Song as Old as Rhyme escrita por Siaht


Capítulo 2
I. like secret angels they test your will


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas maravilhosas!!!
Tudo bem com vocês?
Acabei demorando mais do que esperava para postar esse capítulo, mas o dia hoje acabou sendo mais corrido do que eu imaginava. De qualquer forma, estou de volta para realmente começar essa história. Antes, porém, gostaria de fazer algumas considerações. Essa história se passa em um país fictício que emula a Itália Renascentista, mas tomarei algumas liberdades criativas, até porque não tenho a pretensão de conseguir transcrever esse momento histórico com precisão. Além disso, embora não exista magia envolvia diretamente na trama, há um pouco de fantasia na história, começando pela forma como ela é narrada. De qualquer forma, estou tentando ser o mais fiel possível.
AVISO: nesse capítulo temos uma breve abordagem de como o capacitismo (discriminação de pessoas com deficiência) existe e funciona nessa sociedade. A narrativa não o reforça, pelo contrário, e não é uma cena descritiva ou pesada, mas deixo aqui o aviso.
O título do capítulo é inspirado em um trecho da música Renaissance do Paolo Buonvino. Essa música é uma das grandes trilhas sonoras dessa história. Fica a dica, caso queiram entrar no clima.
Por fim, quero agradecer à Shippersdunne por ter favoritado a história. Muito obrigada por isso! ♥ ♥ ♥
Espero que gostem do capítulo! ♥



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               I                

{like secret angels they test your will}

“Sometimes I justify the words I spill

Like secret angels they test your will

Outside my troubles are over

But in your eyes the melody is frozen”

.

(Renaissance, Paolo Buonvino)

Nossa história se inicia em um momento peculiar. Um momento de transição que, como todo momento de transição, era marcado pela dualidade. O ano era 1520. Começo do século XVI e de um novo tempo. A Idade das Trevas começava a morrer. Ou, ao menos, era algo em que os mortais gostavam de acreditar, especialmente aqueles que se consideravam o próprio Prometeu, trazendo fogo e luz à humanidade. É algo em que muitos humanos ainda gostam de acreditar. Eu, no entanto, entendo que nada é tão simples. De uma forma ou de outra, foi um momento interessante. Especialmente para mim e os demais deuses antigos. Desde a ascensão do Império Romano, havíamos sido esquecidos. Deixados de lado, enquanto o culto por um novo Deus Cristão ganhava força. Uma experiência nada agradável, caso se importe com minha humilde opinião. 

Ainda assim, os renascentistas, dotados de um bom gosto inegável, não tiravam nossos nomes ancestrais de suas bocas, poesias e artes. De repente, estávamos em sonetos, canções, esculturas, pinturas. Se acreditavam ou não em nossa existência, não importava. O fato era que o culto, mesmo que puramente intelectual, aos deuses antigos nos deu nova força. Então, afirmo com propriedade que durante o ano de 1503, estava completamente desperta, observando esse novo mundo com interesse revigorado e curiosidade genuína. Foi quando meus olhos se voltaram para um pequeno país na Europa Mediterrânea. Se você um dia já colocou as mãos em um mapa, certamente já se impressionou com o pequeno território com o formato de um velho chapéu de bruxa. Ele possui outro nome hoje, mas naqueles tempos era chamado de Hogwarts. Ou simplesmente de Quatro Reinos, para os mais antigos. É no norte desse país, praticamente esquecido pelo tempo, em que nossa trama se desenrola. Mais especificamente no distrito de Godric's Hollow. 

Nossa história, como tantas outras, se inicia em uma quarta-feira completamente comum. Até mesmo entediante. Que poderia ter continuado trivial, não fosse a chegada de uma notícia inesperada, pouco após o desjejum. Uma notícia embalada em um envelope pálido e fechada com um brasão de veado em tinta prateada. O brasão da dinastia Potter. O selo real. Uma carta do rei era sempre motivo para alvoroço, especialmente em Shell Cottage, o castelo ancestral da família Weasley. Aquela carta, no entanto, seria suficiente para iniciar um incêndio, destruindo toda calmaria que, até então, era vivenciada naquela fatídica manhã. 

— Isso é um absurdo! Um ultraje! Uma completa insanidade! Harry só pode ter perdido a cabeça. — Fleur Weasley, a duquesa de Gryffindor, esbravejava, enquanto andava em círculos pelo gabinete do marido. As saias de brocado farfalhando pelo chão, a raiva fazendo seu sotaque estrangeiro se intensificar. 

— Fleur, por favor, vamos refletir sobre isso com calma. —  William Weasley, o sempre comedido Duque, tentava processar as notícias enviadas por seu cunhado. Revirou sua mente em busca de algum contentamento, mas foi uma tarefa vã. A esposa não estava errada, não eram boas notícias. Na verdade, não eram sequer notícias.  Harry não era apenas seu cunhado, afinal. Ele era seu rei. Aquilo era um decreto. Um decreto nada animador. Surtos raivosos, contudo, não iriam ajudar. 

