Dramione - Lembranças do passado escrita por Aline Lupin


Capítulo 2
Capítulo 2




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Hermione acordou aquela manhã com dor de cabeça, por ter chorado a noite toda. Ron havia saído para o trabalho muito cedo, então não havia percebido nada de diferente em sua esposa. Ela foi até o quarto dos seus filhos, Hugo e Rose para acordá-los. Era o primeiro dia de aula dos pequenos. Rose estava no terceiro ano da escola de magia e bruxaria de Hogwarts e Hugo estava no primeiro ano.  Acordou animado, pois queria muito praticar magia e queria ser como sua irmã Rose, tão inteligente e aplicado como ela. Ele abraçou sua mãe com carinho e estalou um beijo em sua bochecha. Hermione, que estava com os sentimentos à flor da pele deixou lágrimas escaparem de seus olhos castanhos.

— Mamãe, você está chorando? – perguntou o menino de cabelos ruivos.

Ela limpou as lágrimas com o dorso da mão.

— Ah, querido, é bobagem – ela respondeu, com voz anasalada – Eu vou sentir tanto sua falta aqui em casa. Agora que você e Rose vão frequentar juntos à escola, vou ficar sozinha.

Hugo abraçou sua mão, mais uma vez e saiu da cama.

— Mamãe, eu vou mandar cartas para você, não se preocupe – ele diz, com voz inocente, sem ao menos imaginar que sua mãe está chorando por mais alguns motivos do que seu filho mais novo estar indo para Hogwarts – E farei Rose escrever para a senhora também.

Hermione sorriu e abraçou seu filho.

— Você é um anjinho, sabia? – ela diz, com carinho.

Ele dá uma risada infantil.

— Não sou, mamãe.

Rose entra no quarto, com os cabelos ruivos caindo sobre os ombros. Está vestida para embarcar no trem. Hermione constata que sua filha já está crescida e parece mais velha. Como essas crianças cresceram, pensou consigo mesma.

— Oi mãe, bom dia pestinha – ela diz, com bom humor.

Hugo mostrou a língua.

— Rose e Hugo, parem com isso. Vocês são irmãos e devem parar com essas implicâncias – Hermione ralha com os dois, mas por dentro está rindo – Hugo, se arrume que vou preparar o café para vocês.

Rose e desce com a mãe para o andar de baixo, indo direto para a cozinha. Hermione usa a varinha para preparar ovos com bacon e Rose faz panquecas e um suco de laranja.

— Mãe estou pensando em cursar mais matérias em Hogwarts, mas não tenho tempo, sinceramente e grade horária não bate – a garota comenta, desligando o fogão e empilhando as panquecas no prato – Como a senhora conseguiu fazer as matérias na escola e se sair tão bem?

Mione ri, lembrando-se do tempo que usou o vira tempo para conseguir dar conta de tantas matérias. Aqueles momentos eram preciosos, que não voltavam mais. Harry e Rony eram seus companheiros inseparáveis. E as brigas com Malfoy eram constantes, pensou, com tristeza. O que seus amigos não sabiam era que no terceiro ano, ela e Draco se aproximaram mais e se tornaram amigos, apesar das implicâncias um com o outro e de ela ter dado um soco nele.

— Ah, querida. Foi mágica, literalmente. Mas não foi algo fácil. Peço que não se sobrecarregue. Faça as matérias que você mais se identifique.

Rose assente e senta-se à mesa. As duas começam a tomar café e Hugo desce e senta ao lado da sua mãe.  Sua filha começa a falar mais uma vez de Scorpius, filho de Draco. O que faz o estômago de Mione ficar em rebuliço.

— Ele é insuportável, mãe – Rose diz, estressada – Está sempre implicando comigo, com meu cabelo – ela pega uma mecha ruiva e mostra para Mione – O que há de errado com meu cabelo? Eu somente o aturo por causa de Alvo, se não eu iria azara-lo...

— Filha, nada de entrar em brigas na escola – interrompe Hermione, apreensiva – Eu acho melhor você se afastar um pouco de Alvo. Não que você precise ficar longe do seu primo, mas pelo menos por um tempo. Desde o primeiro dia de aula, você vive reclamando de Scorpius.

