Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 177
S08Ch09;




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Vinte dias passaram desde a cirurgia, os dois indivíduos já estavam mais do que acostumados com os novos braços. E aquele era o dia vinte e nove de Novembro, véspera do próximo evento no Coliseu que serviria para anunciar que Tsuyu estava preparado para ocupar o cargo de Kage de Amegakure. Rin ganhava aos poucos consciência naquela manhã e seus sentidos foram entendendo o ambiente, assim o mesmo pode sentir um desagradável cheiro e um barulho em particular, por isso que abriu lentamente os olhos e observou por um curto momento o teto do quarto que estava alojado com sua noiva, então levou a mão esquerda para os olhos e os esfregou algumas vezes com a ponta dos dedos, não parecendo incomodado por estar coberto apenas da cintura para baixo. O rosado respirou fundo e levou as mãos para o colchão, assim usando-as como apoio para se sentar e cruzar as pernas e olhar para os lados enquanto seu cabelo escorria para além dos ombros. 

Ele direcionou sua atenção para o banheiro que havia no quarto, por isso caminhou para aquela direção quando deixou a cama e assim prestou atenção em Yamanaka Misa que usava apenas suas roupas íntimas e terminava de vomitar dentro do vaso sanitário. Rin caminhou para perto da noiva e se agachou ao lado dela e pôs a mão esquerda em seu cabelo e o puxou para trás. O rosto de Misa estava suado e ela parecia bem cansada.

— Você está péssima… — Rin sussurrou com um olhar que expressava gentileza, mas era visível um tipo único de preocupação.

— Adorei como a primeira coisa que diz para mim no dia é como estou péssima… — A Yamanaka sussurrou e mirou seus olhos azuis cansados no noivo, mas não demorou para dar continuidade com um tom mais áspero. — …eu sei que estou ruim, tá? —

— Não precisa usar esse tom comigo. Só estou preocupado com você, afinal sua náusea se mantém a dias e isso pode não ser um bom sinal. Pode ser uma infecção bacteriana. — Rin disse, porém não demorou para dar continuidade quando percebeu um silêncio duvidoso da noiva. — Ocorre principalmente por meio do contato com secreções ou pela água, alimentos ou objetos contaminados. Eu chuto que seja o começo de uma pneumonia por causa dos sintomas que vem apresentando… — Rin disse e continuou assim que percebeu o mesmo silêncio da noiva. — …cansaço e náusea, além disso tem essa dor no peito que me contou ontem quando… —

— Me lembro do que estávamos fazendo à noite. — A Yamanaka disse ao mesmo tempo que suas bochechas ficaram levemente coradas, por isso não demorou para dar continuidade. — Pode me tratar com o Shōsen Jutsu? —

— Não, mas posso levá-la para o hospital de Konoha. Lá poderão fazer alguns exames para comprovar que é pneumonia e darão algum tipo de medicação, então terá que passar por um tratamento que dura de sete a vinte e um dias. — Rin disse e levou a mão esquerda para o cabelo e o coçou ao mesmo tempo que suspirava.

— Porque não pede para Doro essa medicação? Eu imagino que ela ficaria feliz me ajudando. — A Yamanaka disse e levou a mão direita para a barriga ao mesmo tempo que fazia uma expressão de desgosto.

A Yamanaka voltou a enfiar o rosto no vaso sanitário e vomitou um pouco do jantar da noite anterior, mas quase não havia mais o que sair de seu corpo considerando que já fizera aquilo algumas vezes. Ela sentiu a mão esquerda do noivo acariciando suas costas, tentando confortá-la, por isso supôs que não deveria agir na ignorância como fez no começo daquela conversa. 

— Isso vai depender do que medicarem, só então vou pedir para que ela dê uma medicação para você se a receita for muito fraca. — Rin disse e aproveitou para se sentar ao lado da noiva e abraçar as próprias pernas, então deu continuidade. — Pela tarde tenho que cuidar da Rokūjushi, então poderíamos sair daqui a pouco. —

— Porque está me parecendo animado para ir Konoha? — A Yamanaka perguntou e levou a mão direita à barriga e sentiu-se aliviada pela náusea passar, por isso se sentou ao lado do noivo que imediatamente passou o braço esquerdo enfaixado em seu ombro. 

