Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 43
O Leilão de Pato




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Opening

—Ei, acha que vamos conseguir agradar ao Pato? Ouvi que ele vem ao leilão hoje.

—Provavelmente, ele pediu duas moças bonitas, e vejam bem, temos duas boas moças bem bonitas aqui...

—Poderíamos aproveitar delas um pouco, não acham?

—Hehe, claro...

—Vocês querem que o Pato mate vocês dois? Se ele pediu duas moças bonitas, quer aproveitar delas sozinho. Além do mais, se ele não comprar, quem comprar vai querer o mesmo.

Camille acordou com a conversa dos seus sequestradores, mas ficou com os olhos fechados, fingindo estar desmaiada ainda. Notou que estava em uma espécie de porão, não sabia aonde. Ela procurou com olhos cerrados qualquer escapatória, mas viu outra jovem de cabelos vermelhos, mas compridos e com um par avantajado de seios: Skanfy. Como conseguiram sequestrar Skanfy? Devem ter armado uma armadilha perfeita, como a que fizeram para ela com Gwyn, agindo coordenadamente e com velocidade, saindo de um beco para o outro, inclusive atacando Ryon.

Sir Nier... por favor... me ajude...

Após alguns instantes, os sequestradores saíram do local, deixando-a sozinha com Skanfy. Ela se arrasta até a fada, e como estava amordaçada e amarrada, dá uma cabeçada em Skanfy, que acorda fazendo um som estranho, e ambas saem cambaleando. Elas se olham e sorriem por não estarem sozinhas.

Porém, sua alegria dura pouco.

Dois enormes homens começam a arrastar uma moça de cabelos pretos para fora do salão, e elas ouvem outro anunciar, de um lugar que vem uma luz forte:

—Senhoras e senhores, sejam bem vindos ao Leilão de Escravos de Lugar Nenhum! Para começar a noite, temos uma bela moça de cabelos negros, que foi pega em uma caravana vinda de Drangleic, na cidade de Araruna!

Elas ouvem alguns murmúrios de aprovação, e um homem gritando:

—Eu dou 10!

—15!

—20!

—50!

E os números param. O mestre do show grita “Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três! Vendida!”

Esse processo se repete mais algumas vezes, e elas veem mulheres de todas as idades, desde crianças de cinco anos até adultas pela casa dos quarenta passando por ali, sendo arrastadas e leiloadas para sabe-se lá quem. A única coisa que Camille e Skanfy podiam fazer era torcer para que não acontecesse nada com elas, porém sabiam que isso não aconteceria.

Até que ouvem o mestre do show anunciar as seguintes palavras:

—Então pessoal, tivemos várias coisas interessantes sendo vendidas na tarde das mulheres, mas agora vamos ao principal espetáculo do dia! Um combo de duas belas ruivas, que serão leiloadas juntas! Por favor garotos, tragam-nas aqui! 

Quando ordenou, quatro homens foram ao depósito ao lado do palco e pegaram Skanfy, que ainda parecia estar drogada, e Camille, e as arrastaram para o palco.

Ao entrarem no palco, uma luz cegante causada por refletores mágicos as iluminaram, e quando seus olhos acostumaram com a luz, viram um enorme teatro ao redor do palco, com inúmeras fileiras que subiam sem parar, lotadas de pessoas usando máscaras de animais. Em uma das primeiras fileiras, viram um homem roliço, com um terno branco, camisa preta e gravata vermelha usando uma máscara de um animal que fora mencionado algum tempo atrás: um pato.

—Vejam, vejam! – Gritou o leiloeiro. – A garota de cabelos curtos, por mais que seja meio lisa – Quando falou isso, Camille pensou L-Lisa?— é extremamente charmosa e bonita. Sua pele é branca como a neve e macia como seda, além de possuir belos olhos verdes e bochechas levemente rosadas! Com certeza uma beldade que poderia ser até uma princesa!

Vários murmúrios ecoam pelas enormes paredes do teatro, todos elogiando a aparência da ruiva de cabelos curtos, e falando as mais diversas coisas sujas e pervertidas sobre seu corpo, fazendo Camille encher seus olhos de lágrimas. Skanfy aparentemente estava se recuperando do éter, mas continuava meio grogue.

