O Susano'o — junto ao seu usuário — deixou a beirada daquela cratera. E no ar revelou o restante de seu corpo esquelético — com pelve, fêmur e tudo mais — e ainda tendo uma proteção como nos braços, como por exemplo as joalheiras e gravas. A poderosa técnica ergueu seu braço direito quando encurtou significativamente sua distância com a rainha dos vermes, porém a criatura da areia balançou-se para o lado esquerdo, desta forma fazendo com que a técnica humanoide passasse ao seu lado, mas ainda não foi-se considerado como um movimento perdido, afinal de contas a lâmina da espada curta em sua mão se cravou no corpo longo do gigantesco verme da areia, assim evitando uma contínua queda por sabe-se lá quantos metros e ainda tentando feri-la, quem sabe encontrar um ponto em que sua armadura natural fosse mais fraca, mas isso não aconteceu. Nenhum efeito surgiu naquela armadura, por isso a técnica humanoide segurou uma parte do corpo, assim evitando de cair. 

— Isso é um saco. — O rosado sussurrou ao assumir uma expressão um pouco mais séria. Ele sentia a perda de chakra por estar tão próximo da rainha dos vermes da areia.

A técnica humanoide abriu sua mão esquerda, assim soltando-se da criatura gigantesca e iniciando sua queda para a escuridão daquela cratera, contudo usou seus pés esqueléticos para bater no corpo da criatura, assim jogando-se na parede rochosa e segurando-se na mesma e depressa iniciando uma escalada enquanto a criatura balançava-se e jogava seu imenso corpo para cima da técnica humanoide com intenção de esmagá-la, mas obviamente que aquilo não iria funcionar. O rosado tinha noção de que não poderia manter para sempre o Susano'o, por isso havia a grande necessidade de pensar numa estratégia, mas sua mente se ocupava naquele momento com outras coisas. Ele suspirou e fechou sua mão em punho e forçou ao ponto das veias de sua mão e antebraço ficarem visíveis. "O quão resistente é essa armadura? Já estou gastando chakra demais com o Susano'o, então não vou cogitar usar o Ame-no-hohi…" pensava ao mesmo tempo que diminuía a tensão de seu braço ao abrir sua mão.

— Alguma coisa tem que funcionar. — O rosado sussurrou e mordeu o lábio inferior enquanto prestava o máximo de atenção possível na rainha.

Ele procurava por qualquer coisa que significasse uma vantagem naquele confronto, mas não havia. Os movimentos que a criatura gigantesca fazia não eram sincronizados, na realidade ela mais jogava seu corpo para os lados na tentativa de esmagar o adversário, porém a técnica humanoide servia tanto para protegê-lo quanto para atacar o imenso verme da areia. Rin sorriu pelo canto esquerdo dos lábios ao mesmo tempo que seu olhar tornava-se ligeiramente mais sério. Então, o Susano'o atacou. A técnica humanoide firmou os pés esqueléticos — e protegidos por uma armadura — na parede rochosa e usou-a como apoio para saltar, assim desviando por alguns centímetros de mais uma tentativa da rainha monstruosa atacar, porém na esquina usou a espada curta em sua mão para tentar um corte, quem sabe até mesmo conseguir atravessar um pouco daquela defesa, mas isso não aconteceu. Ele somente acertou a armadura da rainha, mas não teve qualquer dano, nem uma rachadura sequer, então chegou a outra parede e a escalou apressadamente ao mesmo tempo que desviava de algumas tentativas da rainha de acertá-lo. E levou alguns segundos para alcançar a beirada daquela cratera, assim tendo uma visão privilegiada do terreno.

— O Chidori já provou não funcionar com essa armadura… ou será que funciona? — O rosado perguntou enquanto olhava para a rainha que urrava para demonstrar o desgosto que sentia por aquele contínuo confronto. 