— Admito que estou mesmo. Faz algum tempo que não vejo nenhuma das minhas mães, por isso o interesse. — Rin disse e levou a mão direita para a bochecha e a coçou ao mesmo tempo que suavizou sua expressão, porém suspirou e deu continuidade. — Eu adoro conversar com você, mas acho que esse não é o lugar ideal para passarmos muito tempo. —

— Continue falando, querido. Minha náusea está passando. Como está o treinamento na Rokūjushi? — Misa perguntou.

— Ah, certo. — O rosado murmurou, porém aproveitou para levar a mão direita a tampa do vaso e baixa-lá, então continuou. — Está indo bem. Tem uma pessoa que optou por se concentrar em massoterapia. Sabe o que é? — Rin perguntou, porém continuou quando recebeu um balanço sugestivo da cabeça de sua noiva. — São diversas técnicas terapêuticas, com objetivo de melhorar a saúde e prevenir alguns desequilíbrios corporais. Por meio de toques em regiões do corpo de uma pessoa, realizando movimentos fortes ou sutis. Possibilita o alívio do estresse, de dores e tensões, relaxamento muscular, liberação das toxinas pela corrente sanguínea, aumento da flexibilidade e melhora da circulação do sangue, além de uma sensação geral de bem-estar. —

— Em resumo, terá um massagista na Rokūjushi. — A Yamanaka sussurrou.

— Sim, por assim dizer. — Rin disse e alargou um sorriso pela forma que sua noiva resumiu todo o seu esclarecimento, então deu continuidade. — Ryūsei está treinando aqueles que têm interesse em aprender sobre Kenjutsu. —

— Por isso que Musashi está bravo com você esses dias. — A Yamanaka sussurrou.

— Está bravo por causa disso ou por não poder ficar perto de Ryūsei por muito tempo. Parece que ele gosta dela. — Rin disse, porém não demorou para dar continuidade. — Por favor, não tente aproximá-los. Isso é algo que Musashi confiou a poucas pessoas. —

— Que pena. — A Yamanaka sussurrou obviamente descontente com aquele pedido, assim dando continuidade. — E o que mais na Rokūjushi? —

— Tem outra pessoa que está se concentrando em acupuntura. Sabe o que é? — Rin perguntou, mas não deu chance da noiva respondê-lo e deu continuidade assim que fez a pergunta. — Consiste na aplicação de agulhas bem finas, em pontos específicos do corpo, para melhorar a imunidade e ajudar no tratamento de problemas emocionais e, até, de algumas doenças físicas. As técnicas de acupuntura baseiam-se na ideia de que o corpo é composto de energia, acumulada em várias regiões, que são chamados de meridianos. Se o fluxo de energia nestes meridianos estiver desequilibrado provoca inflamação no corpo, causando sintomas como dor, cansaço e fraqueza. Por isso, o objetivo do tratamento com acupuntura é restabelecer o equilíbrio do corpo, facilitando a circulação de energia, desencadeando efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. — Rin concluiu sua resposta, porém exibiu a mão direita e não demorou para uma energia azulada cobri-la, então continuou. — Em todos os casos essas pessoas ainda devem aprender o Shōsen Jutsu. —

— Há diversas áreas para a saúde… me admira que haja conteúdo. — A Yamanaka disse e não demorou para direcionar sua atenção para o noivo e dar continuidade. — Já tô um pouco melhor. O que acha de me acompanhar num banho e então partimos para Konoha? —

O rosado ficou em silêncio e admirou por um brevíssimo segundo sua noiva. Ele sabia como a mesma ficava um pouco deslocada com os assuntos em respeito às áreas médicas e como ela se esforçava para entender. O rosado não demorou em sorrir e levar a mão disponível para o cabelo e o alisar tranquilamente antes de levar seus lábios para uma das bochechas dela e beijá-la.

— Vou fechar a porta do quarto. Não quero ninguém interrompendo o banho. — Rin sussurrou. 

— Estarei aguardando por você. — Misa disse ao mesmo tempo que um pouco de diversão era nítida em seus olhos azuis.