— Calma? Como eu posso ficar calma, William? Essa é uma ameaça ao nosso ducado. Uma tragédia para nosso filho e herdeiro! 

O filho e herdeiro em questão ouvia tudo em silêncio, esparramado com nenhuma elegância em uma das cadeiras acolchoadas. Louis Arthur Weasley, o futuro Duque de Gryffindor não estava tendo um bom dia. Mesmo antes da chegada da carta do rei e da subsequente explosão da Duquesa, sua digníssima e amada mãe, aquela manhã já se assemelhava bastante a um funeral. O seu funeral. Qualquer dia que se iniciasse antes do meio-dia, não era um bom dia. E se o despertar prematuro fosse seguido de uma noite mal dormida e assombrada por pesadelos, tudo se tornava significativamente pior. O rapaz sentia o cansaço em seus ossos e um latejar irritante se formava atrás de seus olhos. Ele queria se arrastar para seus aposentos, fechar as cortinas e dormir por uma semana. Ou, pelo menos, ficar deitado em sua cama por uma semana. Dormir – dormir de verdade – parecia um privilégio que jamais voltaria a lhe ser concedido. 

Sendo assim, não é exagero assumir que Louis não estava em seu melhor espírito para lidar com decretos reais. Especialmente aqueles que envolviam a sua pessoa. Tio Harry deveria ter tido ao menos a consideração de encontrar um mensageiro mais lento (ou mais rápido, dependendo do ponto de vista) e que entendesse que perturbar  a paz antes do almoço era bastante rude. Enquanto a mente do rapaz vagava, seus pais continuaram a discutir. Bom, não exatamente. Fleur discutia, Bill tentava meramente apagar o incêndio. Louis deixou que eles continuassem com o embate, na esperança de encontrassem uma solução para a situação. Talvez fosse um tanto patético que um homem de 19 anos esperasse que seus pais resolvessem seus problemas, mas aquele não era um problema apenas do rapaz. Além disso, a verdade era que ele não se importava em passar a responsabilidade para outras pessoas. Lhe era conveniente viver com o menor número de preocupações possíveis, algo que sua família estava sempre disposta a  assegura. Louis era o filho caçula de um nobre e o herdeiro homem por muito sonhado. Ele havia nascido para ser mimado. 

 — Então, você vai simplesmente deixar o seu herdeiro se casar com a filha de um traidor. A filha louca de um traidor. Esse é o futuro que você deseja para o nome Weasley, William? 

A discussão claramente não havia chegado ao fim. 

— O que você espera que eu faça, Fleur? Não é como se estivéssemos em posição de negar algo a Harry. 

— Isso é coisa da sua irmã. Consigo sentir os dedos de Ginevra nessa história inteira. Ela está se vingando pelo casamento da Dominique. 

— Fleur, por favor…

— Você sabe que é verdade, William. 

— Ginny não é uma pessoa vingativa. 

— Você definitivamente não conhece a sua irmã. O pior é que nem posso julgá-la, pois faria a mesma coisa se estivesse na posição dela. Que pequena perversa a nossa rainha! 

Bill suspirou, levando um dos dedos às têmporas. Era sempre inútil tentar racionalizar com a esposa. 

— Acho que você está vendo tudo pela perspectiva errada. 

A mulher enviou um olhar ao marido que evidenciava que a única perspectiva errada era a dele. Mas o homem não se deixou intimidar. 

— Talvez essa não seja a união ideal, mas, analisando todo o contexto, consigo enxergar alguns benefícios. 

— Quais benefícios o casamento com a filha maluca de um traidor pode trazer? 

— Nós sequer sabemos se a moça é realmente maluca. Podem ser apenas rumores maldosos. Você, mais do que qualquer um, deveria saber que não se deve confiar totalmente nesse tipo de boato. 

Fleur crispou os lábios e cruzou os braços sobre o peito, porque era verdade e ela não gostava da constatação. Seu casamento com William inflamou todo tipo de burburinho desagradável. Os mais proeminentes e criativos insinuando que ela era uma bruxa, usando feitiçaria para manter sua bela aparência. Não fora fácil para ela se adaptar a Hogwarts, o lugar era muito diferente de Beauxbatons, o país onde ela crescera, e seu povo tendia a desconfiar de estrangeiros. Fleur, no entanto, era a determinação em forma de mulher e lidara com todos os desafios que surgiram em seu caminho com uma graça surpreendente. Fizera um lar para si mesma ali. Ainda havia os que insinuavam que ela se banhava com sangue de virgens para se manter tão bela, porém, a maior parte das pessoas aprendera que aquilo era uma tolice. A Duquesa de Gryffindor era irrepreensível. E era por isso que ela não aceitaria menos do que “irrepreensível” de sua sucessora.

