Dramione - Lembranças do passado escrita por Aline Lupin


Capítulo 3
Capítulo 3




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 - Você ira me julgar se eu contar? - Hermione pergunta, apreensiva.

Gina a fita, compreensiva e segura suas mãos.

— Nunca, minha amiga. Você é como uma irmã para mim. Não importa o que me fale, nunca julgarei suas ações.

Hermione respira fundo, sentindo um frio intenso invadir seu corpo. É o medo de expor o que aconteceu há anos atrás. De um tempo que não volta mais. Algo que ela enterrou fundo em sua mente.

— Muito bem, isso aconteceu no meu terceiro ano em Hogwarts - ela começa a falar. O café chega na mesa e Mione toma um gole - Naquele ano Harry havia conhecido Sirius. Lembra?

Gina assente. Hermione começa a falar como tudo aconteceu, um dia em que ela estava sentada perto do lago da lula gigante. Ela se recordava como se fosse ontem. Estava com seus livros abertos na grama e sentia as lágrimas verter de seus olhos. Estava exausta e odiava que os outros a questionasse, como se ela não fizesse nada demais. Todo seu esforço com o vira tempo e de poder assistir as aulas era duro e difícil. Ela não lembrava de ter comido ou dormido direito aquelas semanas. E ainda havia a aula péssima que teve de adivinhação com a professora Trelawney. Como mulher poderia ter dito que ela tinha um coração amargo e ressecado pelas páginas que lia frequentemente? Ela veria uma coisa, pensou Hermione, amarga. Um barulho a fez sair dos seus pensamentos. Era Malfoy. Ele a olhava com interesse. Estava sozinho e não parecia procurar uma briga, mas Hermione sim.

— O que faz aqui? - ela vociferou.

Ele a encarou com um sorriso presunçoso.

— Só vim andar um pouco, mas estou vendo que peguei você chorando. É por causa do cabeça de cenoura? - ele debocha.

Ela bufa de raiva.

— Malfoy, some da minha vista.

Ele solta uma risada e se senta ao lado dela. Pega dentro do casaco um lenço e oferece a ela.
— Vai precisar, seu rosto está todo inchado e você está horrível.
Ela respira fundo, contando até dez, mentalmente. Está prestes a jogar uma avada nele, mas se contem. Não vale a pena ir para Azkaban. Ela aceita o lenço e seca seu rosto. Pelo menos estar com raiva do loiro aguado a fez esquecer dos seus problemas.
— Por que estava chorando? - ele pergunta, depois de um momento de silêncio reconfortante.
Espera, reconfortante?, Mione pensa. Revira os olhos. Só podia ter batido a cabeça, realmente, pensou.
— Não é da sua conta - a morena retruca.
Ele dá de ombros, sem se abalar.
— Mas deve ter sido algo muito ruim, para você ficar com essa cara.
Ela acaba rindo e ele a acompanha.
— É que... - ela hesita em dizer - Bem eu tenho que estudar tanto e a professora Trelawney disse...
— Que você é amargurada e com o coração ressecado pelo tanto de livros que lê? - ele aponta com queixo os livros espalhados na grama.
Ela assente.
— Deveria ir com calma, Granger - ele aconselha - Não vai conseguir ser mais inteligente assim.
Ela bate em seu ombro, de raiva. Ele gargalha.
— Mas falando sério, você sabe que é inteligente. Para que se sobrecarregar mais?
Mione pensa no assunto. Os dois ficam em silêncio e Malfoy se despede. A partir daquele dia tudo havia mudado entre os dois.

— Uau, eu nem imaginava - Gina diz , surpresa.

Hermione bebeu um gole do seu café.

— Nem eu. Malfoy era um idiota. Era impossível acreditar que ele tinha um coração.

Gina a olha com interesse. Seus olhos azuis brilham de curiosidade.

— Por que tenho a impressão que você não me contou tudo?

Hermione retesa. Ela não havia contado toda a história, isso era um fato.

— Gina, isso foi há anos. Vamos esquecer.

Gina não se dá por vencida.

— Conte, pra favor - ela implora.

Hermione respira fundo.

— Recordar isso seria trair Rony.

A ruiva abre a boca, surpresa.

— Ah não, você vai me julgar, não vai?

Gina fecha a boca e balança com a cabeça.

— Não, eu juro que não. Você era apaixonada por Draco?

A morena assente.

— Uau, que descoberta - Gina diz, respirando fundo - Bem, mas o que houve?

Hermione massageou a nuca, nervosa.

