Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 153
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O rosado continuou sorrindo mesmo quando o fazendeiro pareceu surpreso, largou a enxada que parou no chão e apontou em sua direção. Rin continuou acenando para aquele homem que a algum tempo deu à equipe um lugar para descansar, por isso que o mesmo considerava ali como sendo especial, sem contar na pequena ajuda que recebeu após ter fugido de Konohagakure. Ele acabou gostando daquele fazendeiro por tudo que aconteceu. Ele pôs o braço no ombro da noiva e aumentou seu sorriso quando o fazendeiro deixou o que estava fazendo para se aproximar dele e lançou um olhar para o lado esquerdo do mesmo.

— O que aconteceu? — Ishi perguntou e usou a mão direita para alisar o cabelo escuro para trás, não se demorando em dar continuidade quando prestou atenção na garota que o acompanhava. — E quem é essa? —

— É uma longa história. Não sei se o senhor estaria interessado em escutá-la. — Rin disse e levou sua mão para trás da cabeça da noiva e aproveitou para fazer uma carícia. — Essa pessoa é Yamanaka Misa… a minha noiva. —

— Muito prazer. — Misa disse e abaixou sua cabeça numa reverência enquanto suas bochechas estavam quentes por causa da carícia. 

— Não precisa disso. — Ishi disse e usou sua mão esquerda num gesto que realmente dizia que não havia necessidade daquela formalidade. 

— Tão educada. Nem parece que deu uma surra em cinco caras a pouco tempo. — Rin disse com um ligeiro divertimento e não se incomodando quando a noiva lhe encarou com seriedade, por isso que o mesmo deu continuidade. — Nem que acha que tem que ser tão forte quanto eu para provar alguma coisa. Eu a amaria mesmo se fosse a pessoa mais fraca do mundo. —

— Ri-... Rin. — Misa sussurrou e sentiu as bochechas e orelhas ficarem mais quentes, por isso baixou a cabeça e a moveu para o lado esquerdo. — …bobo. —

— Então… — Ishi disse. Ele não parecia incomodado por ter sido brevemente ignorado ou pelo recém clima que surgiu entre os recém chegados, na realidade estava mais do que contente. — …cinco caras? Dois com katanas, dois com machados e um com clava? —

— Conhece essas pessoas? Estavam incomodando o senhor? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas e manteve seus olhos verdes cheios de curiosidade no fazendeiro. 

— "É uma longa história. Não sei se estaria interessado em escutá-la." — Ishi repetiu a frase que o rosado usou para respondê-lo.

A primeira a reagir foi Misa. A Yamanaka pôs a mão direita em frente a boca para abafar suas gargalhadas. Enquanto que o rosado meramente desfez um pouco daquele sorriso todo, mas acabou rindo com um pouco de vergonha, afinal de contas tinha certeza que merecia aquele tipo de resposta, por isso levou a mão para a nuca e a esfregou enquanto suas bochechas se esquentam um pouco. Ele claramente estava com vergonha. E nenhum dos três deu tanta importância para Sirius que corria atrás de algumas galinhas.

— Eu mereci essa. — Rin disse.

— Garoto… você tem muito o que me contar. — Ishi disse e aproveitou para cruzar os braços. Ele ainda se lembrava do olhar cheio de desânimo do rosado na última vez que se viram… e agora havia um brilho em seus olhos esverdeados. Ele deu continuidade assim que o rosado o encarou. — Já estava para fazer uma pausa e preparar um café, então… acho que tenho algum tempo para escutar o que fez nos últimos tempos. O que me diz? —

— Não acho certo aparecer por aqui e não conversar com o senhor. — Rin disse e removeu sua mão de trás da cabeça da noiva e caminhou em direção ao fazendeiro antes de continuar. — Se me deixar usar seu celeiro por essa noite, quem sabe conto sobre tudo que aconteceu? —

O rosado ouviu a animada gargalhada de Kofuku Ishi e depois a mão firme e calejada dele em sua cabeça, pressionando-o para baixo acariciando-a com vontade, ao mesmo tempo o rosado sorriu com aquele gesto. A Yamanaka soltou um risinho por causa da felicidade estampada em seu noivo.

