Dramione - Lembranças do passado escrita por Aline Lupin


Capítulo 8
Capítulo 8




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Hermione prepara sua mala e desce as escadas com Gina. A morena abraça Harry e ele diz que sente muito pela sua viagem ter dado errado. Rony estava em uma missão especial em Cork e voltaria só na segunda  Harry achou estranho não ter sido chamado, os dois sempre trabalhavam juntos, o que aumentou mais a apreensão de Mione. O que estava acontecendo? Será que estava imaginando coisas? Hermione não parava de pensar nisso, só saiu de seus devaneios quando viu um par de olhos azuis acinzentados a fitando, sentado na mureta do seu quintal. Ele estava lindo com uma calça verde clara, uma camisa branca e um casaco com botões de cor azul marinho, forrado por dentro com pele sintético. Seus sapatos caros, de cor marrom escuro davam um ar mais sofisticado ainda. A neve caia sobre seus cabelos loiros claríssimos. Ele era tão belo, que fazia o coração de Hermione disparar e seu corpo se aquecer. Draco lhe ofereceu um sorriso, o que a fez ficar ainda mais vermelha.

— Então, todos prontos? – Draco pergunta.

Todos assentem. Draco despacha as malas com um murmúrio, apontando sua varinha e elas desaparecem. Todos se aproximam para fazer a aparatação, pois não conhecem o lugar onde fica a casa de Draco. Gina segura a mão de Harry e também a de Draco. Hermione fica olhando a mão estendida dele e não sabe o que fazer. Ela hesita em apertar a mão dele, mas acaba cedendo. Sente sua pele macia e os dedos longos dele envolverem sua palma. É quente e firme, oferecendo segurança. 

— Prontos? Em três, dois, um...- Draco diz.

Um estalido no ar é ouvido por todos. Hermione sente a pressão e a mesma sensação de estar em uma centrifuga, mostrando as imagens desconexas, em velocidade alta. Ela fecha os olhos, pois sente enjoo. O movimento estranho para e ela sente o vento gelado do mar atingir seu rosto. Ela abre os olhos e contempla a praia e a maré indo e voltando, com tranquilidade. Aquele dia estava cinzento, mas não havia ventos fortes, o que seria bom para velejar. Draco pergunta se todos estão bem e Hermione percebe que ainda está segurando a mão dele. Ele sorri, malicioso.

— Se quiser segurar ainda, eu não me oponho – ele brinca.

Ela solta, sentindo-se constrangida. Eles sobem uma escada lateral e ela tem a visão de uma casa linda. É um chalé de cor branca com creme e muito elegante. As janelas são de caixilho e cobertas de cortinas por dentro. Mais ao longe é possível ver o barco ancorado ao lado de um píer. Hermione sente a euforia por ver aquela imensidão sem prédios, apenas com o mar ao fundo e a vasta praia. Gina a puxa pelo cotovelo, pois Mione não se move do lugar, embevecida. Ela acompanha a ruiva até o chalé e Draco mostra o quarto de Hermione, no andar de cima. Tudo é minimalista naquele lugar, branco e marrom cobrem todo o lugar.

E ao mesmo tempo o chalé é rústico e aconchegante. Hermione fica com o quarto da vista para o mar e sorri. Draco vendo seu sorriso, sente seu coração acelerado. 

— Eu sabia que você ainda gostava do mar - ele sussurra.

Ela se vira para ele, com os olhos castanhos brilhando.

— Como pode lembrar ainda? - ela pergunta, sentindo-se aquecer pelo olhar doce dele.

Ele ri.

— Sei que faz anos, mas cada coisa que dissemos um para o outro ficou marcado na minha memória - ele diz, sem desviar o olhar - Você é e sempre foi especial para mim, Hermione.

Ela sente seu coração acelerar mais uma vez, parece que vai sair pela boca. Mas lembra de certas coisas, escolhas que ele fez, para afasta-los. Aquilo ainda doía na alma.

— Bem, está no passado agora - ela murmura, desviando olhar para a janela.

Ele se aproxima, lentamente. Coloca a mão no ombro dela, o que a faz retesar. Ele sente o cheiro dos cabelos dela, de rosas, o mesmo aroma que sentia quando a abraçava e a beijava. Aquele aroma o perseguia em seus sonhos e principalmente o olhar de tristeza que ela havia dado para ele, na última vez se viram, após a guerra terminar. Draco enlaça sua cintura, em um abraço saudoso. Ela sente o peito dele contra suas costas, sente sua respiração acelerada e o coração a mil. Ela também está assim e não deseja se soltar do seu aperto. Ele beija seus cabelos, com ternura. Como ama aquela mulher, como queria que ela fosse mãe dos seus filhos. Queria até mesmo ser pai de Rose e Hugo, o que era loucura, mas queria isso. Queria uma vida com ela. 

— Draco - ela diz com voz fraca, se afastando - Não podemos fazer isso.

Ele sente a dor percorrer seu peito. Quer gritar que podem sim se amar e ter algo juntos, que tem um futuro. Mas ele sabe que está errado.

— Eu sei - ele sussurra - E isso me dói, Hermione. Eu sinto muito, por tudo. 

Ele se afasta, hesitante. Se Mione o chamar, ele irá até ela. Mas ela não faz isso. Está de costas para ele, chorando silenciosamente, sentindo toda a dor que estava represando.

