Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 117
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Era ainda o mesmo dia em que houve o encontro do casal. Assim como o mesmo dia que Death capturou Yamanaka Miura depois de um confronto fácil. E o próprio assassino deveria ser grato por aquela cabana ser distante de tudo e todos. Isso por conta das terríveis coisas que fez com o ágil garoto que enfrentou antes de levá-lo para dentro da cabana. Miura acordou depois de alguns minutos e percebeu um pouco do que estava acontecendo.

Ele estava sentado naquela mesma cadeira que ocupou por algumas horas para ler o diário de Kiken'na Yasei, ou seja, Death. Seus pulsos estavam amarrados aos braços da cadeira com um arame farpado, por isso não haveria como tentar escapar sem acabar se machucando seriamente, além disso não adiantaria quebrar os polegares para tentar uma escapatória. E vestia apenas sua cueca boxer, ou seja, Death o despiu nos últimos minutos. Todas as suas armas — quinze adagas — estavam na cama com sua roupa dobrada ao lado. Ele olhou para baixo, assim reparando nos pés da cadeira e levantou as sobrancelhas. Isso porque pregos enormes foram colocados em cada centímetro possível dos pés da cadeira, assim não teria como ele tentar quebrá-los para começar a se soltar.

Ele voltou sua atenção para a entrada da cabana no momento que ouviu alguns passos e engoliu em seco. Isso porque Death estava ali com um balde cheio de água nos braços e um olhar calmo, mas nada amigável. Ele era o único que agia tranquilamente com aquela situação. O assassino usava vestes negras — um colete escuro com bandagens da ponta dos dedos até os ombros, uma calça escura e botas escuras e um manto mal cuidado, sua máscara encontrava-se na cama. O corte em diagonal de seu rosto aparentemente foi limpo, mas era óbvio que haveria uma cicatriz.

— Você desmaiou de medo. — Death disse com um ligeiro tom provocativo.

Ele entrou na cabana. E caminhou para perto de Miura que continuou observando-o, mas agora com um olhar mais sério e agressivo. Death só sorriu pelo canto dos lábios, entretanto não deu a mínima para o olhar do Yamanaka. O assassino pôs o balde com água no assoalho, se ajoelhou e segurou os pés do garoto e depois os mergulhou na água. E levantou sua cabeça para observar de perto o garoto que continuava exibindo um olhar bem agressivo. Death suspirou ao mesmo tempo que se levantava e deu um tapa com sua mão direita no rosto de Miura que o fez mover o rosto para o lado esquerdo. Não foi um tapa forte, mas foi dado com as costas da mão. E Miura sentiu uma dor intensa, incomum para um tapa fraco.

— Ah, faça-me um favor. Você estava completamente assustado e até optou por fugir de mim. Então, não me venha com esse olhar, entendeu? — Death disse e afastou-se do loiro. Ele seguiu para a cama e cruzou os braços. — Você tinha tudo isso de adagas nas suas roupas. É um pouco impressionante. Nem eu ando tão armado a… —

— O que está querendo? Porque ainda tô vivo? Eu não tenho informações sobre a rede sensorial de Konohagakure. Sou apenas… — Miura disse ao conseguir interromper o assassino. Seus olhos sérios continuaram atentos nele enquanto falava.

Entretanto, parou de falar no momento que Death levou a mão direita para uma adaga, enfim voltando a se armar, e se aproximou novamente do Yamanaka e encostou a lâmina na bochecha esquerda dele. O assassino exibia um olhar calmo e concentrado. A lâmina fez um levíssimo ferimento na bochecha de Miura e uma finíssima linha de sangue escorreu pela lâmina até o cabo. O Yamanaka sentiu uma dor muito maior do que deveria ser aquele simples ferimento na bochecha.

— ...não quero informações da rede sensorial. Não quero qualquer tipo de informação. — Death disse e levantou uma das sobrancelhas ao perceber a expressão séria do garoto. — Você está vivo porque essa é a minha vontade, senão teria o esfaqueado quando tentou de forma humilhante fugir de mim. —

— O que está querendo? — Miura perguntou.