— Meu celeiro em troca de uma boa história? Acho que é uma troca justa. — Ishi disse e afastou sua mão do cabelo do rosado e apontou para a velha casa enquanto olhava para eles. — Vamos lá para dentro. —

O fazendeiro se virou e seguiu em direção a casa. O rosado pôs a mão na cintura e respirou fundo e sentiu um pouco de nostalgia ao retornar para aquele lugar, por isso não demorou em seguir os passos do homem enquanto era acompanhado pela Yamanaka que ocupava seu lado direito como parte de um hábito. 

— O que aconteceu para você gostar tanto dele? — Misa sussurrou ao aproximar seus lábios do ouvido do rosado.

— Eu acho que ele está vivendo aqui há muito tempo só com esses animais como companheiros. Eu não quero que alguém viva na solidão, por isso quis dar uma passada. Espero que não se importe em dormirmos aqui hoje. — Rin sussurrou e sorriu pelo canto dos lábios.

— Não vou me importar. — Misa sussurrou e aproveitou a curta distância para dar um beijo na bochecha dele.

— Obrigado por entender. — Rin disse aos sussurros enquanto as bochechas estavam levemente ruborizadas.

— Obrigada por ser essa pessoa de bom coração. — Misa respondeu aos sussurros e manteve uma expressão cheia de ternura.

O rosado não teve resposta para aquilo, por isso concentrou sua atenção numa laranjeira muito próxima da casa que o fazendeiro acessava. Ele parou de caminhar e prestou certa atenção na pequena árvore com frutos maduros, então acabou sorrindo no momento que percebeu uma inscrição no tronco — Kira, Li, Suitai e Rin estiveram por aqui — o que acabou fazendo-o sorrir pelo canto esquerdo dos lábios. Ele já havia superado a morte dos amigos e a própria sobrevivência, assim como uma incomum despedida, por isso não sentia mais aquele peso nos ombros. Ele se ajoelhou enquanto era vigiado pela Yamanaka e pôs a mão por cima daquela inscrição e soltou um risinho.

— Escutei que tinha plantado como uma muda, então imagino que tenha sido difícil escrever essas coisas. — Rin sussurrou e abaixou sua mão e depois acabou levando-a para o cabelo e coçando um pouco. — Deu vontade de comer laranja. —

— Elas são doces. Laranjas geralmente são doces. — A Yamanaka disse e cruzou os braços abaixo dos seios enquanto prestava atenção no rosado ajoelhado.

— Eu sei. — Rin disse.

E mesmo assim ele pegou uma laranja, então moveu sua cabeça numa direção específica e retornou a olhar para a laranjeira antes de pegar mais três. Ele pôs as outras três dentro de sua mochila e usou o Bisturi de Chakra para remover a casca e tirou uma fatia da fruta cítrica e a comeu enquanto se levantava e olhava para a Yamanaka que esperava por alguma reação dele.

— É deliciosa. Eu posso gostar de laranjas da mesma forma que gosto de chocolate amargo. — Rin disse e moveu sua mão na direção da Yamanaka. — Pega um pedaço. —

— Estou surpresa com essa evolução repentina. — Misa disse e olhou para a laranja descascada na mão dele e sorriu antes de pegar um pedaço e levá-lo para a boca. — É deliciosa mesmo. —

— Se gostaram da fruta assim… quero saber o que dirão do suco que preparei mais cedo. — Ishi disse depois de pôr a cabeça para fora da porta ao sentir-se curioso pela demora dos visitantes. — Entrem de uma vez. —

— Já estamos indo! — Rin disse.

