Após 3 dias de viagem, finalmente se aproximam de Aurethel e Zoya encantada diz:

— Uau! É exatamente como em meus sonhos, estou prestes a desvendar um grande segredo. sinto isso em meu coração.

— Espero que você encontre o que tanto almeja nas boas terras de Aurethel.

Não demora e são recebidos por Emílio que ao ver a Elfa tem uma reação inesperada. 

— Sejam Bem Vindos a Aurethel senhores. Reuel, meu grande amigo, já faz tempo que não nos encontramos e trouxe a pura beleza contigo.

— Emilio, sempre cortês em suas recepções com o elfos e sempre galanteador com as damas, sejam elas de quais raças forem.

Ambos se cumprimentam com um caloroso abraço e Emílio em uma reverência beija a mão de Zoya que fica sem reação e ruboresce a face. 

— Muito prazer, me chamo Zoya, vim a Aurethel em uma missão.

Emilio assustado levanta os olhos para a elfa e seu rosto se enche de uma confusa alegria, como se recebesse um parente distante que a muito não via. 

— Minha senhora, é uma honra recebê-la de volta. Quanta alegria trouxe a esse coração, espero que sua missão seja um Enlace Matrimonial pois seu noivo a espera a meses.

— Noivo?! Então você conhece meu noivo?

— Por certo que sim, arrisco dizer que…

— Emilio, do que você está falando? Interrompe Reuel completamente intrigado.

— Meu senhor, não está claro? Zoya, sua amada bem em sua frente? 

Reuel pigarreia e Zoya começa a rir da atitude de Emílio. O que o deixa fica confuso e contrariado:

— Perdão, o que está acontecendo, não estou entendendo o motivo do riso.

— Emilio, agradeço sua gentileza como cupido, mas ela é Zoya a elfa. e apesar de termos uma história de vida semelhante, perceba, ela é uma elfa, não uma humana… Não tem nada em comum com minha amada a não ser o nome. 

Nesse momento, Zoya para de rir e olha para Reuel como quem se lembra de algo, porém segue calada, seu rosto entristece um pouco como quem sente falta de algo. 

— Perdão minha senhora, não queria constrangê-la

— Tudo bem Emilio.

— Você disse que veio em uma missão, posso lhe ajudar?

— Sim, eu procuro por Aurethel tem um pouco mais de um ano, em um sonho que me toma todas as noites, alguém me fala que preciso ter com a Rainha de Aurethel e com o Sumo sacerdote em busca do meu grande amor. Por sorte encontrei mestre, desculpe, Reuel e ele se dispôs a me trazer até aqui.

— Entendo… Mas uma vez peço perdão pelo mal entendido, a levarei a presença de vossa Majestade a Rainha Bethrynna imediatamente.

— Muito obrigada, nobre Emilio.

— Reuel, ou devo chamar de Mestre Reuel, nos acompanha? 

Reuel franze a testa olhando para Emílio com ar de desaprovação enquanto o elfo sorri sarcasticamente para ele, oferecendo o braço para a jovem Elfa. Emilio dá aos guardas o comando para cuidarem de Asfaloth e segue com Reuel e Zoya pelas vias de Aurethel em direção ao Santuário. Zoya olha para todos os lados deslumbrada e emocionada, Reuel a observa e sente-se estranhamente enciumado ao ver que Emílio está como um guia turístico lhe mostrando todos os pontos da região. Ao passarem em frente ao templo, Zoya e Reuel se entreolham, mas logo desviam o olhar, fazendo Emilio ter certeza de que estava certo o tempo todo. 

Ao chegarem no Santuário Emílio diz: 

— E aqui estamos, no Santuário da Rainha Bethrynna.

— Ele é exatamente como no meus sonhos. Posso entrar?

— Sim, porém deixe-me primeiro informá-la que você deseja lhe vê-la, por gentileza, aguarde aqui com o Mes… digo, com Reuel.

— Eu aguardo. Diz Zoya com um singelo sorriso. 

Emilio entra no salão e não demora retorna olhando para eles com um olhar confiante. 

— Lady Zoya, a rainha irá lhe receber agora.

— Ah que ótimo, vamos!

— Esperem… Ela pede para que Zoya entre sozinha, depois irá falar com Reuel a sós também.

— Ah… entendi… Bem, aqui vou eu.

Zoya entra no salão e Emílio se põe na frente de Reuel o encarando. 

— O que houve?

— Você não sente nada?

— Sentir? Você fala em relação à jovem Zoya?

— Pelos Deuses, como você não percebeu ainda? Eu julgava você tão mais perspicaz…

— Emílio, não sei do que você está falando, mas se acha que posso simplesmente esquecer Zoya por causa de uma outra pessoa com o mesmo nome, esqueça, isso não é o certo a fazer e eu não quero ferir os sentimentos de mais ninguém.

— Justo, mas gostaria de lhe informar meu nobre sumo sacerdote, que eu acabo de testemunhar um milagre e estou muito maravilhado. Meu maior desejo agora é que você também o perceba.

— Milagre…? 

Zoya sai do templo bastante confusa olha para os elfos e diz: 

— A rainha é tão gentil, mas não entendi nada do que ela falou sobre meu sonho, apenas falou que no Templo ele se revelará… ou seria no Tempo? de qualquer forma. Mestre Reuel, ela pediu que eu lhe informa-se que agora ela deseja lhe falar.

