Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 47
A Espada do Pecado e do Juramento




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Opening

—Já chega!

Uma voz ecoou pelo local e se pôs ao meio deles dentro de uma cortina de fumaça, usando uma magia que fez o sangue de Skanfy retornar e Takashi desativar sua Dragon’s Greed. Mesmo diante daquela terrível realidade, os dois pecados não pareciam se importar ou inclinados a parar com aquela luta, então acabaram presos em correntes feitas de magia luminosa.

A enorme onda de fumaça começava a se dissipar e, de dentro dela, uma silhueta conhecida por todos eles com um poder ainda mais conhecido, era o próprio orgulho em pessoa, Krioni estava ali bem na frente deles.

—Eu não achei que viveria para ver o dia em que vocês quebrariam uma das regras de maneira tão idiota, vocês pensam que são quem?  – Bradou com fúria nos olhos. – E estão de qual lado afinal? Enquanto travavam essa luta idiota, onde só queriam mostrar quem tinha o maior ego de todos, Nier e Camille foram sequestrados e a essa altura teremos sorte se a princesa ainda estiver viva! – Gritou com seus olhos cinzas quase cortando seus corpos, fazendo Skanfy e Takashi distensionarem os músculos e as correntes se desfazerem.

Os pecados tentaram falar algo, mas Krioni não estava preparado para ouvir respostas ainda.

—Eu não quero ouvir as desculpas de vocês, seus boçais estúpidos, eu queria poder sumir com todos vocês neste momento, sabem o perigo ao qual estamos expostos? – Falou olhando para cada um dos presentes ali, incluindo os outros que não lutaram. – É claro que não, afinal estavam brincando de luta ao invés de cumprirem o seu papel, não foram reunidos para lutas desnecessárias, não fomos criados para isso, espero que contenham a situação do contrário o pecado de vocês não será nada perto do que irá acontecer por causa desse deslize de merda, sua fada liliputiana e seu humano misólogo! – As palavras saíam atropeladas da boca de Krioni, mais do que o seu normal. – Inclusive vocês, seu necromante concupiscente, sua gigante espurca e seu vampiro zoantropo! – Os xingamentos de Krioni com certeza eram pesados, por mais que os outros não entendessem uma palavra que saía de sua boca.

Takashi levantou a espada para atacar Krioni por trás, afinal ele não era do tipo que ouvia sermões sem revidar.

—Nem ouse fazer isso Takashi, eu não estou aqui de fato, mas ainda posso arrancar sua cabeça e te transformar em uma árvore! – Gritou Krioni usando uma magia de empurrar juntamente com uma de desarmar, fazendo a Zephyrus voar longe enquanto Takashi rolava grunhindo pelo chão.

Ao recompor sua compostura momentaneamente perdida, porém sem perder a etiqueta, Krioni passou a fitar cada um deles e não disse nenhuma palavra a mais, seu orgulho era grande demais para admitir que agora queria respostas.

—Krioni está certo, Takashi. – Asura quebrou o silêncio. – Se você continuar com esse comportamento violento, nós iremos te considerar um traidor, e não teremos escolha a não ser te executar.

Takashi apenas rosnou e guardou a Bucaneer no coldre. Dava para ver que ele ainda estava nervoso, mas ainda era esperto o suficiente para saber que se continuasse, sua situação iria piorar, mas não deixou de murmurar algo sobre ele não dar um sermão em Skanfy por ser sua namoradinha, mas Asura não ouviu.

—Ótimo, vamos todos nos acalmar agora, esquecer dessa briga e nos focar no problema atual: o que aconteceu com o capitão e a princesa? – Falou Asura, tentando puxar uma liderança que apenas fez Krioni desdenhar mentalmente por meses dele.

Todos os membros ficaram quietos e calmos, incluindo Takashi e Skanfy, que deixaram sua raiva um pelo outro de lado e se aproximando dos outros.

—Que bom que você consegue manter um pingo de racionalidade ao contrário desses trogloditas, morcego. – Krioni suspirou ignorando o que ele falou antes e encheu o peito para continuar a falar. – Bom, já que ninguém de vocês tem mais do que dois neurônios, vou explicar o que aconteceu. Enquanto vocês não falavam com a Camille, Hanna, a conselheira da Psychomachia, conseguiu achar onde vocês estavam, e deu um jeito de invadir o quarto da princesa enviando dois de seus peões e foi embora com ela e o Nier usando teletransporte. – Explicou usando uma bola de cristal para mostrar em looping a cena que durou menos de dois segundos.

Após isso, a ficha de Skanfy caiu. 

—C'est impossible! – Murmurou exclamando para si mesma. – Camille!

—Então a Psychomachia já começou a agir... – Falou Gwyndolin, abalado pela situação.

