A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia


Capítulo 4
A biblioteca dos Elfos


Notas iniciais do capítulo

Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802470/chapter/4

Mais um sonho… diferente dessa vez. Reuel está na escuridão ele abraça alguém e diz: 

— “Feliz Aniversário Zoya… Não tenha medo, a maldição foi desfeita.” 

Reuel acorda de um salto mas logo percebe que foi um sonho, porém o sentimento dentro do seu peito é claro, amor e saudade.

— Zoya… quem seria essa pessoa?

Rapidamente se levanta, se arruma e parte em direção a biblioteca em busca de informações.

— Maldição… que maldição seria? Estou sendo influenciado pela curiosidade da jovem Olga? 

Reuel entra na sala, pega um livro e começa a folheá-lo. O Livro tem informação sobre a grande Guerra do passado que assolou todos os povos de Aurethel. Nele há informação sobre  Miggs, o Líder dos Elfos das Trevas e Zaltan. Totalmente entretido e focado em sua leitura, nem percebe quando Olga entra na sala, porém seu cheiro abunda suas narinas e faz seu coração disparar, o sentimento de hoje de manhã retorna ao seu peito… amor e saudade.

— Cof! Vossa Eminência.

— Você chegou.

Reuel olha para Olga como quem sai de um transe, confuso porém rapidamente atento. seu cheiro o convida a interagir com ela.

— Dê uma olhada com tranquilidade. Se houver algo que você deseja saber, por favor, pergunte. 

Com isso ele retoma a sua leitura sobre a grande guerra mas não consegue voltar ao nível de concentração anterior, não demora muito Olga retorna com um sorriso curioso nos lábios e o chama: 

— Vossa Eminência, esses dois livros ensinam magia? 

Reuel observa os livros de culinária na mão da jovem Donzela e sente uma súbita vontade de rir, porém para não constrangê-la ele se controla e responde com um leve sorriso nos lábios:

— Esses livros ensinam algo, mas… Eles ensinam os elfos a cozinhar.

— Ensina… a cozinhar? 

Reuel percebe Olga corando envergonhada e se mantém calmo e assertivo, porém por dentro sente uma alegria jamais sentida. 

— Mas, essa ilustração mostra um caldeirão com lágrimas, ervas e cogumelos venenosos dentro.. Não é a receita de uma poção mágica?

— É orvalho e menta. E embora esse cogumelo seja colorido e brilhante, não é venenoso.

— ...E esse livro? A ilustração retrata um elfo cuspindo fogo. Também não pode ser um livro de receitas.

— Essa imagem só indica que a receita é extremamente picante e que os elfos que não conseguem lidar bem com o tempero devem tomar cuidado. 

Reuel se concentra muito para não rir, observando claramente o quanto Olga está envergonhada, respira e se concentra em ajudá-la.

— hahahaha, então todos os livros ali são de culinária. Então… E aqui? Que tipo de livros são esses? Parecem todos bem grossos. São Mágicos?

— Estes livros contém os Hinos de Aurethel, o mais antigo deles, data de milhares de anos atrás.

— Hinos… Antes de partirmos, o Cardeal cantou um poema.

— Ele contou a história dos eventos daquela época. Cada vez que a delegação humana viaja para Aurethel, o Cardeal canta o poema. É uma tradição que perdura há Séculos. 

— Embora exista uma grande coleção, cada livro é categorizado e organizado ordenadamente. Vossa Eminência, pode me falar sobre o resto dos livros?

— Claro! Siga-me! 

Reuel conduz Olga através das estantes e fala para ela sobre os tipos de livros, informando e comentando até que ele chega na estante de livros de magia.

— E aqui estão os livros sobre a magia dos elfos.

— Magia?! Eu sempre me interessei sobre magia. É uma arte tão bela e maravilhosa! Se eu pudesse aprender magia, eu sentiria tanto orgulho.

— Não se pode aprender magia.

— O quê?

— Quando os deuses criaram o mundo, deram a cada espécie diferentes talentos, assim como diferentes fraquezas. Os deuses não deram aos humanos a capacidade de lançar feitiços. Mesmo que um de vocês tenha aprendido um feitiço, não produzirá nenhuma magia.

