A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia


Capítulo 3
O Conselho de Bethrynna


Notas iniciais do capítulo

Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.



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Amanhece em Aurethel e uma brisa fria desperta Reuel de mais uma noite de sonhos proféticos. Com o coração pesado, ele levanta da cama e se dirige à mesa do desjejum. Reflexivo tenta ligar os pontos. 

— Os sonhos estão cada vez mais informativos, mas ainda não consigo entender quem é a pessoa que me pede por ajuda, o que isso tem haver comigo e porque me sinto tão… que sentimento é esse? não consigo entender. Preciso buscar conhecimento, vou até a biblioteca. 

Reuel se levanta, veste seus trajes e segue para a biblioteca, no meio do Caminho é abordado por Emílio e percebe que Olga o acompanha. Seu coração começa a disparar ao ouvir sua doce voz.

—Bom dia Vossa eminência.

— Bom dia

— Eminência, você está caminhando para a Biblioteca? questiona Emílio.

— Sim, vou consultar alguns registros.

— Que coincidência! A Dama Sagrada também deseja visitar a biblioteca. Porque não a leva junto?

— O quê? retruca Olga assustada e constrangida

Reuel consente com a cabeça e Emílio conclui:

— Vou me despedir de você agora Olga, o sumo sacerdote a levará para a biblioteca. Jovem Olga, vossa Eminência, até logo!

— Até logo, Emílio!

Emilio parte rapidamente enquanto um clima estranho se passa entre Reuel e Olga. Reuel rapidamente diz:

— Vamos.

— Certo… Muito Obrigada, vossa Eminência.

Eles seguem pelos caminhos arborizados num silêncio incomodo, o elfo tenta manter-se apático à situação, mas percebe que Olga está ficando nervosa. Ao chegarem à biblioteca o clima se torna mais ameno. Ao abrir a porta grande e pesada da sala, Olga demonstra uma euforia empolgada e animadora. 

— Uau! Esse lugar é enorme! Diz a dama maravilhada com o lugar.

— Aqui estamos nós. Fique à vontade para pesquisar.

— Obrigada Vossa Eminência!

Olga segue comedida para próximo das prateleiras, Reuel busca por um livro específico sobre sonhos. Inquieto observa a jovem donzela tocando nos livros com uma curiosidade peculiar, quase que inocente. 

— Ela é muito diferente das outras damas. Ele pensa consigo mesmo enquanto folheia o livro escolhido. 

Enquanto inicia sua leitura, percebe que Olga está estranhamente aflita folheando um livro qualquer, tenta deixa-la à vontade e volta a se concentrar em sua leitura mas não consegue ignorar Olga em sua angústia. 

— O que você está fazendo? Ele percebe Olga abalada ao se aproximar dela.

— Eu… Estou procurando algumas informações…

— Sobre o quê? Você precisa de ajuda?

— Não, não, eu só...

Reuel olha para Olga desconfiando que ela esteja escondendo algo, seu rosto fica sério e a encara friamente. Após um longo suspiro, Olga responde.

— Mesmo com as bênçãos do Deus da Luz, ainda há pessoas que devem suportar a fome, o frio e doenças. Dizem que os elfos são uma raça sábia. Pensei que pudesse aprender algo com seus conhecimentos e experiências… Talvez eu fosse capaz de melhorar as coisas para os menos afortunados.

Tais palavras amenizam o coração do elfo que volta a olhar para Olga de forma calma.

— Mas os humanos não possuem muita literatura sobre a língua élfica. Mesmo sendo a Dama Sagrada, só consigo entender palavras simples… Quanto a escrita élfica eu mal a conheço, estou um pouco desamparada diante desses livros. O fato de não conseguir fazer o que me propus me entristece muito.

Reuel não consegue reconhecer se o que Olga diz é a realidade ou que ela esteja escondendo algo, porém não vê perigo em suas falas, talvez ela esteja falando a verdade, decide então voltar a sua leitura pois algo lhe diz que está próximo de encontrar a verdade. De repente Olga a questiona:

— Vossa Eminência, todos os livros aqui são escritos em élfico?

— Esta é uma biblioteca élfica. Naturalmente, só existem livros em élfico.

Reuel percebe a ansiedade nos olhos de Olga e está prestes a questioná-la quando um guarda adentra na Biblioteca e o chama.

— Meu Senhor! com sua licença.

— Sim, o que desejas.

— Vossa Eminência é aguardada pela vossa Majestade a Rainha Bethrynna. 

Reuel coloca uma folha de árvore dentro do livro que estava lendo, o devolve cuidadosamente a prateleira e se dirige a Olga.

— Preciso falar sobre a próxima celebração com a Rainha e devo me ausentar.

— Por favor, espere!

Olga emite um pedido de ajuda, com o timbre de voz bastante similar ao pedido de ajuda do seu sonho e Reuel congela por um momento. 

— O que foi?

— Vossa Eminência voltará à biblioteca amanhã? 

