Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 51
A Ardilosa Hanna




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Opening

 

Dentro do palácio de Lioness, atravessando os enormes corredores de pedras frias que eram mal iluminadas pelas tochas e candelabros do lugar, duas mulheres andavam aparentemente em direção à sala de guerra. Uma delas tinha cabelos loiros e olhos roxos. Ela andava jogando uma pequena esfera de cristal como se fosse um brinquedo para cima e para baixo. 

A mulher ao seu lado, por sua vez, tinha cabelos e olhos roxo escuros , e olhava com tom de desaprovação para a atitude de sua companheira. Ela olha bem no olho verde distraído de sua companheira de tapa-olho e grita:

—Ei, Kyara! Parece com essa droga!

—Mas Glenn, é tão chato esse castelo, não posso nem brincar?

Ambas, é claro, eram Kyara e Glenn, as virtudes da Diligência e Castidade, respectivamente. Em mais um arremesso de Kyara, Glenn agarra no ar a esfera e a repreende mais uma vez.

—Isso não é um brinquedo, sua maluca! Isso é um selo que carrega o que Zengate e Hanna precisam no ritual! – Berrou com Kyara.

—Que sem graça... – Protestou a Diligência. – Mas eu acho que não tem o que fazer, né?

—Não, não tem. 

Kyara começa a andar fazendo bico, e isso faz com que Glenn solte um suspiro. Ela invoca uma bola de pano e entrega para a Diligência, que solta um sorriso de orelha a orelha;

—Muito obrigada Gleni! – Ela começa a abraçar a Castidade esfregando seu rosto no dela, que tenta se desvencilhar, mas não consegue. Até que algo tira Kyara de cima dela.

Um homem de mais de dois metros de altura, cabelos vermelhos escuros muito curtos e olhos amarelados segurava Kyara no ar, a afastando de Glenn.

—Olá Tori! – Kyara sorri para Torgan, que estava a erguendo na altura de sua cabeça. 

Uma veia em sua testa salta, e antes que ele pudesse atacar Kyara, ela está fora da sua mão batendo suas roupas, um pouco atrás deles. Ele apenas bufa para a Diligência, que agora se divertia com a bola de pano que recebeu de presente.

—Pelo visto a missão foi um sucesso. – Falou se juntando às duas em seu caminho.

—Com certeza. – Glenn mostrou a esfera de selo. – Aqui estão Nier e Camille. – Ela entrega a esfera para Torgan que a observa com cuidado.

—O que acha, Vincent? – Fala olhando para seu lado. – Eu sei que está aí.

Um portal se abre no ar, e de dentro dele sai um homem de cabelos verdes longos.

—Acho que elas fizeram um bom trabalho. Parabéns vocês duas! – Glenn apenas revira os olhos, mas Kyara pula nas costas da Caridade.

—Vinceeent! – Ele a agarra quando ela pula e a segura em suas costas. – Tudo bem? – Ele solta um suspiro e confirma com a cabeça.

—Poderia sair das minhas costas?

—Nem pensar.

Ele apenas suspira e aceita que terá que carregar Kyara. Ao andarem pelo corredor, um senhor de cabelos pretos e um monóculo se junta a eles. Jaeger, a Humildade.

—Kukuku... Mal vejo a hora de ver o que Zengate e Hanna planejam com isso. – Fala com uma risada ameaçadora. 

—JaJa! Como vaaai?! – Grita Kyara das costas de Vincent, mas é ignorada.

—Parece que estão se divertindo aqui. – Uma mulher com cabelos lilases e olhos roxos se aproxima, com um tom sarcástico. – Se importam se eu me juntar também?

As outras virtudes dão de ombros e Vanalya se junta aos seus companheiros. Ela vê a esfera de Glenn, que estava com uma veia pulsando em sua testa por estar cercada de pessoas que não calavam a boca, e começa a falar.

—Então aí está o grande capitão da Saligia e a princesa do reino? Não me parecem grandes coisas.

—E não são! Foi realmente fácil capturar eles! – Fala Kyara animada.

Após andarem mais alguns metros, dão de cara com uma grande porta dupla. Eles a abrem e dentro estavam Zengate e Hanna, com o primeiro olhando pela janela e a última sentada em uma mesa, bebendo algum chá.