[ ۝ ]

E a conversa durou por muito tempo. O rosado contou sobre tudo que aconteceu com ele desde aquela missão e até mesmo o motivo para terem se encontrado por um breve momento quando o mesmo não estava numa boa condição, contou sobre a viagem para Sunagakure, Amegakure — revelando sobre o confronto entre duas gangues — e contou sobre o que aconteceu no País dos Vales, em troca o fazendeiro lhe contou sobre cinco indivíduos que ameaçavam os locais com um tipo de falsa proteção em troca de uma quantia de dinheiro, além de obviamente ter se contentado quando descobriu que a Yamanaka os derrotou com uma incrível facilidade. A conversa durou tanto tempo que a tarde foi substituída pela noite. O céu já estava escuro, porém agraciado por um montante de estrelas e a própria lua cheia que dava um charme adicional, sem contar a temperatura agradável. Os dois saíram de casa um pouco depois do jantar e seguiram para o celeiro e deitaram-se em cima de uma quantidade boa de feno e dormiram minutos depois de um duradouro e solitário uivar de Sírius que estava cansado depois de brincar tanto com as galinhas. 

A Yamanaka acordou pela madrugada depois de girar seu corpo para o lado direito e levar sua mão para onde imaginava que seu noivo estaria, mas abriu os olhos quando não o tocou, então sentou-se e coçou seus olhos azuis. Rin não estava ali, nem mesmo Sírius, mas a mochila do rosado continuava no mesmo lugar. Ela devagar se levantou e bateu em sua roupa, assim removendo um pouco de feno que tinha se prendido, então caminhou para a saída do celeiro e olhou para os lados. A lua estava numa posição bem diferente de quando foram dormir, por isso imaginou que já passavam das onze horas. Ela olhou em direção a uma floresta que encontrava-se na encosta de uma montanha. E sentia o chakra do rosado naquela direção, por isso que decidiu ir vê-lo. Ela não achou tão difícil cruzar a floresta de dois quilômetros, mas achou interessante que havia um acesso para subir a montanha. 

Aquela pequena aventura durou quarenta minutos, mas enfim pode chegar ao terreno plano e expansivo da mesma, sem contar numa parte que faltava — e que parecia não ter sido causada naturalmente — e também na presença do rosado que estava ajoelhado com Sírius ao lado esquerdo e demonstrando uma expressão relativamente calma. A Yamanaka percebeu que ele estava comendo as mesmas laranjas que pegou mais cedo enquanto sua atenção era mantida na lua.

— O que está fazendo? — A Yamanaka perguntou.

O rosado moveu sua cabeça para o lado, assim fazendo com que um pouco do cabelo escorresse e cobrisse parcialmente um dos olhos, mas não durou por muito tempo, afinal ele usou a mão para alisar o cabelo para trás. Rin sorriu com discrição para a noiva.

— Não sei. Me deu vontade de vir para cá, então vim. — Rin respondeu e levou a mão para a bochecha e a coçou depois de um risinho. — Deixei você preocupada? —

— Não. Duvido que tenha alguém forte por aqui para incomodá-lo, sem contar que conheço sua assinatura de Chakra, por isso não é difícil segui-lo. — Misa respondeu e agitou seus ombros ao mesmo tempo que se aproximava e ajoelhava-se ao lado dele. — O que aconteceu por aqui? —

— Tá falando daquela parte que tá faltando, não tá? — Rin perguntou e levou a mão para a nuca e a coçou enquanto ria baixinho e deu continuidade quando a Yamanaka acenou em confirmação. — Destruímos. Levamos Gluttony até onde dava e usamos papéis explosivos e a minha força para derrubá-la. —

— Você é um monstro. — Misa murmurou.

— Eu sou o seu monstro. E para sempre. — Rin disse e moveu seus olhos para o anel que ocupava o dedo da mão esquerda da noiva. — Eu te amo. —

— Porque está me dizendo isso agora? — A Yamanaka perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto suas bochechas ficam um pouco ruborizadas.