—E agora vejam essa outra aqui! – Continuou o showman. – Essa, ao contrário da outra que é extremamente fofa, tem um belo par de seios, coxas grossas e uma bunda avantajada. – Skanfy se sentiu suja por ouvir isso sobre seu corpo. Gostaria que outro tivesse reparado tais dotes, e não um bando de tarados de uma casa de leilão. – Sua pele é igualmente macia, porém com um tom mais forte do que a outra! E então... vamos começar os lances em mil moedas de ouro.

Mil moedas?! Isso é o suficiente para comprar uma casa em quase todas as vilas de alto nível! — Pensou Camille. Aparentemente, ambas eram tidas como artigos de extremo luxo.

—Mil e cem!

—Mil e duzentos!

—Dois mil!

—Três!

—Quatro!

—Quatro e cem!

—Quatro cento e cinquenta!

A cada lance, elas se sentiam pior. Eram apenas objetos, prontas para serem vendidas? Após mais alguns lances na casa dos 4300, Camille acabou caindo desmaiada, mas isso não os fez parar. Pelo contrário, só os fez acelerar.

Ao ver isso, o leiloeiro decidiu que poderia conseguir ainda mais. Ele mandou dois dos enormes homens virarem Skanfy de costas para a plateia e começou a falar.

—Vejam bem como é essa mulher! Notem como suas curvas seguem até o fim de... suas pernas... – Ele engoliu em seco quando viu o fim da calça rasgada da ruiva de cabelos longos.

Uma imagem peculiar adornava sua panturrilha direita. Um travesseiro. Por mais que fizessem dez anos, todos ainda se lembram o que a tatuagem de travesseiro na panturrilha de uma mulher que flutua significa. E aparentemente, o éter não estava mais à afetando tanto.

—Vous ... chacun d'entre vous ... Je vous enverrai tous en enfer! 

Ao falar isso, ela estoura as correntes que a prendiam e faz com que seu Arc Perfide apareça em sua mão esquerda. Porém, ao invés de simplesmente usar uma das luas, ela fez que uma de suas unhas crescesse e fez um corte na sua mão. Então, de um brilho azulado, o brilho de seu arco fica vermelho.

—Arc Perfide, forme spéciale : Lune de Sang!

Essa técnica estava longe de ser masterizada pela fada, mas o seu precioso sangue do clã Lunae dava um poder absurdo para as flechas, que disparou às cegas nos compradores presentes. Eles sentiam como se seu sangue começasse a parar de circular, o que de fato estava acontecendo. A Lua de Sangue coagulava o sangue daquele atingido até parar de ser líquido, uma forma de morte digna para eles, segundo a fada. As flechas eram disparadas usando toda sua anormal força para uma fada, que as faziam atingir velocidades extremas. Ela não fazia ideia de quantos havia acertado, porém apenas matá-los era o suficiente. Entretanto, algo chamou sua atenção. O leilão continuou, e agora os valores estavam na casa dos seis mil. Sua raiva era tanta que ela cogitou usar outra forma especial, porém antes que fizesse, sentiu uma injeção na parte de trás de sua nuca, fazendo-a cair.

—Dezessete mil.

O silêncio reinou no lugar. O homem com a máscara de pato deu seu preço, e encerrou a venda das garotas, que rapidamente foram arrastadas para sua carroça.

Elas acordam dentro de um caixote, e Skanfy começa a chorar para Camille.

—Pardonne-moi, je... je...

—Tudo bem, Skanfy. – A fada se surpreende com a resposta da princesa. – Nós iremos sair dessa, apenas espere. E mesmo que Nier-sama e os outros não venham, nós sairemos sozinhas.

Skanfy engoliu o choro e assentiu com a cabeça.

Após algum tempo na carroça, elas finalmente chegam na mansão do Pato. Elas sentem que seu caixote está sendo carregado e após alguns minutos, chegam no seu destino. Ele as tira da caixa e as desamarra, e elas percebem estar em um quarto luxuoso, com uma enorme cama.

—E então? O que acham da sua nova casa?

Silêncio. Elas olham para si e veem que estão com roupas diferentes: vestidas de noivas. Seus estômagos se reviram e preferem nem pensar em quem as vestiu, e torcem para ser obra de empregadas.

—Vamos, não se acanhem! Vou até tirar minha máscara para vocês...

O roliço homem estende sua mão gorda até seu rosto e tira sua máscara de pato, e revela um velhinho careca com a cabeça manchada com um pequeno bigode um pouco menor que a espessura de seu nariz. Seus olhos são pequenos e sua testa enrugada, porém ele dá um sorriso que elas diriam que era gentil, por mais bizarro que ele fosse.