O rosado não pensou em mais nada. Ele só se levantou com a vitalidade de mil homens e disparou tão rápido quanto mil homens para a saída do banheiro enquanto escutava sua noiva gargalhar animada e ligar distraidamente no chuveiro. Rin cruzou rápido o quarto e ignorou algumas peças de suas roupas jogadas pelo chão em decorrência da noite anterior, se aproximou da porta do quarto e levou a mão a sua maçaneta e a abriu por um momento e botou o rosto para fora e olhou de um lado a outro e identificou uma presença não muito longe dele. Era Musashi que costumeira fazia a guarda do quarto do líder da Mangetsu e que comumente parecia descontente.

— Que bom, você está aí! — Rin sussurrou, porém num tom que o usuário de machados lhe escutaria, então continuou quando recebeu um olhar dele. — Não deixe ninguém bater na porta, entendeu? —

— Porque isso não deveria acont-... Ah, cara! — Musashi disse. Ele não demorou para entender o motivo por trás daquele pedido, por isso usou seu indicador esquerdo para apontar ao rosado. — Eu não vo-... — Ele foi interrompido.

— Obrigado! E não esperem a gente para o café da manhã… nem para o almoço. — Rin interrompeu o usuário de machados e fechou a porta do quarto e depois a trancou para se certificar de que ninguém entraria. 

— Me tornei guarda para que essas pessoas matem as malditas vontades? Que caralho! — Musashi sussurrou.

[ ۝ ]

Um pouco mais de uma hora e meia depois os dois vieram a aparecer no Monumento dos Hokage, em cima de um cabelo de Uzumaki Naruto. O Uchiha mantinha o cabelo preso num rabo de cavalo e usava uma camisa branca com listras pretas horizontais e uma calça escura com um cinto de couro e dois aquecedores pretos nos braços, enquanto que a Yamanaka deixava o cabelo preso também por um rabo de cavalo, porém vestindo uma camiseta preta com as mangas dobradas nos cotovelos e uma calça jeans, os dois usavam sandálias com abertura para os dedos. Os dois trocam alguns olhares e não demoram para sorrirem e soltarem um tipo de risada por mais que nada tenha sido pronunciado por ambos.

— Eu não tenho marcação no hospital, mas a viagem será rápida com o Raiton: Rageshi Senko. — Rin disse e não demorou para ficar de costas para a noiva e se agachar, então olhou para ela, então deu continuidade. — Pode subir… —

— Em que lugares você possui uma marcação? — Misa perguntou e não demorou para obedecer o noivo e subir em seus ombros e por as mãos em seus cabelos róseos, então deu continuidade. — Ainda bem que não estou usando saia. —

— É uma pena para falar a verdade, mas não é nada que eu já não tenha visto hoje, ontem ou anteontem, ou… — Ele parou de falar no momento que que as coxas da noiva apertaram violentamente seu rosto e a mesma agarrou com mais força seu cabelo.

— Apenas responda a minha pergunta! — A Yamanaka disse ao mesmo tempo que suas bochechas estavam ruborizadas. Ela sabia bem da rotina que possuíam. 

— Esse lugar, o corredor da minha casa e aquele muro perto da sua casa, esses são todos os lugares em Konoha que possuo uma marcação. — Rin disse e não demorou para se levantar e passar as mãos em volta das pernas da noiva para se certificar de que ela não fosse cair. — E tenho uma marcação com Sasuke-san, mas não tenho ideia de onde ele está. —

"E ainda tenho que esconder o Karasuki em algum lugar que não o encontrem. Se é tão perigoso quanto mostram as memórias do meu pai, então é melhor mantê-lo escondido, mas tenho que pensar cuidadosamente em onde e no como…" pensou o rosado ao mesmo tempo que uma carga elétrica cobria o seu corpo e assim dando um aumento exponencial em sua velocidade. Seus olhos esverdeados se transformam no Sharingan.

— Em frente! — Misa disse um pouco animada.

— Certo. — Rin disse.

