A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia
Notas iniciais do capítulo
Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.
Reuel retorna aos aposentos do Cardeal e vendo que ele está ausente segue para os aposentos de Olga. Ao se aproximar percebe-se que ambos seguem conversando sobre o atentado e como poderiam auxiliar os elfos nessa missão. Olga parece aliviada quando vê Reuel novamente.
— Vossa Eminência!
— Vossa Santidade, Vossa Excelência. Venho a pedido da Rainha Bethrynna convocá-los para uma reunião em caráter de emergência no salão da Deliberação.
— Aguardarei os senhores trocarem suas vestes para algo mais confortável e assim seguiremos
— Vossa Eminência, aconteceu algo? Questiona o cardeal desconfiado com a forma em que Reuel se dirige a eles.
— Assim que estivermos no salão, a rainha se pronunciará sobre os fatos e todos nós saberemos o que está acontecendo.
Reuel se vira e prestes a se retirar sente o toque das mãos de Olga em suas mãos.
— Vossa Eminência, se houver algo que eu possa fazer para lhe ajudar, por favor me diga. Eu vejo angústia em seus olhos e sinto que essa angústia tem haver comigo.
— Vossa santidade, não se preocupe tanto. Troque seu traje, ao chegarmos no Salão tudo será esclarecido, assim eu creio.
— Sim, vossa eminência.
O cardeal desce aos seus aposentos dando privacidade a Olga e Reuel os aguardo no térreo da casa na árvore. Quando ambos estão devidamente vestidos, Reuel os conduz à Sala de Deliberação. Nela a Rainha e Emílio já estão sentados aguardando enquanto próximo da mesa há um grupo de Soldados a postos. Reuel desconfiado olha para Bethrynna e pergunta:
— Ainda estamos sob ataque para que seja necessário o grupo de soldados em alerta?
Ao que Emílio responde:
— Não sabemos, por isso a precaução, concorda comigo Cardeal Alexei?
— Sim… meu senhor. Gagueja o Cardeal desconfiado e acuado.
Bethrynna se levanta e gentilmente diz:
— Meus queridos, peço que tomem seus lugares a fim de iniciarmos nossa reunião. Reuel por gentileza, sente- se ao meu lado. Olga, minha criança, sente-se ao lado de Reuel e Cardeal Alexei, peço que se encontre ao lado de Emílio.
— Sim, majestade. Todos exclamam.
— Antes de mais nada, agradeço aos nobres hóspedes por aceitarem participar desta reunião, estamos enfrentando uma situação inédita e o apoio de vocês nos dá forças para continuar. Acontece que desde a chegada do Cardeal e da dama sagrada, estamos sendo espionados por elfas das trevas. Olga empalidece conforme a rainha menciona sobre os Elfos das trevas, ela lembra que fora confrontada por Sálvia e que se recusou a obedecê-la, mas que foi ao seu encontro uma vez. Suas mãos trêmulas buscam refúgio em algum canto e é nas mãos do sumo sacerdote que elas encontram tal abrigo. Reuel sentiu seu toque gelado e olhando para baixo viu a mão de Olga por sobre a sua. Sem que percebam ele retribui o gesto fazendo com que Olga perceba e se sinta um pouco protegida.
Nesse momento A rainha passa a palavra a Emílio que diz:
— Há alguns dias percebemos uma invasão e buscamos averiguar o motivo e o que desejavam. Acontece que nossa investigação nos levou até o quarto da dama sagrada. Nele encontramos isso. Emilio saca uma pequena adaga e expõe ela sobre a mesa. Olga trava e olha com espanto para todos que nesse momento voltam seus olhares para ela.
— Emílio eu…
— Jovem Olga, você não precisa se justificar, não nesse momento, permita-me prosseguir. Seguimos com as investigações a fim de entendermos o porquê buscaram alcançar a dama sagrada porém nossas buscas foram em vão, até o momento do atentado. A Destruição da Árvore Sagrada era o objetivo dos elfos mas o motivo ainda é obscuro.
Bethrynna toma a palavra neste momento. Olhando para Olga.