 — Ela ainda é uma traidora da coroa! — Fleur exclamou, porque não estava disposta a perder aquele embate. 

— O pai dela é um traidor, não há provas contra a moça e a irmã. Duvido que Harry proporia algo assim, se duvidasse do caráter da jovem. 

— Isso não quer dizer que ela seja inocente. 

— Você acha que Theodore Nott discutia seus planos de guerra com a filha? — Bill questionou, porque ele conhecia o Conde de Berwick o suficiente para saber como aquela ideia era absurda. 

— Não sei, William. O que eu sei é que essa garota é um problema que está sendo empurrado para nós. Talvez não existam provas que a incriminem, porém, é muito óbvio que não é uma figura confiável. Não finja que não está implícito nessa carta que devemos garantir que ela não cometa deslizes ou se torne uma ameaça. 

O Duque suspirou, porque sabia que era verdade. Um dos motivos para aquele casamento apressado era assegurar a lealdade e o bom comportamento da Senhorita Nott. 

— Isso mostra que Harry confia em nós. Além disso, não é como se não fossemos ter benefícios com a união. A moça é a herdeira de Nott, todas as propriedades e recursos do Conde serão passados para ela. Ou melhor, para o marido dela. 

Aquele era o segundo motivo para aquele casamento apressado: impedir que nobres se engalfinhassem, como aves carniceiras, pelas terras e propriedades de Berwick. Não havia nenhum homem apto a herdar o título de Conde (e tudo o que vinha com ele). A linhagem dos Nott sofrera uma série de tragédias nas últimas décadas. Isso, porém, não impediria que qualquer aristocrata que houvesse tido contato com sangue Nott, mesmo que séculos atrás, iniciasse uma campanha sangrenta pelas posses do traidor, no instante que a notícia se espalhasse. Era mais fácil permitir que a filha fosse a herdeira e casá-la rapidamente. Seu marido seria efetivamente o dono de tudo e se tivessem um filho homem, ele ganharia o título. Uma solução rápida e eficaz para algo que poderia se tornar uma dor de cabeça sem fim. 

— Em Beauxbatons todos seriam simplesmente enforcados e todas as posses confiscadas, sendo dadas como presentes para aqueles que se provassem dignos.

— Não estamos em Beauxbatons, querida. — a duquesa bufou, evidenciando seu descontentamento com aquele fato. Guardou para si mesma o comentário sobre como seu país presenciara um número inferior de traições ao longo da história — Além disso, está na hora de Louis se casar. 

— O que? — aquela frase finalmente atraiu a atenção do rapaz, fazendo com que ele corrigisse sua postura e se sentasse corretamente.

—  Talvez não seja a noiva ideal, mas já está passando da hora de você se casar e começar a cuidar de suas obrigações. 

Louis resolveu ignorar a crítica velada. Sua relação com seu pai se encontrava em um lugar frágil naquele momento. Então, apenas voltou os olhos para a mãe. Sua eterna e fervorosa defensora. Ela não iria deixá-lo se casar com uma estranha de péssima reputação, certo? Fleur suspirou. 

—  O seu pai não está errado. — ela detestava admitir uma derrota, no entanto, conseguia reconhecer a batalha perdida. Além disso, não era com o marido que vinha batalhando. Era com o rei para quem não poderia dizer o “não” que desejava. Era consigo mesma e seus sentimentos violados — Esse casamento está longe de ser algo que me agrada. Na verdade, considero um ultraje e uma vingança infantil. Mas não podemos declinar um pedido real. Não quando laços sanguíneos e vantagens econômicas podem ser usados para evidenciar nossa ingratidão. E especialmente não após o casamento de Dominique. 

— Mas…mas… mas... — o rapaz não tinha sequer um argumento para usar na defesa de sua liberdade. Não se dera ao trabalho de desenvolvê-los, confiando que os pais o salvariam mais uma vez. 

— Sinto muito, querido, mas você terá que se casar com a senhorita Nott. — a mãe lhe disse, a infelicidade explícita em seu rosto. 

Louis sentiu seu mundo desabar. Uma tempestade súbita e inesperada caindo sobre ele. Era oficial: nenhum dia que começava antes do meio-dia poderia ser bom.

Tudo aquilo era culpa de Dominique. Todos os escândalos e confusões que acometiam aquele ramo da família Weasley tinham a tendência de serem causados por ela. Louis achava que seria capaz de esganar a irmã, se ela estivesse ao alcance de suas mãos. O rapaz era o caçula de três e tinha relações complexas com as irmãs mais velhas. 

