Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 18
Próximo Destino




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Opening

Camille olhava para a torre de chamas vermelhas no lugar onde Nier voou antes. 

—Sir Nier...

Procurando uma resposta sobre aquilo, ela olha para Skanfy, que olha de volta e diz sorrindo:

—Há! C'est la técnica combinada do capitaine com o Asura: Crimson Fire! Com certeza não restam nem cinzas da gárgula agora. Vamos lá – Ela começa a andar, e faz um gesto com a mão para Camille a seguir, que obedece. Elas vão andando até onde os dois estavam, e no trajeto que seguem veem cidadãos correndo do lugar, enquanto outros vão espiando o que se passa no local. Quanto mais se aproximavam do epicentro do combate, mais e mais chamas vermelhas consumiam a região, como um verdadeiro inferno ardente.

—Lady Skanfy, eu– Camille é subitamente interrompida por Skanfy, que coloca um dedo na boca da princesa, para ela não falar.

—Apenas Skanfy, Princesse Camille. Não gosto que aqueles que considero amigos usem honoríficos comigo. – Diz com um sorriso gentil.

—Claro, Skanfy! – Ela fala sorrindo. – E você me chame apenas de Camille, certo? Somos as únicas meninas do bar, temos que nos dar bem, não é? – Skanfy ri e concorda com Camille. 

Após mais alguns metros, labaredas maiores que as duas começam a surgir, juntamente com um calor extremo. Quando ela finalmente vê Nier, ele está deitado no chão, conversando com Asura que estava sentado ao seu lado, enquanto um cavaleiro sagrado observa os dois.

—Sir Nier! Você está bem? – A princesa sai correndo em direção ao garoto.

—Camille! Sim, estou. E você? Se machucou? – Ele se levanta e vai em sua direção. 

—Capitãozinho, quem é essa? – Asura se levanta e começa a observar a garota atentamente, se aproximando dela para tentar reconhecê-la. – Ela é a menina que você falou?

—Eu sou a princesa de Lioness, Camille Lioness. E quem você seria? – Fala a garota um pouco envergonhada pelo vampiro. 

Ao ouvir quem era, de sobressalto Asura se afasta dela e se curva em respeito, e fala em tom de reverência:

—Meu nome é Asura, o Pecado da Gula. É um prazer conhecê-la, princesa – Ele levanta a cabeça para olhá-la. – A seu dispor.

—Ah, que isso! Não precisa de tanto por mim... Bem, eu... gostaria de pedir para que você se juntasse a mim na busca pelos outros membros da Saligia. Você faria isso, Sir Asura?

—Com certeza, Princesa Camille. Será uma honra ajudá-la em vossa missão. – Ainda na posição de respeito.

—Não precisa de tanta formalidade, Sir Asura... – Fala ela fazendo com que ele voltasse à postura normal.

—Então vocês realmente são a Saligia... Foram vocês que trouxeram as gárgulas até aqui? – Fala o cavaleiro irritado. – Com certeza Sir Zengate ficará sabendo disso, e ele virá atrás de vocês, e quando vier–

—Nós acabaremos com ele. – Nier interrompe o garoto, que olha assustado. – A Psychomachia nada mais é do que uma cópia barata nossa. Jamais nos vencerão. – Ao falar isso, Volk se levanta e ataca Nier com um raio de gelo, que é facilmente barrado pela luva flamejante de Nier. – E se fomos nós quem trouxemos, por que as teríamos destruído? Pense, garoto. Você consegue fazer o que quiser com o gelo, não é? Vou lhe ajudar então com todas essas chamas. Icer! – Nier encosta suas mãos no chão, e de um cenário completamente vulcanizado e quente, passa para um congelado e frio, fazendo Skanfy espirrar. Todo aquele fogo virou gelo. – Pessoal, vamos voltar. Até mais, cavaleiro. – Então, os 4 voltam para o Delito, para descansarem, deixando Volk pasmo e pensativo.

À noite, após o jantar, os Pecados vão para seus quartos. Asura agora ficou com o quarto que antes era de Camille, e Skanfy com o de visitas. Camille ia se dirigindo para o quarto de Skanfy, mas Asura se colocou na frente e disse que a fada gostava de dormir sozinha (claramente uma mentira).

 Camille então se vê na frente da porta do quarto de Nier. A garota ficou envergonhada com a situação na qual se encontrava, afinal, seria a primeira vez que dormiria com um garoto. E ainda mais sendo ele... Alguns pensamentos começaram a invadir sua mente, fazendo-a corar.

C-C-C-C-Camille! Não pense isso, garota! Sir Nier não faria isso... eu acho... Até porque  se ele te beijar, você vai ficar grávida!

Então, reunindo sua coragem, ela bate à sua porta, perguntando se pode entrar. Ela recebe um sim, e por já estar de pijama, entra completamente constrangida com a cena. Nier a observou, mas logo tirou o olhar, por não querer piorar a situação.