— Não sei. Só gostaria que você soubesse que eu te amo. — Rin disse ao mesmo tempo que pegava uma fatia de laranja e estendeu para a Yamanaka e mirou seus olhos gentis nela. — Tire as sementes e plante-as, tá bem? —

A Yamanaka olhou para a fatia de laranja e depois olhou para os lados e levantou as sobrancelhas. Haviam pequenos morrinhos de terra a alguns metros, por isso acreditou que o rosado estava retirando as sementes das fatias que comia e plantando-as. Ela retornou seu olhar para ele e suspirou, então levou sua mão para cima da mão dele e a segurou ao mesmo tempo que aproximou seu rosto ao dele e selou seus lábios aos dele num beijo suave e terno e de pouca duração.

— Porque isso? — Rin perguntou enquanto as sobrancelhas estavam levantadas. 

— Não sei. Só me deu vontade de beijá-lo, não mencionando que ao luar você fica lindo. — Misa disse e levantou a cabeça, desta forma mantendo sua atenção na lua cheia e mantendo um sorriso suave antes de dar continuidade. — Eu também te amo. —

O rosado ficou em silêncio. Ele olhou para o cachorro que estava do seu lado e mordeu os lábios inferiores para evitar um risinho quando Sirius desviou seu olhar e pareceu resmungar. Era quase como se ele tivesse tentando lhe dizer "nem adianta tentar". O rosado retornou seu olhar para Misa que pegava uma fatia de laranja que estava em sua mão e depois levava para os lábios.

— Misa? — Rin a chamou.

— Hm? — Misa moveu a cabeça e olhou para ele.

O rosado aproximou seu rosto ao dela, assim acontecendo novamente de se beijarem com a mesma ternura de antes e até de sempre. Olhos azuis e verdes encontravam-se sob o luar. E a Yamanaka logo entendeu o que ele estava tentando fazer, por isso afastou seus lábios e começou a rir e até mesmo deu um soquinho no ombro dele, mas o rosado não parecia se incomodar enquanto mastigava o pedaço de laranja que tinha roubado dos lábios dela, na realidade parecia contente por aquilo ter acontecido. 

— Seus lábios ficaram mais docinhos. — Rin murmurou e não parecia incomodado pelos soquinhos no ombro, mas acabou suspirando e baixando a cabeça quando terminou de engolir a fatia. — Vamos voltar. Deixei uma marcação para facilitar o retorno, então me dê a mão. —

— Eu não quero voltar. — Misa disse e cruzou os braços abaixo dos seios ao mesmo tempo que fazia beicinho. 

— É tarde para ficarmos aqui. Pode haver fantasmas dos meus antigos companheiros por aqui. E podem querer nos assombrar por estarmos de romance por aqui. — Rin disse e alargou um sorriso malicioso enquanto seus olhos verdes pareciam carregados de diversão.

A Yamanaka sentiu um arrepio se espalhar por cada centímetro do corpo e uma vontade de engolir em seco, mas se esforçou em acreditar que não havia qualquer tipo de assombração naquele lugar. Até mesmo sua expressão manteve-se sob controle. A Yamanaka acabou se levantando e colocando as mãos na cintura.

— Eu não quero voltar ainda. Esse é o momento que estava querendo para um treinamento com você. — Misa disse e sorriu pelo canto esquerdo dos lábios ao ponto de mostrar os dentes reluzentes, então deu continuidade quando percebeu uma dúvida nos olhos verdes. — Sem Ninjutsu ou Genjutsu, apenas nossos estilos de combate comuns, ou seja, sua força bruta contra o meu Taijutsu quando uso o Sennin Mode. —

— Porque está querendo isso? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Está com medo de me machucar? — Misa perguntou.

— Eu perguntei primeiro. — Rin disse.

— "Primeiro as damas" vale até mesmo para quando se fazem perguntas. — Misa disse.

