A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia


Capítulo 15
A busca pelo grande amor


Notas iniciais do capítulo

Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.



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Reuel corre em direção ao Santuário e solicita uma visita de urgência com a rainha Bethrynna. 

— Vossa majestade!

— Reuel, você está tão abatido, você tem se alimentado? O que traz você aqui?

— Minha rainha, agradeço sua preocupação, mas eu preciso adentrar nos Salões dos Deuses, preciso me encontrar com Zoya.

Temerosa e entristecida Bethrynna olha com compaixão e empatia para Reuel e diz:

— Meu querido Reuel… Infelizmente não nos é permitido entrar nos Salões dos Deuses sem a permissão dos mesmos…

— Mas eu… Eu preciso… Reuel desfalece no meio do Salão sendo amparado pela própria Rainha. 

Bethrynna então decidiu abençoá-lo e derramar sobre ele um pouco da água de seu Jarro de prata. Reuel se sente revigorado e acolhido como nos braços de sua mãe.

— Não esqueça da profecia Reuel… Não esqueça do seu destino.

Reuel desmaia e é levado aos seus aposentos pelos guardas de Emílio que o acompanham. Eles banham Reuel e os vestem com roupas limpas e o deitam em sua cama. Os serviçais preparam uma farta mesa com frutas, sucos, chás. Reuel acorda ainda debilitado e Emílio o força a comer ao menos um pedaço de maçã e beber um elixir.

— Você precisa dormir Reuel. Você precisa descansar, amanhã será um outro dia.

— Agradeço Emílio… Agradeço sua generosidade. Vou dormir.

— Boa noite nobre Reuel, que os Deuses te tragam bons sonhos.

— Bons Sonhos… Preciso mesmo de bons sonhos…

Reuel olha para o céus estrelado e balbucia:

— Zoya… 

Ele adormece profundamente e logo se vê em um grande Salão De Mármore onde os Deuses conversam com uma mulher de longos cabelos Negros em um belo vestido Azul com detalhes dourados e orelhas não tão pontudas como a dos elfos, mas também não tão arredondadas como a dos humanos. Os deuses olham entre sim e um deles fala:

— Você foi liberta de uma grande maldição e recebeu a Honra de decidir sobre a morte e a ressurreição. No entanto, não esperávamos que você nos propusesse uma terceira opção. Conversamos entre nós e decidimos aceitar seu pedido com uma condição. Você não lembrará de nenhum momento da sua vida passada, exceto pelas últimas palavras ditas ao seu grande amor, até que encontre aquele a quem você mais ama. Você também retornará à Viera em uma nova forma, em uma nova raça e ainda assim terá de se esforçar para reencontrar seu grande amor. Você concorda com essas regras?

— Sim! Responde a mulher.

— Então siga através daquele portão que logo você chegará no último local onde boas memórias na sua mente habitam. Reuel observa a mulher de perfil e percebe uma semelhança entre ela e Zoya.

— Ah! Mais uma observação, seu nome agora é…

— Oh Grandes Deuses eu imploro, ao menos deixem meu nome. Já sofri tanto e vou sofrer tanto para reencontrá-lo. Que ao menos meu nome eu tenha sobre esse novo destino.

— Tudo bem… Seu nome seguirá sendo Amor e Vida… 

Uma voz sussurra no ouvido de Reuel Zoya… Reuel acorda com lágrimas nos olhos e diz:

— Ela retornou… Minha Zoya!

Reuel levanta como se tivesse renascido das cinzas, faminto, devora a mesa de desjejum rapidamente, porém conforme vai se saciando sua memória vai desaparecendo, ao fim do desjejum ele não lembra mais de nada do que havia passado antes da Batalha com os Elfos das Trevas. Apenas um grande sentimento de dor e saudade e o desejo de sair pelo mundo à procura de alguém persiste em seu peito.

Determinado, o elfo prepara uma bolsa de viagem e solicita à rainha que lhe ceda um cavalo. Bethrynna envia um recado a ela através de Emílio.