Ela foi até a janela do quarto e observou as estrelas do céu noturno. Haviam se afastado um pouco mais da cidade, já que chamar a atenção não seria muito bom nesse momento. Quando decidiu que ia se deitar, Nier a chama para se sentar na cama, aparentemente querendo lhe contar algo.

—S-Sim? – Seu coração estava acelerado, nunca algo do tipo aconteceu antes com ela. Já havia se sentado inúmeras vezes ao lado dele, mas nada como dessa vez. Nier parecia tão... indefeso e calmo. Normalmente parecia como se estivesse pronto para um combate ou destruir algo, completamente diferente. Nunca ficava relaxado. 

Ela acatou e se sentou do seu lado, quase se escorando pela maciez da cama a empurrando para perto dele. Seu cheiro a agradava, era de certa forma nostálgico e até doce. Ela se aconchega próximo a ele, para sentir melhor sua presença acolhedora nesse momento, já com sono.

—Sabe, a batalha de hoje foi muito intensa, e você se saiu bem nela. Nem todos lutam com os punhos ou magia, ou até mesmo armas. – Ele sorri para ela, e começa a fitar a garota. – Continue assim, está indo bem. – Eles começam a trocar olhares, e Camille fixa sua atenção nos olhos alaranjados de Nier, que agora, parando para observar com calma, a lembram um tranquilo e calmo pôr do sol, inclusive se aproximando para observar melhor. Ao notar o que estava fazendo, seu rosto fica completamente vermelho, e se afasta desviando o olhar rapidamente.

—S-Sim! Vou continuar lutando! Preciso garantir que meu povo viva em paz, e que meu pai seja liberto! – Fala estufando o peito, provocando um sutil sorriso em Nier.

—Bem, retornando à batalha... – Ele tira a camisa, que a faz fitá-lo de cima a baixo e notar como seu corpo era definido, apesar de ser tão jovem fisicamente e soltar um pequeno grito, envergonhada.

—Sir Nier! – Ela o assusta com o grito, e então ele mostra seu braço que foi cortado pela gárgula, além de ela ver os cortes e hematomas mais leves pelo resto do corpo. – Ah... Você está ferido?

—Bem, mais ou menos... Você poderia me ajudar? – Ele se abaixa e puxa debaixo da cama um pequeno kit de primeiros socorros. – Por favor?

—Claro! – Ela começa a mexer dentro do kit e pega um algodão e um pequeno frasco de álcool. 

Ela havia lido que sempre deveria esterilizar o ferimento antes de enfaixar, então seguindo isso ela o limpa, fazendo Nier emitir pequenos gemidos e grunhidos pelo desconforto, afinal o ferimento ainda estava aberto. 

—Você deveria ter falado antes que estava machucado, Sir Nier. Isso pode infeccionar, sabia? – Ela sussurra idiota emburrada por ele não ter falado antes do ferimento.

 Após limpar, começa a enfaixar o braço de Nier, que agora estava pronto para isso. Sempre que passa por cima do ferimento, ela nota que ele cerra levemente seus olhos, como se sentisse uma pequena dor. Quando acaba de enfaixar, ela guarda o kit e se senta ao seu lado de novo, com ele novamente vestido e agora sem nenhum grande ferimento. Ele faz uma nova expressão que lembra dor, fazendo-a perguntar:

—Sir Nier, o que houve? Eu sei que não está bem, ninguém faz expressões de dor do nada. – Ele olha para ela, suspira e fala:

—Bem, eu não me alonguei antes da batalha. Então, estou com câimbra. – Ela olha pra ele, perplexa com isso. E ri da situação dele. – Que foi? Também tenho esses problemas, fora que faz muito tempo que eu não luto. – Nier começa a puxar os braços por trás da cabeça para alongá-los, enquanto Camille observa rindo e se divertindo. Quando ele troca o lado, Camille em um momento de loucura, o abraça para sentir melhor seu calor. Naquele instante, sentia como se todas as chamas de sua magia estivessem dentro de seu corpo, criando um calor acolhedor e reconfortante, que a faziam se sentir melhor, e misturado com o cheiro doce dele, acabou fazendo seu sono voltar com tudo. 

—Obrigado por me salvar das gárgulas, eu realmente achei que fosse morrer hoje... – Ele para de puxar o braço, e o passa por cima da garota, a envolvendo em um abraço. – Obrigado... Sir Nier... – Ela adormece quando acaba de falar.

Ele observa a princesa que acabou dormindo desse jeito, e as memórias que viu quando foi atingido pela gárgula retornam com toda força. Ele acaba fazendo uma expressão melancólica ao ver a garota como aquela mulher nas memórias.

—Camille, não importa quantas vezes seja necessário, eu sempre vou te proteger... Não quero que ninguém importante para mim morra de novo em meus braços... – Ele abraça mais forte a garota, e se deita na cama com ela. Então, algo estranho acontece. Nier, que sempre achou que tinha o sono super leve por não conseguir dormir, adormece nessa noite, e finalmente descansa de verdade.