— Faz um tempo que não brinco com alguém. Não consegui me divertir por tempo suficiente com sua irmã. Ela é suficientemente boa em Genjutsu, por isso teve resistência com minhas habilidades. E quanto ao seu pai… ele tentou um nível de intimidade que não estou habituado, sabe? Mas estou sempre precavido, e mesmo assim não consegui me divertir com ele com as armadilhas mentais. — Death disse e balançou sua cabeça de um lado a outro como se desgostasse do que comentava para o loiro. Ele pôs a lâmina no canto esquerdo dos lábios de Miura e deu continuidade. — Por enquanto… estou querendo me divertir com você. Vamos, não há razão para essa expressão tão séria. Vamos por um sorrisinho… —

Miura ficou em silêncio. Ele engoliu em seco ao mesmo tempo que suor começou a lhe escorrer o rosto. O olhar de Death continuava calmo, mas havia uma aura que transmitia um desconforto — era uma sensação cheia de crueldade e malícia. E o Yamanaka se esforçou em sorrir assim como Death pediu que o fizesse. Era um sorriso bem contido.

— ...ótimo. Eu não gostaria de estragar o seu rosto, Yamanaka Miura. Você estragou o meu, mas não sou vingativo a esse ponto. — Death disse e afastou a lâmina dos lábios do Yamanaka.

— Acho que deixei seu rosto menos ameaçador com esse ferimento. Pode servir para dizer que houve alguém que o enfrentou diretamente, assim as pessoas não se sentirão tão ameaçadas. — Miura disse com um pouco de divertimento, mas também um pouco de provocação.

— Ah, garoto… — Death disse.

O assassino moveu a adaga para o braço direito de Miura, um pouco acima do arame em volta do pulso dele, e deslizou a lâmina ao ponto de fazer um corte nada profundo na pele dele até seu cotovelo. Ao mesmo tempo que fazia aquele corte, o Yamanaka sentia uma dor maior do que devia e rangeu os dentes para evitar gemer em resposta a dor, porém fechou com força suas mãos nos braços da cadeira. 

— ...quanto menos se sentirem ameaçadas e mais me confrontarem, mais divertidas as coisas serão para mim. Eu gosto de matar. E não tem graça quando fogem de mim. Eu gosto quando essas pessoas me machucam, assim posso me lembrar delas. — Death disse e levou a mão disponível para o rosto e usou seu dedo indicador para tracejar o corte.

— O que… o que você fez? — Miura perguntou, mas continuou assim que o moreno pareceu ter dúvida sobre a sua pergunta. — Essa dor. Você me drogou? —

— Hm, não. Não conheço drogas que aumentem a sensibilidade. — Death disse e levou sua mão para o queixo do Yamanaka e continuou assim que sorriu com um pouco de provocação. — É meu Genjutsu de Sentidos. A dor costuma ser mais intensa. Eu poderia usar um Genjutsu de Paralisia, mas você não escapará com esses arames nos pulsos, nem o de Silêncio é necessário por estarmos longe. —

— Esse é seu modelo de diversão? Você não deve ter tido amigos na infância, né? — Miura perguntou com divertimento.

O assassino sorriu. Ele mostrou a maioria dos dentes com aquele sorriso. E novamente moveu a adaga, mas agora não foi no braço do Yamanaka. Ele cravou a lâmina na coxa esquerda do loiro e o ouviu berrar dolorosamente e intensamente por longos segundos. Sangue escorreu da coxa por mais que a lâmina continuasse encravada. Death semicerrou seus olhos e fez com que a lâmina girasse. E levantou seu rosto e fechou os olhos, desta maneira aproveitando o grito angustiante do Yamanaka. Ele gargalhou com ânimo antes de girar a adaga novamente e assim aquele grito se intensificou.