—Consegui ouvir vocês desde a entrada do castelo, principalmente você Kyara. – Falou Zengate, sem tirar o olhar da janela. A mesma se encolhe nas costas de Vincent, tentando fugir da visão de Zengate. – Mas isso não importa. Ao menos, não precisam reportar seu relatório.

As virtudes se ajoelham perante seu capitão, que se vira para eles. Glenn, que não se ajoelhou, foi andando até ele e entregou o selo. Ele fez um sinal com sua mão, e os todas as Virtudes saíram de sua sala, deixando ele a sós com Hanna.

Hanna, apesar de silenciosa, estava sempre pensando em algo ou tramando algo obscuro para colocar em prática, ela podia sentir a enormes distâncias o nível de poder de cada membro da Saligia que já havia sido reunido, mas um ainda estava oculto além do próprio capitão. Outro poder enorme poderia lhe atrapalhar de conquistar os seus objetivos, o sétimo membro ainda era um mistério e ele já havia a atrapalhado uma vez, ela não podia deixar que isso acontecesse novamente.

—Bem agora que nossas promissoras jovens já nos trouxeram um lixo terrível e sua donzela indefesa igualmente estúpida, precisamos encontrar a última peça desse quebra-cabeças... – Ela fala com um suspiro irritado. – A peça que pode botar tudo a perder, o Pecado do Orgulho, Krioni. -Ela faz uma pausa e se levanta da mesa. – Um mago extremamente habilidoso e poderoso, mas meus feitiços de localização não funcionam – Hanna fez uma breve pausa – É como se ele tivesse se apagado do mapa, mas... – Hanna parou e se colocou a pensar novamente.

Tinha que haver alguma ligação que colocasse Krioni a vista, e ela precisava ser rápida afinal Kyara e Glenn já lhes trouxeram seu pedido, foi quando Hanna se lembrou que Camelot, um reino vizinho antes mergulhado em caos, agora estava próspero e poderoso, um local onde ninguém se atrevia a guerrear. Ela arregalou os olhos e imediatamente ligou os pontos.

—Zengate! Eu preciso do seu sangue, preciso que me dê de bom grado. Não posso arrancá-lo à força pois dessa maneira eu não conseguirei invocá-lo. – Zengate, que estava apoiado na janela a fitava enquanto falava seu plano. – Está na hora de alguém guerrear com Camelot e tirar um rato da toca.

Ela ria com o canto da boca, quando Zengate se levantou e ofereceu seu sangue para Hanna.

—Hanna, eu lhe entrego todo o sangue que precisar de bom grado e pelo poder investido a ti eu lhe peço que invoques da mais profunda escuridão, para que de uma vez por todas traga a ruína sobre Camelot!

Não foram precisas mais palavras para que ouvissem vozes como sussurros guturais que ecoavam pelo grande salão.

—Então nos encontramos novamente Hanna, e vejo que agora está acompanhada de aliados mais poderosos! – Sua risada áspera escoava pelo salão. – Eu vou ao que me pedes, mas saiba que isso lhe custará muito caro, não apenas uma gota do sangue profanado!

Um rugido grotesco foi ouvido por toda Lioness, e como uma estrela cadente se dissipou sobre o céu e foi caminho a Camelot.

Alguns quilômetros mar adentro da costa de Camelot, no sul da Britânia, um impacto poderoso criando uma grande explosão na água. De dentro das águas, uma colossal criatura, de mais de quarenta metros de altura, com enormes tentáculos e braços com enormes garras nas mãos e uma cabeça de serpente marinha emergiu das águas. Na costa, guardas do reino e Cavaleiros Sagrados evacuavam as pessoas, enquanto um mensageiro corria até o Posto da Guarda da cidade costeira.

O mensageiro consegue fazer seu caminho e logo puxa uma carta e a coloca em uma caixa de correio de emergência.

A carta, por sua vez, é teletransportada até a caixa da Guarda de Camelot. Ao ler as palavras que estavam escritas, o mensageiro do castelo corre até o Grande Mago Merlin que estava em sua torre.

—Eu já disse para nunca entrarem em minha torre! – Bradou com força o mago.

—Senhor, o Leviatã está atacando nossa costa!

Merlin, ou melhor dizendo, Krioni congelou ao ouvir isso. Uma besta lendária? E de Rank Quatro? Em Camelot? Mas o que... Será que foi de Lioness? Faria sentido, senti a magia de Hanna por lá... Bem, não é hora para pensar nisso, temos que agir rápido!

—Avise Arthuria! Iremos para Estborne agora!


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