E assim levou menos de um segundo para que o rosado saísse correndo por aquela montanha e concentrando chakra nos pés para evitar uma queda, descendo-a com uma extrema facilidade em diagonal e sentindo as mãos da noiva lhe segurarem com mais força o cabelo, puxando um pouco para trás, assim como pode escutar o brevíssimo grito de animação da noiva por causa daquela velocidade. "Estamos com esse ânimo por termos voltado para Konoha, mas sinto um tipo de preocupação. E se ela tiver alguma doença mais séria que pneumonia? Câncer no estômago é um bom exemplo, além disso bate com a náusea e o cansaço recente, mas nenhum outro sintoma apareceu, então pode ser que haja solução se começar o tratamento cedo… eu poderia gastar todo o dinheiro que consegui para arrumar uma cura independente de sua doença, quem sabe focar a Rokūjushi numa única especialidade para uma cura se for alguma doença inédita. Eu só quero o bem para ela…" pensou e rangeu seus dentes ao mesmo tempo que aumentava a velocidade de sua técnica e saltava pouco antes de chegar ao chão, assim alcançando o telhado de um prédio vizinho.

— Raiton: Rageshi Senko V.2. — O rosado disse e levou um único segundo para que chakra se concentrasse em suas pernas e assumisse a forma de pernas de avestruz com patas de felinos e o chakra mudasse para a mais pura eletricidade, então deu continuidade com um sussurro. — Eu vou mais rápido a partir de agora, então segure-se firme. —

— Hã? Ah! — Misa disse.

A última parte nada mais foi do que um gritinho, isso porque o rosado disparou ainda mais rápido do que antes e saltou incrivelmente rápido por entre os telhados de algumas construções, mas em dado momento teve de correr pela rua e assim deixar em evidência uma parte de sua velocidade verdadeira com o avanço daquela técnica. Tudo que as pessoas enxergavam era uma coloração azulada por causa da tonalidade da técnica, mas também um tom róseo que era pelo cabelo de Rin e um tom amarelo que era por causa de Misa, além disso a velocidade causava uma ventania e levantava poeira por onde iam. E ele — Rin — não precisava se preocupar em esbarrar com uma pessoa, afinal contava com o Sharingan. "Eu não posso pensar que é uma doença séria. Tenho que manter a calma e botar os pensamentos em ordem. Quais são as doenças menos inofensivas que tem como sintoma a náusea e o cansaço?" pensou e não demorou para começar uma lista das doenças mais comuns e mais raras que começam com os sintomas apresentados pela garota. 

Ele só parou com aquela estranha lista quando alcançaram o hospital, sequer se incomodou pelo rastro de poeira que deixou durante a rápida viagem e logo foi se ajoelhando, dessa maneira deixando que a noiva saísse de seus ombros e suspirou em certo alívio. Ele olhou para ela e levou menos de um segundo para perder aquela preocupação, substituindo-a por uma certa infantilidade e não demorou a gargalhar com vontade por causa do cabelo bagunçado da noiva, mas havia sentido aquilo acontecendo por causa da velocidade de a pouco. A Yamanaka lhe encarou com uma terrível seriedade e cruzou os braços abaixo dos seios.

— Idiota. E eu cuidei tanto do meu cabelo antes de sairmos. — Misa disse.

— Haahaaha! — Rin gargalhou ao ponto de lágrimas escorrerem pelo canto dos olhos. Ele fazia questão de apontar para a noiva.

A Yamanaka mordeu os lábios. Ela devia agir com superioridade e não com violência, por isso deixou de lado a animosidade do noivo e seguiu caminhando para dentro do hospital com o rosado um pouco atrás dela. Rin tinha as mãos guardadas nos bolsos da calça, olhando para os lados e reconhecendo rostos de alguns funcionários que cumprimentavam com acenos casuais, mas não passava disso. Ele direcionou seus olhos verdes para a noiva que andava com certa confiança.

— Sabe onde minhas mães estão? — Rin perguntou.

— Sim, tô indo atrás do chakra de Shiawase que está perto, enquanto que Sakura está no segundo andar. — Misa respondeu.

— Certo. — Rin disse. 

— Em que estava pensando? — Misa perguntou enquanto caminhava e olhava para trás com discrição para que pudesse observá-lo.

— Porque acha que eu estava pensando em alguma coisa? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Você parecia concentrado. Bem mais concentrado que o normal. Então, em que pensou? — Misa perguntou.