Victoire Lupin, a Baronesa de Wolfhall, era a primogênita. A filha perfeita,  a esposa dedicada, a dama exemplar. Ninguém jamais conseguiria estar a sua altura, especialmente aos olhos do pai. Louis às vezes se ressentia desse fato, mas era difícil sentir raiva de Victoire por muito tempo, pois ela era costumava ser doce, gentil e protetora. Especialmente em relação aos irmãos. Havia se casado há alguns anos com Edward Lupin, seu melhor amigo de infância e atual Barão de Wolfhall. Teddy havia sido criado em Shell Cottage, como um protegido do Duque, após a morte de seus pais – amigos de longa data de Bill e Fleur – e era difícil se lembrar de um momento em que ele e Victoire não houvessem sido loucos um pelo outro. Casamentos por amor eram raros na aristocracia, mas Victoire fora sortuda o suficiente para construir um para si. 

Dominique Krum, a Grã-Duquesa de Vulchanova, era a filha do meio. Uma jovem ambiciosa e astuta que faria o necessário para alcançar seus objetivos. Ela nunca fora a mais doce das criaturas, mas Louis costumava admirá-la por isso. Pelo menos, nos momentos em que não estava irritado por algo causado pelo temperamento ou a língua ferina da moça. Em fato, os dois costumavam brigar como cão e gato, porém, era inegável o quanto se amavam. 

Todo o problema, que não era exatamente um problema, envolvendo a filha do Duque e da Duquesa de Gryffindor começara há três anos, quando o rei de Durmstrang, Viktor Krum, resolvera que uma aliança política com Hogwarts era uma ideia que seria benéfica para os dois reinos. Fleur havia sido amiga de Viktor em sua juventude, então, os Weasley foram chamados à corte, para ajudar nas negociações.  A ideia era casar o príncipe Ivan de Durmstrang com a princesa Lily Luna de Hogwarts. O casamento em si teria que esperar algum tempo, já que Lily ainda era muito nova, contrato, contudo, poderia ser selado.

A grande questão era que Dominique era ambiciosa e sempre sonhara em ser rainha, o que já a havia feito declinar uma quantidade considerável de pedidos de casamento. Sendo assim, não havia possibilidade da moça deixar um príncipe herdeiro jovem e belo escapar por entre seus dedos. Por Deus, ela não deixaria nem mesmo um príncipe herdeiro velho e horrendo lhe escapar!

Dominique e Ivan tinham idades próximas e não fora difícil para a Weasley encantá-lo. Ela era uma das garotas mais belas e espertas do reino, afinal. Em menos de um mês, o príncipe estava convencido de que não havia mulher no mundo para ele além de Dominique e determinado a não se casar com mais ninguém. O rapaz se mostrara surpreendentemente determinado. Seu pai não vira motivos para negar o desejo do filho. Sendo sobrinha do rei, um casamento com Dominique ainda garantiria a aliança que ele buscara e o homem sempre tivera Fleur em grande estima, um sentimento que se estendera imediatamente para a filha dela. Além disso, Viktor havia perdido a esposa há poucos meses e julgava que o filho poderia fazer uso de um pouco de amor. Se Dominique amava Ivan? Esse era um mistério para o qual Louis não tinha resposta, entretanto, supunha que a irmã deveria gostar de algo sobre o marido. Nem se fosse apenas da coroa reluzente que ele usava sobre a cabeça. 

Tia Ginny – ou melhor, a Rainha Ginevra Potter – não ficara nada satisfeita com a forma como tudo aquilo se desenrolara. E quem teria ficado? Porém, na época, não pudera expressar seu descontentamento de forma pública e arriscar uma briga familiar ou algo pior. Além disso, não havia como provar que Dominique fizera algo errado e Lily Luna ainda era jovem. Harry, na verdade, ficara bastante aliviado por não precisar casar a filha tão cedo. Aquela não era uma briga para se comprar naquele momento. Se a tia continuava remoendo esses sentimentos e buscava vingança? Louis não saberia dizer, embora sua mãe estivesse convencida que sim. 

O fato era que, se Dominique não houvesse roubado o noivo da prima, talvez eles pudessem declinar àquela proposta de casamento sem grandes problemas, sem correr o risco de alimentar tensões entre a família e desagradar ainda mais o rei e a rainha. Na verdade, se Fleur estivesse correta, se Dominique não houvesse roubado o noivo da prima (um fato que a própria Fleur apoiara na época, é válido ressaltar), talvez eles sequer se encontrassem nessa situação agora. Louis não compreendia os meandros políticos e dramas familiares que levaram àquela decisão, no entanto, sabia que era mais fácil culpar Dominique. De uma forma ou de outra, era sempre culpa de Dominique. 

UMA NOTA BREVE DA NARRADORA: nosso herói, Louis Weasley, talvez não tivesse resposta para muitas de suas indagações pessoais. Eu, como criatura onipresente e onisciente que sou, guardo comigo a solução para cada um desses enigmas. Ainda assim, após uma breve conferência com minhas filhas, resolvi seguir os conselhos de Calíop[1]e Erato[2] e manter algumas informações comigo, visando o melhor desenvolvimento dessa narrativa. Não se preocupe, no momento certo, você conseguirá visualizar a pintura completa. Posso adiantar, entretanto, que, embora Dominique Weasley jamais pudesse ser acusada de ser inocente, a culpa de todo esse estranho enlace matrimonial não era inteiramente dela. 

