A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia


Capítulo 5
A Busca pela salvação


Notas iniciais do capítulo

Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.



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Ao amanhecer, Reuel levanta e chama Emilio aos seus aposentos. 

— Vossa Eminência, me chamou?

— Sim Emílio, bom dia. Apesar da vossa majestade ter me ordenado descanso, gostaria de continuar sendo informado sobre Olga, digo vossa santidade a Dama Sagrada, o Cardeal e sobre a Celebração de boas vindas.

Emílio lança um olhar zombeteiro ao sumo Sacerdote e indaga.

— O que exatamente deseja saber sobre a jovem Olga, meu senhor?

— Apenas, o que a mim compete saber jovem Capitão. Se sua santidade está em segurança e sendo bem assistida em suas idas à biblioteca.

— Ora meu senhor, não tens interesse em saber algo mais?

— O que insinua Emílio?

— Nada que todos já não tenham insinuado, meu senhor e que tive o privilégio de receber a confirmação agora a pouco. 

Reuel se agita e tenta disfarçar sua timidez ao que Emílio solta uma risada ainda mais maliciosa. 

— Eu sabia! Vossa Eminência a Ama. Fui o único além de vossa majestade Bethrynna  a acertar?

— O único? Acertar? Do que você está falando? Fizeram algum jogo de aposta?

— Evidente que não meu senhor, mas sua mudança foi notada por toda Aurethel, alguns questionaram se vossa eminência estava doente, se havia descoberto algum infortúnio ou se estava amando. Que bom saber que a última opção é a escolha certa. Mas devo alertar ao senhor que apesar de termos belos romances entre humanos e elfos em nossos contos, seus relacionamentos eram sempre cercados de muita luta e dor, desejo que vossa eminência tenha recebido a bênção dos Deuses para não sofrer demasiado.

— Emílio, agradeço seus votos, mas acredito que esteja deveras enganado, meus sentimentos pela jovem Olga são de cordialidade e respeito, nada além disso.

— Ok ok… peço perdão pela invasão eufórica sobre sua intimidade meu senhor. Não irá se repetir, embora eu mesmo não tenha acreditado em absolutamente nada do que acabou de me falar. Sua boca diz algo que seus olhos claramente desmentem.

— Já chega. Esperarei por notícias e espero ser respeitado a partir deste momento. Vá Emílio.

— Sim, vossa Eminência. 

Emílio parte e Reuel resolve observar Aurethel através de sua varanda, ao que percebe um vulto adentrando o bosque. 

— Elfos das trevas, o que será que desejam? 

Aflito Reuel envia uma mensagem de Alerta a Emílio através de um guarda que acabara de passar e segue para os aposentos dos hóspedes. Porém antes mesmo de descer as escadas ele volta aos seus aposentos ansioso.

— Não, não fui convidado, ela estará bem e segura. Você precisa descobrir como quebrar a Maldição. Foco Reuel. Tenha foco. 

Reuel decide então de dirigir a biblioteca para se aprofundar em suas pesquisas, baseado no relato de Olga sobre sua maldição. Hesita um pouco na porta da biblioteca, por um momento acredita que Olga estará o aguardando na sala. Ao entrar uma leve frustração o acomete.

— Ela não apareceu aqui hoje. 

Ele decide então se concentrar na leitura sobre maldições desde a última grande Guerra. Ao que tudo indica a maldição de Olga se originou de lá. Em meio a tanta informação ele descobre que a maldição foi feita por um Dragão e apenas um grande poder é capaz de quebrá-la. Seu coração se enche de angústia, não há mais nenhum ser vivente que domine a magia Dracônica.

— Preciso encontrar uma outra forma, deve haver alguma alternativa… Olga...

Atordoado Reuel volta para seus aposentos e se prepara para o dia seguinte. a Celebração de boas vindas. O Alvorecer chega trazendo uma brisa suave com o aroma de flores. Reuel desperta devagar e percebe que ao seu lado há alguém sentada lhe observando. 

— Vossa santidade, como você entrou aqui?

— Perdão vossa Eminência, mas precisava lhe ver, preciso de ajuda pra quebrar a Maldição, ajude-me por favor.

— Jovem Olga, eu estou tentando, eu...

Inesperadamente Olga se joga aos braços de Reuel e lhe beija. Reuel afasta rapidamente e ao afastá-la percebe que ela está sumindo. 

— Ajude-me, por favor!

— OLGA!!

Reuel desperta desesperado, respirando ansiosamente e olhando ao redor. a Luz da manhã brilha suave disfarçada por uma gentil neblina. 

