Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 44
Criminosos




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Opening

Todos os sequestrados conseguiram ser resgatados. A Saligia agora estava praticamente completa, faltando apenas Krioni, o Mago do Orgulho, que disse que iria atrás deles.

Takashi e Lilian estavam retornando ao Delito, para decidir o que fazer em seguida, caso os outros não tivessem retornado, mas um estrondo das docas os fez mudar de ideia. Eles partem correndo para o local, e encontram o antigo comprador de Lilian, com a boca sangrando e sem alguns dentes, aparentemente tendo caído de um buraco no teto. Em seguida, das sombras surgem Nier, Gwyndolin,, Asura, Skanfy e Camille, devidamente vestidas graças às magias de Gwyn como conjurador, por mais que fossem trapos.

O homem pergunta como haviam passado por todas suas defesas, afinal, eram os melhores mercenários do reino, não? Ele pagou caro por aquela proteção, não deveria ser simples assim passar por ela.

—Ah, isso é simples. – Falou Gwyndolin. – Eu conjurei um exército de mortos vivos! – Disse com um sorriso dócil no rosto, mas que Johan viu como um sorriso macabro. – E se está se perguntando como o vampirão ali está forte, digamos que minha Eternal Curse está fazendo um excelente trabalho. Tudo bem que não chega à metade do seu verdadeiro poder com uma noite falsa criada por ilusões, mas... dá pro gasto. – Ele deu de ombros. – Antes que me perguntem, eu vou soltá-lo da magia assim que dermos um jeito nisso, tá bom? – Respondendo à pergunta que ninguém iria fazer.

Então, Johan começa a fugir, mas sofre uma blitz de Nier, que se moveu em sua velocidade máxima para sua frente, quase como um teletransporte.

—P-Por favor! Eu tenho dinheiro! Prestígio! Glória! Poder! Posso ajudá-los seja como for, só por favor, não me mate!

Nier pegou o homem pelo pescoço. Seus olhos negros brilhavam como a chama de sua ira. O que ele fez foi imperdoável. Escravizar uma de suas preciosas amigas e companheiras, que apenas queria ajudar, e abusar sexualmente de Camille. Apertava cada vez com mais força. Cada músculo, cada tendão, cada nervo e fibra de seu corpo borbulhava em mais puro ódio.

—Você... cometeu um grave... pecado... – Proferiu pausadamente as palavras enquanto esmagava o pescoço do homem.

—Por... favor... me... solte... – Falava Tucker, com sua voz rouca e abafada pela mão de Nier.

A cada segundo que se passava, Nier apertava cada vez mais e mais o pescoço do homem, fazendo com que sua cabeça gorda ficasse roxa como uma uva com seus olhos quase saltando completamente de órbita, e depois soltava para que não morresse por asfixia. Não, apenas matá-lo não seria suficiente para Nier. Queria fazê-lo sofrer.

Enquanto o homem agonizava em sua mão, ele lhe desferiu um golpe nas costelas, quebrando a última do lado esquerdo. O homem tenta gritar, mas não consegue. A voz não sai. Então, Nier continua a quebrar suas costelas, uma a uma, com golpes com precisão cirúrgica que apenas alguém que treinou para matar conseguiria fazer.

Lágrimas escorriam do rosto inchado do dono da doca. A dor excruciante dos golpes de Nier consumia as células de seu corpo, enquanto sentia arrependimento por ter se aproveitado da gigante, da fada e da princesa. Lilian apenas quis ajudar, não destruir a cidade. Camille e Skanfy não foram sua culpa direta, ele não as ordenou especificamente. Então, o silêncio, adornado apenas pelos soluços do homem e som das ondas no cais e na doca é interrompido por uma voz doce, suave e meiga, aos prantos:

—Sir Nier, pare por favor! Você não é disso! – Gritou Camille. Ela de fato odiava ele, mas toda essa tortura estava a enjoando, esse tipo de coisa com certeza era fora de qualquer coisa que ela já havia visto.

—Ele cometeu um crime imperdoável, Camille! – Berrou Nier sem tirar os olhos de sua presa. – E deve pagar por isso!

—Mas todos vocês não cometeram crimes? Então deveriam todos morrer? – Disse se aproximando de Nier.

—Se fosse simples assim pagar por nossos pecados, já teríamos morrido faz muito tempo. – Respondeu quase murmurando.

Camille olha em choque para o rosto frio de Nier, e em seguida, para os seus companheiros. Todos desviaram o olhar dela, inclusive Skanfy, sua melhor amiga. Lágrimas escorrem de seu rosto e deslizam por suas bochechas rosadas, fazendo-as brilhar. Então, Takashi dá um passo à frente e anda em direção ao seu capitão, ficando em seu lado esquerdo.