Rose concorda. O melhor era ficar com suas amigas e com sua prima Lily, que entraria aquele ano em Hogwarts.

— Eu acho que seu cabelo parece uma cenoura, Rose. Desculpe-me a sinceridade – diz Hugo, com a boca cheia de panquecas.

— Mãe! – reclama Rose – Hugo, seu cabelo é igual o meu, seu idiota.

— Chega, vamos parar com brigas na mesa – Hermione tenta apartar a situação, pois Rose se levanta, para dar um tapa na cabeça de Hugo – Sente, Rose, por favor. E Hugo, seu cabelo é igual o da sua irmã. Os dois são lindos e não parecem cenouras.

As crianças caem na gargalhada. Hermione também não resiste e acaba rindo. O café da manhã passou ser mais agradável e os três conversaram sobre como seria aquele ano. Hugo esperava entrar na Grifinória e Rose tinha certeza de que ele seria colocado na Lufa Lufa, pois seu irmão não era nada corajoso. Mais uma vez os dois discutiram e Mione tentou apaziguar a situação. Após o café terminado, os três entraram no carro e Hermione levou-os até a estação King Cross. Mais uma vez Hermione atravessou a plataforma 9/3 4 e sentiu aquela sensação boa ao ver o trem para Hogwarts. Ajudou Rose e Hugo a colocarem as bagagens dentro no trem e ficou abraçada com os dois, esperando o horário do embarque. Logo chegou Alvo, Lily e Tiago, acompanhados por Gina. As duas se abraçaram, contentes.

— Então, agora é a vez de Lily e Hugo embarcarem no trem? – comentou Gina, orgulhosa.

— Sim, estou tão emotiva por ver os dois indo para a escola – respondeu Hermione.

Lily e Hugo reviraram os olhos.

— Tia, eles já estão bem crescidos – diz Tiago, rindo – Acho que eles não querem ser visto como crianças.

Hermione fita seu sobrinho, abismada. Ele havia crescido tanto.

— Tiago, você está enorme. Parece com Harry, não é Gina?

Gina assente.

— Sim, só esses cachos que diferenciam – ela consta – E já está na hora de cortar.

Tiago a olha com medo.

— Acho que já vou entrando no trem antes que tosem meu cabelo – ele diz, beijando rapidamente sua mãe e tia e embarca.

Os outros também fazem isso, pois o trem está apitando para partir. Todos se abraçam e ao longe Alvo acena para um garoto de cabelos loiros claríssimos. Scorpius, pensou Hermione ao ver o rapaz. Ele havia crescido aquele verão e estava tão alto quanto Alvo. Os dois se abraçam e dão tapinhas nas costas. Scorpius cumprimenta todos, com educação e mira seus olhos azuis em Rose. Mione vê que o rapaz a olha embevecido, sem que Rose perceba, pois está conversando com Lily, mais afastada. Ele tenta chamar a atenção dela, mas a garota finge não ver. Hermione controla uma risada, pois Rose é muito parecida com ela mesma, quando jovem. Todos embarcam no trem. Gina e Hermione acenam efusivamente para seus filhos e o trem parte. As duas não conseguem controlar as lágrimas. Ao longe, ela tem a visão de Draco, acenando para Scorpius. Ele estava vestido com elegância, todo de negro, vestindo um blazer e calça social. Mione prende a respiração, pois ter a visão dele, depois de anos afeta seu psicológico. Seu coração se acelera e sua boca fica seca. Ela tenta puxar Gina, mas a mesma não sai do lugar, parece estar tendo a mesma visão que ela.

— Veja, aquele não é o Malfoy? – sussurra Gina – Por Merlin, ele está um gato.

Hermione não sabe o que responder. Está ruborizando. Draco vê as duas paradas na plataforma e se aproxima.

— Vamos embora, Gina – Mione diz, encontrando sua voz.

— Não, de jeito nenhum, quero ver o que ele vai fazer a seguir – a sua amiga estanca no lugar, mesmo com a pressão no seu braço feita por Mione.

