Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 42
Lilian, O Pecado da Inveja




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Opening

Andando para longe da confusão, Takashi se dirigia à Doca 27, ele viu diversos trabalhadores– não, escravos no porto. Seu sangue fervia ao passar por aquelas pessoas, que com certeza lhe lembravam seu passado. Ele viu uma embarcação cargueira atracando, e próximo a ela, dois homens conversavam.

—Vamos precisar da gigante para aquela carga pesada de peixes. – Falou um deles.

—Vou pegar a garota gigante depois do serviço, nunca comi uma tão grande antes! - Os dois saem rindo.

Takashi ficou furioso com aquilo, mas de algum modo conseguiu se segurar para não fazer as dobras dos corpos deles dobrarem para o lado contrário do que deveriam, e seguiu os comerciantes até onde estava Lilian.

Ao chegarem na Doca 27, acorrentada e com um enorme trapo bem rasgado que deixava a mostra a tatuagem de espelho em sua coxa, aparentemente para satisfazer os olhares de seus donos, Takashi ficou completamente irritado quando viu o rosto triste e sem esperança de uma enorme garota de olhos e cabelos rosas que com certeza era Lilian. Ele imediatamente puxou sua Zephyrus e dividiu ambos ao meio, em um corte liso. Ao fazer isso, Takashi correu na direção de Lilian a fim de salvar a garota.

— T-Takashi!? – Gritou assustada. O que um de seus companheiros estava fazendo ali? E principalmente, ele?

 Ao ver ele, Lilian o agarra com suas enormes mãos chorando, já que vieram lhe salvar. Ela esfrega seu rosto no dele, e Takashi por sua vez .afaga sua cabeça e a acalma, e a faz o pôr no chão.

—Lilian, você está bem? – Perguntou o Pecado da Ganância. – Fizeram algo com você?

—Não, não. – Negou com a cabeça. – E bem, estou ótima agora. – Falou com um caloroso sorriso no rosto.

—Calma, vou dar um jeito de tirar você daí.

Takashi foi até os comerciantes que estavam no chão divididos em dois, e começou a procurar pelas chaves.

—Takashi.

—Fique calma, vou encontrar a qualquer momento, fique de olho caso venh–

—Takashi!

—O que–

Takashi olha para ela já impaciente, Lilian ergue ambos os braços que estavam acorrentados e simplesmente puxa, as correntes rangem e se entortam até quebrarem, a garota faz o mesmo com as de seus pés e pescoço.

—Por que.... Você podia fugir? – Pergunta intrigado o Pecado da Ganância.

—Talvez, são correntes humanas, então...

—Mas... Eu não...

Takashi encara a garota de oito metros que abraçava os joelhos por algum tempo, sem saber o que fazer ou dizer, achando tudo aquilo algo burro e insensato além de se perguntar o motivo da comoção se podia ter feito isso desde o princípio, antes que se passasse qualquer outro pensamento a respeito do que tinha acabado de acontecer, o homem diz:

—Precisamos sair desse lugar o mais rápido que pudermos, para nos encontrarmos com o resto do pessoal. Porém, esse lugar me incomoda...

—Por que? – Pergunta a gigante.

—Essa coisa toda de escravos me irrita profundamente.

Ela o encara em silêncio, e pensa que talvez seu ódio não seja apenas por causa dela.

— Sim, eu entendo. O que você planeja fazer? – Questiona Lilian. O seu companheiro sorri para ela e responde:

—Não é óbvio? Vamos salvar todos! Esse buraco escravagista está prestes a ver a maior rebelião em toda a Britânia!

Lilian sorri de volta para Takashi. Ela procura dentro do galpão e acha suas antigas roupas. Ao ver que Takashi ainda estava ali, ela o pega pela gola da armadura e o coloca para fora, e fecha a porta. Após colocar seu vestido branco com uma faixa com um ornamento no nó, e principalmente roupas íntimas decentes e amarrar a sua tradicional mecha no cabelo, ela engatinha para fora do galpão da Doca onde estava presa, e se levanta aproveitando do ar puro da liberdade.

Ela olha para os lados e acha jogada no meio do mar o que ela estava procurando. Em uma pequena corrida e um salto, ela pula nele e faz uma onda que dá um banho de água salgada em Takashi, que reclama da inesperada onda.

Após nadar alguns metros, ela agarra o que estava atrás: Skidbladnir, sua macharreta (uma mistura de marreta com um machado) e mais importante, seu Tesouro Sagrado. Ao pegá-lo de volta, ela cria uma pequena passarela de volta para a terra usando sua magia, e faz algo usando algumas pedras para se secar enquanto girava como a dançarina que sempre foi.

—Agora sim, estou pronta. – Fala com um sorriso confiante no rosto.

—Ótimo, vamos lá! – Ele responde com um olhar determinado a resolver esse problema de uma vez por todas.

Ambos saem correndo e atiram mercadores e guardas para a água, os cortam e amassam, sem chance de reação. À medida que ambos avançam, uma legião de escravos (agora ex-escravos) os seguem, se juntando a rebelião e libertando outros de seus companheiros que criavam uma pequena multidão desenfreada, lideradas por um homem de cabelos negros e uma garota gigante.

Após alguns minutos, eles limpam o porto, e nenhum homem é escravo de outro, todos são libertos. Eles saqueiam os corpos dos guardas e mercadores e saem em disparada da cidade, com a intenção de nunca mais voltarem para esse maldito lugar.

Todos que saem comemoram sua liberdade, agradecem seus salvadores e logo reconhecem quem são. Eles sempre questionam sobre serem criminosos, mas após ouvir uma pequena explicação sobre “realmente parecemos ter dado um golpe de estado?”, eles compreendem o que se trata.

—Nada como uma boa rebelião pra voltar à ativa, não é Lilian? – Takashi pergunta para sua companheira, que responde com um risinho. 

—Sim! Senti sua falta, Takashi. – Ela sorri gentilmente para ele, que retribui com um sorriso singelo e desviando o olhar.

Após acabarem de fazer uma grande bagunça naquela parte da cidade, eles finalmente saem daquele lugar em direção onde estavam os seus amigos, e então Lilian começou a explicar a situação dela para Takashi, que estava curioso:

—Me prenderam quando eu estava andando pela estrada… – Disse triste. – Falaram que eu era um monstro que destruía tudo. Fiquei magoada, só queria ajudar, então eles disseram que se eu quisesse ser útil em algo, que seria como escrava de comerciantes, então eu–

—Sabe que não é dessa maneira que você pode ser útil, não é? – Ele a interrompe. – Se quer ajudar deve ser por vontade própria, e não sendo escravizada, entendeu Lilian?

A garota afirma de cabeça baixa. Todos sabem como Lilian sempre tenta ao máximo ser útil e ajudar os outros, mas às vezes eles se aproveitavam desse fato até demais, como dessa vez. Vendo sua amiga um pouco magoada, Takashi saltou para seu ombro, e começou a afagar novamente sua cabeça, para tentar animá-la.

No meio de seu retorno, eles ouvem um enorme estrondo em uma das docas, e ambos saem em disparada para ver o que era, principalmente por sentirem energias familiares vindo dela.


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