— Não, não tive amigos na infância. Cresci completamente sozinho, mas pouco me importava com o que eram amizades ou família. Eu só quero uma coisa. Quero causar o máximo de sofrimento nas pessoas. Eu quero matá-las. Eu quero rir delas. — Death disse e sem o menor cuidado puxou a adaga da coxa do Yamanaka e a jogou na cama. — Vou me divertir com você. —

— Ahaha… haha… boa sorte, filho da puta. — Miura disse ao mesmo tempo que mantinha uma expressão bem séria para o assassino. Ele deu continuidade assim que suspirou com um pouco de sofrimento. — Eu não desisto. Vou escapar daqui de alguma forma. E ainda vou levar sua cabeça para Konoha. —

— Continue com essa positividade. E você não precisa me levar para Konoha, só preciso que vá para aquela maldita aldeia e… Ah… ainda é cedo para contar minha ideia. — Death disse.

— Ha… o que está planejando? — Miura perguntou.

— Hm… — Death disse.

O assassino se aproximou da cama. E a empurrou para o outro lado da pequena cabana. E depois se aproximou do assoalho em que a cama estava anteriormente e bateu com o dedo médio da mão esquerda em algumas madeiras e ouviu atentamente até chegar numa que havia um eco. Ele puxou a madeira e revelou que havia um fundo escuro e pôs a mão direita lá dentro e puxou algumas ferramentas e continuou tateando até certificar de que o mais interessante estava lá. Ele pôs tudo o que tirou do fundo escuro na cama e pegou um objeto de metal que servia para pôr na mão e assim socar as pessoas com mais força — soco inglês. E depois se aproximou do Yamanaka assim que pôs aquele objeto em sua mão direita.

— ...essa é uma boa pergunta. Mas as pessoas geralmente me fazem outros tipos de perguntas. — Death disse, contudo continuou assim que olhou para o ferimento na coxa do Yamanaka e pôs o indicador da mão esquerda dentro do machucado e girou o dedo. Ele não se importou quando o Yamanaka berrou de dor. — "Por que está fazendo isso?", "Porque eu?", "O que foi que eu fiz para estar fazendo isso comigo?". —

Miura gritava de dor. Era torturante aquele dedo se movendo em seu ferimento e até afundando um pouco. A dor era de um nível que ele nunca imaginou que experimentaria. E o pior é que o assassino parecia estar se divertindo com seus gritos. Os olhos do Yamanaka ficaram marejados, mas ele encontrou forças e fechou a boca e rangeu os dentes para assim interromper com seu grito, porém acabou soluçando.

— Ninguém vai escutá-lo. Ninguém virá ajudá-lo. — Death disse.

O assassino levou a mão direita — com o soco inglês — para o rosto do Yamanaka. E o acertou no lado esquerdo do rosto, desta forma fazendo-o mover o rosto para o lado direito. Miura sentia a dor muito maior do que um soco seria originalmente, mas fez questão de não demonstrar o que estava sentindo. Death semicerrou os olhos e murmurou "hm", então levou a mão direita novamente para o rosto do Yamanaka, mas dessa vez ao lado direito e fazendo-o mover o rosto para o lado esquerdo. O assassino via as mãos do Yamanaka de fecharem com muita força nos braços da cadeira, se aflorasse um pouco sua audição poderia até ouvi-lo passado as unhas com força pela madeira. Death suspirou e novamente o atacou, mas dessa vez de frente e acertando-o no nariz, desta maneira entortando-o. E ele balançou a cabeça em contentamento assim que ouviu o grito de dor do Yamanaka ao mesmo tempo que sangue escorria de seu nariz recém entortado. O assassino fez questão de usar mais força e assim levou o punho para o lado esquerdo do rosto de Miura, depois para o direto e depois para a boca dele, assim quebrando-lhe alguns dentes. O Yamanaka resistia porcamente a dor elevada.

— Você tem que chegar em Konoha com muitos machucados. Afinal, enfrentou um urso-negro. Não é para qualquer um, mas ainda tem que ter machucados pelo corpo. Eu vou ajudá-lo com isso. — Death disse.