Depois que todos se arrumam, Draco os guia pela praia até o pier. Ele vê o rosto de Hermione inchado e se sente mal. Talvez tivesse sido uma péssima ideia convidá-la. Chamou Gina e Harry pois queria manter tudo respeitável, mas não conseguiu ficar um segundo sem toca-la. Era um imbecil, pensou consigo mesmo. Queria toma-la para si, como o egoísta que era. 

Gina ficou ao lado de Hermione, enquanto Harry ajudava Draco a arrumar tudo para poder velejarem . O barco saiu do lugar e Hermione sentiu o vento gelado bater em sua face. Sentiu-se livre. Havia chorado muito, retirado toda a angústia. E agora estava livre para recomeçar. Talvez a amizade entra ela e Draco não fosse algo ruim, desde que ela se controlasse na presença dele. Draco parou o barco e serviu champanhe e fez um brinde.

— Agora posso dizer, a nossa nova amizade - ele diz, com bom humor.

As taças se encontram e eles riem, lembrando de como foram expulsos do bar há alguns dias.

— Depois que levei Gina para casa, ela vomitou tudo que tinha bebido - Harry diz, rindo. A ruiva fez cara feia. Ele a beijou nos lábios, com carinho, tentando amansar a fera - E Draco, desculpe, mas você é péssimo no duelo.

Draco faz cara feia, mas não resiste e sorri.

— Sou ótimo para outras coisas, Potter - ele responde, enfatizando seu sobrenome e arqueando as sobrancelhas.

Harry gargalha. Hermione acaba sorrindo ao ver os dois se dando bem depois de anos. Harry e Draco nunca se deram bem, mas no final, o loiro apenas queria amigos, somente não sabia ser um amigo. Hermione se lembrou de quando Harry atingiu Draco com um sectumsempra, no sexto ano. Draco ficou sumido por dias e só depois ela descobriu, quando ele foi a encontrar na sala precisa. Ele estava irado, queria matar Harry. Mas atualmente os dois se tornaram amigos, o que era muito estranho de se ver.

— É, tenho que admitir que é um ótimo medibruxo - Harry diz, sincero.

Draco fica emocionado, pois ninguém havia dito isso para ele. A tarde passou calma. Hermione ficou observando tudo, bebendo champanhe e conversando. Draco e ela não desviavam o olhar, pareciam conectados. Cada palavra que trocavam tinha magia. Gina não deixou de perceber e torcia para que a amiga se separasse do seu irmão. Aquele casamento estava fadado ao fracasso, ela cochichou para o marido. Harry estava ciente disso, mas pediu a esposa para não interferir. Era difícil, pois Gina era teimosa. O dia findou, com um por do sol laranja, mesmo com o céu encoberto de nuvens acinzentadas. Após ancorar o barco, Draco usou seu carro que estava parado na garagem, um conversível preto e levou todos em um restaurante com frutos do mar. Hermione estava maravilhada. Sentou-se ao lado de Draco e Harry e Gina a frente deles. Foi muito cavaleiro e ajudou a todos a escolherem os melhores pratos. Depois de jantar, voltaram ao chalé. 

— Vamos fazer uma fogueira? - Gina sugere, animada. O álcool já está falando por ela.

Harry faz um sinal negativo com a cabeça e olha de esguelar para Draco. O loiro ri e como não quer que a noite acabe, pois deseja mais um tempo ao lado da sua morena, aceita a sugestão. Harry faz uma cara de quem vai para forca. Gina quando quer beber, bebê demais. E dá muito trabalho para ele. Eles montam a fogueira, um pouco afastada da praia por causa do vento e a acendem com suas varinhas. Gina acha cobertores e entrega um para que Hermione divida com Draco. 

— Mas não tem outro? - Mione pegunta, já sabendo a resposta. 

— Não tem amiga. Divide com o Draco.

Hermione revira os olhos. Gina iria pagar por aquilo, ela pensou. Ela sente ao lado da fogueira, se abraçando ao cobertor. Draco ri ao vê-la enrolada e também a acha sexy assim. Oferece para ela um chocolate quente com conhaque, o mesmo que Harry e Gina estão tomando. Draco treme de frio, mas não vai pedir para dividir a coberta. Ele sente que vai perder o juízo. Eles conversam sobre tudo, principalmente sobre a escola, onde tiveram suas desavenças. Draco pede desculpas por tudo que fez e Harry parece emocionado. Hermione não sabe se é pela bebida, mas não questiona.

Ao ver que Draco não para de tremer, ela coloca a coberta em cima do seu ombro e sobre o dele. Ele sorri, agradecido. 

— Então, Hermione, como está o ministério? Nao deseja ser ministra? - Draco pergunta, provocando.

Ela ri e dá um soquinho no ombro dele.

— Não, ainda não cheguei lá. Mas quem sabe no futuro - ela responde, irônica.

Os dois se olham, com desejo. Não há mais como disfarçar. 

— Hermione seria uma das melhores ministras - comentou Gina, dando apoio.

— Muito melhor, até mesmo que Fudge - Harry diz.

Eles caem na gargalhada.

— Todos são melhores que ele, Harry - Draco comenta - Mas tenho certeza que Hermione será a melhor.

Ela cora de vergonha. A conversa continua e ela sente os dedos de Draco brincando com seu dorso, que está apoiado no chão. Harry e Gina se despedem e fica apenas os dois. Eles se fitam, sentido um misto de amor e desejo. Ele beija sua bochecha, sentindo o seu aroma de rosas. Ela coloca a mão em seu rosto, sentindo sua barba áspera. 

— Acho que já vou também - ela sussurra, sem se mexer para levantar.

Ele coloca a mão na dela, fazendo o coração dela palpitar.


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