Hermione ficou tensa, retirando sua mão. Draco se entristeceu, pois desejava ter um contato com a morena. Qualquer coisa que os ligasse era o que ele desejava. Como a amava. Como queria ter tido a chance de dizer isso, antes de ter cometido aquele erro. Ela não merecia ter passado pelo que passou.

— Eu sinto muito Hermione, eu não queria...- ele sussurra, se afastando.

Hermione olha para o lado, tentando conter as lágrimas. Draco se retirou da enfermaria, sentindo o peito oprimido. Lembrava nitidamente daqueles dias que passaram juntos, em Hogwarts. Desde o dia que a viu chorando em frente do lago da lula gigante, começaram uma amizade, mesmo que os dois não admitissem. Ele sentou no banco da praça em frente ao hospital e relembrou daqueles dias que não voltavam mais.

— Malfoy, seu idiota - Granger gritava a plenos pulmões, correndo atrás dele - Devolva meu livro.

Ele ria, com prazer. Gostava de vê-la irritada e ter roubado seu livro, na biblioteca, enquanto ela lia se perceber, foi uma ótima ideia. Eles estavam no quinto ano de Hogwarts. Umbrigde naquele ano recrutava alunos para Brigada Inquisitorial. Draco fazia parte, pois havia certo gosto pelo poder de controlar a vida dos outros e também uma reputação a zelar. Ele era filho de Lúcio e era natural que agisse daquela maneira arrogante. Mas não se sentia bem, apesar de tudo. Estava péssimo. Com o lorde das trevas em sua casa e sua mãe tendo fazer de tudo para proteger Draco, era algo difícil. Passou anos se passando por valentão na escola, até entrou em brigas e chamou Granger de sangue ruim, mas isso o desgastava por dentro. Parecia vestir uma mascara, onde representava para o mundo que era uma pessoa cruel e ruim. Não queria ser isso. E por algum motivo, que ele não queria admitir, passar um tempo com Granger o fazia se sentir bem, se sentir mais amado. Ele revirou os olhos ao ter esse pensamento.

Parou em frente às árvores do lado de fora do castelo, respirando fundo. Granger estava distante. Ele riu, pois ela não havia conseguido alcança-lo. Quando ela chegou próximo dele, ela bateu em seu ombro e tomou o livro das suas mãos. Seus olhos se encontraram e ele sentiu uma faísca acender dentro de si.

— Seu idiota, imbecil - ela gritava, ficando vermelha - Como se atreve a fazer isso? Por que está implicando comigo?

Ele mordeu os lábios e lhe oferecendo um olhar maroto.

— Eu não sei, talvez porque você seja uma sabe tudo que não pare de estudar e acha que vai ser melhor que qualquer um nesse castelo - ele provoca.

Ela bufa, irritada e lhe acertar um tapa forte em seu braço.

— Aí, isso dói Granger. O que falei sobre os tapas? - ele reclama, mas acaba rindo.

Hermione o olha sério.

— Eu deveria ter quebrado mais que seu nariz, quando tive a chance.

Ela se afastou e ele segurou-a pelo cotovelo. Ele a aproximou dele, puxando a pela mão, fazendo com que ela o encarasse. Hermione ruborizou, ao ver o rapaz tão próximo dela. Ele engoliu seco, se sentindo estranho, pois o toque das suas mãos sobre a pele dela o faziam se sentir quente por dentro. Ele fitava os lábios dela, com um desejo estranho. Desejava beija-la, mas temia seus próprios pensamentos.

— Quero beija-la - ele sussurrou.

— Você está louco – ela diz, sem convicção.

Ela retesou ao ouvir aquilo. Em todos os dias que passaram juntos, estudando ou fazendo qualquer coisa, nunca a viu daquela maneira. Olhou em seus olhos e viu desejo. Ela também o queria. Ele nunca havia percebido o quanto Hermione era bonita e charmosa. Ele aproximou seus lábios do dela. Passos ao longe os separou, abruptamente. Ela soltou seu cotovelo das mãos dele e saiu correndo. Draco sentia frustração crescer dentro de si e sentimentos conflitantes tomaram conta da sua mente, enquanto via a morena ir embora. “Era certo o que estava fazendo?”, pensava. “Era certo que se relacionasse com uma nascida trouxa? “Esses pensamentos o atormentavam.

Draco suspirou, ao ter aquelas lembranças. Como era tolo, como pode ter jogado tudo fora? Queria somente uma chance para consertar tudo. Casou, tentando esquece-la, seguindo em frente. Astoria era uma ótima esposa, muito diferente e o fez mudar sua visão quanto aos seus próprios preconceitos, mas não a amava como amou Hermione. A morena sempre esteve em seus pensamentos.

Sentiu-se culpado, pois Hermione era casada. Ele não tinha o direito de fazer isso com ela. Mas era inevitável, parecia que o destino esta os aproximando. Ela ter aparecido no hospital só poderia indicar que os dois teriam mais uma chance.e os dois teriam mais uma chance.