— Ha… Haha… gentileza da sua parte. — Miura sussurrou e levantou um pouco sua cabeça e então cuspiu um pouco de saliva e sangue em Death. — Fi-Filho da… put-puta… —

O assassino sorriu. Ele adoraria quebrar aquela vontade ou resistência do Yamanaka. E tinha certeza absoluta de que faria exatamente aquilo. Ele não deu a mínima para o cuspe. E novamente levou seu punho para o lado esquerdo do Yamanaka e depois para o direito e depois para a boca dele. E depois um pouco acima de seus olhos. Cada um dos socos tornava-se mais forte do que o anterior. Cada seção era ligeiramente mais longa que a anterior. De início era só soco no lado esquerdo e depois no direito, mas acabou se desenvolvendo para o lado esquerdo, direito, boca, acima dos olhos, queixo e abdômen. E Death se certificou de que o Genjutsu de Sentidos era mantido. E se deliciou com os gemidos dolorosos do Yamanaka.

— Ninguém vai escutá-lo. Você está sozinho. Ninguém virá ajudá-lo. — Death disse.

— Eu preferia quando você cantava… — Miura sussurrou ao mesmo tempo que saliva misturada com sangue escorria de seus lábios.

O assassino não disse mais nada, mas era óbvio o quanto considerava divertido aquilo. Ele retirou o objeto de sua mão e o jogou na cama quando se aproximou desta para pegar outra coisa. E enquanto olhava para algo que achava interessante, tratava de suspirar.

— Hm… ursos são animais bem perigosos… — Death disse. 

— Mais perigosos do que você. — Miura disse.

— Continue achando isso… — Death sussurrou.

O assassino apagou um objeto. Ele pegou um alicate maior do que o habitual e ligeiramente diferente. E se aproximou novamente de Miura e pôs o alicate no antebraço esquerdo do Yamanaka.

— O que é isso? — Miura perguntou.

— Isso? Ah, bom… — Death não concluiu seu comentário. Ele estava mais afim de fazer uma demonstração.

Ele usou o alicate. E fez cada vez mais força no antebraço esquerdo do Yamanaka que baixava seu rosto e rangia os dentes para evitar gritar dolorosamente. Aquilo nada mais era do que um alicate de quebrar ossos. Lágrimas enfim escorreram pelos olhos de Miura e ele levantou sua cabeça e urrou de dor novamente que ouviu-se um estalo. Aquele estalo era do osso — Rádio — sendo quebrado em dois ao mesmo tempo que um ferimento profundo era criado por causa do alicate.

— ...um alicate interessante que roubei a alguns anos. — Death respondeu enfim, sequer dando a mínima para o grito contínuo do Yamanaka. — Eu posso parar se quiser, mas há uma condição. —

— Na-Não me impo...importo de bei-beijar sua bu-bunda… — Miura disse e baixou a cabeça e deixou que as lágrimas continuassem escorrendo.

— Não é isso. — Death disse.

— O que… — Miura soluçou. E levantou um pouco sua cabeça e assim prestou atenção no assassino. — ...o que é? —

— Vá para Konoha. E traga Yamanaka Kaisō… — Death disse. E sorriu pelo canto dos lábios quando percebeu um pouco de surpresa no olhar cansado de Miura, por isso continuou. — ...sim, estou sabendo do nome de sua mãe. Quero matá-la por ter me capturado. E quero que traga… —

— ...Misa. — Miura o interrompeu. E deu continuidade assim que cuspiu novamente, mas dessa vez no chão. — ...não. Eu não… eu não vou fazer isso. —

Ele sabia da fixação de Death por sua irmã. Sabia disso por causa do diário que passou horas lendo. Então, tinha noção de que o objetivo de Death era matá-la por alguma coisa que aconteceu entre eles. E Miura nada mais que servia como uma isca para sua mãe e irmã. Ele devia agradecer um pouco por seu pai ou irmã mais nova não estarem nessa lista do assassino.

— Ah, você vai. — Death disse.

O assassino novamente usou o alicate. E dessa vez quebrou a Ulna do antebraço esquerdo do Yamanaka. E voltou a escutá-lo gritar dolorosamente. Death moveu a alicate por alguns centímetros enquanto Miura ainda gritava de dor e apertou novamente. Dessa vez ele quebrou o Úmero do loiro. Miura gritou ainda mais alto e baixou sua cabeça e a balançou de um lado a outro assim que fechou a boca para ranger os dentes.