Posso garantir também que a mulher foi uma figura histórica bastante interessante e que acompanhar suas peripécias e escândalos me divertiu imensamente, durante o período em que esteve viva. Ela não se enganara ao assumir que havia nascido para ser rainha. Se Dominique amava o marido? Bom, o amava tanto quanto era capaz de amar um homem. Essa, contudo, é uma história para outro dia. 

O cheiro de tinta a óleo estava impregnado nas paredes do quarto. A obra inacabada, repousava perto da cama, sangrando em pigmentos vermelhos. Um livro se encontrava desmaiado na cadeira com a perna bamba, descansando ao lado de uma garrafa de vinho pela metade. As pesadas cortinas escuras, que cobriam as janelas laterais, permaneciam bem fechadas, trancando o mundo – e principalmente o oceano – a uma distância segura. Os indícios de uma noite assombrada por pesadelos. Sir Alexander Dursley, o Cavaleiro de Lancelot, conhecia aqueles aposentos como a palma de sua mão. E, mais importante, conhecia seu ocupante ainda mais profundamente. Louis Weasley era uma língua na qual ele era fluente. E com a fluência vinha a preocupação. 

Alec deveria ter se encontrado com Louis na noite anterior, após o castelo adormecer. Como fazia com frequência o suficiente para que houvesse se tornado um hábito. Um hábito ruim. No entanto, fora atingido por uma emergência familiar, antes que pudesse se esgueirar para as cobertas do futuro duque. 

Se você se importasse com os rumores, acreditaria que Sir Dursley tinha uma rocha no lugar do coração. Embora ele apreciasse bastante a reputação que construíra com tanto empenho, não era de todo verdade. Havia três pessoas capazes de transformá-lo em água: seus irmãos mais novos, Marcus e Jenny, e Louis Weasley.  Às vezes, o rapaz chegava a se incomodar com como o trio o tinha por inteiro. A vida era mais segura quando você se importava menos com os outros. Três era um número perigosamente alto de indivíduos aos quais se dedicar. E Deus era testemunha de Alec já tinha mais do que o bastante com o que se preocupar.  

O fim da Guerra dos Quatro Reinos, havia garantido isso. Seus feitos em batalha haviam lhe rendido uma ordenação como cavaleiro e, como consequência, acabara sendo promovido ao posto de chefe da guarda de Shell Cottage. Tudo isso era ótimo, mas não o suficiente. Se ele houvesse nascido há algumas décadas, poderia ter sido. Teria integrado alguma ordem de cavalaria famosa ou feito fortuna como um cavaleiro andante. Um daqueles heróis sobre o qual ouvira canções em sua infância. Agora toda essa cultura padecia, morrendo de inanição, e Alexander não tinha nada além de um título e uma pequena bolsa de galeões. Um título que importava e do qual ele se orgulhava bastante – aquele “Sir” antes de seu nome o lembrava diariamente que era alguém –, porém, não era algo que iria ajudá-lo a enriquecer. 

Se a guerra houvesse durado mais, as coisas poderiam seriam diferentes. Ele teria tido mais tempo para se destacar e criar uma reputação. Mais tempo para se tornar um herói digno de honrarias e prêmios mais ilustres. Contudo, parecia até mesmo estúpido chamar aquele conflito de guerra. Rebelião parecia mais provável. Uma rebelião tola dos separatistas do sul. O suficiente para causar caos e promover um pouco de terror, mas não para que seus espólios valessem a pena. Ao menos, não para alguém com os sonhos de ascensão social de Alec. Talvez ele tivesse mesmo um coração de pedra. Ou talvez ele fosse apenas um plebeu que sabia que, no mundo em que vivia, derramar sangue era a única forma de subir na vida. Fazia diferença?

Os devaneios do rapaz, porém, foram interrompidos pelo baque da porta se fechando. Seus olhos se voltaram imediatamente para ela, apenas para encontrar Louis Weasley em toda sua glória. Roupas caras, escuras e bem cortas, se alinhando perfeitamente a cada parte de seu corpo; cachos loiros e  angelicais; olhos mais azuis e profundos do que o oceano do lado de fora. Um sorriso se espalhando no rosto dele, formando covinhas adoráveis, ao avistar o melhor amigo parado em seu quarto. Alexander incendiaria o mundo inteiro por aquele sorriso. O que provavelmente faria sentido, já que aquele simples mover de lábios era o bastante para converter seu sangue em chamas. 

— O que você está fazendo aqui? — Louis indagou, ainda sorrindo, enquanto trancava a porta. 

Sendo um idiota, Alec pensou. Negligenciando suas funções. Correndo o risco de perder seu emprego e sua cabeça. Todas as opções anteriores eram verdade. Mas a verdadeira verdade era que ele estava preocupado com o Weasley. Não haviam se encontrado na noite anterior e a notícia de uma carta do rei, que aborrecera consideravelmente a duquesa, já corria por todo o castelo. 