O rosado olhou para a mão esquerda da criatura humanoide. E não demorou para que uma espada curta da mesma tonalidade escura surgisse. Agora as duas mãos daquela técnica avançada eram ocupadas pelo mesmo tipo de arma. A rainha dos vermes avançou, assim indo ao encontro da pessoa que invadiu seu terreno com o objetivo de devorá-lo, porém a criatura humanoide saltou, assim desviando da abocanhada e ocupando o topo da cabeça do gigantesco verme e levantando os braços ao mesmo tempo que suas espadas curtas se moveram nas mãos — as lâminas ficando para baixo — e depois baixou seus membros, assim começando uma sequência de ataques com as lâminas em alta velocidade.

— SHANNARO, KUSO BAKA! — O rosado gritou visivelmente nervoso. E graças ao Mangekyou Sharingan podia enxergar detalhadamente que nada acontecia com aquela armadura e sentia a suave perda de chakra por causa da proximidade.

A criatura humanoide manteve o contínuo ataque das lâminas negras, mas não houve nenhuma efetividade naquela armadura, por isso o rosado ofegou e rangeu os dentes em visível nervosismo, mas sentia-se contente com o fato das tentativas deixarem a rainha dos vermes mais nervosa, irritadiça com a situação que encontrava-se. "Está drenando meu chakra, sem mencionar que as técnicas perdem a efetividade, então tenho de atacar bem rápido" pensou e aproveitou que estava em cima da monstruosa criatura para pôr sua mão nela, assim não levando mais do que um segundo para que uma marcação bem semelhante ao Sharingan em seu estágio padrão surgisse. O Susano'o não interrompeu os ataques contínuos e executados com mais força que o anterior, parando apenas quando a rainha dos vermes jogou seu corpo para trás e chocou-se com a parede rochosa, sendo esse um impacto tão forte que balançou as estalactites — que continuavam não representando risco de queda. A criatura humanoide manteve-se na rocha, mas só porque as lâminas negras perfuraram a parede, assim permitindo que o mesmo se sustentasse naquele terreno.  

— Vamos nessa. — O rosado sussurrou e olhou para a mão direita do seu Susano'o, então semicerrou seus olhos e pareceu se concentrar com alguma coisa. — Vai, funciona… —

Na mão direita da técnica humanoide algo se manifestou. De forma inconfundível era o Chidori e novamente soavam mil pássaros naquela cratera, além da técnica iluminar um pouco o ambiente. "Não tenho a mínima ideia de quanto tempo isso pode durar. Estou acostumado com o Chidori, mas com o Susano'o… isso é algo que nunca experimentei, então tenho de ser rápido…" pensou e assumiu mais seriedade, mais concentração em seu objetivo. E qual objetivo era? Causar algum dano significativo naquela armadura que se provava resistente. E qual era uma das suas técnicas efetivamente mais poderosas? O Chidori. O rosado engoliu em seco e não tardou para que a criatura humanoide desaparecesse junto dele daquele paredão rochoso, assim como não demorou para a repentina aparição em cima da cabeça da rainha dos vermes que sequer o perceberá naquele milésimo de segundo. Então, o Susano'o atacou. Ele não usou as espadas curtas, mas moveu o braço direito esquelético com uma manopla púrpura à frente do corpo com o Chidori na mão. E assim aconteceu o impacto do Chidori com a cabeça — e armadura — da rainha dos vermes e o rosado deixou um sorriso de satisfação escapar quando a monstruosa criatura urrou em aparente desgosto. O rosado, graças ao Mangekyou Sharingan, pôde notar algumas rachaduras finas surgindo naquela área que o Chidori havia acertado.

— Eu sabia. Você drena chakra quando acontece uma proximidade. E faz isso até mesmo com as técnicas, assim enfraquecendo-as consideravelmente, mas não dá para enfraquecer algo que aparece do nada. — O rosado disse com ânimo e não pareceu incomodado por perder mais um pouco de chakra por estar tão próximo da rainha dos vermes da areia.