— Mentirosa… — Rin sussurrou. Ele levou a mão para o cabelo e o coçou ao mesmo tempo que suspirava e aproveitava para se levantar. — …eu não tô com medo de machucá-la, afinal sei que posso resolver qualquer machucado que fizer em você. Então, porque está querendo isso? — Rin voltou a perguntar.

— Lembra-se que mais cedo disse que estava desenvolvendo uma técnica? Então, quero experimentar o resultado em você. — Misa disse.

— Serei um rato de laboratório… — Rin murmurou e novamente suspirou antes de dar continuidade. — A quanto tempo vem desenvolvendo essa técnica? —

— Desde a tarde do dia que você chegou. — Misa respondeu com um sorriso cheio de sinceridade e levando os braços para as costas e entrelaçando as mãos. — Então? —

"Um dia, ou menos do que isso. E não conseguiu tempo para continuar a desenvolver essa técnica, então deve estar nos projetos iniciais…" pensou e levantou sua cabeça, desta forma olhando o céu noturno, mas não demorando em baixar a cabeça e coçar o cabelo ao mesmo tempo que bufou. "Sem Genjutsu, nem Ninjutsu, apenas força bruta contra o Taijutsu dos sapos, ou seja, com a energia natural que não tenho como ver, nem mesmo sentir…" pensou e caminhou por alguns passos, assim se distanciando da Yamanaka e depois olhando para ela com mais seriedade.

— Certo, vamos nessa. — Rin disse e sorriu pelo canto dos lábios.

— Beleza! — Misa disse. E não demorou em fazer o selo do Tigre. — Kage Bunshin no Jutsu! —

A Yamanaka criou cerca de três clones. "Ela vai usá-las para reunir a energia natural para acessar o Senjutsu…" pensou e olhou para as Kage Bunshin que olharam para a original, mas depois se viraram e seguiram para quinze metros de distância da dupla e sentaram-se de pernas cruzadas, cabeça baixa e punhos encostados e não demorou para que Sírius ficasse ao lado de uma delas. O rosado estava prestando atenção demais nas Kage Bunshin, por isso sequer percebeu quando a própria Misa Yamanaka disparou em sua direção com o punho direito fechado e por muito pouco não o acertou. Não o acertou porque ele usou o antebraço para se proteger do soco. E estranhamente o soco foi consideravelmente forte.

— Um ataqu-... Merda! — Rin disse ao reparar nos olhos amarelos com pupilas horizontais e um sombreamento alaranjado em torno dos olhos. 

— Estou reunindo energia natural com mais velocidade. — Misa disse com uma expressão mais ou menos séria e possuindo um sorriso cheio de determinação.

"Eu realmente não quero machucá-la, então tenho de controlar a minha força, mas também não quero pegar leve com ela…" pensou o rosado que sorriu pelo canto dos lábios antes de mover sua mão para cima da cabeça da noiva e tentou levá-la para baixo enquanto erguia seu joelho direito. Ele tentou dar-lhe uma joelhada, mas a Yamanaka aproveitou a curta distância para levar sua palma direita aberta ao abdômen dele — Kawazu Tataki — e assim afastando-o por alguns metros tento pelo impacto de força adicional pelo Senjutsu quanto pela onda de energia. Rin sorriu quando aquilo aconteceu e depressa removeu sua camisa e a jogou no chão e fechou sua mão com força.

— Isso é um problema. — Rin disse.

— O que é um problema? — Misa perguntou.

— Eu te amo. E não quero te machucar, mas assim mesmo para esse treinamento funcionar eu tenho que machucá-la, o que eu faço? — Rin perguntou.

— Minha resistência aumenta quando uso o Senjutsu, então não vai conseguir me machucar mesmo se quiser, mas admiro que não quero que use toda sua força, então… não se intimide. — Misa disse.