— Vou adorar quebrar essa sua vontade. Essa sua resistência. — Death disse. E levou o alicate para o antebraço direito do Yamanaka antes de acrescentar. — Ninguém vai escutá-lo. Ninguém virá ajudá-lo. Você está sozinho. Vou parar quando você decidir colaborar. —

— C...ale a… — Miura não concluiu seu comentário. Estava cansado demais para dar uma resposta ao assassino.

— Coitado. Está precisando de um pouco de energia… — Death disse ao mesmo tempo em que balançava sua cabeça de um lado a outro. — ...vou resolver isso. —

— Aha… ha… haha… — Miura soltava alguns risinhos ao mesmo tempo que levantava sua cabeça e olhava para Death e sussurrou algo, mas só no fim foi audível o suficiente. — ...da… pu… ta. — 

Death novamente não deu a mínima. Ele retornou para aquele espaço descoberto onde havia sua cama e retirou outro pedaço para que tivesse como remover o que havia a mais lá dentro. E pôs as duas mãos lá dentro e puxou sem muito esforço uma bateria grande e a levou para perto do Yamanaka e colocou ao lado da cadeira. E depois retornou para o buraco aberto e levou a mão direita para dentro e puxou dois cabos conectores e se aproximou novamente do Yamanaka que continuava observando-o. O assassino conectou os cabos a bateria.

— Me-Merda… — Miura murmurou. Ele imaginou o que acabaria acontecendo. Ele tentou soltar-se, mas seus pulsos acabaram se machucando por causa do arame farpado e assim ele sentiu uma dor elevada. E baixou sua cabeça para suspirar pesadamente e depois a levantou para olhar o assassino enquanto sangue escorria pelos arames. — ...por favor. Não… —

Death não escutou. Ele conectou um dos cabos no polegar esquerdo de Miura e o outro no polegar direito. E assim observou o jovem Yamanaka tremendo e abrindo sua boca para gritar. Era um grito em agonia de dor e sofrimento. Sua boca se abria ao máximo para aquele contínuo berro agonizante. A dor era de um nível muito superior a ter seus ossos partidos ou de uma adaga cravando em sua coxa. Aquela dor era pior do que qualquer outra pois não iria parar até que o assassino resolvesse parar. E para piorar os calcanhares do Yamanaka acertaram os pregos nos pés da cadeira, por isso havia mais dor ainda. A cabeça de Miura se levantou um pouco mais e seus olhos ficaram bem abertos e ele encarava o teto de madeira da cabana. Ele sentia aquela descarga elétrica em seu corpo. Ele só se sentiu aliviado no momento que os conectores deixaram seus polegares. E sua cabeça se moveu para baixo, mas era óbvio que ainda estava consciente.

— Vai me ajudar? Vai para Konoha e me trará Kaisō e Misa? — Death perguntou. E suspirou quando viu que o loiro balançou a cabeça em negação. — Que pena. Você está sozinho, ninguém virá ajudá-lo e ninguém irá ouvi-lo. —

Miura mordeu os lábios e sentiu um pouco de dor. Um mínimo de dor para se falar a verdade. E ele tentou levantar sua cabeça para olhar o assassino e xingá-lo, mas antes que pudesse fazer isso já voltou a sentir aquela descarga elétrica em seu corpo. E novamente abriu sua boca e gritou dolorosamente. Death ficou a sua frente e de braços cruzados e mantendo os olhos azuis bem atentos nele. Olhos azuis esses que pareciam encantados com o sofrimento que o jovem Yamanaka estava tendo. Aquilo durou quase três minutos. E finalmente os conectores são removidos de seus polegares e voltou a baixar sua cabeça enquanto saliva com sangue escorria de seus lábios.

— Vai me ajudar? — Death perguntou novamente. E voltou a suspirar quando o loiro balançou a cabeça de um lado a outro em negação. — Que pena. Você está sozinho, ninguém virá ajudá-lo e ninguém irá ouvi-lo. —

Death não ligou os conectores aos polegares do Yamanaka. Ele retornou para a cama e pegou uma adaga qualquer e retornou a se aproximar do loiro. E então cravou a lâmina no ombro esquerdo de Miura. A lâmina não foi tão fundo assim — apenas penetrando cinco centímetros — já que a intenção não era prejudicar quaisquer movimentos. E ele sorriu um pouco quando o garoto gemeu por longos segundos e fechou com toda a força seus olhos dourados. Sangue começou a escorrer pela lâmina e pingar no assoalho. Death moveu a adaga e lentamente transformou aquilo num corte diagonal. Sangue começou a escorrer por todo aquele corte e o garoto gritava de dor e balançava a cabeça de um lado a outro. A dor era grande, mas não tanto ao se comparar com a contínua descarga elétrica. E a adaga continuou se movendo até o umbigo do Yamanaka. Miura começou a tossir e as lágrimas continuam escorrendo.