— Ah… — Rin murmurou. Ele suspirou e não demorou em dar continuidade. — …fiz uma lista de doenças com as mesmas coisas que vem sentindo. Não é nada demais. —

— Você fez uma lista? — A Yamanaka perguntou.

— Aham. — Rin respondeu e aproveitou para remover as mãos dos bolsos e dar continuidade. — Posso contar as cinquenta doenças? —

— Você lembrou de cinquenta doenças com náusea e cansaço como principais sintomas? — A Yamanaka perguntou novamente.

— Eu lembrei de mais. — Rin disse.

A Yamanaka sabia que passaria algum tempo ouvindo sobre doenças que nunca soube da existência, contudo sentiu um tipo único de alívio quando sentiu mãos firmes encostarem nela, por isso olhou para frente e assim se deparou com Shiawase que por hábito usava um jaleco branco e olhava com dúvida para as duas pessoas, porém com mais dúvida ainda para a Yamanaka que parecia incrivelmente satisfeita em revê-la.

— O que foi? O que fazem por aqui? — Shiawase perguntou.

— Oi, mãe. — Rin disse e usou a mão esquerda para acenar para a mãe adotiva.

— Oi, Shiawase-san. — Misa disse.

— Quando que cresceu esse braço? — Shiawase perguntou ao ver o braço esquerdo coberto por bandagens, porém não demorou em continuar. — O que fazem por aqui? —

— Tem alguns dias, semanas na verdade. E deu tudo certo na cirurgia. — Rin disse e olhou para a mão esquerda e a fechou em pinho antes de colocá-la no bolso da calça, então deu continuidade. — Misa está com problema de saúde. —

— E você não pode cuidar dela? Nenhum dos seus amigos ou sua organização? — A médica perguntou para o rosado, porém retornou sua atenção para a Yamanaka e cruzou os braços. — O que está sentindo? —

"Parece que a ignorância do papai foi transferida para ela…" o rosado pensou com um breve descontentamento. Ele só não queria usar seus amigos ou a Rokūjushi porque sabia que acabaria levando-os ao limite para descobrirem o problema da noiva.

— Náusea e cansaço, além de uma dor no peito que começou ontem. — Misa respondeu.

— Esqueci da dor no peito. Vou ter que refazer a minha lista. — Rin sussurrou quase inaudível e levando a mão para o queixo e assumindo uma expressão mais séria.

— Hm… — Shiawase disse e sorriu pelo canto dos lábios e não demorou para pôr as mãos nos ombros da Yamanaka e dar continuidade com um tom mais amável, quase malicioso. — …vamos fazer alguns exames, Misa. —

— Ah… certo. — Misa disse. A Yamanaka sentia um pequeno desconforto por causa do tom amável e malicioso da médica.

— Eu vou procurar por Sakura-sama. — Rin disse e levou a mão antes no queixo para o bolso da calça e seguiu caminhando.

— Sakura? Soube que está acompanhada por Tsunade-hime, Rin. Então, tente não inco-... você está bem? — Shiawase perguntou.

O rosado prestava atenção na mãe adotiva com uma expressão que era sujeita a parecer com perversão. Ele estava ofegante e suas bochechas coradas e seus lábios ocupando um incomum sorriso. Seu corpo todo se arrepiava e havia um brilho desconhecido em seus olhos esverdeados.

— Tsunade-hime? Senju Tsunade está nesse hospital? A primeira Sannin das Lesmas no mesmo teto que eu? A Godaime Hokage e eu ocupamos quase o mesmo espaço? A neta de Senju Hashirama? — Rin perguntou apressado.

— Porque eu sinto que gosta dela? — A Yamanaka perguntou.

— Porque eu não gostaria!? — Rin perguntou e ficou mais ofegante e mais animado enquanto tirava as mãos dos bolsos, então deu continuidade. — Tsunade é simplesmente a pessoa mais incrível de toda área médica, então é óbvio que estou ansioso para conhecê-la! Rápido, onde Sakura está, Misa? —

— Eu nunca te vi animado desse jeito… — Shiawase sussurrou.

