Memórias Paternas escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 2
O pai da noiva


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo da minha shortfic, espero que estejam gostando e se emocionando com esses pequenos contos em homenagem a esses pais incríveis.
Beijos e uma boa leitura a todos.

Música do capitulo:
https://www.youtube.com/watch?v=nrWMBC6yoME

Vestido de noiva usado pela Ária:
https://www.facebook.com/photo/?fbid=2739457253011111&set=pcb.2622799191198863

Brincos que Ária ganhou do pai:
https://www.facebook.com/photo?fbid=2739457386344431&set=pcb.2622799191198863

Roll royce:
https://www.facebook.com/photo?fbid=2739457313011105&set=pcb.2622799191198863



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POV. ELLIOT THOMPSON

Me levantei da cama com cuidado, temendo acordar minha esposa que ainda dormia profundamente, sai do quarto e fui dar uma olhada nos nossos filhos para saber se os dois estavam cobertos, pois a madrugada estava meio fria dando assim sinais de que o verão londrino estava indo embora, para que o inverno tomasse o seu lugar.

Abri a porta do quarto de Benjamin, antes de me aproximar do seu berço onde meu filho de quase dois anos dormia profundamente, sorri encantado com sua serenidade e inocência comum em um bebê dessa idade. Com cuidado para não acordá-lo, ajeitei sua coberta e me inclinei sob o berço para beijar seus cabelos escuros, saindo em seguida dali.

Quando me aproximei do quarto da minha filha, fiquei surpreso em ver que a porta estava aberta e não havia ninguém ali. Preocupado, desci as escadas em busca dela e a encontrei na cozinha comendo um pote de sorvete, como se estivesse prestes a enfrentar a terceira guerra mundial.

—O que está fazendo aqui embaixo a essa hora e ainda comendo sorvete, Carolina? - questionei confuso e minha filha deixou a colher cheia de sorvete cair no chão, devido ao susto de ser surpreendida.

—Meu Deus, pai...Quer me matar do coração?!-Ária reclamou virando para me ver assustada, enquanto colocava a não direita em seu peito, no local exato em que seu coração ficava provavelmente tentando aclamá-lo.

—Não, amor e me desculpe pelo susto. Mas estou curioso, para saber o que está fazendo aqui embaixo de madrugada comendo um pote de sorvete. - disse confuso caminhando em sua direção e me sentando ao seu lado. -Por acaso, você não está se sentindo bem?

—Estou bem, pai...Pelo menos, acho que estou bem. - Ária disse suave se levantando da cadeira em que estava sentada, recolhendo a colher que havia derrubado em cima da mesa, antes de ir até a pia da cozinha e voltar com um pano de prato, para limpar a sujeira que a colher havia feito na mesa ao cair.

—Ária. - disse sério segurando suas mãos, impedindo-a de continuar a limpar a mesa para que pudesse olhar nos meus olhos. -Amor, conheço você desde que nasceu e sei quando algo está lhe incomodando, apenas se abra com seu velho pai, afinal nunca tivemos segredos entre nós.

—Tem certeza disso, pai? - ela questionou e revirei os olhos, me lembrando da única vez em que escondi algo da minha filha.

—Em minha defesa, você era apenas uma criança, a minha criança e não merecia saber que a minha relação com a sua mãe não era boa, mas agora é diferente, Ária. Odeio admitir, mas a minha garotinha cresceu, se tornou uma adulta que daqui a algumas horas estará casada.

—Por favor, não me lembre disso. - ela implorou nervosa e estreitei os olhos, sem entender o seu nervosismo. Com cuidado, me levantei da cadeira em que estava sentado e segurei as mãos da minha filha olhando em seus olhos, tentando descobrir o que estava acontecendo para que ela temesse tanto se casar.

—Meu amor, o que aconteceu? Porque está tão temerosa em se casar? Henry fez ou disse algo que a desagradou? Porque se foi, não precisa se casar com ele se não quiser. Basta apenas me dizer que não quer mais se casar que do resto eu cuido... Principalmente do seu noivo. - disse furioso pensando nas várias formas que mostraria ao meu ex-futuro genro, o que acontecia ao homem que partia o coração da minha garotinha.

—Isso é lindo, pai, mas Henry não fez nada que me desagradou. Ele continua sendo o melhor homem que já conheci na vida, eu o amo mais do que tudo no mundo e quero muito me casar com ele, mas...- ela sussurrou temerosa e apertei suas mãos de leve, assegurando que estava pronto para lhe ouvir sem julgar, não importasse o que fosse.

—Mas? - questionei preocupado, incentivando-a a continuar falando.

—Mas tenho medo de ser como a Clara...De não ser uma boa mãe como ela foi...De fazer o Henry sofrer ao meu lado, pai... E não quero ser como ela...Não quero fazer o homem que amo infeliz, como ela fez com o senhor. -Ária soluçou apavorada com essa possibilidade e a envolvi nos meus braços abraçando-a apertando e acariciando suas costas com carinho, tentando acalmar minha filha e afastar seus temores.