— O motivo está no pulso da jovem dama. Estenda seu punho Olga e revele a todos nós.
Olga estende seu punho e a marca de um dragão quase que totalmente vermelho e finalmente revelado a todos. Ela abaixa sua cabeça envergonhada e Bethrynna lhe diz:
— Não há motivo para vergonha minha criança, essa maldição não é sua culpa. Você é vítima dos atos dos seus antepassados. Mas não se aflija, mesmo agora ainda há esperança e nós iremos lhe ajudar.
Os olhos de Olga ficam marejados e a rainha lhe estende um lenço.
— Os elfos destruíram a árvore sagrada porque sabiam que ela era o principal meio de de quebrar a maldição de Glaurung sobre a dama sagrada.
— A Maldição de Glaurung? Indaga Olga
— Sim, Glaurung foi um grande e traiçoeiro Dragão que já destruiu famílias e gerações com suas maldições maliciosas. Apesar de ter sido um homem o primeiro a ser amaldiçoado pelo Dragão, a maldição se passaria entre as mulheres de sua linhagem e assim no dia em que completassem 25 anos suas vidas seriam arrancadas subitamente.
— Sim minha senhora, da minha família agora resta apenas a mim.
— O que não sabíamos é que a sua vida, quero dizer a sua morte representaria uma medalha de honra para os elfos das trevas e é por isso que eles vieram atrás de você.
Olga sente como se tivesse recebido uma punhalada pelas costas. Lembrou que Sálvia havia se oferecido para ajudar.
— Então a verdade…
— A verdade? Pergunta Emilio.
— Vossa Majestade, como dama sagrada é meu dever não faltar com a verdade, acontece que estava desesperada e fui ameaçada, mas… é verdade que uma elfa das trevas esteve em meus aposentos. Eu fiquei tão apavorada, ela pôs uma adaga em minha garganta e disse que se eu gritasse ela me mataria no mesmo momento. Em pânico eu não falei nada. Eu sinto muito, eu...
Olga começa a chorar e Reuel diz:
— Vossa Santidade, eu acredito que todos aqui têm certeza que você está dizendo a verdade. afinal, é sua primeira vinda a esse mundo, seu primeiro contato com os elfos e sinto muito que tenha tido contato com o lado sombrio da nossa espécie.
— De fato... Complementa Emílio olhando para Reuel. - Mas ainda não sabemos como eles descobriram que ela era portadora da Maldição.
— Eu mesma falei Emilio, eu perguntei se eles poderiam quebrar uma maldição, quando a elfa me informou que eram muito poderosos.
— Entendo...
O Cardeal, que até o presente momento não havia se pronunciado pergunta de forma ansiosa:
— O que devemos fazer então? A Árvore Sagrada está destruída e de uma forma foi por nossa culpa. O que precisamos fazer para nos redimir.
A Rainha se volta para o Cardeal e diz:
— Não Vossa excelência, nós não iremos deixá-los carregar um fardo tão pesado. Precisamos proteger a Dama Sagrada, até encontrarmos uma solução para a restauração da Árvore Sagrada. Mas nesse momento é necessário que toda a verdade, por mais dolorosa que ela seja, seja exposta.
Se virando para Olga Bethrynna pergunta:
— Jovem Olga, há mais alguma coisa que você ainda não tenha nos dito?
Olga olha para o Cardeal preocupada e percebe que ele acena para que ela se mantenha em silêncio. Um sentimento de absurda culpa recai sobre ela, porém cumprindo o que havia prometido, em obedecer fielmente ao Cardeal, Olga diz:
— Não vossa majestade, eu já disse tudo o que tinha pra dizer.
— Muito Bem, a partir desse momento, Reuel, o sumo sacerdote, será responsável diretamente por sua vida Dama Sagrada. Não se preocupe, apesar de ser o sumo sacerdote, Reuel é um excelente Guardião. E justamente por ser o Sumo Sacerdote, confio que ele não lhe faltará com o respeito.
Reuel que estava sereno se vira para a rainha e tenta falar alguma palavra no que ela Continua.