Reuel parece um pouco confuso, mas após um momento de hesitação confirma com a cabeça. 

— Eu gostaria de voltar à Biblioteca amanhã. Se me deparar com algum problema, posso consultá-lo para me aconselhar?

— Sim.

Reuel acena com a cabeça e se vira para sair, deixando Olga na biblioteca. Após atravessar a porta suspira como se tivesse prendido a respiração por um longo tempo. Sem hesitar, segue para o grande salão para conferenciar com a rainha.

Ao chegar ao salão, encontra Bethrynna sentada em seu trono o aguardando com um Jarro de prata. 

— Reuel, estava ansiosa por sua chegada, se aproxime. 

Após uma reverencia Reuel se aproxima e com cuidado questiona. 

— Minha senhora, em que posso lhe ser útil?

— Tenho tido sonhos e gostaria de confabulá-los com o sumo sacerdote.

— Sonhos? Quais tipos de sonhos Vossa Majestade?

No Último sonho você aparece nele, numa expressão de dor, envolto a lágrimas carregando em seus braços uma dama. Uma escolha difícil para o amor. Uma voz me ecoa no sonho. O que vc pode me falar sobre. 

Atônito Reuel encara a rainha sem conseguir falar sequer uma palavra. Bethrynna se levanta então aproximando de Reuel coloca uma das suas mãos em seu peito. com um olhar de compaixão ela lhe diz: 

— Sonhos podem nos fazer viajar no tempo, ao futuro e ao passado. Alguns sonhos são poderosos e nos põe provas difíceis sobre nosso destino. Existe um preço a ser pago e não há a opção de não fazê-lo. Porém eu lhe digo jovem Reuel, sempre haverá dois caminhos a seguir, cabe a você decidir qual seguirá, em ambos você conhecerá o amor, em ambos você conhecerá a dor de amar. Não se desvirtue, porém cuidado ao se entregar.

— Minha senhora, perdão, eu não entendo, eu sou o sumo sacerdote, não cabe a mim amar e…

— Reuel, o amor não deve ser proibido a nenhum ser vivente, seja em Aurethel ou Lena ou qualquer lugar do mundo, mesmo um sumo sacerdote pode conhecer o amor e você irá, só tome cuidado com decisões precipitadas, algumas podem parecer claras e certeiras, mas são vis e traiçoeiras.

— Senhora…

— Antes de conversarmos sobre a próxima celebração tenho algo a finalizar. Em meu sonho você tem duas opções: a morte e a ressurreição. Sinto que algo grande está próximo a acontecer e isso me preocupa, porém a ansiedade para lhe informar sobre o que prevejo foi maior. espero que o Deus da Luz te leve pelo caminho mais correto.

— Obrigada pelo conselho minha senhora.

— Agora, vamos conversar sobre os preparativos da celebração de boas vindas, estou curiosa para conhecer nossos convidados, você certamente já os viu, diga-me mais sobre eles.

Reuel segue conversando com a rainha sobre os convidado e respondendo cuidadosamente todas as perguntas feitas pela rainha élfica, porém, em seu interior um turbilhão de sentimentos o preenche deixando ele claramente aflito e incomodado. 

— Minha senhora, perdão, mas preciso lhe falar. 

Bethrynna o olha com um sorriso nos lábios, sabendo o que ele vai falar.

— Minha senhora, desde a chegada dos convidados, também tenho tido sonhos repetitivos. Nele flashes me acometem, um navio, uma donzela, um beijo de amor, lágrimas e uma frase “Ajude-me por favor!”

— Você não me falou sobre a dama Sagrada, como ela é?

— Perdão minha senhora, não entendi?

— Reuel, quero saber o que você achou da dama sagrada.

— É uma jovem intrigante, diferente de todas as Damas que já aportaram em Viera Leste, Curiosa sobre Maldições, me pergunto se ela está escondendo algo que possa nos prejudicar.

— Ela deve ser uma bela moça, estou curiosa para conhece-la. 

Reuel ruboresce e desvia o olhar. Bethrynna sorri e complementa. 

— Reuel, estou dando a você a ordem para que descanse até o dia da celebração. Há muito o que fazer, mas temos pessoas qualificadas para tal. Busque entender sobre seus sonhos e tente relaxar. quando sua alma estiver tranquila a próxima peça desse quebra cabeça você achará. 

Em uma reverência Reuel se despede e segue para seus aposentos. Já está anoitecendo quando ele chega aos seus aposentos. Ele se dirige à sala de banho, retira suas roupas e entra na piscina de águas termais. A conversa com Bethrynna não sai de sua cabeça. 

— O amor… o amor… O que devo fazer? 

Enquanto a água abraça seu corpo, Reuel fecha os olhos e uma imagem vem à sua mente. 

— Olga...

Assustado ele logo se levanta e sai desnorteado em direção ao seu quarto, senta-se à mesa, ceia na companhia do silêncio e se prepara para dormir. Ele se deita e adormece para mais uma noite de sonhos inquietos.


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