—Precisamos ir agora para a Capital para resgatá-los. – Falou Krioni, retomando a palavra. – Mas antes de irmos, preciso saber se todos realmente desejam ir para a Capital. Essa com certeza será nossa missão mais difícil, e os riscos dessa vez são altos. Quero ouvir de cada um o que desejam do fundo de seus corações. Se algum de vocês não quiser ir, irei destruir agora a marca de seu Pecado e estará fora da Saligia. Não posso dizer para irem por obrigação, pois um aliado incompetente é muito pior que um inimigo competente, como dizem no continente. Se decidirem que irão, coloquem a mão sobre o pomo desta espada. Encontrei em uma das minhas jornadas em Camelot, e bem... ela é a Espada Negra do Pecado Primordial. – Ele puxou uma espada completamente negra, a materializando ali. – Nada como um objeto de grande valor para selar um pacto. – Ele então a cravou no chão e passou a observar cada um dos presentes, olhando nos olhos como se lesse suas almas.

Por um instante, todos ficaram em silêncio, em dúvida sobre o que fazer. Largar a Saligia e não jogar sua vida fora em talvez uma missão suicida parecia ser a melhor opção. Desfazer os Pecados e torcer para as coisas se ajeitarem enquanto saíam do reino. Nenhum deles desejava morrer, principalmente se era algo que poderia beirar o impossível. Mas então, a Skanfy começou a falar:

—Durante essa voyage, a Camille se tornou uma companheira importante pour moi, que deseja sauver tout le monde, mesmo não tendo poder o suficiente para salvar a si mesma. Dessa vez, je ne laisserai ninguém machucar a minha amiga! – Falou Skanfy determinada, colocando a sua mão sobre o pomo da espada. 

Após ela falar, talvez eles tivessem se ligado sobre o que estava em jogo. E não sobre o que deveriam lutar. Não deveriam lutar pelo reino, e sim uns pelos outros, pelo seu orgulho por serem a lendária Saligia, e principalmente, por seus amigos. Com essas palavras, ela criou uma fogueira no meio daquela escura incerteza sobre seu próximo passo. Quando ouviu essas palavras de Skanfy, Takashi, que havia lutado com ela há apenas alguns minutos atrás, colocou sua enorme mão sobre a dela, fazendo todos arregalarem os olhos.

—Eu posso não ser o cara mais gentil do mundo, mas o Capita sempre me ajudou, mesmo eu sendo um desgraçado sem salvação. Eu irei junto para ajudá-lo, e também, enfrentar uns caras fortes. Por sinal... desculpa, Skanfy. Eu sei que ela é sua amiga, mas salvar o meu amigo também é prioridade para mim. – Ela assentiu com um sorriso de canto de boca no rosto.

As palavras dele acenderam a fogueira nos corações dos outros. Agora, estava na cara sobre o que fazer. Uma voz suave, que vinha do necromante da Luxúria começava a preencher o lugar.

—Pelo visto, todos estão falando que vão ir numa missão suicida, sem mais nem menos, tudo por uma princesinha que conheceram faz alguns dias. Mas eu realmente me sentiria mal se algo acontecesse a uma donzela tão bondosa quanto ela. – Gwyndolin disse sem um pingo de hesitação na voz, por mais que suas palavras parecessem dizer o contrário. – Podem me incluir também.

Gwyn acabou de alimentar a fogueira presente em cada um. Era hora de terem feito o que sempre deveriam ter feito: Se juntarem e acabarem com essa história de procurados, e lutarem juntos. Logo após suas palavras, o homem de cabelos brancos se pôs a falar.

—Eu quero salvar o Capitãozinho e a Camille. Eu não deixarei mais ninguém machucar os meus companheiros, eu irei lutar dando tudo de mim, e ir além, irei proteger todo mundo! – Disse Asura colocando a mão sobre a dos outros.

Agora, a fogueira queimava como nunca. Apesar disso, apenas uma fogueira não era o suficiente para iluminar o mar de escuridão. Porém, nada melhor que um farol, especialmente um gigante, para acabar com as dúvidas.

—Eu mal conheci ela, mas foi graças a ela, que reuniu todos vocês, que eu e os outros escravos fomos libertos. Está na hora de retribuir o favor! – Lilian encostou a ponta de seu dedo sobre as mãos de seus companheiros, banindo qualquer tipo de insegurança sobre seu destino.

—Então, todos concordaram em vir ajudar. – Falou Krioni, sorrindo com determinação. – Está na hora de salvarmos nossos companheiros e o reino da Psychomachia! – Ele brada com a determinação de transformar o farol em um dia.

Ele flutua e coloca sua mão sobre o dedo de Lilian, e eles sentem outra mão sobre a deles, como se seu capitão desaparecido estivesse a colocando, e outro peso, como se a princesa, que não estava ali presente, também participasse da reunião de sentimentos. 

—Vocês devem ir até a Capital de Lioness. – Ordena Krioni. – Irei resolver alguns problemas que apareceram em Camelot, e depois, me unirei a vocês. – Falou com tom de liderança. – Vou guardar essa espada, antes que ironicamente seja maculada após carregar as determinações da Saligia. 

Eles poderiam jurar que ouviram um “m” no fim do nome de sua ordem de cavaleiros, mas talvez fosse apenas sua imaginação.

Todos concordaram com Krioni. Então, o mago sumiu na frente deles em uma luz branca, e todos começaram a se preparar para ir até a capital. Ryon, que esteve dormindo esse tempo todo, acordou a Mama, e então o bar chamado Delito começou a avançar em alta velocidade até a Capital. 

Estava na hora da Saligia fazer o que foi reunida para fazer: salvar o Reino de Lioness.


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