A angústia de Reuel escrita por Melian a Maia


Capítulo 11
Treino para sobrevivência.


Notas iniciais do capítulo

Para entender as referências é necessário ler ou jogar o livro Saga de Viera em Time Princess. Os personagens desse conto foram criados pela IGG para o Jogo Time Princess e meu conto apenas narra a história pela visão de outro personagem.
A partir do capítulo 9 todo diálogo e e trama desta história foram escritas por mim.



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Após conseguirem fugir, Reuel e Zoya conseguem se esconder em uma árvore frondosa na floresta de Liriel. As árvores de Liriel são como Gigantes Sequoias e alguns elfos nômades criaram pequenos chalés em seus interiores. Rústicos porém confortáveis para viajantes pelas terras de Aurethel. 

Reuel encontra um chalé abandonado, porém ainda muito bem conservado e após averiguar a segurança decide repousar com Zoya naquele lugar. Fora dos limites do Viera Oeste, o céu volta a exibir brilhantes estrelas e um luar espetacular. 

Reuel se concentra em deixar o chalé aquecido, mas sem levantar suspeitas de que alguém habita aquele lugar. Zoya busca em seus pertences roupas que possam servir de cobertores. Por sorte eles trouxeram ambos um capuz longo e grosso o suficiente para mantê-los aquecidos. No chalé há apenas uma casal rústica mas que cabem se assim for necessário. Há também uma mesa e uma área com um fogão a lenha semelhante a uma cozinha. Reuel busca ao redor por algo que possam se alimentar e beber. Volta com várias ervas e legumes. Zoya decide ajudá-lo a preparar algum alimento. O elfo ao ver Zoya cortando alguns tubérculos de repente começa a sorrir e seu sorriso se transforma em uma  agradável gargalhada. Zoya, intrigada olha pra ele e pergunta:

— O que foi? Fiz algo de errado?

— Não minha senhora, apenas me veio à memória a lembrança do dia em que na Biblioteca de Viera, você confundiu livros de culinária com livros de magia. Não sabes o quanto me esforcei para não rir e deixa-la constrangida. Me perdoe, mas hoje eu precisava rir de tal acontecimento.

— Tudo bem, foi realmente cômico e ao mesmo tempo desesperador. Me passar por uma dama tão mais instruída e estudada que eu, foi de certa forma muito desgastante. Pensando bem, após confessar a você a verdade, nunca me senti tão aliviada e leve em todos os dias que vivi aqui em Aurethel.

— Imagino quão grande e pesado tenha sido o fardo para você minha doce Zoya. Mas posso lhe assegurar que para mim o alívio veio também. O momento que você confessou que não era uma Dama Sagrada, não para os Humanos, me fez regozijar de alegria, foi meu passaporte para seguir o que meu coração tanto dizia.

— E o quê seu coração dizia?

— Que era você aquela a quem eu deveria proteger e amar. Aquela que veio mudar o meu mundo. 

Zoya sorri com os olhos ao ouvir tais palavras de Reuel e ele acaricia seu rosto e cabelos com ternura e desejo. 

— Quando vi você pela primeira vez senti que meu mundo só estaria completo se você estivesse ao meu lado… ainda que por tão pouco tempo. 

Zoya se entristece ao lembrar que a árvore sagrada foi destruída e seus olhos se enchem de lágrimas. Reuel enxuga suas lágrimas e oferece a ela uma tigela de caldo com legumes e um aroma muito agradável. 

— Está delicioso! Obrigada Reuel.

— Viu? A Magia também pode matar a fome, a ela chamamos de culinária.

— Você usou magia para cozinhar?

— Ok ok me rendo, eu costumava usufruir muito daqueles livros que você pegou na biblioteca.

— Interessante, conte-me mais sobre o que aprendeu na mágica arte de cozinhar?

— Agora não é o momento nem o local adequado para prolongarmos nossas conversas, você deve estar exausta e precisa descansar. Vá deitar e eu faço a guarda noturna.

— Posso ao menos pedir algo?

— Se estiver ao meu alcance, minha senhora, farei com todo prazer. 

Zoya então se aproxima de Reuel tocando seu peito e levando suas mãos até seu rosto. Ela olha nos olhos de Reuel e diz:

— Me tome em seus braços mais uma vez? Me deixe adormecer em seu peito, ouvindo o seu coração. Sentindo seu calor e amor. 

Reuel  ajeita os cabelos de Zoya ao longo de seu rosto e lhe beija profundamente enquanto suas mãos percorrem os botões de seu vestido. Zoya por sua vez despe o elfo gradativamente, observando e gravando na memória cada detalhe de seu corpo e a maciez de sua pele. Reuel acomoda Zoya cuidadosamente na cama e se põe por cima dela beijando cada centímetro do seu corpo, sentindo o cheiro suave que ela possui. E com movimentos lentos porém ritmados eles se entregam novamente ao momento mais efêmero e entorpecente do amor. Seus corpos unidos e suados custam a se afastar tamanho o prazer que ambos sentem. Reuel e Zoya gemem intensamente até alcançarem juntos, o prazer máximo. Os dois se abraçam e assim permanecem olhando para o céu através de uma claraboia. 

— O seu corpo é atualmente meu maior vício. Diz Reuel acariciando os seios de Zoya.

— Posso dizer o mesmo de você, como eu conseguia viver antes de te conhecer?

— Posso dizer o mesmo com uma ressalva. Passei milhares de anos apenas existindo nesse mundo até conhecer você.

— Quantos milhares de anos?

— Sete mil…

— SETE MIL?!!?

— Elfos não morrem por doença, a menos que sejam envenenados ou feridos em batalhas.

— Uau… sete mil anos… eu daria tudo para viver pelo menos até os 50.