— Heh… — O rosado soltou um risinho enquanto seus olhos verdes mudam para o Sharingan. — …se você está dizendo. —

"Assim posso ter certeza do quanto de Chakra estou pondo para o acréscimo de força, não quero fazer nada idiota com ela, sem contar que ainda posso prever seus movimentos comuns. Eu amo muito essa mulher…" pensou e de uma vez disparou ao encontro dela mantendo ainda o punho fechado e movendo-o para frente com intenção de acertá-la, mas a Yamanaka pulou, assim passando por cima dele, dando um mortal e chegando ao chão no momento que o rosado — impressionado com o salto da noiva — interrompeu sua disparada e se virou.

— Merda. — Ele murmurou ao perceber o punho dela fechado para acertá-lo.

— Shannaro, Wa-Goto! — Misa disse com animação.

"Wa-Goto? É quase como o meu Kuso Baka. Então, algumas pessoas realmente adquirem hábitos e gestos de seus parceiros?" ele pensou ao reparar que a Yamanaka pretendia acertá-lo com um soco usando o punho direito. Ele aproveitou para direcionar seu punho direito para o punho dela.

— Shannaro, Kuso Baka! — Rin disse com a mesma animação de sua noiva.

Os punhos se acertam. Um sendo usado com o Senjutsu e outro por um excelente controle de chakra. Uma onda de choque espalhou-se a partir daquele ponto e balançou algumas árvores próximas, mas não se espalhou por mais daquela área, sem contar que de forma quase inexplicada o rosado sentiu como se recebesse um soco no canto esquerdo do rosto, por isso que moveu o rosto para o lado, mas não abandonou aquela colisão, afinal sabia que quem fraquejasse perderia e receberia o soco.

— SHANNARO, KUSO BAKA! — Rin gritou com vontade e soltando todo o ar dos pulmões naquele grito.

— SHANNARO, WA-GOTO! — Misa gritou com a mesma vontade do noivo e sorrindo depois de fechar a boca.

O rosado sentiu por um momento que foi arrastado para trás, por isso levantou uma das sobrancelhas e depressa abaixou o braço e deixou que o punho da noiva se aproximasse, mas ele usou o Sharingan para desviar — movendo-se para o lado esquerdo — quando surgiu a oportunidade e assim deixando a noiva um pouco surpresa. Tão surpresa que sequer teve como reagir quando a mão dele segurou seu rosto e o mesmo girou em 360° e a jogou na direção do tronco de uma árvore. A Yamanaka colidiu com o tronco e depois de alguns segundos caiu de joelhos, mas não demorou para ficar de pé. 

— Você está com o meu bordão. Faz quanto tempo? — Rin perguntou.

— Só quando estou muito animada. E não é seu… é de sua mãe. — Misa respondeu e sorriu pelo canto dos lábios enquanto usava o antebraço esquerdo para secar um suor inicial em sua testa. 

— É de família… — Rin sussurrou ao se lembrar que Sarada também tinha o hábito de usar o "Shannaro". O rosado não demorou em fazer o selo do Tigre e fazendo com que três Kage Bunshin surgissem atrás dele. — Espero que não se importe… —

— Não mesmo. — Misa disse.

A Yamanaka disparou de encontro ao original enquanto os três Kage Bunshin se separavam para cercá-la. Cada um deles assumiu uma direção — atrás, direita e esquerda — enquanto se aproximava do original à sua frente. Cada um deles manteve o punho fechado e preparou-se para acertá-la, afinal tinham noção que Misa teria de lidar com um de cada vez, por isso outros três seriam os responsáveis por aquele dano, porém… Misa parou de correr e suspirou lentamente. E a mesma moveu os braços para os lados com as palmas abertas e pareceu fazer um ligeiro esforço para alguma coisa. E nesse momento os quatro rosados são jogados violentamente para trás por uma energia que não podiam ver, mas que o ponto zero era a Yamanaka. Os três Kage Bunshin se desfazem após receberem aquele dano, assim como o original manteve-se ajoelhado por alguns segundos e tentava entender o que tinha acontecido, por isso olhou para a noiva que tinha os braços abaixados agora e com uma expressão de cansaço. O chão abaixo dela estava afundado com um rastro de destruição e rachaduras. Os olhos dela estavam azuis, não havia mais indício do Sennin Mode.

