado esquerdo dela e cruzou imediatamente os braços enquanto se concentrava na arena. Aos poucos as pessoas do cômodo privativo foram ocupando seus lugares.

[ ۝ ]

O Hyuga sabia que o confronto que teria no Coliseu era para demonstrar a sua força para Amegakure, mas assim mesmo os duelos, aquele cada um por si, seriam reais e a sobrevivência ia depender do talento dos participantes, só então, no final do evento, que aconteceria a divulgação de que pretendia se tornar Amekage. Tsuyu acessou a arena por uma segunda entrada e logo foi levantando seu braço direito enfaixado com o punho fechado enquanto recebia muitas saudações originárias da arquibancada… as pessoas estavam contentes em revê-lo… assim como os participantes temiam-no momentaneamente quando perceberam-no como o último participante daquele evento. Tsuyu sorriu pelo canto dos lábios ao mesmo tempo que baixava seu braço e assumia uma expressão mais séria.

— Vamos lá. Hoje tem um anúncio importante, então vamos acabar rápido com isso. — Tsuyu sussurrou.

O moreno disparou ao mesmo tempo que um pouco mais de quarenta pessoas vão ao seu encontro, enquanto que outras cento e sessenta tomam distância para que assistissem na esperança de verem possíveis brechas no estilo de combate do Hyuga. O próprio líder da Mangetsu freou quando estava próximo de uma pessoa e não demorou a atacar o adversário com um Jūken, assim jogando-o para longe e surpreendendo outros participantes.

[ ۝ ]

A Yamanaka se levantou. Ela se aproximou do vidro e semicerrou seus olhos. Ela abriu e fechou suas mãos algumas vezes e não parecia dar importância para o confronto que acontecia na arena.

— O que foi? — Rin perguntou.

— Tem um chakra a caminho. Já tive algumas vezes essa sensação, por isso me familiarizei um pouco com esse chakra… está se aproximando rápido. — A Yamanaka respondeu.

— Tem certeza? — Doro perguntou.

— Sim, ela tem. Misa é mais sensorial que qualquer um de nós aqui, então se ela diz que está sentindo um chakra, então está… — Rin respondeu enquanto olhava rapidamente para a amiga e não demorou para desviar sua atenção para Musashi que estava recolhido. — Oh, Musashi! —

O usuário de machados rangeu os dentes e rosnou ao mesmo tempo que se ajoelhava e colocava-se de pé. Seu olhar era sério apesar da ressaca que continuava sentindo. Ele não demorou mais do que um segundo para desaparecer e reaparecer no mesmo lugar, porém dessa vez com os seus machados e caminhou em direção ao rosado.

— É inimigo? Não adianta nada sentir um chakra e ser aliado. — Musashi disse. Ele olhou para a arena e depois para a Yamanaka. — Não é de algum participante? —

— Não… eu nunca senti o chakra dessas pessoas até agora a pouco, mas esse… tem familiaridade. — Misa respondeu.

— Vamos aguardar para descobrir se é inimigo, mas… — Rin dizia ao mesmo tempo que seus olhos esverdeados mudaram para o Sharingan, contudo os mesmos evoluíram novamente, assim tornando-se o Mangekyou Sharingan. E ele continuou. — …fiquem prontos. —

[ ۝ ]

Tsuyu se via cercado por pessoas que tentam acertá-lo com socos e armas improvisadas, porém ele suspirou ao mesmo tempo que liberava uma enorme quantidade de chakra de todos os pontos de seu corpo, então girou rapidamente para barrar os ataques, criando com ambos um escudo rotativo de chakra ao redor dele e lançando longe todos aqueles que tentaram machucá-lo. Ele sorriu quando a técnica acabou e prestou atenção nas pessoas que estavam prontas para usarem técnicas de Ninjutsu contra ele, porém perdeu seu sorriso no momento que algo cai a mais ou menos quinze metros dele de forma semelhante a um raio, porém sem toda aquela descarga elétrica. A queda incomum ocasionou em poeira sendo levantada e pessoas jogadas para todas as direções. Tsuyu cobriu seus olhos com o antebraço direito e sua atenção continuou no ponto zero da queda.

— Quem está aí? — Tsuyu perguntou áspero.

A poeira baixou rapidamente. E assim revelou um único indivíduo coberto por um manto preto desgastado e com um capuz para esconder o rosto, mas não era tudo isso. O recém chegado possuía uma máscara branca que assemelhava-se a uma caveira e com uma listra vermelha em vertical para cada abertura que havia aos olhos. O recém chegado estava em silêncio e nenhum pouco preocupado por aparecer no meio daquele evento. Sua atenção era unicamente no moreno que também lhe encarava.

— Quem é você? — Tsuyu perguntou novamente com a mesma aspereza, contudo não demorou a fechar o punho esquerdo e dar continuidade. — Responda! —

O recém chegado não respondeu. Na realidade, moveu por poucos milímetros os seus olhos para o lado esquerdo do Hyuga no momento em que outras pessoas apareceram. E depois moveu a cabeça para o lado direito e a levantou um pouco, assim prestando atenção não apenas nos participantes do evento, mas em pessoas — membros da Mangetsu — que estavam próximas da arquibancada e dispostas para confrontá-lo. Todos os mais de duzentos membros da Mangetsu, de cada esquadrão — Kenjutsu, Genjutsu, Taijutsu e Kugutsu — estavam naquela arena.

— Como? — Tsuyu perguntou.

— Misa usou o Shindenshin no Jutsu para alertar simultaneamente os membros da Mangetsu, então Doro fez um comando para que viessem lutar caso fosse necessário. — Rin respondeu ao mesmo tempo que batia o punho direito na palma esquerda, assim fazendo o som ecoar por aquele lugar e aumentando um pouco sua voz. — Se você quer encrenca, amigo… veio para o lugar errado. Eu recomendo que vá embora. —

O indivíduo não se mexeu, na realidade nem mesmo parecia preocupado.

— Certo… — Tsuyu disse e levou a mão direita ao cabelo, coçando-o por um momento antes de aumentar a voz e estender o braço esquerdo. — …ATAQUEM! —

Os membros do esquadrão de Kenjutsu desembainharam suas armas e os de Kugutsu fizeram as invocações de suas respectivas marionetes, assim como vários do esquadrão de Taijutsu abrem o primeiro portão — Kaimon — e vão de encontro ao indivíduo. Os membros de Genjutsu percebiam que não importava o que fizessem… nada acontecia com o recém chegado que estendeu os braços para os lados de seu corpo com as palmas abertas. Até mesmo os participantes do Coliseu iam ao seu encontro. "Isso já vai acabar. Se está usando uma máscara assim, então quer dizer que pertence ao mesmo grupo que Death? Será que é um membro novo? Bom, não importa… já será morto. Não há como escapar de tantas pessoas…" o rosado pensou e sorriu pelo canto dos lábios.

— Shinra Tensei. — O desconhecido disse.


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