— Você está animado demais. Tanto que se esqueceu que eu já disse que ela está no segu-... — A Yamanaka o observou correr, por isso gritou com óbvia raiva. — AO MENOS ME ESPERE CONCLUIR, CARAMBA! —

— Rin, estaremos na minha sala! — Shiawase disse.

— Certo, até daqui a pouco! — Rin disse.

O rosado olhou para a janela e soube num breve segundo que demoraria demais se resolvesse andar e subir as escadas, por isso correu para a primeira janela e pôs as mãos na beirada, então se impulsionou para cima e concentrou chakra nos pés, desta forma escalando o hospital e não demorando para alcançar o segundo andar e o acessando. O rosado sentia o coração disparar em ansiedade por haver a possibilidade de se encontrar com a kunoichi que antecedeu sua mestra, por isso sentia aquela empolgação. "Sakura-sama e Tsunade-hime juntas, num mesmo espaço, conversando sobre determinado assunto… o quão incrível isso parece aos olhos de uma pessoa comum? Ou de um ninja médico? Por Hagoromo… isso é o paraíso!" pensou e novamente sentiu o arrepio espalhando por cada centímetro do corpo e não demorou para toda sua atenção se voltar para uma porta quando ouviu a reconhecível voz de sua mestra no interior da acomodação, por isso apressou seus passos até a porta e a abriu violentamente. 

E não havia se enganado, afinal lá estava mesmo Sakura em companhia de uma pessoa e ambas param imediatamente a conversa. A outra pessoa tendo pele clara, com olhos castanhos, cabelo liso, loiro. O cabelo descendo até a cintura, além de possuir uma franja até os ombros emoldurando os dois lados do rosto e tendo dois rabos de cavalo amarrados de forma frouxa, além disso contendo um losango no meio da testa. 

— Ahahaha, Sakura-sama, quanto tempo, não é verdade? — Rin perguntou descaradamente e aproveitou para adentrar na acomodação e sorrir com uma imensidão desconhecida de ânimo, então olhou para Tsunade e engoliu em seco antes de dar continuidade. — Ahahaha, quem é essa, Sakura-sama? —

— Hm? — Tsunade disse com dúvida.

— Ah, querido. Quanto tempo não nos vemos? — Sakura disse e não demorou para prestar atenção no braço esquerdo enfaixado, porém voltou sua atenção para a antiga mestra e deu continuidade. — Verdade, ainda não foram apresentados. Tsunade-sama, esse é o Rakun, o meu filho. —

— Tsunade? — Rin disse e tentou ao máximo parecer surpreso, mas não conseguiu. Ele se aproximou mais da neta de Hashirama ao mesmo tempo que ficava mais ofegante. — Você é a Tsunade? A Godaime? —

— Sua cara está nojenta. — Tsunade sussurrou quando percebeu aquela invasão de espaço, além disso semicerrou as sobrancelhas, então deu continuidade. — Então, você é o aprendiz dela. Quais são as regras? —

— As regras? — Rin perguntou. Ele recuperou um pouco da compostura, da concentração e seriedade de sempre, então continuou. — 1° Regra: Ninjas médicos não podem desistir de dar tratamento a seus companheiros enquanto respirarem. 2° Regra: Ninjas médicos não podem se envolver em batalhas. 3° Regra: Ninjas médicos devem ser os últimos do seu esquadrão a morrerem. — O rosado sorriu pelo canto dos lábios antes de acrescentar. — 4° Regra: O ninja médico que dominar o Byakugō no In pode quebrar todas as regras anteriores. —

— Você sabe até isso. — Tsunade disse.

— Sim, o Rakun pode não parecer à primeira vista, mas é inteligente e esforçado, além de possuir um controle excelente de chakra. — Sakura disse e cruzou os braços abaixo dos seios, então deu continuidade. — O que está fazendo por aqui? —

— Interessante. — Tsunade disse.

"A Godaime me acha interessante!" o rosado pensou e voltou a sentir o arrepio, porém se controlou, assim conseguiu evitar qualquer reação exagerada.