— Eu daria tudo para que você pudesse viver muito mais que apenas 50 anos.

— Podemos orar para que os Deuses tenham piedade do nosso amor. 

Zoya fecha seus olhos e adormece soltando um longo suspiro. Reuel levanta com cuidado e resolve vigiar o sono de Zoya, pega os livros que trouxe de Viera Leste e folheia com a máxima atenção página por página em busca de algum fio de esperança em como ter a vida de Zoya Poupada.

Amanhece e Zoya não encontra Reuel ao seu lado. Assustada ela procura por ele desesperadamente, quando percebe alguém abrindo a porta.

— Ah!!!

— Sou eu minha senhora! Perdão! Eu assustei você.

— Reuel, onde estava? Que horas são?

— Não tenho o costume de contar o tempo, mas ainda está cedo, fui atrás de algo para nos alimentarmos e tenho algo a dizer.

— O que é?

— Vamos tomar nosso desjejum e então eu falarei.

— Certo, você está me deixando ansiosa e curiosa.

— O que você acha desses cogumelos?

— Ok ok já entendi, confesso que sinto falta de comer alguma carne, mas não ousaria te pedir pra fazer algo que vai contra seus princípios.

— Agradeço seu respeito, mas não sou proibido de caçar, apenas não temos o costume de tal. Se você desejar posso caçar algo pra você ou melhor… posso te ensinar a caçar.

— Me ensinaria?

— Claro! Vamos terminar nossa alimentação e te mostro, inclusive, era exatamente essa a pauta para após o desjejum, mas minha amada humana como era de se esperar é sempre bastante apressada. Não a culpo, eu também seria se vivesse tão pouco.

Zoya constrangida mais uma vez enrola para terminar sua alimentação. Reuel apenas sorri pra ela e se levanta para vestir algo mais apropriado.

Olga observa agora aquele que só usava trajes religiosos usando roupas triviais e prendendo seus cabelos para que não atrapalhe suas tarefas.

Ela se levanta e diz:

— Pronto, podemos ir agora.

— Certo, vamos começar com arco e flecha.

Reuel entrega o arco para Zoya e lhe instrui sobre as posições de braço e de como o arco precisa estar posicionado próximo a direção dos olhos. 

— Muito bem, vejamos quão boa é sua mira. Tente acertar aquele alvo.

— Entendi. 

Zoya se concentra no alvo sem perceber que Reuel está bem próximo aos seus ouvidos. Ele sopra levemente fazendo ela se desconcentrar e errar bastante o alvo.

— Isso não é justo! Protesta Zoya.

— Isso é a base principal do treinamento. Não perder o foco, mesmo com o menor dos distrativos.

— Entendi, vou tentar mais uma vez. 

Zoya se mostra bastante determinada dessa vez e Reuel tenta distraí-la mais uma vez. Ela acerta muito bem o alvo e ele admirado a elogia

— Perfeito! Sua facilidade de aprendizagem me impressiona!

— Muito obrigada! Acho que gostei de usar arco e flecha!

— Se continuar assim, será a melhor arqueira de Aurethel.

— Hahahaha, não creio que chegue a esse nível tão habilidoso.

— Não subestime seu tutor. Reuel toma o arco e sem olhar para o alvo acerta bem no centro.

— Ok ok você me surpreendeu seu elfo exibido. Zoya lhe beija e vai até o alvo buscar a flecha quando se sente tonta e desfalece ao chão.

— Zoya! Você está bem?

— Eu me sinto fraca e tudo gira.

— Venha eu levo você pra dentro do chalé, talvez tenhamos nos esforçado demais. 

Reuel carrega Zoya em seus braços e a leva de volta ao abrigo. 

Ele deixa Zoya descansando no abrigo e sai em busca de alguma caça para lhe fazer uma surpresa. Voltando com duas aves, ele prepara um ensopado bem aromático, tão aromático que desperta uma Zoya faminta. 

— Que aroma maravilhoso é esse?

— Enquanto descansava eu fui atrás de algo que você tem mais costume de comer. Achei duas aves, codornas e estou finalizando um ensopado com batatas e ervas finas.

— Uau! Estou faminta, tão faminta que comeria cru se tivesse a oportunidade.

— Então sente-se que já irei servi-la.

— Não vai comer comigo… desculpe, claro que não, fui inconveniente.

— Irei comer, não as aves, são pequenas e você está faminta, comerei vegetais. 

Zoya recebe uma tigela tão apetitosa que quase não espera Reuel se sentar.  Ambos comem a ceia e resolvem sentar embaixo da claraboia para contemplar a noite. Reuel sente vontade de entoar um canto e começa a cantar. Zoya ouve admirada, encantada com a bela canção. Ao finalizar, Reuel solta um longo suspiro.

— Sobre o que ela fala?

— Fala sobre estar longe de casa e sobre retornar ao lar.

— A melodia é maravilhosa

— Preciso lhe ensinar mais a língua do meu povo.

— Eu adoraria. Adoraria conhecer tudo sobre seu povo.

— E irá. Mas agora precisa descansar, amanhã continuaremos com treinos de arco e flecha e espada também.

— Até espada?

— Sim, você precisa saber se proteger.

— Devo estar vivendo o melhor dos meus dias, é um sonho tão lindo e de certa forma louco. Jamais imaginaria que estaria amando um elfo e aprendendo tanto com ele.

— Amando… É a primeira vez que você declara isso.

— Então deixe-me formalizar ainda mais. 

Zoya se põe em frente a Reuel e olhando em seus olhos diz: 

— Reuel de Aurethel, eu Zoya de Lena, estou amando você intensamente.

— Eu também, Zoya de Lena, estou amando você Intensamente. 

Eles se beijam, se abraçam e voltam a admirar as estrelas no céu de Aurethel.


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