Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 176
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O rosado aos poucos foi recuperando a sua consciência, assim não levando muito mais tempo para abrir os olhos esverdeados e identificar no início o teto de sua acomodação, assim como sentia o confortável colchão que alguém o colocou durante sua inconsciência. Ele mexeu sua cabeça para o lado direito, assim concentrou seus olhos numa figura que ocupava a cama ao lado da sua e tudo indicava que tinha recém acordado também. Rin possuía bandagens envolvendo sua testa e abdômen, assim como alguns curativos mais simples em suas bochechas, enquanto que Tsuyu possuía bandagens e curativos nas mesmas regiões. A única janela da acomodação indicava para ambos que já havia anoitecido, mas esse era o máximo de informação que tinham.

— Você me deu uma cabeçada. — Tsuyu murmurou assim que levou a mão para a testa e tocou com a ponta dos dedos.

— É… dei mesmo, não é? — Rin disse com um ligeiro divertimento, afinal sabia que a maioria das pessoas não esperam receber uma cabeçada num confronto, o mesmo deu continuidade. — Cada um luta da sua própria maneira. —

— Com UMA cabeçada? — Tsuyu perguntou ríspido e aumentando um pouco o tom de sua voz, assim não demorando em continuar. — Você é idiota? —

— Sim, sou idiota! E você é um babaca, satisfeito? — Rin aumentou igualmente o tom de voz, além de ter assumido uma expressão mais séria, não demorando para continuar. — Você fechou grande parte dos meus pontos de chakra, então foi um milagre que tenha conseguido usar o Susano'o, além disso não queria perder para você… é humilhante. —

— Humilhante? Você enfrentou o próximo Amekage… não tem nada de humilhante perder para alguém superior a você. — Tsuyu disse.

— Você pode ser o próximo Amekage, mas tenho certeza que não venceu. — Rin disse ao mesmo tempo que assumia ainda mais seriedade, não demorando para continuar. — Eu venci. —

— Em seus sonhos! — Tsuyu disse com um olhar ainda mais sério do que antes, assim também não demorando em continuar. — Meu soco acabou com você naquele momento… era para ter caído e quem sabe morrido. —

— Ahahaha! — Rin gargalhou com nítido deboche do comentário do moreno ao mesmo tempo que se esforçava para se sentar na cama, assim dando continuidade quando conseguiu. — Acabou comigo porra nenhuma, entendeu? O que acabou comigo foi a cabeçada, então eu venci! —

Se alguém tivesse uma imaginação muito fértil, com certeza enxergaria naquele momento inúmeras faíscas saindo dos olhos de cada um deles e cruzando-se num meio entre eles. Estavam tão concentrados em discutirem e se encararem que nem deram importância para a porta da acomodação que foi deslizada, assim dando acesso para que mais duas acessassem aquele quarto em que os dois residiam. As duas recém chegadas nada mais eram do que Doro e Misa que ficam num momentâneo silêncio… elas já estavam mais do que acostumadas com aquela rivalidade entre seus noivos, contudo alguém deveria acabar com aquilo antes que outra briga começasse. Ela bateu palmas, assim ganhando a atenção do rosado e do moreno que ficaram contentes ao verem suas parceiras.  

— É ótimo saber que estão cheios de energia, mas não acho certo começarem outro espancamento quando acordaram a pouco tempo, então vou propor duas coisas interessante. — Doro disse e mostrou a mão direita fechada em punho, exceto indicador e médio a mostra, então deu continuidade. — A primeira é voluntariamente pararem de brigar por algumas horas até seus corpos terem o merecido descanso, a segunda é mais divertida e sabem o porquê? Porque vou usar alguma medicação em seus corpos que fará com que fiquem mansos ou durmam por dias. —

Rin e Tsuyu perdem aquela animosidade por um breve instante, voltam a se encarar e uma rápida conversa silenciosa que envolvia olhares e acenos de cabeça acontece, então os dois voltam suas atenções para a kunoichi que propusera as duas opções.

— Você não seria ousada ao ponto de usar qualquer droga na gente… — Tsuyu disse, porém com um breve receio em sua voz.