—E então? Quais são seus nomes? Meu nome é Johan Tucker. Sou o barão desta cidade.

—Eu sou–

—Nós não temos nomes que lhe interesse. Nos deixe sair. – A fada corta a fala de Camille.

—Creio que não, senhorita Pecado. Paguei caro por vocês duas.

Skanfy começou a analisar o lugar. Pelo vento que entrava pela janela, julgou estarem muito alto, e talvez Camille se machucasse na queda. Ela poderia sair voando com ela nos braços, mas ainda estava com sua magia abalada pelo éter, já que não conseguiu matar todos no leilão, fora a injeção que a apagou antes.

—Bom, se é assim, vamos sair à força.

Ela pega a mão de Camille e começam a sair do quarto, até que Johan puxa um pequeno orbe e o aperta. Os corpos de ambas esquentam como se fervessem de dentro para fora e caem de joelhos no chão, ofegantes.

Elas se viram e olham para Johan, que dava um sorriso assustador. Seu rosto enrugado se iluminava de maneira aterrorizante com a fraca luz do lugar, fazendo cada linha do seu rosto ficar horrorosa.

—Mas que putain est-ce!? – Gritou Skanfy. 

—Preciso garantir que minhas compras não saiam correndo por aí... por quem vamos começar... – Ele coça seu queixo em dúvida, e Skanfy começa a colocar seu corpo na frente do de Camille, tentando escondê-la, mas em vão. – Acho que pela tímida...

Johan solta uma risada parecida com o grunhido de um porco e se aproxima de Camille, que olha aterrorizada para ele, com lágrimas escorrendo pelas suas bochechas rosadas.

—Por favor... pare! Sir Nier, me ajuda! – Berrou com todo o ar dentro de seus pulmões.

Johan riu seus ganidos e a olhou com uma expressão de prazer, fazendo Camille sentir um refluxo imenso. Ele vê Skanfy tentando ir para cima, e aperta novamente a esfera, fazendo a fada sentir como se estivesse sendo cozinhada por dentro.

Ele puxa uma pequena faca e se ajoelha em cima de Camille, que chora desesperadamente chamando por Nier, enquanto Skanfy estava impotente do seu lado, com lágrimas escorrendo na mesma intensidade de sua raiva.

—Você tem um belo rosto... Você vai ser minha principal esposa! Eu não vou conseguir esperar... Então vamos começar a noite de núpcias agora mesmo!

Ele usa a pequena faca e corta a frente das roupas de Camille, descobrindo seus seios e começando a mexer neles. Quando se dá por satisfeito e decide descer, é acertado por um soco na cabeça dado por Skanfy.

—Não mexa... com ela, vieux fils de pute! Camille, corre!

Skanfy cai de joelhos no chão e começa a vomitar sangue, enquanto retorna a sua forma original. Sua magia e corpo ainda estavam fracos pela droga.

—Eu não vou te deixar, Skanfy! – Ela sai em direção a sua amiga.

Skanfy empurra Camille para longe e se levanta, com as pernas bambas e sangrando. Johan se levanta em silêncio, pega o orbe e aumenta a intensidade da magia, até que a fada caia de joelhos no chão, chorando de dor.

—Skanfy, se quer tanto ser a primeira, é só pedir! – Fala com certa irritação na voz. – Vadia desgraçada... Sabia que deveria ter feito um contrato mágico.

Ele pega Skanfy e a ergue, jogando-a na cama, mas ela não cai na cama.

—O que você fez aqui... é imperdoável. – Diz um homem de cabelos brancos e olhos vermelhos que pegou a fada no colo no ar.

—O que? Quem é você? – Grita o velho gordo.

—Meu nome é Asura! Eu sou o Pecado da Gula da Saligia!

—Mais um dos sete criminosos lendários? Por favor, me perdoe! Não sabia que essa é a sua mulher! – Gritou Johan, se ajoelhando para Asura pedindo desculpas. Ao ver que Asura tornou sua atenção para Skanfy, ele dispara para cima do vampiro com sua faca na mão, mas recebe um chute no meio de seu rosto.

—Não é comigo que você tem que se preocupar... é com ele. - Asura aponta com a cabeça para a porta.

Um garoto de cabelos castanhos com uma estranha tatuagem que se assemelhavam a presas negras que passavam por seus olhos igualmente negros estava na porta, abraçando Camille que chorava que não aguentava sequer estar viva nesse momento, com nojo de si e daquele velho.

—Eu vou te trucidar, seu filho da puta de merda!


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