A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia
Notas iniciais do capítulo
Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.
Mais um sonho… diferente dessa vez. Reuel está na escuridão ele abraça alguém e diz:
— “Feliz Aniversário Zoya… Não tenha medo, a maldição foi desfeita.”
Reuel acorda de um salto mas logo percebe que foi um sonho, porém o sentimento dentro do seu peito é claro, amor e saudade.
— Zoya… quem seria essa pessoa?
Rapidamente se levanta, se arruma e parte em direção a biblioteca em busca de informações.
— Maldição… que maldição seria? Estou sendo influenciado pela curiosidade da jovem Olga?
Reuel entra na sala, pega um livro e começa a folheá-lo. O Livro tem informação sobre a grande Guerra do passado que assolou todos os povos de Aurethel. Nele há informação sobre Miggs, o Líder dos Elfos das Trevas e Zaltan. Totalmente entretido e focado em sua leitura, nem percebe quando Olga entra na sala, porém seu cheiro abunda suas narinas e faz seu coração disparar, o sentimento de hoje de manhã retorna ao seu peito… amor e saudade.
— Cof! Vossa Eminência.
— Você chegou.
Reuel olha para Olga como quem sai de um transe, confuso porém rapidamente atento. seu cheiro o convida a interagir com ela.
— Dê uma olhada com tranquilidade. Se houver algo que você deseja saber, por favor, pergunte.
Com isso ele retoma a sua leitura sobre a grande guerra mas não consegue voltar ao nível de concentração anterior, não demora muito Olga retorna com um sorriso curioso nos lábios e o chama:
— Vossa Eminência, esses dois livros ensinam magia?
Reuel observa os livros de culinária na mão da jovem Donzela e sente uma súbita vontade de rir, porém para não constrangê-la ele se controla e responde com um leve sorriso nos lábios:
— Esses livros ensinam algo, mas… Eles ensinam os elfos a cozinhar.
— Ensina… a cozinhar?
Reuel percebe Olga corando envergonhada e se mantém calmo e assertivo, porém por dentro sente uma alegria jamais sentida.
— Mas, essa ilustração mostra um caldeirão com lágrimas, ervas e cogumelos venenosos dentro.. Não é a receita de uma poção mágica?
— É orvalho e menta. E embora esse cogumelo seja colorido e brilhante, não é venenoso.
— ...E esse livro? A ilustração retrata um elfo cuspindo fogo. Também não pode ser um livro de receitas.
— Essa imagem só indica que a receita é extremamente picante e que os elfos que não conseguem lidar bem com o tempero devem tomar cuidado.
Reuel se concentra muito para não rir, observando claramente o quanto Olga está envergonhada, respira e se concentra em ajudá-la.
— hahahaha, então todos os livros ali são de culinária. Então… E aqui? Que tipo de livros são esses? Parecem todos bem grossos. São Mágicos?
— Estes livros contém os Hinos de Aurethel, o mais antigo deles, data de milhares de anos atrás.
— Hinos… Antes de partirmos, o Cardeal cantou um poema.
— Ele contou a história dos eventos daquela época. Cada vez que a delegação humana viaja para Aurethel, o Cardeal canta o poema. É uma tradição que perdura há Séculos.
— Embora exista uma grande coleção, cada livro é categorizado e organizado ordenadamente. Vossa Eminência, pode me falar sobre o resto dos livros?
— Claro! Siga-me!
Reuel conduz Olga através das estantes e fala para ela sobre os tipos de livros, informando e comentando até que ele chega na estante de livros de magia.
— E aqui estão os livros sobre a magia dos elfos.
— Magia?! Eu sempre me interessei sobre magia. É uma arte tão bela e maravilhosa! Se eu pudesse aprender magia, eu sentiria tanto orgulho.
— Não se pode aprender magia.
— O quê?
— Quando os deuses criaram o mundo, deram a cada espécie diferentes talentos, assim como diferentes fraquezas. Os deuses não deram aos humanos a capacidade de lançar feitiços. Mesmo que um de vocês tenha aprendido um feitiço, não produzirá nenhuma magia.