— Ah! Então se essa é a vontade dos deuses, devo aceitar. Mas ainda estou curiosa, que magia esse livro ensina?

— Magia de cura. Até mesmo uma ferida fatal pode ser curada com ele.

— Incrível. Isso é Fantástico!

— E esse livro?

— Esse ensina o básico sobre as bênçãos dos elfos.

— Bênçãos… Entendi. Os elfos já dominaram algum outro tipo de magia? Se alguém quisesse desfazer a magia, o que deveria aprender? 

— A magia dos elfos consiste principalmente em cura e bênçãos. Há também alguns elfos que praticam a magia da Ilusão. Não acredito que exista uma criatura que deseje desfazer a magia dos elfos. Afinal, ser o destinatário da magia dos elfos é uma benção.

— Mas, além desta magia boa, não existe também uma má? Maldições, por exemplo? 

Reuel se assusta com o questionamento. Flashes dos seus sonhos começam a surgir em sua mente e se misturam com as palavras da rainha Bethrynna. Ele olha para Olga com a cara séria  e diz: 

— Porque pergunta isso? 

Reuel começa a se aproximar de Olga, fazendo a donzela se encolher assustada. 

— Você não pode ler élfico, mas está interessada na coleção de livros de Aurethel. Diga, por que veio a Biblioteca? Quem a enviou aqui? 

Quando Olga se cala, Reuel fica cada vez mais irritado acreditando ter descoberto uma espiã. Por fim Olga desabafa. 

— Eu não estou seguindo ordens de ninguém. Vim à biblioteca para encontrar uma maneira de quebrar uma maldição. 

Levada por um sentimento de socorro, Olga confessa a Reuel sobre sua maldição, deixando ele completamente atônito. Ele percebe enfim que a moça de seus sonhos é ela, seu coração pulsa forte e o sentimento de amor invade todo seu corpo e alma.

— Eu vim para Aurethel por duas razões: Cumprir a missão da dama sagrada e levar a palavra dos deuses à Humanidade… E descobrir a verdade sobre uma maldição e quebrá-la.

Olga abaixa sua cabeça  evitando o olhar de Reuel que nesse momento se controla para abraçá-la, protegê-la, colocar em seus braços. Ele finalmente descobriu quem ele deve ajudar e proteger, ele se acalma observando Olga ainda cabisbaixa, nesse momento claramente confusa e ansiosa sobre o que acabara de informar ao elfo. para acalmá-la e de alguma forma informar que deseja ajudá-la ele diz: 

— Talvez a magia curativa dos elfos possa exorcizar esse mal.

— O quê? 

Olga o olha assustada, não esperando a reação de Reuel e percebendo que ele voltou a tradicional cara sem expressão. Ela fica atordoada com a situação e Reuel completa.

— Raramente leio sobre maldições, por isso não sei como quebrar uma. Só posso fazer uma suposição lógica. Talvez uma benção élfica possa atrasar a ocorrência de uma maldição. Mas para quebrá-la completamente, precisamos saber a origem da maldição. Vou investigar isso pra você. Se eu descobrir alguma coisa, vou informá-la.

— Obrigada, Vossa Eminência.

— Disponha. Tudo isso faz parte dos planos do Deus da Luz.

— Que o Deus da Luz o abençoe.

Olga se despede de Reuel e segue para seu quarto visivelmente esgotada. Reuel a acompanha com os olhos enquanto sem perceber lágrimas escorrem em seu rosto. Ele se dirige aos seus aposentos pensando em como desfazer a maldição descrita por Olga. Segue despido para a Sala de Banho e enquanto joga água em seu corpo balbucia.

— Olga...

Logo o sonho retorna em sua mente “Feliz aniversário, Zoya!” … 

— Quem é Zoya? Seria alguém que Olga estaria protegendo? Zoya… Seria esse o nome de Olga? Preciso descobrir. 

Reuel se deita em sua cama, seu corpo arde e sua mente projeta apenas uma imagem, a imagem da bela donzela que agora habita em seu coração, tomado por um estranho momento de alívio, Reuel adormece e nessa noite seus sonhos mudam de teor. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A angústia de Reuel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.