— O que foi isso? Foi algo incrível que tem relação com o Senjutsu? — Rin perguntou enquanto seus olhos voltavam ao tom esverdeado.

— Foi… — Misa respondeu e sorriu pelo canto dos lábios e olhou para as três Kage Bunshin que tinha à sua disposição, então deu continuidade. — Liberei toda a energia natural do meu corpo por meus pontos de chakra. Como… —

— …Hiashi. Como o Hakkeshō Kaiten, mas usando o Senjutsu. — Rin disse ao mesmo tempo que levantava as sobrancelhas e acabou soltando uma gargalhada. — E você está bem? —

— Cansada. Ainda não está completo, mas me pareceu bem efetivo por enquanto. — a Yamanaka respondeu e levou a mão direita para a cintura enquanto mantinha seus olhos azuis no noivo. — Eu ainda posso continuar. Vou ter mais resistência no momento que o Sennin Mode for ativado. —

— Então… chega de brincar. — Rin disse.

O rosado usou o In'yu Shōmetsu. E não demorou para seu Mangekyou Sharingan se ativar e uma energia escura surgir quando ele semicerrou as sobrancelhas. E depressa costelas negras foram formadas e uma espinha e depois braços esqueléticos, assim como um crânio com "olhos" púrpuros e um par de chifres. O rosado fechou sua mão com um pouco mais de força e semicerrou mais as sobrancelhas e rangeu os dentes. E aquela coisa que o protegia — Susano'o — começou a receber uma armadura da mesma cor que seus olhos, contudo a pequena evolução da técnica ocorreu apenas nos braços, braços e abdômen — peito — e nas costas com a formação de equipamentos púrpuros e uma capa e sem contar numa espécie de fogo púrpuro que cobria o crânio. "Esse é meu limite…" pensou o rosado que levou a mão para frente dos olhos e sentiu que se avançasse mais um pouco o In'yu Shōmetsu não cobriria todos os danos em seus olhos.

— Você não está para brincadeiras. — Misa disse um pouco impressionada pela formação daquela técnica que era passada somente entre os Uchiha. 

— Nem você. Já mostrou como é incrível, então o que me diz de irmos mais a sério? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto mantinha o tom provocativo. 

"Essa técnica envolve o ódio. E eu tenho ódio por tudo que aconteceu, mas há um limite para o quanto de ódio que sinto, sem contar que meu coração é bom. E eu tenho muitos amigos e uma família grande, por isso não tem porque sentir ódio… minha escuridão é pouca, afinal há muita luz para me guiar pelo caminho certo" pensou e acabou retornando a si no momento que ouviu a namorada rir e levantar o braço direito depois de acessar novamente o Sennin Mode. Ela não parecia intimidada por seu Susano'o, mas não havia razão também para sentir aquele tipo de coisa. A Yamanaka depressa se virou e correu na direção de uma Kage Bunshin que segurou seus braços e assim a jogou para cima. E não demorou para que a Yamanaka formasse um Rasengan até então comum.

— Senpou: Rasengan. — A Yamanaka disse e não demorou para que o Rasengan crescesse um pouco mais ao receber a energia natural, mas ainda não era grande coisa a se comparar com o Susano'o, mas ainda tinha um grande poder. — SHANNARO, WA-GOTO! —

— Hehehe… essa é minha garota. — O rosado sussurrou com um nítido orgulho.

O Susano'o então moveu ambos os braços à frente do corpo de forma a segurar e destruir o Senpou: Rasengan e depois impedir os movimentos da Yamanaka segurando-o. Era a intenção ao menos, pois quando a mão esquerda esquelética se chocou com aquela técnica, a Yamanaka sorriu e de alguma forma o comum "Senpou: Rasengan" cresceu de forma descomunal, tornando-se o mesmo movimento que usou no confronto com Death, ou seja, o "Senpou: Chō Odama Rasengan" que acabou deixando o rosado surpreso com o montante de Chakra da noiva, mas também orgulhoso pelo grande potencial dela. 