— Não? — Doro perguntou e levantou uma das sobrancelhas, então continuou quando abriu a mão direita e revelou um frasco com um líquido no interior. — Isso daqui é um sonífero concentrado, mais precisamente Flunitrazepam, que é um medicamento que causa forte depressão do sistema nervoso central, sendo usado para diminuir crises de ansiedade e distúrbios do sono. Geralmente deve ser feito sob supervisão médica, uma vez que se trata de uma medicação muito perigosa quando ingerida em doses incorretas, mas sou especialista em venenos, antídotos e medicamentos. — Doro sorriu pelo canto dos lábios, então fechou sua mão direita e cruzou os braços abaixo dos seios. — Então? Vão parar voluntariamente com essas brigas até se recuperarem ou vou ter que usar essa medicação? —

— Eu criei um monstro… — Rin sussurrou, porém retornou sua atenção para a Yamanaka e levantou as sobrancelhas. — …como? —

— Musashi. Adivinhe a minha surpresa quando terminei a aula e ele estava no corredor me esperando? — Misa respondeu e se aproximou do noivo e levou a mão direita a bochecha dele e o beliscou. — E contando sobre uma briga. —

— Foi só isso que ele contou? — Tsuyu perguntou enquanto dirigia sua atenção para a Yamanaka.

— Sim. Porquê? Tem algo a mais que devíamos saber? — Misa perguntou ao mesmo tempo que mirava seus olhos azuis nos amarelos do rapaz.

— Não mesmo. — Tsuyu respondeu. Ele não seria estúpido de contar sobre a pequena aventura para o bordel de Yokubō. Ele olhou para o rosado que parecia concordar com a ideia. E não demorou para continuar assim que a atenção se voltou para a noiva que ainda segurava o frasco. — Não vamos brigar até que nossos corpos se recuperem, então faça-me o favor de jogar essa coisa fora. —

— Vou acreditar em sua palavra. — Doro disse e novamente fechou sua mão para esconder o frasco, então deu continuidade. — No lado de fora escutamos sobre Amekage. Você está mesmo pensando em assumir o cargo? —

A Yamanaka sentou-se ao lado do Uchiha que não demorou para passar o braço em volta da cintura da noiva e acomodar o rosto no ombro dela, os dois mantiveram-se atentos no Hyuga que parecia vagamente surpreso, mas acabou suspirando.

— Estou sim. Já chega de lutar contra essas opiniões… se as pessoas me querem como o próximo Amekage, então é isso que terão. — Tsuyu respondeu e não demorou para direcionar sua atenção na barriga da noiva, então continuou quando voltou seu olhar para a noiva. — Amegakure tem que se tornar um bom lugar para essa criança viver. Esse será o meu objetivo como Amekage. —

— Arashi ficará orgulhosa quando essa história for contada para ela. — Doro sussurrou e não demorou para se aproximar da cama e gentilmente passar seus braços em volta da cabeça do noivo e levá-lo para sua barriga. — Eu estou orgulhosa. —

— Obrigado… saber disso é muito importante. — Tsuyu disse e não demorou para fechar seus olhos e levar seus lábios para a barriga da noiva, então sussurrou com uma leve perversidade. — Ninguém pensará em se aproximar com ideias erradas de você se o papai aqui se tornar um Amekage, nenhum menino tentará encostar um dedo em você, pois saberá que estará encostando no bem mais precioso de Amegakure e da Mangetsu, ou seja, Arashi será do papai para toda vida. —

Rin foi o primeiro a gargalhar. A Yamanaka o acompanhou um pouco depois, mas cobrindo a boca com uma das mãos. E Doro simplesmente suspirou e levou seu punho esquerdo para a cabeça do noivo, assim acertando-o e depois cruzando os braços.

— Eu sabia que tinha uma ideia maléfica por trás disso tudo. Você não presta nem mesmo nos momentos sérios. — Doro disse com óbvia reprovação.

— Você já deveria saber disso. — Tsuyu disse em óbvio tom cômico ao mesmo tempo que levava a mão para a área atingida.

— De qualquer forma… — Doro murmurou e usou a mão esquerda para fazer com que o noivo se deitasse, então deu continuidade. — …é ótimo saber que estão bem e cheios de energia, de verdade, mas por agora peço que continuem descansando. —

— Por quanto tempo descansamos? — Rin perguntou. Ele sabia que se a Yamanaka estava por ali era porque já passavam das dezesseis horas. 

— Agora são oito e meia, então faz algum tempo. Os dois estavam péssimos quando os encontramos, mas nada é impossível para o meu Shōsen Jutsu. — Doro respondeu em tom brincalhão e levando a mão para a barriga e acariciando com suavidade. — Só tive um gasto a mais de chakra, mas serviu para me deixar cansada. —

"Nada é impossível para o Shōsen Jutsu? Você só pode estar de brincadeira, Doro" o rosado pensou com um ligeiro divertimento, afinal sabia de inúmeras coisas que não eram facilmente tratadas por aquela habilidade. "Às vezes me esqueço como o corpo feminino é incrível… o bebê se nutre com o chakra para desenvolver o próprio durante toda a gestação…" pensou e sorriu ao mesmo tempo que aproveitava para se deitar na cama assim que soltou-se da Yamanaka.