— "Meu caro Reuel, não consigo entender seu pedido repentino por um cavalo, mas como soube sobre sua notável recuperação, me recusei a negar tal pedido. Emílio está levando até você o nosso melhor alazão, ele se chama Asfaloth, que sua força e velocidade lhe beneficie em sua busca. E que bons ventos o traga de volta.

Reuel prepara Asfaloth com uma sela dupla sem entender o motivo e após uma breve despedida de Emílio, parte em busca do seu novo sonho. Algo o diz que ele deveria averiguar a floresta de Liriel e ele segue para lá. Dia e noite Reuel percorre a floresta sem saber o que procura. Um ano se passou e Reuel segue buscando em Liriel algo ou alguém. Sua mente não recorda, apenas o sentimento persiste.

Em uma noite de verão Reuel sente o corpo arder de calor e resolve ir até um lago próximo a onde ficava seu antigo abrigo. Ao chegar no lago ele nota uma mulher se banhando nele. Seu coração dispara, algo lhe diz que ele finalmente encontrou o que queria, mas quem seria essa mulher. A curiosidade guia seus pés até a margem do lago. Ao chegar na margem, um galho quebrado o denuncia. 

— Ah!!!

— Perdão minha senhora, não fiz por mal, achei por um momento que a senhora estivesse em apuros, estou me retirando nesse momento e…

— Espere! Ajude-me, por favor!

A voz desperta em Reuel uma vaga lembrança de uma jovem pedindo ajuda com o mesmo tom de voz,  para, ainda de costas esperando até que a jovem se vista.

— Estou à procura de Aurethel, preciso falar com a Rainha e com o Sumo Sacerdote que lutou na batalha dos Elfos Negros…

— Há muito tempo não sou chamado assim, entreguei minha posição logo após a batalha contra os elfos das trevas.

— Por qual motivo? Essa batalha,  não teve um final feliz?

— Não… perdi um grande amor durante ela.

— Sinto muito por sua perda… eu também perdi meu grande amor e agora estou buscando encontrá-lo, mas não me lembro como ele é, minha única pista está em Aurethel, talvez eles saibam onde posso encontrá-lo

— Bom Jovem Dama, não sou mais o Sumo Sacerdote, mas ainda tenho acesso a Aurethel e posso lhe ajudar a encontrar o que procura.

— Verdade?

— Sim.

— Muito Obrigada Vossa Eminência!

— Reuel, me chamo Reuel e você como se chama?

— Zoya!  

Reuel se vira e encontra os olhos de Zoya, um aroma familiar adentra pelo seu nariz e ele se toca involuntariamente em seu rosto. Zoya o encara como se estivesse tentando descobrir algo. De repente ambos se afastam abruptamente

— Me desculpe, não tive a intenção de …

— Tudo bem Reuel, vamos, preciso recolher minhas coisas e seguir em direção a Aurethel. 

— Minha senhora, ainda é noite, não é seguro viajar por essa região a noite.

— Certo, devo confiar em você, não me recordo muito de muita coisa, perdi minha memória após a guerra e só agora consegui encontrar alguém de fato confiável.

— Você tem se abrigado em algum lugar?

— Ah Sim! Eu lembrei de um chalé, por sorte os últimos seres que o habitaram deixaram o chalé ainda bem organizado, me pergunto quem esteve nesse lugar.

Reuel olha admirado o Chalé, foi ele e seu grande amor quem estiveram aqui.

— Eu sei quem foram os habitantes deste chalé. Reuel diz com os olhos marejados, ele abaixa a cabeça e enxuga as lágrimas.

 - Sinto muito Reuel, na verdade, sinto uma grande saudade quando estou aqui, é como se eu já tivesse vivido aqui, talvez em vidas passadas.

— Elfos não possuem vidas passadas, vivemos apenas uma única e longa vida.