— Foi um pesadelo, um pesadelo… foi um pesadelo… 

O sumo sacerdote, que outrora se via tão austero, agora se vê condescendente e frágil, como um Cristal lapidado em um vaso elegante. O dia da celebração de boas vindas chegou, já faz dias que Reuel não se encontra pessoalmente com o Cardeal e Olga. Ansioso, ele levanta de sua cama, vai até a mesa, toma a bebida dos elfos, come um pedaço de Lembas e se sente mais disposto, vai até o vestiário e escolhe seu traje para a celebração. Ao longe ouve Sons de harpas e Cantos animados, a música o anima fazendo esboçar um leve sorriso. Ao terminar de se vestir, segue para a praça onde a celebração acontecerá, na expectativa de poder ajudar algo ou alguém. 

As celebrações começam com muita alegria e cantos contagiantes, Reuel sente-se relaxado e cumprimenta Guardas e moradores de Viera, bem próximo dele está o Trono de Bethrynna e a bela rainha está sentada cercada de suas damas de companhia. Reuel se aproxima e em uma reverência bem formal saúda sua alteza.

— Vossa Majestade.

— Reuel meu nobre sumo sacerdote, bom revê-lo, espero ter descansado no tempo que o ordenei para que assim o fizesse.

— Sim vossa Majestade, agradeço sua generosidade para com a minha pessoa.

— AH! Eles Chegaram! 

A rainha Bethrynna se levanta e fogos de artifícios diurnos são disparados para celebrar a chegada do Cardeal e da Dama Sagrada. Reuel se volta para a direção de ambos e seu coração dispara ainda mais forte. Olga está simplesmente deslumbrante, com cabelos soltos e bem adornados, um vestido gracioso e delicado adorna seu corpo deixando a mostra seus braços e ombros. o elfo a segue com os olhos porém logo desvia o olhar ao perceber que seus olhos foram de encontro aos dela. 

— Vossa majestade, se me permite, preciso me retirar por alguns instantes.

— A vontade sumo sacerdote, mas volte, sua presença nesta celebração é necessária.

Reuel faz mais uma reverencia e se retira indo buscar um lugar mais arejado e discreto para estar. ao longe consegue ver que Olga está sozinha, sua oportunidade para se aproximar, em uma primeira investida, logo é interrompido, um jovem elfo está cumprimentando Olga. Sem perceber, se assusta com uma você conhecida. 

— Se me permite dizer, a jovem Olga está linda nesse traje.

— Emílio, não percebi sua presença.

— Dizem que quando o amor chega ao coração do elfo, ele perde grande parte dos seus poderes de percepção. estou ao seu lado tem alguns minutos meu senhor.

Reuel se vira para Emílio mostrando desconforto com sua última fala, resolve ir até a mesa do banquete pegar uma taça de bebida.

— Vossa Eminência, não desejar ter com ela?

— Não.

— Pois bem, então não farei cerimônia, aproveitarei da agradável companhia da Jovem Olga, talvez por um milagre eu seja notado por ela. 

Emílio rapidamente se afasta deixando Reuel perplexo com tamanha ousadia. Ele olha para Olga conversando e sorrindo com Emílio e sente seu corpo queimar. Incomodado com a cena, o sumo sacerdote resolve deixar a celebração, segue em direção às casas na árvore, passa próximo ao Cardeal que o cumprimenta. 

— Vossa Eminência.

— Peço perdão pela indelicadeza Cardeal Alexei, não me sinto bem, preciso recolher-me aos meus aposentos.

— Oh! Não se preocupe Vossa Eminência, em um momento apropriado voltaremos a nos falar.

— Obrigado pela compreensão.

Apressado, Reuel caminha pelas ruas de Aurethel até chegar aos seus aposentos e ao subir as escadas percebe que logo atrás estão o Cardeal e Olga em silêncio, provavelmente se dirigindo aos seus aposentos.

Os sentimentos de Reuel estão cada vez mais claros, porém a angústia ainda o consome. Determinado a descobrir algo sobre a maldição, Reuel sobe aos seus aposentos por um breve momento, porém resolve ir até a biblioteca fazer novas pesquisas sobre a maldição a qual Olga se referia. Ele acaba adormecendo por sobre os livros. E mais uma vez um sonho vem lhe atormentar.

Chamas de um dragão surgem rompante a gritos e gemidos, flashes da grande guerra surgem repentinamente, uma marca de sangue vermelha em um braço chama atenção, está marcada em um homem que ao lado de sua mulher vê em um bebê a mesma marca. no rosto desse homem há uma mistura de alívio e aflição. O homem se volta para Reuel e diz: 

— Só um grande poder poderá salvá-la, só você possui esse grande poder. Salve-a, por favor! 

Reuel olha para a criança e percebe um pequeno lenço com um nome bordado. “Zoya”

— Zoya…


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