— É complicado. Ficamos amigos, sem ninguém saber. Mesmo ele sendo idiota, ficamos próximos. Até que...

— Até que...?

— Não quero lembrar, Gina. Vamos para casa - Mione pede, desconfortável.

Gina assente.

— Não pense que vai se livrar de mim, Hermione. Quero saber tudo.

As duas saem do café e voltam para casa. Hermione coloca sua melhor roupa: calça social, camisa, blazer e seus sapatos vermelhos scarpins. Agora sem Hugo em casa, ela irá fazer sua entrevista de emprego para o ministério. Ela aparata até a cabine de telefone vermelha que é mais usada por visitantes e entra. Usa o telefone e em segundos está no ministério. Sai da cabine e toma o elevador para chegar até o departamento de criaturas mágicas. Irá tentar uma vaga no setor. Fez a entrevista com o responsável pelo departamento, Louis Flint. O mesmo era simpático e perguntou o motivo de ela demorar tanto a se empregar no ministério. Ele já havia dito que seria um prazer tê-la na equipe. Hermione iria começar no dia seguinte.

Os dias passaram voando para ela. Começar em um novo trabalho era algo gratificante. Rony não se cansava em dizer o quanto estava orgulhoso de sua esposa. Ele a incentivava sempre que podia, mas estava sempre fora, fazendo missões ao lado de Harry. A situação no mundo bruxo, apesar de tranquila, ainda não era a mais perfeita. Os ataques a nascidos trouxas era constante. Havia um grupo de bruxos contrários as ideias do ministério, de aceitar mestiços e nascidos trouxas. Hermione ficava preocupada, pois ela era não era puro sangue. Não saia de casa sozinha, sempre  tentava estar acompanhada ou aparatava até os lugares que precisava ir.

Um dia passou mal no trabalho, sentia-se zonza e não conseguia ficar em pé. Relutou em ir embora, mas Louis a havia enxotado para o St. Mungus. Ela temia ver Malfoy novamente, mas tinha certeza que não o encontraria. Aquele hospital era grande, seria muito coincidência encontra-lo.

— Vou ter que voltar ao trabalho, Hermione - diz Louis, soltando sua mão.

Ela estava tomando soro, pois sua pressão havia baixado muito.

— Tudo bem, desculpe incomodar - ela diz com voz fraca.

Ele apenas sorri.

— Não é nenhum incomodo. Seu trabalho é importante para nós - ele diz, compreensivo - Tire o resto do dia de folga e amanha também. Se alimente, também. Estou sabendo por Gina e Rony que você anda muito estressada.

Ela lhe oferecendo um sorriso amarelo. Louis havia se tornado amigo dos Weasley e de Harry em pouco tempo. Já fazia um mês que ela trabalhava e seu chefe já estava fazendo parte da família.

— Eu vou tentar, prometo - ela diz.

Ele assente e se despede. Hermione sabia que estava estressada, aquela maldita carta não saia da sua cabeça e o trabalho era a única coisa que a deixava alegre, além de receber notícias dos seus filhos. Seu casamento também estava esfriando. Ela e Rony não eram como um casal de verdade, não desde que seus filhos nasceram. Então tudo já estava insustentável. Hermione deixou as lágrimas descerem por suas bochechas e fechou os olhos, tentando dormir. Ela sente a presença de alguém ao seu lado e abre os olhos. Sobressalta-se ao ver Draco parado ao seu lado. Ele está trocando o soro para ela. Ele sorri ao vê-la acordada.

— Olá Hermione - ele sussurra - Você está bem?

Ela não sabe o que dizer. Seu coração se acelerou. Vê-lo de novo trazia a tona sentimentos estranhos e que confundiam sua mente. O loiro a encarou com apreensão.

— Não queria assusta-la - ele diz, terminando de trocar o soro - Eu soube que você estava aqui e queria ver se estava bem...eu...

Draco estava sem jeito, passando a mão pelos cabelos loiros.

— Eu estou bem, obrigada - ela responde, com dificuldade.

— Isso é ótimo - ele diz.

Os dois se encaram com um misto de saudade e desejo.

— Hermione, sei que não é certo o que vou dizer - ele murmura, para que ninguém na enfermaria o escute - Eu gostaria que nós fossemos amigos. Sei que fiz tudo errado...eu não fui bom para você...

Mione fica pasma.

— Você quer minha amizade? - ela pergunta.

Ele assente, engolindo seco.

— Eu não sei o que dizer - ela sussurra.

Ele segura sua mão, com delicadeza, enviando arrepios por todo seu corpo.

— Apenas diga que sim - ele diz.


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