Depois que Clara morreu e nossa filha soube toda a verdade que escondi dela por anos, Ária deixou de se referir a ela como sua mãe, para a minha filha a única mãe que ela tinha e reconhecia era Leah. Minha esposa ficou emocionada com o gesto dela, mas deixou claro que jamais ocuparia o lugar que cabia a Clara, como mãe biológica, mesmo que Ária não quisesse lembrar dela ou considerá-la como tal.

Leah e Ária eram tão unidas e amorosas com a outra, que muitas pessoas ficavam surpresas quando minha filha dizia que ela não era sua mãe biológica, mas sabia que para as duas a falta de não compartilharem laços sanguíneos, não diminuía o amor e admiração que sentiam uma pela outra, desde que se aceitaram como mãe e filha.

Assim que minha filha parou de chorar a afastei do meu peito, para olhar seus olhos castanhos escuros iguais aos meus, enxugando suas lágrimas com as pontas dos meus dedos sem deixar de olhar em seus olhos.

—Quero que preste bastante atenção no que irei dizer, Ária Thompson. A Clara pode ser sua mãe biológica e isso é um fato do qual não poderemos mudar, mas eu sou o seu pai. Você é cinquenta por cento minha biologicamente e cinquenta por cento do coração da sua outra mãe, por isso mesmo que tenha os genes da Clara, sei que jamais faria o Henry ou qualquer outra pessoa infeliz, muito menos não ser uma boa mãe, porque filha, você é a pessoa mais doce e carinhosa que conheço, capaz de tudo para defender quem ama.- disse seguro olhando em seus olhos para que ela acreditasse nas minhas palavras.

—Como pode ter tanta certeza disso, pai? Se nem eu mesma tenho. - ela questionou incerta e sorri amoroso para minha filha.

—Porque conheço seu coração, Carol, assim como sei o quanto ama o Henry e amará os futuros filhos que tiverem, pois eles serão um pedaço do homem que ama, fruto da história de amor de vocês. A qual começou por causa de um trabalho de inglês, lembra? - questionei brincando e minha filha sorriu concordando, antes de me olhar com carinho.

—Lembro...Desde o começo, o senhor já pressentia que algo estava acontecendo entre nós, sem nunca ter acontecido nada.

—Claro, pais tem esse dom de ver as coisas além do que os filhos veem. - segredei brincando e minha filha sorriu amorosa para mim, apertando minha mão em seguida.

—Obrigada por me ouvir pai e principalmente por não julgar, diante das minhas inseguranças.

—Eu jamais faria isso, querida, sou seu pai e te amo acima de qualquer coisa, Ária. - disse sincero e minha filha sorriu amorosa para mim, antes de me abraçar com carinho.- É natural se sentir insegura, afinal dará um grande passo amanhã, mas quero que se lembre sempre do porque está dando esse passo quando seus temerosos vierem a tona.

—Vou lembrar, pai. - ela assegurou no meu peito e beijei o alto da sua cabeça com carinho, aproveitando aquele momento de pai e filha só nosso. -Vou sentir falta disso.... Do seu aconchego...De tê-lo sempre ao meu alcance, para me dar colo a qualquer hora...Vou sentir falta até do seu olhar severo e do famoso Ária Carolina, toda vez que aprontava.

E a péssima imitação da minha voz brava feita pela minha filha me fez sorrir, enquanto tentava segurar a minha própria emoção, ao lembrar que a partir de amanhã momentos como esse seriam raros, pois minha garotinha não moraria mais conosco. Mas não iria preocupá-la com meus próprios sentimentos, Ária já estava passando por muitas emoções as vésperas do seu casamento, e apesar da saudade que iria sentir meu coração estava tranquilo em saber que ela iria se unir ao homem que amava e que a amava mais do que tudo no mundo.

— Eu te amo muito, papai e vou sentir sua falta. - Ária sussurrou no meu pescoço enquanto estávamos abraçados, aproveitando assim para registrar na memória cada particularidade da minha filha.

Depois de um tempo a afastei dos meus braços, beijei sua testa com carinho e enxuguei suas lágrimas, enquanto olhava em seus olhos castanhos iguais aos meus.

—Querida, me permiti lhe dar três concelhos? Os mesmos concelhos que recebi do seu bisavô, na véspera do meu casamento com sua mãe.

—Claro que sim, pai. - Ária disse sincera e respirei fundo, antes de lhe dizer as mesmas palavras que meu avô havia me dito e que me guiaram durante todos esses anos, desde que os recebi.  

—Obrigada pelos conselhos, pai. Bom, acho que está na hora de voltar para a cama, afinal amanhã o dia será agitado.

—Você tem toda a razão querida. Pode ir subindo, vou ficar mais um pouco aqui em baixo.

—Tudo bem, pai. Boa noite. - minha filha disse se levantando da cadeira que estava sentada, me dando um beijo na testa seguindo para o seu quarto.