— Trouxe Misa para alguns exames. — Rin respondeu e levou a mão direita para o cabelo e o coçou, então deu continuidade. — Ela está com alguns sintomas e estou preocupado. —

— Espera, Rakun? — Tsunade disse e levantou as sobrancelhas mais um pouco enquanto mantinha seus olhos concentrados no rosado, então deu continuidade. — Já ouvi algumas coisas a respeito, mas não esperava encontrá-lo tão cedo… ou que fosse tão jovem. —

— Já ouviu coisas a… meu respeito? — Rin perguntou e perdeu toda a compostura e abraçou a si próprio enquanto suas bochechas ficaram terrivelmente coradas, então continuou. — Ahaha… eu sou um lixo comparado a grandiosa Tsunade-hime, não tenho nada de especial a ser contado, vamos… diga-me quem profanou seus ouvidos com comentários banais a meu respeito… vou caçar e matá-lo pessoalmente. —

"Ele é fã dela… e nem faz questão de esconder isso" Sakura pensou ao mesmo tempo que levava as mãos para a cintura e observava a reação até exagerada do filho. Ela nunca imaginou que em algum momento ele se comportaria daquela maneira.

— Você não é um lixo. Você está ajudando a passar o conhecimento do Iryō Ninjutsu para mais pessoas, assim poupando a vida de muitas pessoas. É um objetivo muito nobre. — Tsunade disse. Ela partilhava daquele objetivo no passado com Dan.

O rosado ficou sem palavras, piorando esse silêncio quando a Senju delicadamente pôs a mão direita em seu queixo e se curvou um pouco e com certa gentileza levou os lábios para a testa do mesmo, assim dando-lhe um beijo e depois se afastando e levando a mão direita para o peito dele onde podia sentir o batimento acelerado de seu coração, então sorriu ao mesmo tempo que suas bochechas estavam levemente coradas.

— Você será um bom homem, Rakun. — Tsunade disse.

— Ah… — Rin não sabia o que dizer. Suas bochechas estavam coradas e seu coração disparado, além disso seus olhos possuíam um tipo único de brilho.

— Que exames? — Sakura perguntou novamente.

— Não sei. Minha mãe a pegou no caminho para cá e disse que a levaria para o escritório, mas Misa está sentindo a algum tempo náuseas e cansaço, além de uma dor no peito que começou na noite anterior. Eu até mencionei para Misa que poderiam ser inúmeras doenças e me propus a contar da lista que fiz, mas mamãe atrapalhou esse momento. — Rin respondeu e não demorou para fazer um beicinho, obviamente descontente pelo acontecido, então suspirou. — Que saco… poderia ter interrompido em outro momento. —

Tsunade ficou em silêncio, porém trocou um olhar sincero com Sakura que acabou suspirando e se aproximando do rosado que sussurrava quase inaudível algumas das inúmeras doenças que faziam parte de sua lista. Era incrível como Rin pensava em tantas doenças com aqueles sintomas, porém a mais óbvia era simplesmente esquecida por ele.

— Eu não vou querer perder isso. — Sakura sussurrou quase inaudível e levou as mãos para os ombros do filho, então deu continuidade enquanto o empurrava até a porta. — Me de licença, Tsunade-sama, mas tenho que levá-lo. —

— A vontade. — Tsunade disse e direcionou seus olhos para o rosado, então continuou. — Até outro momento, Rakun. —

— Hm? Até, Tsunade-sama! — Rin disse com gentileza para a Senju, porém não demorou para olhar a mãe biológica e continuar quando manteve um olhar mais sério. — Não precisa me empurrar, tá? Posso ir sozinho até a porta. —

— Vou acompanhá-lo. Me deu vontade de rever a Misa. — Sakura disse.

O rosado ficou em silêncio, mas aceitou com facilidade aquelas palavras. Os dois saíram da acomodação, então caminharam pelo corredor do segundo andar e passaram por algumas pessoas que os reconheciam, mas obviamente não era nisso que tinham interesse. Os dois chegaram ao primeiro andar após descer uma curta escadaria e seguiram pelo lado direito enquanto prestam atenção nas portas com placas. O rosado alargou um sorriso quando encontrou a porta com a placa que dizia "Katsuryoku Shiawase, médica geral" e levou a mão à maçaneta, assim abrindo-a e aumentando um pouco o tom de voz enquanto adentrava.

— Eu volt-... — Rin não concluiu seu comentário.

— Você está grávida, Misa. — Shiawase disse.


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