"Isso não chega a ser uma vitória, na realidade não é nada ainda, mas saber que há como vencer me deixa um pouco mais aliviado… apesar dessa armadura ser um pé no saco…" pensou e levantou um pouco as sobrancelhas quando as rachaduras cresceram mais um pouco naquela, assim provando novamente a efetividade do Chidori, porém… não levou muito mais tempo e a técnica de Raiton se desfez na mão da criatura humanoide que aproveitou para levar o braço direito para trás e depois para frente com a mão fechada em punho, desta forma socando aquela rachadura na esperança de conseguir mais alguma coisa, mas não teve toda essa sorte. O rosado novamente desapareceu da cabeça da rainha dos vermes quando a mesma jogou-se para trás na tentativa de esmagá-lo na rocha, mas acabou que aquilo não aconteceu para o desgosto da monstruosa criatura da areia. 

O rosado — junto ao Susano'o — retornou para a beirada e assim observou a rainha dos vermes que de alguma forma sabia onde o mesmo se encontrava, por isso seguiu em sua direção com a boca aberta e tentou engoli-lo, mas aquilo não aconteceu. A criatura humanoide saltou, assim passando por cima da bocarra com inúmeros dentes, então desapareceu e no milésimo de segundo seguinte ressurgiu na onde seu portador tinha deixado a marcação do Hiraishin no Jutsu e novamente atacou com um recém ressurgido Chidori, desta maneira aumentando mais as rachaduras, porém não causando um dano significativo no colossal adversário. A criatura humanoide afastou o braço direito pela segunda vez depois da técnica Raiton se desfazer, então voltou a efetuar socos nas áreas rachadas com a única intenção de aumentar mais as rachaduras, quem sabe até mesmo diminuir um pouco a resistência daquela armadura. Uma espada curta surgiu na mão esquerda da criatura humanoide que não tardou a atacar depois do rosado perceber que o punho não adiantava em muita coisa, assim a lâmina penetrou numa daquelas rachaduras e o rosado sorriu ao reparar numa pequena quantidade de sangue escorrendo. 

— Se sangra… dá para matar. — O rosado sussurrou e assumiu uma expressão mais séria enquanto sentia o dreno de chakra por conta daquela proximidade. 

Ele percebeu tarde demais o movimento que a rainha dos vermes da areia fazia na realidade era para trás. A monstruosidade imensa jogou-se para trás com toda força que tinha, assim esmagando a criatura humanoide junto ao portador na rocha, sem mencionar que o impacto foi suficiente para derrubar algumas estalactites, mas nenhuma a machucou significativamente por causa da armadura. Um pouco de sangue roxo escorria de um ferimento na parte de trás de sua cabeça, mas a monstruosa criatura não dava a mínima. A rainha estava mais preocupada em acabar de uma vez com o invasor de seu território. A criatura humanoide deixou a pequena cratera que se criou quando a monstruosa rainha o atirou contra a parede, então impulsionou-se para frente usando a força dos pés, desta forma alcançando a perigosa adversária e escalando-a apressadamente. 

— Essa perda de chakra é bem incômoda, mas não há nada que eu possa fazer. — O rosado sussurrou e levou a mão para trás da cabeça e coçava distraidamente.

A técnica humanoide avançou — escalando — apressado por aquele corpo, por isso não tardou para alcançar onde a armadura já estava com algumas rachaduras e um pouco de sangue roxo escorria e não possuía um odor muito agradável. O Susano'o atacou. Ele fechou suas mãos em punhos e direcionou ataques em sequências para aquelas rachaduras e até para o próprio ferimento. A rainha dos vermes balançou seu corpo de um lado a outro, desta maneira fazendo com que a técnica humanoide tivesse de se segurar em seu corpo, mas isso não durou por muito tempo. O Susano'o tentou aguentar os balanços, mas não conseguiu, por isso acabou sendo jogado contra uma das rochosas paredes, mas não demorou para levar os braços à frente do corpo, desta forma se protegendo de uma jogada corporal da monstruosa adversária que futilmente tentou esmagá-lo. E não tardou para que a humanoide criatura púrpura com armadura — e seu portador — desaparecessem, contudo levou um segundo para o aparecimento onde já se tinha aquela marcação do Hiraishin no Jutsu, assim como não demorou para que saltasse, desta forma retornando para a beirada daquela cratera.