— Queria saber se você está bem. — admitiu, porque não mentia para Louis. Nunca para Louis. A confissão apenas fez o sorriso do amigo se alargar. Os sorrisos sempre vieram fáceis para ele, algo que Alec admirava e invejava  — Além disso,  era possível ouvir os gritos de sua mãe do outro lado da propriedade. Todos estão cochichando sobre isso. O rei enviou mesmo uma carta? O que estava escrito? Um decreto real proibindo o uso do brocado? 

Louis ficou muito sério por um minuto, sua expressão desmoronando de forma drástica. Não havia como o conteúdo da famigerada mensagem ser bom. Alexander esperou por uma resposta, mas, ao invés disso, o outro rapaz apenas atravessou o cômodo, a determinação queimando em seus olhos, e o beijou. Alec se sentiu derreter imediatamente. Seus ossos se transformando em água, enquanto seu coração flamejava.  Os dois haviam sido feitos para se encaixar. Seus corpos pertenciam um ao outro. Uma amálgama de instinto, paixão e anseio. Havia uma eletricidade perigosa entre eles que, ao menor sinal de atrito, se convertia em fogo. 

Beijar Louis era sempre assim: intensidade e desespero. Excitação e perigo. Quando Alec se deu conta, seu corpo já estava pressionado contra o colchão, casacos abandonados, metade da camisa do Weasley desabotoada. Eles estavam indo mais rápido do que de costume. A voracidade de Louis era mais forte do que o habitual, lhe dizendo que algo estava errado. Então, ele se lembrou da pergunta não respondida e se afastou. Cada fibra de seu corpo protestando no processo. O outro garoto se jogou na cama, gemendo em frustração. Alexander suspirou. 

— O que havia na carta?

Louis fechou os olhos, mas não respondeu. 

— Louis?

Ainda sem resposta. 

— Pelo amor de Deus, Louis Arthur Delacour Weasley, o que havia na maldita carta? — Alec estava começando a se preocupar. 

Louis abriu os olhos, um oceano azul de infelicidade. 

— Eu vou me casar. 

— Você vai fazer o quê?

— Decreto real. Aparentemente não há nada a ser feito, além de obedecer. Então, devo me casar, em breve, com a senhorita Nott. Seja lá quem for.

Alexander se deitou ao lado do amigo, incapaz de dizer uma palavra. Incapaz de realmente processar a notícia. Seu mundo havia incinerado, tudo o que lhe restava eram as cinzas. 

Ela não iria chorar. A moça repetia o mantra para si mesma há dias, decidida a se agarrar a qualquer fragmento de dignidade que lhe restasse. Não era muito. Uma chama pequena e frágil, mas que ainda a aquecia. À medida que os dias se passavam e as paisagens, vislumbradas pela janela da carruagem, se transformavam, a garota sentia sua resiliência se estilhaçar, enquanto a penúria a dominava. Guinevere Nott supunha que, naquela altura, já deveria estar habituada ao desamparo. Ele fora seu grande companheiro ao longo daqueles 17 anos, afinal. No entanto, havia uma diferença entre se sentir abandonada dentro das paredes seguras de sua casa, e se sentir abandonada em meio ao desconhecido. 

Era irônico como ela passara anos acreditando que sua situação não podia piorar, apenas para ser confrontada com o fato de que estivera enganada. Terrivelmente enganada. Tudo sempre podia piorar. Os últimos meses não haviam sido nada além de um oceano de provações e a menina não tinha certeza se estava finalmente encontrando uma ilha na qual se abrigar, ou se estava prestes a se afogar definitivamente. Deus sabia que ela não tinha mais forças para continuar nadando contra a corrente. 

Seu pai a chamaria de fraca, se descobrisse o teor de seus pensamentos. Theodore Nott, contudo, nunca soubera como se comunicar com a primogênita. Além disso, Gwen sequer sabia se ele ainda estava vivo. O julgamento fora concluído antes que ela fosse enviada para Shell Cottage e o homem condenado à morte. Não era um resultado difícil de prever. Ainda assim, a perspectiva da execução do pai assombrava a garota. Ela não entendia muito bem o motivo. Nunca haviam sido próximos. Pelo contrário. Guinevere se mostrara uma desgraça para Nott no instante em que nascera. Uma menina, quando ele desejava um herdeiro homem. Seu gênero, porém, poderia ter sido tolerado, não fosse a constatação de que a garotinha era surda. Aquele era o tipo de falha jamais seria tolerado pelo Conde de Berwick. Naquele instante,  Theodore perdera qualquer interesse que pudera ter na filha. Gwen não sabia o que teria sido dela, sem o amor e esmero da mãe. 