Após uma longa noite de descanso, o dia amanheceu em Rodório. Nier decidiu que eles teriam de viajar depois de reabastecerem e almoçarem. Asura e Camille ajudaram o capitão nas compras, enquanto Skanfy e Ryon ficaram no bar, servindo clientes no café da manhã. Assim que terminaram as compras, todo mundo almoçou no bar.

—Skanfy, como senti falta sua e da sua comida maravilhosa! – Gritou Asura, com uma expressão muito feliz em seu rosto.

—Verdade! – Disse Nier, também alegre comendo o macarrão à bolonhesa da fada. – Você continua boa como sempre!

—Nunca comi um macarrão tão gostoso quanto esse na minha vida! – Disse Camille, quase chorando enquanto provava a comida.

Ryon nem conseguia elogiar, por estar com a cara afundada no prato, comendo sem parar a sua tigela que Skanfy deu para ele. A fada então soltou um risinho para depois começar a falar.

—Je suis tellement heureux que possam comer minha comida de novo... - Disse Skanfy, desconcertada com tantos elogios. – Nem me lembro da última vez que vi os dois tão felizes comigo.

Quando acabaram a refeição, os Pecados começaram a discutir qual seria seu próximo destino.

—Capitãozinho, você já tem uma ideia para onde iremos agora? - perguntou Asura.

—Sim, para falar a verdade, acho que deveríamos ir para a próxima grande cidade, Araruna, para conseguir mais informações sobre os nossos companheiros e pegar ele de uma vez.

—É, imaginei que você diria isso. - Asura mudou seu tom, ficando mais sério. - Pra falar a verdade, acho melhor irmos para Lestalum, a cidade porteira.

—Por que? – Nier pergunta confuso para Asura.

—Segundo rumores que ouvi, o Gwyndolin foi capturado pelos Cavaleiros Sagrados de lá, já que não paravam de falar sobre o Pecado da Luxúria.

Depois de ouvirem a terrível notícia, o bom clima da conversa sumiu, e Nier e Skanfy ficaram preocupados.

—O Gwyn... foi capturado? – Skanfy perguntou assustada. Gostava de fazer bullying com ele e atazanar sua vida, mas apenas ela podia fazer isso.

—Sim, aquele Cavaleiro Sagrado de gelo, Volk, me informou enquanto a gente fazia compras. Ele me disse que o Gwyn se rendeu quando foi descoberto. Agora, ele será executado em público daqui em uma semana. 

—Espera, se isso for verdade, temos de ir lá agora resgatá-lo! – Camille gritou horrorizada.

—Sim, mas eu acho que isso vai ser difícil. O Gwyn foi acorrentado com correntes mágicas que selam seus poderes mágicos, em Haibluff, vigiada 24 horas por dia. – Falou Asura, dando um choque de realidade na princesa, que olha para Skanfy esperando que ela pudesse dar uma resposta melhor, porém...

—Não temos nenhuma forma de invadi-la sem enfrentarmos o exército de Cavaleiros Sagrados, sendo que são liderados por dois cavaleiros de cinco estrelas e um de seis estrelas. – Bufou explicando. – E tem mais dois outros grandes problemas quando o dia da execução chegar. O primeiro é que a execução será ao meio-dia em ponto, e o vampirinho vai estar muito fraco durante essa hora pra poder ajudar. Segundo, é bem possível que mais daquelas gárgulas demoníacas estarão presentes durante a execução. Então, na nossa formação de batalha atual, que consiste no capitainne no ataque e eu e eu dando suporte de longe, nossas chances são bem pequenas. – Responde a fada tirando as esperanças da princesa.

—Então, não conseguiremos salvá-lo mesmo se tentarmos? – Responde triste e cheia de desesperança. Ao ouvir essas informações, Nier sorriu, assustando os outros três.

—Mais um motivo para irmos para Araruna primeiro! Acho que se lembram que um cara sempre falou que queria ir pra lá... Takashi, o Pecado da Ganância, com certeza estará em Araruna!

O grupo ficou em silêncio por um momento. Então, Asura sorriu e quebrou o silêncio:

—Certo, iremos primeiro para Araruna, recrutar Takashi e depois iremos salvar o Gwyn!

E o próximo destino da jornada foi definido.

Enquanto isso, na Capital, Zengate era informado que gárgulas foram destruídas em Rodório, e que Asura, o Pecado da Gula se juntou ao grupo da princesa.

—Agora deverão ir atrás de Gwyndolin, certo? – Comentou Zengate na mesa com as Virtudes.

—É o que indica.  – Vanalya o respondeu.

—Vocês estão esquecendo que a execução dele é durante o dia, e Asura estará incapacitado de lutar.  – Glenn falou chamando a atenção.  – Eles irão atrás de outro para ajudar a resgatar Gwyndolin. 

—Sim, e deve ser Takashi, que está naquele chiqueiro de Araruna. – Hanna apontou a próxima direção da Saligia. – Alguém tem sugestões do que mandarmos até lá?

Vincent sorriu e se levantou. Aparentemente, ele pensara em algo.

—Eu tenho uma ideia perfeita.


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