— Eu odeio isso. — O rosado sussurrou ao mesmo tempo que semicerrou suas sobrancelhas.

A rainha dos vermes urrou no mais puro ódio que sentia por aquele invasor. O rosado se esforçou para sorrir pelo canto esquerdo de seus lábios. "Eu causo esse ódio nas coisas que geralmente enfrento…" pensou ao mesmo tempo que observou a adversária avançando em sua direção com a bocarra cheia de presas bem aberta. O rosado suspirou e levantou sua cabeça, desta forma enxergando o topo da caverna que pertencia ao território daquela adversária colossal, então retornou sua atenção para ela. "Está na hora de mudar um pouco o terreno…" pensou. A técnica humanoide, com chakra nos pés, moveu-se para o lado esquerdo, desta maneira esquivando-se da rainha e correndo por aquela parede rochosa e escalando-a apressadamente.

— Precisa de um ataque bem poderoso para detoná-la. O mais poderoso que tenho é o Kirin, mas tenho minhas dúvidas que haverá qualquer chuva nesse maldito deserto independente de quantas técnicas Katon eu tente usar. — O rosado sussurrou e levou a mão para a nuca e a coçou ao mesmo tempo que baixava a cabeça e suspirou em óbvio desgosto.

A técnica humanoide alcançou o teto e não demorou para que suas espadas curtas surgissem nas mãos, então o mesmo desferiu alguns ataques e o rosado pareceu ligeiramente contente por aquilo surtir um rápido efeito na estrutura da caverna. As espadas curtas desapareceram depois de uns instantes. "Eu só tenho que fazer o mesmo que faço com meus punhos. Se meu Chidori fica mais poderoso com o Susano'o, então a força cresce também, certo? O conceito… eu tenho que seguir o conceito, mas usando o Susano'o…" pensou e olhou para a mão direita de sua técnica humanoide e depois olhou para baixo, ou seja, para a rainha que parecia tê-lo notado, porém ele não estava tão preocupado, assim seu Susano'o atacou. A criatura humanoide fechou a mão direita em punho e o mesmo fenômeno que o rosado já tinha hábito aconteceu naquele punho protegido por uma manopla púrpura. E o punho se direcionou para a rocha, assim acordando-o com uma força muito, muito superior, assim criando rachaduras profundas e extensas, além disso as estalactites voltaram a cair. A técnica humanoide estava pronta para atacar novamente, contudo acabou não sendo necessário. Isso porque a rainha dos vermes avançou de encontro ao teto com a bocarra aberta.

[ ۝ ]

A Yamanaka ficou em silêncio. Ela olhou para os Kage Bunshin de seu noivo desaparecerem ao mesmo tempo, então olhou para Gamameru que não parecia tão preocupado assim com o repentino sumiço dos oito rapazes de cabelos rosados, contudo não demorou também para que a invocação do anfíbio terminasse. "O Rin está bem. Estou sentindo o chakra dele ainda, por isso sei que está bem, mas assim mesmo não deixo de me preocupar…" pensou a Yamanaka que engoliu em seco e sequer teve muito tempo para se preocupar com todas as coisas que vinham acontecendo no último minuto. Isso porque escutou um gutural rugido depois de um tremor pouco durável, então olhou para o leste e ficou em silêncio, porém bastante surpresa, ao reparar num imenso verme da areia — tão grande quanto qualquer outro que já tenha enfrentado — com a bocarra aberta e algo púrpuro impedindo que a boca de fechasse completamente. Ela não demorou a reconhecer que aquilo era um Susano'o, assim ligando rapidamente os pontos de que seu noivo enfrentava tal criatura com mais de sessenta metros. E realmente não demorou mais do que um segundo para o Susano'o desaparecer, assim como aconteceu com seu portador, desta forma fazendo com que a bocarra da rainha dos vermes da areia se fechasse, mas não engolisse o incômodo invasor de seu território subterrâneo. E o rosado — junto ao Susano'o — veio a ressurgir um segundo depois ao lado da Yamanaka que pareceu impressionada pela técnica humanóide com uma armadura púrpura imperfeita.