— De qualquer maneira… acho que devíamos descansar mesmo. Amanhã será um dia cheio para nós. — Rin disse ao mesmo tempo que prestava atenção em Tsuyu e sorriu pelo canto dos lábios. 

— Do que está falando, Rakun? — Doro perguntou.

— O braço dele está pronto a alguns dias e combinamos que amanhã seria a cirurgia, então vou levá-lo para o Orochimaru-sama e auxiliar com a cirurgia. — Rin respondeu.

— Que maravilhosa notícia! — Doro disse e não demorou para se curvar e dar um beijo na bochecha do rosado, então deu continuidade. — Tenha um bom descanso então, Rakun. E você também, querido. —

— E meu beijo na bochecha? — Tsuyu perguntou e sorriu pelo canto dos lábios com um breve ânimo aparente em seus olhos amarelos.

— Você não merece. — Doro disse ao mesmo tempo que parecia zangada. Seu olhar era fuzilante e sua voz soando áspera. 

— Não seja assim, Doro. — Misa disse com um ligeiro divertimento.

A Yamanaka beijou a outra bochecha do noivo que soltou um risinho, então a mesma se aproximou de Tsuyu que a encarou com dúvida até o momento que ela depositou um beijo na bochecha do Hyuga. E não demorou para que Misa se afastasse dele e retornasse para perto de Doro que não parecia ter se importado.

— Tenham uma boa noite, rapazes. — Misa disse.

— Ah… teremos. — Tsuyu murmurou. Suas bochechas estavam ligeiramente coradas.

— Eu estava certo. Qualquer um gosta da minha mulher. — Rin sussurrou com divertimento. Ele pôs o braço atrás da cabeça e sorriu enquanto olhava para as duas. — Nós sairemos cedo daqui, então não esperem nos encontrar pela manhã. E ainda tenho que buscar aquela enfermeira que está sob proteção de Uteki-san. —

— Tudo bem. Desde que descansem e se recuperem… e não briguem, por mim está ótimo. Então, boa noite. — Doro disse.

Tsuyu e Rin se encaram antes de voltarem suas atenções para a kunoichi de Sunagakure, então balançam as cabeças em confirmação ao comentário dela. E tanto Misa quanto Doro não demoram a sair do cômodo depois daquela silenciosa resposta e caminham lado a lado por um corredor da Mangetsu. A Yamanaka olhou para a mão direita da colega e levantou as sobrancelhas.

— Você não tem Flunitrazepam naquele frasco, tem? — Misa perguntou.

— Não. — Doro respondeu e não demorou para alargar um sorriso repleto de diversão, então continuou. — Precisava fazer com que parassem as brigas. —

— E o que tem? — Misa perguntou.

— Quer saber? — Doro perguntou ao mesmo tempo que mostrava a mão e o frasco, então retirou a tampa e estendeu o braço para a Yamanaka. — Beba… eu imagino que vai gostar. —

A Yamanaka ficou em silêncio. Ela observou o frasco com a devida atenção e o conteúdo dentro do mesmo, então retornou a olhar para a kunoichi grávida e suspirou. Ela pegou o frasco e o aproximou do nariz e tentou identificar pelo cheiro, mas não possuía qualquer odor, por isso o levou para os lábios e o virou e olhou com ligeira surpresa para Doro que aguardava por seu comentário.

— É água. Você ameaçou eles com água. — Misa disse e acabou por mordendo os lábios para evitar gargalhar ao fim do comentário.

— Eu só precisava fazer com que acreditassem que isso não passava de um medicamento poderoso. O que você pensaria se um especialista em medicamentos dissesse que está segurando tetrodotoxina e que foi bem aquecida anteriormente? — Doro perguntou, mas teve de continuar quando percebeu a dúvida presente no olhar da Yamanaka. — É uma toxina mil vezes pior que o cianeto, além disso esquentá-la aumenta sua toxicidade. Os sintomas de envenenamento são uma dormência ou paralisação dos lábios e da língua, que aparece entre 20 minutos a 3 horas após a ingestão, então o aumento de parestesia de face e extremidades, que pode ser acompanhada de sensação de leveza ou flutuação. Dor de cabeça, rubor facial, dor epigástrica, náusea, diarréia ou vômito podem ocorrer. Dificuldade para andar pode ocorrer nessa fase que evolui para o aumento da paralisia, com dispnéia. A fala é afetada e a pessoa envenenada apresenta comumente cianose e hipotensão, com convulsões, contração muscular, pupilas dilatadas, bradicardia e insuficiência respiratória. —