— Reuel, a dama sagrada não está mais segura estando a sós em seus aposentos, ela ficará sob sua guarda até que tudo de fato esteja resolvido.
— Mas, minha senhora eu...
— Está decidido, Emilio pegue todos os objetos pessoais da Dama sagrada e leve aos aposentos de Reuel. Quanto ao Cardeal. Destinei um cômodo em segurança para Vossa excelência dentro do meu Santuário, espero que não se importe.
— De modo algum Vossa majestade, mas estou preocupado com a reputação da Dama Sagrada para com os outros de seu povo.
— Nobre Cardeal, confio em Reuel minha vida, acredito que ele não me desapontará. A menos que o destino nos mostre algo que nos foi predestinado, nada do que tem que acontecer acontecerá.
— Sim vossa majestade.
A Rainha encerra a reunião com um ar mais calmo porém assertivo. Reuel e Olga permanecem sentados perplexos com o que acabaram de ouvir. Terão de dividir o quarto juntos. Olga sente sem coração pular tão forte que provavelmente todos estão ouvindo. Ela olha para Reuel e percebe o quanto ele está corado.
— Vossa Eminência, sinto muito por estar incomodando.
Reuel se vira para ela rapidamente e diz:
— Você não é um incomodo, eu tenho uma missão, proteger você e preciso seguir essa missão pelo bem do meu povo e por sua própria vida. Não se preocupe que nós conseguiremos conviver em harmonia e respeito. Estava pensando… em convidá-la para ir comigo à Biblioteca, preciso pegar alguns livros para estudar outros meios de restaurar a Árvore Sagrada.
— Eu posso mesmo ir? Não seria um estorvo?
— De forma alguma Jovem Olga, apreciarei muito sua companhia.
— Cof cof… Senhorita Olga. o Cardeal tosse chamando atenção de ambos.
— Vossa Excelência.
— Posso ter com você uma conversa em particular?
— Claro Vossa excelência.
Reuel Se levanta e aponta para a porta como quem informasse que estaria lá aguardando.
— Zoya, você não pode falar para ninguém que você não é a verdadeira Dama Sagrada, você me entendeu?
— Sim vossa Excelência.
— Nós estamos sendo escoltados e fomos postos como suspeitos, espero que tenha entendido as entrelinhas dessa reunião.
— Sim vossa excelência.
— E não esqueça de algo ainda mais importante. Aqui, você é a dama Sagrada, é crucial que se porte como tal.
Olga começa a ficar vermelha de vergonha e abaixa sua cabeça.
— Perdão cardeal Alexei, posso não ser a dama sagrada, mas tenho princípios e me esforço para honrá-los, suas palavras foram ofensivas.
— Perdão Zoya, estamos todos à flor da pele. peço perdão.
O Cardeal se despede de Olga, passa por Reuel lhe lançando um olhar desconfiado e paternal e segue os guardas até os seus novos aposentos.
Reuel estende o braço para Olga e diz:
— Como agora seremos companheiros de quarto, seria interessante nos conhecermos melhor.
— Confesso que já estou impressionada vossa Eminência, eu finalmente consegui ultrapassar seu ar tão intransponível.
— Intransponível? Interessante sua suposição.
Reuel lança um olhar diferente ao horizonte cinzento e Olga percebe que pela primeira vez ele expõe um belo sorriso. Ambos chegam na biblioteca, pegas os livros que precisam e voltam para os aposentos. Emílio os recebe informando que os objetos pessoais de Olga já estão devidamente acondicionados no cômodo, então se despede.
— Tenham uma boa noite de sono senhores.
Ansiosa, Olga vira para Reuel e diz:
— Seria possível que eu volte ao templo do batismo? Eu preciso muito de alguns momentos sozinha.
— Sozinha não posso prometer, mas posso proteger o templo enquanto você o utiliza.
— Muito obrigada, vossa Eminência.
— Você pode me chamar de Reuel. Srta. Olga.
— Reuel…
Olga então segue em direção ao templo com Reuel a alguns metros de distância observando ao redor.
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