— SHANNARO, KUSO BAKA!!! — Rin gritou com todo fôlego que tinha em seus pulmões.

— SHANNARO, WA-GOTO!!! — Misa gritou com todo fôlego que tinha nos pulmões.

Rin aumentou aquele sorriso pelo canto da boca no momento que percebeu algumas rachaduras em seu Susano'o que continuava tentando resistir e destruir a técnica surpreendente da garota. Porém… as rachaduras não significavam muita coisa, mas era de se admirar considerando que tal técnica era reconhecida por sua capacidade defensiva. "Ainda não é como do meu pai, quem sabe nunca se torne…" pensou e aumentou mais aquele sorriso de canto de boca no momento que seu Susano'o conseguiu destruir o Senpou: Chō Odama Rasengan e uma onda de choque se espalhou violentamente pela região e abalou todas as árvores. O rosado desfez parcialmente o Susano'o, afinal usou o longo e grande braço esquerdo do mesmo para segurar a noiva antes que a mesma caísse debruçada no chão por causa da exaustão.

— Você está bem? — Rin perguntou.

— Por pouco… — Misa sussurrou enquanto olhava para a mão direita e lembrava-se da sensação de tal técnica na palma da mão. — …quase. —

— Se não tentasse destruir o seu Senpou: Chō Odama Rasengan, com certeza teria acabado com meu Susano'o. Ele não está completo, mas assim mesmo diminuiu a ofensiva da sua técnica, sem contar que causou algumas rachaduras… então, mais um pouco e teria conseguido. — Rin disse.

Ele pôs a Yamanaka com cuidado no chão e aproveitou para desfazer completamente o Susano'o e depois desativar o Mangekyou Sharingan, assim dando vez ao In'yu Shōmetsu. A noiva parecia cansada, mas também contente pelo resultado e esclarecimento dele. Misa gentilmente recostou-se no ombro dele e sentiu o agradável cheiro do mesmo enquanto sentia a mão dele acariciando suavemente sua cintura.

— Você sabe que não tem que me provar nada. Não sabe? — Rin sussurrou.

— Eu sei… — Misa sussurrou.

— Então, porque? Porque está… — Rin não concluiu seu comentário.

— Eu quero ser alguém que você possa contar, ter certeza que nada de ruim acontecerá em sua ausência, quero ajudá-lo e ainda dizer que está tudo bem. — Misa se adiantou e levantou a cabeça para que pudesse encará-lo.

O rosado ficou em silêncio. Ele se lembrou que um dos poucos comentários de quando a conheceu foi "está tudo bem agora", por isso o mesmo continuou em silêncio e levou sua mão para o topo da cabeça da amada e deu um beijo suave na testa dela. 

— Eu te amo. — Rin sussurrou.

— Eu também te amo. — Misa sussurrou.

E quando Sirius se aproximou deles… os três desapareceram daquela montanha. E voltam a aparecer dentro do celeiro. O rosado olhou para Sirius que correu para longe da construção, depois olhou para a Yamanaka que passou a abraçá-lo com gentileza e de olhos fechados.

— Devíamos dormir… a viagem começará ced-... Amor?. — Rin sussurrou enquanto a chamava, só então percebendo que a mesma havia se entregado ao cansado e dormia em seus braços, ele suspirou com desapontamento antes de murmurar. — …e eu pensando que teríamos um pouco de romance. —

Ele pôs a noiva com cuidado onde dormiam a pouco tempo. E não demorou para ficar ao lado dela — de conchinha — com a mão na barriga dela a acariciando com suavidade enquanto sentia o agradável cheiro de jasmim. 


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