— Já pedi a você que não me chame de mestre.

— Perdão. 

Reuel faz uma reverência e entra para o Salão. Zoya se vira para Emílio e diz: 

— Emilio…

— Sim sim, devo levá-la aos aposentos da Dama Sagrada.

— Porquê?

— Talvez ao chegar lá, seu sonho lhe revele algo mais.

— Entendo… eu acho...

Enquanto Emílio leva Zoya para os aposentos da Dama Sagrada, Reuel se aproxima do trono de Bethrynna e após uma longa reverência dia:

— Vossa Majestade. Em que devo ser útil?

— Meu querido Sumo Sacerdote… Enfim a profecia se cumpriu!

— A que se refere minha senhora? 

Bethrynna olha para ele confusa e diz:

— Os deuses atenderam ao seu pedido… Você não lembra?

— Vossa Majestade, estou confuso, não és a única pessoa que me disse isso hoje, mas eu não consigo ver o que vocês veem.

— Então se aproxime, permita-me abençoa-lo para que enfim seu coração atribulado receba o que a muito você deseja e merece. 

Reuel se aproxima e uma luz tênue amarela emana de Bethrynna, ela Estende as mãos sobre a cabeça de Reuel e diz: 

— Que a graça dos deuses repouse sob seus olhos e que o grande poder do amor renasça em sua alma. Que no Templo Sagrado você possa se encontrar com a sua alma e que enfim possam viver por toda a eternidade.

— Que assim seja minha senhora. 

Bethrynna olha com gentileza para Reuel e diz: 

— Você realizou um feito inédito ao nosso povo, estou orgulhosa por você se dedicar tanto. Sua coragem e bravura seguirão nas histórias de nosso povo por toda a eternidade.

— Meu coração regozija ao ouvir isso, porém sigo confuso, é como se uma parte da minha memória tivesse sido apagada, sigo apenas com sentimentos, dor, saudade, tristeza. O que posso fazer para acalmar meu espírito?

— Descanse, e busque o templo quando perceber que precisa de orientação.

— O templo é um lugar de dor para mim, minha senhora.

— Pois será lá, que toda sua dor será curada. Eis a minha profecia. 

Reuel se despede da rainha em uma reverência formal e segue para seus aposentos a fim de descansar e refletir sobre tudo o que lhe foi dito. Ao entrar no seu cômodo a noite já está iniciando, pequenas estrelas já podem ser vistas no céu. Reuel se deita no Recamier como havia feito na última vez que esteve com Zoya em seu quarto, antes da fuga. ele olha para o céu e lágrimas escorrem por seus olhos. uma súbita vontade de ir ao templo o domina e ele mal se veste com uma túnica e segue em sua direção. 

Ao chegar lá, ele ouve um soluçar vindo de dentro do salão da fonte e uma voz feminina aos prantos ora: 

— Oh Deuses, eis que estou aqui, no lugar onde vocês me prometeram que encontraria meu grande amor, no entanto, ao que tudo indica ele não está aqui, não sinto mais sua presença e a dor da saudade me consome. Me ajudem a encontrar meu grande amor. 

Reuel entra cuidadosamente no templo e o ambiente muda para uma visão. Nele Zoya a Humana está na mesma posição que a elfa e as duas falam juntas a oração. Uma Voz etérea responde a Zoya: 

— Humana, lembre-se das suas últimas palavras ditas ao seu grande amor e ele ouvirá e responderá a sua declaração. 

As duas Zoyas se fundem em uma única pessoa que diz: 

— Reuel “Antan órenya tyenna, Antan melmenya tyenna, Ma meluvalyen tenn'oio?”

Ao que Reuel com Lágrimas nos olhos diz: 

— Zoya “Nalyë melmë cuilenya”.

Zoya se vira para Reuel e aos prantos corre para abraçá-lo. Reuel a beija desesperadamente, chorando copiosamente.

Aurethel está em festa! Reuel ansioso veste seu traje de Noivo

— Como ela estará?

— Estará sempre deslumbrante como sempre, mestre Reuel.

— Emilio… já pedi para você…

— Já sei, já sei… Parar de te chamar de Mestre.

— Parar de galantear as damas de Aurethel.

Ambos riem e Reuel finalmente pode relaxar. Não muito distante dali, Zoya se prepara para seu grande dia, cercada pelas damas de companhia da própria rainha.

— Estou bem?

— És a mais bela noiva de Aurethel minha senhora.

— Muito obrigada, Nienna.

— Por nada minha senhora, agora vamos, não é bom que a noiva atrase em sua própria cerimônia.

A praça de Celebração está coberta por flores e o aroma abunda nos narizes dos convidados. O altar decorado com Pérolas e fios de ouro complementam a beleza e as memórias do Enlace Matrimonial de Reuel e Zoya. 

A cerimônia se inicia e a emoção toma conta de todos que estão presentes. A própria Rainha Bethrynna celebra o Enlace e abençoa o casal. 

— Que agora ambos sigam em busca do próximo novo sonho.

— Que assim seja!

Fogos de artifício explodem na hora do Beijo dos Noivos e Grande Júbilo é ouvido. A festa e o Banquete são lembrados até os dias presentes, tamanha grandeza. Enfim duas Almas que se amam, finalmente se encontraram e após todas as dificuldades agora poderão viver juntas por toda a Eternidade.

FIM.