— Rin! O que… — Misa não concluiu seu comentário.

— …a rainha dos vermes da areia. — O rosado disse e ofegou ao mesmo tempo que seus joelhos cederam, desta forma se ajoelhando no chão e fazendo com que sua técnica humanoide voltasse a ser meramente costelas com uma espinha com braços e um crânio, mas acabou que ele pôs a cabeça na areia e tudo aquilo se tornou metas costelas negras. — Estou quase sem chakra em minha reserva secundária. — O rosado sussurrou ao mesmo tempo que a técnica acabou sendo desfeita, então deu continuidade assim que levantou a cabeça e olhou para a colossal adversária. — Agora é com você. —

— Comigo? — A Yamanaka perguntou e levantou as sobrancelhas. Ela estava mais preocupada com o bem estar do noivo do que com a rainha dos vermes da areia.

— Aham… — O rosado respondeu e esticou o braço com o punho fechado e usou o indicador para apontar a adversária que havia notado a presença deles, então deu continuidade. — …vou usar o Hiraishin no Jutsu para teleportar-lá para um ponto que a defesa está fragilizada por causa de alguns ataques anteriores. —

A colossal adversária se aproximava deles e urrava no mais puro ódio. O rosado baixou a cabeça e deixou um riso escapar.

— Terá que usar sua técnica mais poderosa. Essa coisa consegue drenar o chakra quando há uma proximidade, além das técnicas perderem um pouco do efeito por também terem o chakra drenado e por causa da armadura que reveste esse maldito corpo, mas pude criar algumas rachaduras e até machucá-la um pouco. — O rosado disse e não escondia a preocupação que possuía com sua noiva, mas uma parte sabia que ela daria conta. — Você pode fazer isso? —

A Yamanaka engoliu em seco, porém… não demorou em fazer o selo do Tigre, desta forma criando um Kage Bunshin. Um especialmente se sentou no terreno de areia e buscou por aquela concentração para reunir a energia natural. Misa assumia uma expressão mais séria enquanto mirava seus olhos azuis na rainha que a cada segundo estava mais próxima deles. 

— É claro que posso. — Misa sussurrou.

— Muito bem. — O rosado disse ao assumir uma expressão mais séria, porém contente pela colaboração da noiva. 

E não demorou para que o sombreamento alaranjado ressurgisse em torno dos olhos amarelos de pupilas horizontais na Yamanaka. A mesma acabara de acessar o Sennin Mode, por isso apressadamente levantou o braço direito e não demorou para um Rasengan tomasse forma e crescesse ao receber o Senjutsu e mudasse conforme mais chakra era aplicado na técnica. O rosado não possuía mais o Mangekyou Sharingan ativado, não tendo chakra para mantê-lo depois do desgaste absurdo, assim tendo seus olhos meramente esverdeados. Ele se levantou e caminhou até ocupar o lado direito da Yamanaka e pôs sua mão no ombro dela, então olhou para a rainha dos vermes da areia e respirou profundamente e devagar soltou o ar acumulado de seus pulmões. Ele não precisava erguer a cabeça para reparar na grande técnica — Senpō: Chō Ōdama Rasengan — que era perfeitamente controlada pela noiva.

— Está pronta? — Rin perguntou.

— E ainda me faz essa pergunta? — Misa perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Desculpe… — Rin disse e baixou a cabeça e deixou um risinho escapar, então segurou com mais firmeza o ombro da Yamanaka.