— De fato… 

O silêncio recai sobre eles e um barulho constrangedor é ouvido. 

— Desculpe, eu estou Faminta.

— Oh! me permita preparar algo para comermos.

— Muito Obrigada, o que você sabe preparar?

— Gosto de cozinhar vegetais, mas também cozinho..

— Aves! Eu amo ensopado de codorna! 

Reuel se assusta mais uma vez com a velocidade em que Zoya completa sua frase. Como se eles se conhecem há vários anos, porém ele não se recorda de ter estado com ela. Ambos jantam e conversam sobre trivialidades enquanto a noite vai caindo. Zoya se sente bastante sonolenta e percebe que acaba de aparecer um incômodo para ambos. Há apenas uma cama.

— Você descansa, eu fico vigiando o chalé. Diz Reuel

— De forma alguma! Responde Zoya. - Você precisa descansar pra me guiar até Aurethel, se estiver exausto como saberá o caminho correto?

— Não é incômodo pra mim dormir sentado se necessário for.

— Mas eu me sentiria incomodada. Podemos dividir a cama, confio em você, sinto que você jamais faltaria com respeito para comigo.

— Minha senhora, me sinto constrangido.

— Então façamos assim. Deita minha cabeça nessa direção e você de costas para mim. O que acha?

— Justo.

— Então está decidido. Agora vamos dormir que meus olhos estão brigando entre si para se manterem abertos.

Zoya deita-se de costas para Reuel e logo adormece. Reuel olha o céu pela claraboia e se lembra dos momentos de amor que teve com sua amada nessa mesma cama. De repente sente um braço delicado envolvendo seu peito e sussurrando.

— Senti tanto sua falta, meu grande amor.

Seu coração dispara e ao virar tem a impressão de estar vendo sua Zoya deitada sobre seu peito, ele toca o braço da elfa e com cuidado retira o braço de cima do seu peito e vira de costas para ela fechando os olhos e forçando a dormir. Ao amanhecer Reuel sente que está sendo observado por alguém e abre os olhos devagar. Muito próximo ao seu rosto está o da elfa olhando para ele com um ar de curiosidade.  Ele se afasta assustado e Zoya diz:

— Desculpe, eu tentei de tantas formas acordar você. Nossa, seu sono é bem pesado!

— Não dormia dessa forma há bastante tempo.

— Eu preparei algumas frutas para nosso desjejum. Não estão tão boas quanto seu ensopado da ceia, mas estão gostosas. Venha! Estou animada para chegar em Aurethel

— Certo. 

Zoya serve Aurethel e em seguida se serve, ambos comem animados e logo conversam sobre qual caminho seguir até Aurethel.

— Precisamos seguir pelo vale de Bri até chegarmos ao Leste de Liriel. Essa é uma enorme Floresta e faz uma pequena fronteira com Aurethel.

— Não à toa nunca consegui chegar até Aurethel. Sempre evitei o vale de Bri, que bom que encontrei você mestre Reuel.

— Mestre Reuel, isso foi novidade pra mim agora.

— Pois não é? Desde que nos conhecemos você tem me ensinado bastante.

— Não sou digno de tal cargo, pode me chamar só de Reuel.

— Está bem, mas em meu coração já és meu mestre. Zoya se levanta com um sorriso sincero em seu rosto o que deixa Reuel descompensado.

— Vamos! Temos muito caminho pela frente e eu vou precisar de muitas pernas para chegar em Aurethel.

— Asfaloth pode nos levar, por sorte ele está usando uma sela dupla. Conseguiremos cavalgar com conforto e segurança.

— Oh Nobre Asfaloth! Agradeço aos céus por sua vida equina! 

Ambos pegam seus pertences e montando em Asfaloth seguem em direção a Aurethel com algumas pequenas pausas para satisfazer a sede do cavalo e da elfa curiosa que é Zoya. Reuel sente-se em paz com a muito não sentia, olhando para a elfa que conhecera a pouco tempo. 


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