— Ah! Então se essa é a vontade dos deuses, devo aceitar. Mas ainda estou curiosa, que magia esse livro ensina?
— Magia de cura. Até mesmo uma ferida fatal pode ser curada com ele.
— Incrível. Isso é Fantástico!
— E esse livro?
— Esse ensina o básico sobre as bênçãos dos elfos.
— Bênçãos… Entendi. Os elfos já dominaram algum outro tipo de magia? Se alguém quisesse desfazer a magia, o que deveria aprender?
— A magia dos elfos consiste principalmente em cura e bênçãos. Há também alguns elfos que praticam a magia da Ilusão. Não acredito que exista uma criatura que deseje desfazer a magia dos elfos. Afinal, ser o destinatário da magia dos elfos é uma benção.
— Mas, além desta magia boa, não existe também uma má? Maldições, por exemplo?
Reuel se assusta com o questionamento. Flashes dos seus sonhos começam a surgir em sua mente e se misturam com as palavras da rainha Bethrynna. Ele olha para Olga com a cara séria e diz:
— Porque pergunta isso?
Reuel começa a se aproximar de Olga, fazendo a donzela se encolher assustada.
— Você não pode ler élfico, mas está interessada na coleção de livros de Aurethel. Diga, por que veio a Biblioteca? Quem a enviou aqui?
Quando Olga se cala, Reuel fica cada vez mais irritado acreditando ter descoberto uma espiã. Por fim Olga desabafa.
— Eu não estou seguindo ordens de ninguém. Vim à biblioteca para encontrar uma maneira de quebrar uma maldição.
Levada por um sentimento de socorro, Olga confessa a Reuel sobre sua maldição, deixando ele completamente atônito. Ele percebe enfim que a moça de seus sonhos é ela, seu coração pulsa forte e o sentimento de amor invade todo seu corpo e alma.
— Eu vim para Aurethel por duas razões: Cumprir a missão da dama sagrada e levar a palavra dos deuses à Humanidade… E descobrir a verdade sobre uma maldição e quebrá-la.
Olga abaixa sua cabeça evitando o olhar de Reuel que nesse momento se controla para abraçá-la, protegê-la, colocar em seus braços. Ele finalmente descobriu quem ele deve ajudar e proteger, ele se acalma observando Olga ainda cabisbaixa, nesse momento claramente confusa e ansiosa sobre o que acabara de informar ao elfo. para acalmá-la e de alguma forma informar que deseja ajudá-la ele diz:
— Talvez a magia curativa dos elfos possa exorcizar esse mal.
— O quê?
Olga o olha assustada, não esperando a reação de Reuel e percebendo que ele voltou a tradicional cara sem expressão. Ela fica atordoada com a situação e Reuel completa.
— Raramente leio sobre maldições, por isso não sei como quebrar uma. Só posso fazer uma suposição lógica. Talvez uma benção élfica possa atrasar a ocorrência de uma maldição. Mas para quebrá-la completamente, precisamos saber a origem da maldição. Vou investigar isso pra você. Se eu descobrir alguma coisa, vou informá-la.
— Obrigada, Vossa Eminência.
— Disponha. Tudo isso faz parte dos planos do Deus da Luz.
— Que o Deus da Luz o abençoe.
Olga se despede de Reuel e segue para seu quarto visivelmente esgotada. Reuel a acompanha com os olhos enquanto sem perceber lágrimas escorrem em seu rosto. Ele se dirige aos seus aposentos pensando em como desfazer a maldição descrita por Olga. Segue despido para a Sala de Banho e enquanto joga água em seu corpo balbucia.
— Olga...
Logo o sonho retorna em sua mente “Feliz aniversário, Zoya!” …
— Quem é Zoya? Seria alguém que Olga estaria protegendo? Zoya… Seria esse o nome de Olga? Preciso descobrir.
Reuel se deita em sua cama, seu corpo arde e sua mente projeta apenas uma imagem, a imagem da bela donzela que agora habita em seu coração, tomado por um estranho momento de alívio, Reuel adormece e nessa noite seus sonhos mudam de teor.
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