— Vai me ajudar? — Death perguntou. Ele removeu a adaga e a jogou na cama e cruzou os braços quando houve silêncio. E novamente perguntou. — Vai me ajudar? —

Miura balançou a cabeça de um lado a outro. Ele levantou sua cabeça e olhou para Death. O olhar do Yamanaka trazia apenas sofrimento, cansaço e medo. Um medo intenso, mas havia um brilho suave de esperança no fundo deles. Um resquício que o mantinha convicto de sua decisão de não cooperar com o assassino. E Death percebeu aquilo. Ele sabia que estava destruindo o Yamanaka, por isso que sorriu pelo canto dos lábios quando o ouviu murmurar quando aquele brilho desapareceu.

— Me… mate… por favor… — Miura murmurou e choramingou. Ele estava cansado de ter que aguentar toda aquela dor. 

Um brilho de satisfação rondou os olhos azuis de Death. Ele novamente pegou os cabos e os conectou aos polegares do Yamanaka e o ouviu agonizar em dor. Sua cabeça novamente se erguendo, seus olhos se abrindo ao máximo assim como sua boca, urrando o mais alto que era capaz. Death cruzou os braços e continuou observando e escutando-o por longos cinco minutos até decidir retirar os cabos dos polegares dele. Miura balançou a cabeça de um lado a outro quando aquilo acabou e continuou chorando da forma mais infantil possível.

— Mate-me, por favor… — Miura sussurrava.

— Me ajudará? Irá para Konoha e me trará Kaisō e Misa? — Death perguntou.

— Mate-me… — Miura disse.

— Posso fazer isso depois que me trouxer Kaisō e Misa. — Death disse e se ajoelhou ao lado esquerdo de Miura e olhou para o sangue que escorria dos arames em seus pulsos e de como estava o rosto do Yamanaka. Ele continuou assim que encostou a mão direita no braço esquerdo dele. E o ouviu reclamar por causa dos ossos quebrados. — Vou matá-lo quando me trouxer elas, do contrário continuaremos aqui e você não morrerá. —

Miura ficou em silêncio. E balançou a cabeça de um lado a outro, mas agora parecia fazer isso sem vontade alguma. O assassino suspirou e voltou a se levantar, então pegou os cabos e os conectou novamente aos polegares do Yamanaka. E voltou a escutá-lo berrar em agonia. Aquilo era de um nível assombroso de dor por causa do Genjutsu de Sentidos. O Yamanaka sentia a carga elétrica percorrendo violentamente seu corpo. E via os olhos azuis do assassino concentrados em si. Aquilo durou apenas três minutos. E novamente sentiu-se enfraquecido. Sua cabeça se abaixou e ele observou o assoalho enquanto sangue com saliva escorria de sua boca, sangue escorria de seu abdômen, sangue escorre por seus pulsos em decorrência aos arames que continuavam a machucá-lo.

— Me ajudará? Trará Kaisō e Misa para cá? Em troca, irei matá-lo para acabar com seu sofrimento. — Death disse novamente. Ele não parecia nenhum pouco incomodado com as constantes recusas do garoto. Ele queria mesmo que o Yamanaka recusasse para continuar com aquela tortura. — Você está sozinho. Ninguém irá ajudá-lo. Ninguém irá ouvi-lo. —

Miura ficou em silêncio. E rangeu os dentes no momento que sentiu o conector no polegar esquerdo. Ele levantou sua cabeça e assim fitou o assassino com o conector já próximo ao polegar direito. O olhar do Yamanaka era deprimente. 

— ...sim. — Miura sussurrou.

 


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