— Por Merlin, ele está vindo até nós – Hermione sussurra, sentindo a tensão no ar.

Draco a encara, com seus olhos azuis penetrantes e deixa escapar um pequeno sorriso. Ela temia que aquilo fosse acontecer. Em todos os anos que levou Rose até a plataforma, os dois nunca se cruzaram. Ela sempre via Astoria levando Scorpius, ele nunca estava junto. Por que justo hoje ele havia aparecido?, pensou ela, nervosa. Ele para em frente das duas, com um sorriso amigável.

— Olá – ele cumprimenta.

— Olá, Malfoy, quanto tempo – Gina retribuiu, com um sorriso enorme. Hermione fulmina com os olhos. Ela finge não perceber – Como vai? Onde está Astoria?

Draco fica sem graça.

— Bem, eu e Astoria estamos passando por um processo de divórcio. Era minha vez de ficar com Scorpius e o trouxe até a plataforma – ele responde, com pesar – E vocês, como estão?

Hermione não consegue entender aquela conversa. Parece que Gina e Draco são velhos conhecidos, em sua visão.

— Eu estou bem. Agradeço muito por ter me ajudado com Alvo, aquele dia – ela diz – Todos estavam tão ocupados no St. Mungus que não conseguia achar um medibruxo.

Ele sorri.

— Disponha. Meu trabalho e cuidar das pessoas.

Espera, o quê?, pensou Hermione. Ele está trabalhando no St. Mungus?

— Senhora Weasley, espero que esteja passando bem – Draco se dirige a ela, com um sorriso nervoso – Recebeu minha carta?

— É...sim, recebida – ela responde, atônita.

— Ótimo. Espero que pense no que disse – ele murmura, somente para que ela ouvisse – Eu sinto muito, de verdade. Fui um idiota.

Gina ouve aquilo, com interesse.

— Não sei do que está falando – Hermione desconversa.

Os dois se encaram, tensos. Draco encrespa os lábios, sentindo que não irá conseguir a atenção da morena naquele lugar. Resolve recuar.

— Muito bem, eu já vou indo. Um prazer revê-las de novo – Draco diz – Qualquer coisa que precisar, me informe, Gina.

— Igualmente, Draco – Gina diz, acenando para ele.

Draco se afasta, não sem antes lançar um olhar cativante para Hermione. Ela sente suas pernas bambas e um calor intenso invadir seu corpo.

— Agora, que história é essa?  Você e Draco? – pergunta Gina, entusiasmada, enquanto as duas andam para fora da plataforma.

— Eu não sei do que está falando – Mione desconversa – E você? Que história é essa de ser amiga dele?

Gina ri.

— Bem, ele me ajudou com Alvo esses tempos.

As duas se dirigem a um café, próximo à estação King Cross. Hermione pede um café puro e Gina um cappuccino com chantilly.

— Então, desembucha – Gina falou, quando sentaram à mesa.

— Você primeiro – Hermione tenta ganhar tempo.

— Bem, é que Alvo caiu da vassoura no verão – a ruiva responde – E levei-o às pressas ao St. Mungus. O braço dele estava fraturado e o joelho também. Infelizmente o hospital estava lotado. Alvo estava reclamando de dor e eu não sabia o que fazer. Foi quando avistei Draco e ele viu minha situação. Atendeu-me na hora mesmo. Arranjou um leito para meu filho e cuidou dele. Naquele momento vi que o loiro aguado tem um coração, pode imaginar? Harry fez bem em inocenta-lo, no julgamento. Draco não merecia ir para Azkaban, a não ser o pai dele. Aquele homem é odioso.

Hermione escuta tudo aquilo, com interesse. Fazia anos que se esforça para esquecer-se do loiro e não buscar noticia sobre ele. Saber que Draco havia se tornado alguém tão diferente e menos egoísta a surpreendeu.

— Então, agora fala logo. Por que Draco disse que aquilo na estação?

Mione respirando fundo. Será que pode confiar em Gina? Será que seria trair Rony se lembrar do seu passado?

— Ah, Gina, é uma longa história – ela diz, olhando para a janela.


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