E aconteceu. Os dois — junto da técnica — desapareceram do terreno de areia, mas voltam a aparecer um milésimo de segundo depois em cima da rainha dos vermes da areia. A Yamanaka rangeu seus dentes e apressadamente baixou seu braço direito, desta maneira direcionando a poderosíssima técnica para aquele ponto com inúmeras rachaduras e um ferimento por onde um pouco de sangue ainda escorria. E assim aconteceu o impacto entre a armadura e o Senpō: Chō Ōdama Rasengan, porém a couraça não teve muita resistência para aquela técnica, assim sendo completamente destruída — sendo que as rachaduras, socos e espadas, até mesmo o Chidori ajudaram de suas próprias formas — e mais rachaduras surgiram além daquele ponto já bem danificado, mas não era com aquilo que o rosado estava preocupado no milésimo de segundo que sua noiva atravessou a couraça, na realidade o mesmo sentiu-se satisfeito com o fim literalmente próximo. 

E não levou mais do que dois segundos para que a técnica destruísse completamente com a parte superior do corpo da rainha dos vermes da areia, transformando em pedaços a cabeça do colossal adversário que caiu naquele imenso deserto sem qualquer sinal de sobrevivência. Não havia como sobreviver a um golpe direto e tão poderoso como o Senpō: Chō Ōdama Rasengan. O rosado sorriu em satisfação quando aconteceu o extermínio. Ele manteve seus olhos marejados na Yamanaka durante a queda livre.

— Eu te amo! — Ele disse enquanto lágrimas escorriam de seus olhos.

— O que!? — A Yamanaka perguntou ao não ter compreendido por causa do vento, além disso levantou uma das sobrancelhas.

"Shukaku, pode nos ajudar?" pensou o rosado na esperança de que a Besta de Cauda aceitasse aquele pedido o quanto antes. Ele sentiu-se aliviado ao escutar uma risada bem familiar em seu subconsciente, por isso não demonstrou medo quando uma quantidade altíssima de areia seguiu-se até eles durante a queda e cuidadosamente os envolveu e impediu que continuassem caindo de encontro ao deserto. Eles ficaram no ar… nem caíram e subiram. A areia envolvia-os somente até a cintura.

— Eu disse que te amo. — Rin repetiu o que tinha dito e olhando para a Yamanaka com suavidade. 

— Eu também te amo… — Misa disse e olhou em volta e tentou entender o porquê daquela areia, mas então voltou sua atenção para o noivo. — …foi você? —

— Foi um amigo. — Rin disse e sorriu pelo canto direito dos lábios antes de mover um pouco sua cabeça e indicar com o queixo uma direção. — Aquele amigo. —

— Hã? — A Yamanaka olhou na direção indicada.

E não demorou para que Misa ficasse em silêncio e de queixo caído. A Besta de Cauda, a Encarnação da Areia, Shukaku, revelava-se ao emergir da areia. E o mesmo parecia um pouco mais ameaçador sob aquele lugar e estando em seu habitat natural — o deserto. Contudo… ela evitou ao máximo sentir-se ameaçada, afinal o próprio noivo mencionou a Besta de Cauda como um amigo, por isso não havia o que temer. A areia que evitou suas quedas se moveu, levando-os para perto da maciça criatura de areia e colocando-os em cima de sua cabeça. O rosado ficou debruçado quando ocupou aquele familiar lugar, enquanto que Misa ficava de pernas cruzadas.

— Obrigado por salvar as nossas vidas, Shukaku-sama. — O rosado disse e passou sua mão na cabeça da criatura de forma a parecer que fazia um afago na imensa criatura. 

— De nada, garoto. — Shukaku disse. E não demorou para dar continuidade depois de mover a cabeça em algumas direções. — Para onde? —

— Sunagakure. Tenho que me encontrar com o Kazekage ainda, mas deixe-me descansar um pouco… — O rosado disse e sentiu seus olhos pesarem como nunca e não pareceu incomodado quando eles se fecharam contra sua vontade. — Um descanso de duas horas… ou doze horas… —

A Yamanaka nunca tinha visto seu noivo com aquela exaustão. Ela gentilmente pôs a cabeça dele em sua coxa no momento que este pegou no sono e a viagem em direção a Sunagakure começou. A mesma sabia que não tinham alugado uma pousada para ficarem naquele vilarejo enquanto o noivo resolvia seus assuntos com o Kazekage, por isso imaginava que haveria só um lugar para que passassem aquele período.