Amelia Nott protegera a filha até seu último suspiro. Algo que viera rápido demais. Guinevere tinha apenas seis anos, quando, após anos fracassando em manter uma nova gravidez, a mãe morrera no parto. O bebê sobrevivera, uma nova garota para Theodore amaldiçoar. Georgina Nott. A irmãzinha que Gwen amava com todo coração. A irmã que ela agora se via obrigada a deixar para trás. Essa talvez fosse a parte mais perversa de toda aquela situação. A moça sabia que tinha sorte por não ter sido condenada à força junto ao pai. Sabia que deveria se sentir grata pela misericórdia  do rei. E se sentia. Mas também sentia o gosto da injustiça na boca e os pedaços de seu coração partido, abrindo buracos em seu peito. 

Tudo começara durante a Guerra dos Quatro Reinos. Ou a Rebelião das Serpentes. Apenas mais uma tentativa falha de separação vinda do sul. Há alguns séculos, antes da Dinastia Potter unificar o país, o território hoje conhecido como Hogwarts era divido em quatro reinos. Gryffindor, Ravenclaw, Hufflepuff e Slytherin. O sul dos Slytherin nunca lidara bem com a unificação e possuía um histórico separatista. Daquela vez, o pai dela fora um dos tolos responsáveis por encabeçar  a revolta e, em resumo, as coisas não acabaram bem. A guerra fora perdida e todos os Nott restantes acabaram presos. Se Georgina não fosse uma criança e a surdez de Gwen não houvesse se tornado óbvia muito rapidamente, as duas irmãs também teriam sido condenadas à morte. Ninguém presumia que uma criança e uma garota surda pudessem saber qualquer coisa sobre revoltas ou traições, afinal. 

As pessoas costumavam ter duas opiniões acerca de Guinevere Nott. Havia os que a achavam louca, especialmente por não conseguirem vislumbrar nenhum outro motivo para que o Conde de Berwick mantivesse a filha trancada em sua propriedade, impedida de frequentar a vida social local. Algo alimentado por uma série de boatos e histórias descabidas que caíram no gosto popular, porque, em qualquer época, um burburinho sempre tivera seu apelo. Normalmente, essa visão vinha daqueles que não sabiam que a moça era surda, um fato que seu pai tentava ocultar com muito afinco. E havia os que sabiam sobre a deficiência da jovem e, por isso, acreditavam que ela era uma idiota. Os juízes do rei se enquadraram na segunda categoria, a considerando uma tola e a descartando automaticamente como uma ameaça. 

Gwen supunha que, embora seu orgulho se ferisse,  deveria se sentir um tanto grata por isso. Porque o fato era que ela sabia muito mais do que qualquer um poderia supor. Não que seu pai dividisse seus planos – ou qualquer outra coisa – com a filha. Mas, nas condições certas, a menina era muito boa em ler lábios. Além disso, nas noites em que não conseguia dormir, a moça se esgueirava para o escritório do patriarca e passava horas lendo seus documentos. Ela sabia que ele a mataria se descobrisse, porém, não conseguia evitar a curiosidade que crepitava dentro de si. E quem poderia culpá-la por se sentir curiosa, quando passava seus dias em um estado de tédio tão absoluto?

Então, sim, Guinevere sabia bastante sobre aquela guerra e sobre todos os planos de seu pai. O mero conhecimento já seria considerado traição. O fato da jovem não ter certeza de onde seus pensamentos se alinhavam tornaria tudo ainda pior. Aquela revolta, naquelas circunstâncias, estava fadado ao fracasso. No entanto, a menina não tinha certeza que o desejo separatista era tão infundado. Não que alguém se importasse com o que ela achava. Mulheres não costumavam ser consultadas naquele tipo de assunto (mesmo assim, se esperasse que perdessem a cabeça pelos crimes de seus pais, irmãos e maridos). Mulheres surdas não eram sequer consideradas. 

Esse descaso óbvio, juntamente com a presunção de sua ignorância, salvaram a vida de Gwen. Mas ela detestava ser considerada uma ignorante. Sua mãe tivera bastante trabalho garantindo que a filha fosse educada da melhor forma possível. Havia contratado uma preceptora, a Irmã McGonagall, que estudara com o próprio Frei Dumbledore[3]. Frei Dumbledore era um monge beneditino que havia aberto uma escola para crianças surdas, vindas da aristocracia, em seu mosteiro. Irmã McGonagall alfabetizara Guinevere, a ensinara a ler lábios e se comunicar com gestos. Também a oralizá-la e, apesar da garota não gostar muito de usar a própria voz, preferindo sua língua espaço-visual, aquilo se provara útil recentemente, lhe assegurando sua herança[4]

McGonagall continuara com Gwen, mesmo após a morte de Amelia. A moça achava que a mulher era o mais próximo de uma mãe que ela possuía. E agora estava sendo forçada a deixá-la. Porque, ainda que ninguém acreditasse que Guinevere tivesse a capacidade de promover uma traição, não estavam dispostos a arriscar. 