— Uau… — Misa fez questão de parecer surpresa. Ela sabia que a kunoichi havia aprendido algumas coisas com o rosado, mas não imaginava que teria evoluído tanto aquele conhecimento. — …você é incrível. —

— Não sou tão incrível assim. Eu reconheço as minhas limitações, mas tento ignorá-las quando sei que Rakun está precisando de ajuda. Ele pode não dizer uma única palavra, mas dá para ver naqueles olhos verdes quando está precisando de apoio. E eu sou o apoio dentro da Rokūjushi, dentro do Iryo Ninjutsu. — Doro disse, porém não demorou para que suas bochechas ficarem coradas e ela olhar para a Yamanaka antes de continuar. — Não tenha uma má interpretação, por favor. —

— Eu não tenho. Nós duas amamos a mesma pessoa, mas de maneiras diferentes. — A Yamanaka disse e aproveitou para olhar para trás por um breve momento, então deu continuidade. — Ele é a minha razão para me tornar mais forte. Eu não quero ser apenas conhecida como parceira dela, ou como alguém que necessita de salvamento da pessoa amada. Não… o que eu quero é poder lutar ao lado dele e ter meu próprio reconhecimento, me entende? Que apontem para mim e digam "ei, não é a Uchiha Misa, a Sannin dos Sapos?" —

As duas ficaram em silêncio e continuaram com aquela caminhada pelos corredores da Mangetsu até se depararem com Fushin e Ryūsei, assim o pequeno grupo feminino se uniu para que uma conversa muito interessantíssima se desenvolvesse.

[ ۝ ]

O dia passou. Era provavelmente sete e meia da manhã quando três indivíduos surgem repentinamente num corredor aleatório do esconderijo que pertencia ao Sannin das Cobras. Haviam algumas portas naquele corredor, mas todas estavam fechadas, além disso vinha iluminação das estátuas em formato de cobras, assim os três indivíduos não estavam na escuridão quando chegaram naquele lugar. Aquelas pessoas eram Tsuyu, Rin e a enfermeira que não possuía forma de comunicação por sua língua e braços terem sido arrancados a muito tempo. O rosado olhou curiosamente para os lados e semicerrou seus olhos esverdeados ao mesmo tempo que mordia o lábio inferior. "É fácil saber onde ele está quando Misa me acompanha por ser do tipo sensorial, mas Tsuyu não tem essas habilidades…" o rosado pensou e não demorou para que seus olhos verdes se tornassem o Sharingan. 

— Vamos por aq-... — Ele não concluiu o comentário.

— Caminho errado. — Era a voz maliciosa do próprio Orochimaru. 

Estava saindo de uma porta qualquer e concentrava seus olhos amarelos por um longo período no rosado que igualmente mantinha o Sharingan concentrado nele. O Sannin das Cobras parecia calmo mesmo não sendo avisado daquela visita, além disso o breve sorriso indicava que ele não dava a mínima. Orochimaru vestia uma túnica branca amarrada na cintura por um cinto e uma corda além de calças brancas e uma camisa preta, suas mãos estavam escondidas nas mangas longas da túnica.

— Bom saber que está trazendo pessoas novas para o meu humilde esconderijo, Rin-kun. — Orochimaru disse, então continuou quando seus olhos viperinos brilham por um momento. — E que seus olhos continuam os mesmos. Mesmo daqui posso identificar a gentileza, mas também a guarda que mantém quando estou presente. Pensei que tivéssemos superado isso. —

— Eu confio em você, Orochimaru-sama, mas não é porque confio que me tornei um idiota. Por acaso deixaria sua guarda baixa em alguém pouco confiável e que te olha com tanto interesse?— Rin obviamente fez uma pergunta retórica e sorriu pelo canto dos lábios, então deu continuidade. — Os braços deles estão concluídos e eles estão prontos para a cirurgia. —

— Ótimo. — Orochimaru disse e não demorou para se virar e seguir o lado oposto do corredor. — Me sigam. Vamos para os laboratórios cirúrgicos. Só preciso de alguns exames e os três poderão começar as cirurgias. —

— Os três? Acho que se enganou. Misa disse que só os braços deles estavam prontos. — Rin disse.