—Nier, mate-o de uma vez. – Falou Takashi, com a voz calma como se aquilo fosse algo corriqueiro. – Está aterrorizando a garota. – Quando Takashi manda alguém parar de fazer algo ruim, é por que essa pessoa está muito errada. Isso sempre foi o pensamento da Saligia.

—Ele... você viu o que ele fez. – Falou bufando para Takashi. – Ele tem que pagar.

—Sir Nier... eu... – Camille correu e se colocou entre Nier e o homem. – Eu quero que pare e o solte. Eu não estou defendendo ele nem nada do tipo, mas ele deve ser julgado perante as leis de Lioness. Vocês não são juízes e executores! E todas as outras pessoas para quem ele fez mal? Elas ficarão sem compensação? Ele provavelmente será executado, porém sem ser desse jeito cruel! Além disso, será obrigado a fazer o que o reino quiser, sem nem poder–

—Camille, ele não mudará de ideia. – Asura interrompe Camille enquanto se aproxima dos quatro, parando do lado direito de Nier. – Não agora.

O olhar que Nier estava no rosto aterrorizava Camille. Nunca havia visto um olhar daqueles. Um olhar repleto de ódio, com uma sede de sangue como se fosse um animal selvagem. Um olhar sombrio, como se fosse um demônio. Suas marcas e olhos negros eram extremamente intimidadores para Camille, fazia-a sentir como se o inferno inteiro e todas as legiões dos mais terríveis demônios olhassem para ela. Aquele não era o Nier que ela tanto gostava, era algo diferente. Ela se sentia inquieta e incomodada com essa sensação que emanava de seu corpo, então tinha que pará-lo antes que ele deixasse de ser quem ela tanto gostava e admirava.

—Por favor, Sir Nier. Você é gentil, engraçado e sorridente. Faz com que todos os dias sejam especiais para mim. – Falou com sorriso meigo que contracenava com as lágrimas de desespero em seu rosto. Não queria imaginar Nier como um homem cruel que se divertia torturando os outros. – Solte-o logo. Por favor... – Seu rosto não conseguia mais se manter suave, tendo se fechado em uma expressão de choro.

Nier apenas fechou os olhos e começou a apertar mais a mão. A cabeça do homem começava a avermelhar, parecendo um pimentão arroxeado. Seus olhos esbugalharam e saltaram de vez de suas órbitas. Camille, já chorando, começa a chorar mais alto, gritando.

—Sir Nier, pare! – Ela tentou dar um soco nele, mas tudo o que fez foi machucar sua frágil mão.

Takashi então tapa os olhos da garota, e Gwyndolin conjura dois pequenos roedores fofos e felpudos em sua cabeça para tapar suas orelhas. Skanfy dispara em sua direção, a abraça e sussurra em seu ouvido, afastando um dos ratinhos "tout ira bien, mon petit chérie".

Quando Gwyndolin se aproxima, ela vê no reflexo do orbe de seu cajado uma cena aterrorizante. A cabeça do homem havia explodido pela força de Nier, parecendo uma flor de carne. Se fosse apenas isso, ela apenas ficaria triste e tentaria esquecer, afinal ele era, de fato, o Pecado da Ira e essa atitude fazia algum sentido, e nada que alguns dias ignorando a existência dele não resolveria. Mas ela viu também o tesouro sagrado de Asura, Holy Dracula, perfurando seu coração, enquanto seu sangue parecia ser drenado. Takashi havia atravessado a Zephyrus em seu abdômen, fazendo um enorme buraco por onde escorriam seus intestinos. Um esqueleto completamente negro, de quatro, cinco metros de altura arrancava seus braços, que estavam cravejados bem como o resto do corpo de flechas do Arc Perfide de Skanfy. Uma estaca de pedra, vinda do chão, atravessava a parte inferior do homem, chegando até onde deveria ficar a cabeça, proveniente da magia de Lilian.

Os três segundos em que viu isso foram mais do que suficientes para cravar isso em suas retinas e principalmente em sua mente. Nesse momento, ela vomitou e começou a passar agudamente mal. Ela desmaiou devido ao choque e percebeu naquele exato momento que, com absoluta certeza, a Saligia era composta por criminosos, como eles mesmos falavam. Sempre achava que eles eram mais não compreendidos, porém tamanha crueldade, principalmente após ignorar sua súplica com argumentos, era realmente assustador. Pela primeira vez em toda sua jornada, se indagou se era certo reunir os sete pecados capitais novamente.


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