Além disso, era importante que ela sofresse alguma punição, pelo crime de ser filha de seu pai. Dessa forma, fora decidido que seria separada da irmã e da preceptora.  Quem poderia garantir que aquelas três não conspiraram algo juntas, afinal? Georgina ficaria na corte, como a dama de companhia de alguma nobre de escolha da rainha. Alguém que pudesse vigiá-la e garantir que a menina cresceria para se tornar uma mulher apropriada e leal. McGonagall receberia outro emprego. E Guinevere iria para o Norte, para se casar com o sobrinho do rei. Louis Arthur Weasley, o futuro Duque de Gryffindor. O coração dela se partia com a perspectiva de deixar as duas pessoas que mais amava. As duas únicas pessoas que amavam. As duas únicas pessoas que sabiam como se comunicar com ela.

Não escapava a Guinevere, o fato de estar sendo enviada para o mais longe possível de sua casa, para uma família que certamente recebera ordens de garantir sua conduta exemplar e que, assim que se tornasse uma mulher casada, seu marido teria controle sobre toda a sua herança, o que a tornaria uma refém dos desejos dele. Como fora, até então, uma refém dos desejos de seu pai. Ao menos, ela conhecia Theodore Nott, desde o nascimento, e sabia como navegar naquela tempestade. Sabia que, se ficasse quieta em seu canto e o deixasse se esquecer que tinha uma filha mais velha, tudo ficaria bem. Gwen não fazia ideia do que esperar de Louis Weasley e estaria mentindo se dissesse que isso não a apavorava. 

Guinevere nunca imaginara se casar. Seu pai havia deixado bem claro que ninguém jamais a iria querer como esposa. Que ela era um péssimo investimento. Então, a garota afastara aquelas ideias da cabeça. Na verdade, se consideraria sortuda se passasse o resto de seus dias vivendo como sempre viveu. Trancada em sua propriedade, com a companhia de seus livros e de sua preceptora. Se seu pai continuasse cumprindo suas obrigações financeiras com ela e ignorando sua existência, já seria bom o suficiente. Com Theodore Nott não havia garantias, afinal.

Agora, ela estava sendo empurrada para um mundo que lhe era completamente estranho e jogada nos braços de um homem que não tinha qualquer motivo para amá-la. Um homem que poderia descartá-la na primeira oportunidade. Gwen precisava fazer com que Weasley se importasse com ela. Para sua própria segurança e estabilidade, precisava fazer com que aquele casamento funcionasse. O problema era que a moça não tinha qualquer noção de como fazer isso. A constatação a fazia querer chorar. Tudo sobre aquela situação a fazia querer chorar. Mas ela não iria chorar. Guinevere seria forte.

Naquela quarta-feira – que deveria ter sido como todas as quartas-feiras, não fosse por um decreto do rei – três corações se partiram. Nenhum dos envolvidos nessa trama estava contente com os rumos que sua história parecia estar prestes a tomar. Todos se afogavam em medo e, embora não quisessem admitir, ressentimento. Era difícil perceber que você não possuía o controle sobre sua própria vida e ainda mais difícil viver em um mundo que não te aceitava. Naquele ponto, os três poderiam concordar. De qualquer forma, o que nenhum deles poderia imaginar, era que aquilo era o começo de uma bela canção e não de uma tragédia anunciada. Eles haviam sido feitos para se encontrar. Se entrelaçar estava em seus destinos. 

 

[1] Calíope é uma das filhas de Mnemósine e a musa da Poesia Épica;

[2] Erato é uma das filhas de Mnemósine e a musa da Poesia Romântica.

[3] O personagem é inspirado no monge beneditino Pedro Ponce de Leon. Ele é considerado o primeiro professor para surdos. Ele estabeleceu uma escola na qual ensinava crianças surdas (vindas da aristocracia) em seu monastério, na Espanha.

[4] Entre 1453 a 1789, apenas pessoas surdas que conseguiam falar tinham direito a receber herança. Antes disso, existiam leis que os proibiam de receber heranças e privavam essa população de outros direitos.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi bem introdutório, pensando para apresentar os personagens, suas vidas, a sociedade em que vivem e todo o contexto desse casamento de conveniência. Detesto monarquias e toda e qualquer questão política, a partir de agora, será meramente pano de fundo, eu estou aqui totalmente pelo romance e para escrever romance kkkkkkk
Sim, o Louis é bem mimado (ele vai amadurecer, prometo), o Alec é super ambicioso (que escolha ele tem?) e a Guinevere é mais inteligente do que todos acham (o povo vindo com a farinha e ela já está com o bolo pronto). E eu estou amando escrever sobre esses três.
Dominique Weasley a inventora oficial da talaricagem kkkkkkkkkkk
Só a Victoire anda se salvando nessa família. Mas confesso que adoro escrever sobre pessoas complicadas e que nem sempre estão certas.
Enfim, espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís



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