— Hm, é verdade. Não tive a oportunidade de avisá-lo já que desapareceu naquele dia. — Orochimaru disse e moveu sua cabeça para o lado, então prestou atenção no rosado e sorriu com malícia antes de dar continuidade. — O seu braço está pronto desde aquele dia. Não vi necessidade de avisar Suigetsu para procurá-lo, afinal sabia que hora ou outra apareceria. Eu estava aguardando a sua chegada com esses dois indivíduos para avisá-lo. —

— Essa é uma boa novidade. — Tsuyu disse e não demorou em estender sua mão quando recebeu um olhar penetrante do Sannin das Cobras, então deu continuidade. — É um prazer conhecê-lo. Eu me chamo Hyuga Tsuyu, sou líder d-... — E acabou sendo interrompido.

— Não precisa se apresentar. Essa é a primeira vez que se encontram, mas ele já deve saber tudo a seu respeito. — Rin disse.

— Não seja idiota. Como ele saberia tudo ao meu respeito? — Tsuyu perguntou com uma breve seriedade.

— Os dois tem razão. — Orochimaru disse e manteve aquele olhar viperino no Hyuga, então deu continuidade. — Tenho poucas informações sobre aquele que está no topo da Mangetsu, mas acontece que meu interesse é outro. — E sua atenção se voltou para o Uchiha.

— Você é perturbador. — Rin sussurrou com óbvio desgosto, então voltou a atenção para o Hyuga. — Sim… isso é uma boa novidade. É meio complicado fazer selos dependendo de uma mão apenas. —

— Posso levá-los para os laboratórios cirúrgicos então? — Orochimaru perguntou. Ele não deu a mínima quanto ao comentário primário do rosado. 

— Sim. — Rin e Tsuyu disseram em uníssono.

Os dois olham para a enfermeira que era da clínica de Amegakure. Ela entendeu que era seu momento, por isso balançou a cabeça em confirmação da pergunta do Sannin das Cobras. Orochimaru abriu um sorriso fino e discreto antes de continuar sua caminhada que não levou muito tempo. Ele logo parou e indicou as três portas do lado esquerdo e olhou para as três pessoas que o acompanhavam.

— Esse será o último dia de vocês sem um dos braços, ou sem ambos. — Ele direcionou a última parte para a enfermeira, porém sua atenção não demorou em voltar para o rosado. — Você será esse do meio, Karin está pronta para cuidar de você. Na realidade pedi para que ela fizesse o último check-up no braço, mas ela está pronta para recebê-lo. Quanto aos dois, não me importo. Apenas escolham e boa sorte. —

"Tão educado" pensou o rosado que apenas suspirou e sentiu um tipo de animação, afinal de certa forma voltaria a ter o braço perdido a algum tempo. Ele prestou atenção na porta do meio e lembrou-se da exigência que fizera com Orochimaru a respeito daquele braço. "As células de regeneração estarão ativas, por isso não dependerei do In'yu Shōmetsu sempre que quiser usar o Mangekyou Sharingan, ou seja, estou fazendo uma economia de chakra" pensou outra vez enquanto passava pelo lado do Sannin das Cobras e levava sua mão para a maçaneta e a girava, assim abrindo a porta e entrando no cômodo e depois fechando a porta. Ele se deparou com o interior do laboratório, mas também com Uzumaki Karin que parecia concentrada num tubo largo que era preenchido por um líquido e por um braço esquerdo conectado a inúmeros fios que estavam ligados a alguns computadores.

— Karin… — Rin chamou pela ruiva.

A Uzumaki olhou para ele e imediatamente alargou um sorriso por vê-lo tão bem, porém retornou a atenção para o braço que seria implantado no rosado e soube o que deveria fazer naquele momento. 

— Tire a roupa e deite-se. Já estou concluindo a última checagem. — Karin disse.

— Certo… — Rin disse.

O rosado com facilidade removeu sua camisa, assim ficando com o abdômen desnudo e mostrando a completa ausência do braço esquerdo junto. Ele não fez questão de retirar sua bermuda, nem mesmo o aquecedor de pulso escuro e desgastado do braço. Rin se dirigiu para a cama metálica e não demorou para que a ruiva se aproximasse dele e colocasse uma espécie de máscara em seu rosto. Ao mesmo tempo uma agulha era colocada nele. 

— Respire fundo e conte de zero até dez. — Karin pediu.

O rosado obedeceu. Ele respirou fundo e não demorou para sentir um incomum peso em seus olhos… uma sonolência que era impossível de lutar por mais que forçasse seus olhos a permanecerem abertos. Ele percebeu toda uma expressão gentil da ruiva, porém a imagem dela ficava turva quanto mais ele mantinha-se acordado. 

— Quando acordar estará com um braço novo. — Karin disse.

E o rosado apagou.


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