Assim que estava sozinho, sai da cozinha e fui até o meu escritório, fechei a porta e caminhei em direção a uma das estantes que haviam ali, onde guardava álbuns e DVDs de quando meus filhos eram pequenos, a maioria dos registros ali eram da minha primogênita já que meu filho havia nascido a quase dois anos.

Peguei um DVD que correspondia ao aniversário de quatro anos de Ária que teve como tema a cinderela, me sentei em frente ao computador que havia na minha mesa e coloquei o cd no aparelho, logo a tela se encheu com imagens de alguns anos atrás me fazendo reviver aquele momento sorrindo emocionado, enquanto me via dançar com minha filha no colo arrancando risadas da minha pequena princesa que havia se tornando uma linda jovem, me enchendo de orgulho todos os dias.

Me dando a plena certeza de que havia sido um bom pai para ela, deixando assim meu  coração mais tranquilo em vê-la partir.

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—Papai? - Benjamin me chamou e virei para vê-lo sentado ao meu lado em um dos sofás da sala que haviam sido colocados no corredor do segundo andar, dando mais espaço para a recepção do casamento da minha filha que seria realizada no jardim e no interior da nossa casa.

Estávamos sentados perto da porta do quarto de Ária, aguardando minha esposa sair do local para nos informar quando poderíamos entrar assim que ela estivesse pronta, pois queria entregar o presente de casamento a nossa filha, antes de levá-la até a igreja.

—Sim, amor. - disse suave olhando em seus olhos, antes de ajeitar sua pequena gravata e sorrir, ao vê-lo tão lindo usando sua roupa de pajem.

—É verdade que Ária não vai mais morar com a gente, papai? - ele questionou confuso e suspirei, antes de concordar o que deixou meu filho com os olhos cheios de lágrimas. - Não quero que minha irmã vá embora, quero que ela fique com a gente, papai.

Sem dizer uma palavra, peguei Benjamin no colo e o sentei de frente para mim enxugando suas lágrimas com carinho, enquanto dizia que tudo ficaria bem.

—Eu também, filho, mas sua irmã precisa seguir o destino dela. Ária precisa construir sua vida ao lado do Henry, formar sua própria família. - expliquei torcendo para que meu filho conseguisse entender o que estava lhe explicando, afinal Benjamin podia ser muito inteligente para a sua idade, mas ele ainda era uma criança de quase dois anos.

—Mas papai, somos a família da Ária e ela não precisa de outra se tem a gente, não é verdade? - Benjamin apontou sério esperando que concordasse com sua lógica, mas ao em vez disso apenas suspirei e afastei algumas mechas de cabelo dos seus olhos.

—Em parte sim, filhote, mas chega um momento na vida em que encontramos alguém que nos faz querer ficar ao seu lado para a vida toda, com quem queremos ampliar a família que já possuímos. - disse olhando em seus olhos e Benjamin balançou a cabeça, sinalizando que havia entendido o que lhe expliquei.

—Foi isso que aconteceu com o senhor e a mamãe? E agora está acontecendo com a Carol? - ele questionou curioso e sorri concordando.

—Sim, meu amor...E um dia, irá acontecer o mesmo com você.

—Espero que não, papai. Quero ficar com você e com a mamãe pra sempre. - meu filho disse feliz e me abraçou com carinho, enquanto sorria ao beijar seus cabelos escuros desfrutando esse momento em que meu filhote era pequeno. Sem qualquer tipo de responsabilidade, em relação a tribo da qual pertencia e que lideraria assim que tive atingindo a maior idade, isso se fosse do seu desejo, pois Leah e eu concordamos que não obrigaríamos Benjamin a ocupar seu lugar se não fosse da sua vontade.

—Depois dizem que as mulheres é que ficam emotivas em casamentos. - ouvi Leah dizer sorrindo e desviei os olhos de Benjamin, para ver minha esposa que estava linda usando um vestido rosa claro de tule acinturado, com detalhes de flores bordadas por todo o tecido.

—Acho que a emoção em casamentos não é algo só das mulheres, ainda mais quando se está prestes a casar sua única filha. - disse sincero tentando controlar minha própria emoção, enquanto colocava Benjamin no chão que correu em direção ao quarto da irmã e me levantei em seguida, caminhando em direção a minha esposa.

Sem dizer uma palavra Leah acariciou meu rosto com carinho, colocou uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha, antes de encostar sua testa na minha e acariciar meus cabelos me fazendo fechar os olhos, tentando assim controlar o caos emocional que estava dentro de mim.

—Eu sei querido, também estou dividida entre a felicidade e a tristeza, mas sei no fundo do meu coração que Henry é o homem certo para a nossa filhotinha. Ele irá fazê-la muito feliz, mas se não fizer terá que se entender com a mamãe loba aqui. - Leah segredou séria ainda acariciando meus cabelos e sorri, abrindo os olhos e acariciando a ponta do meu nariz com o seu, fazendo-a suspirar em contentamento.

—Odeio estragar seus planos em agir como a mamãe loba, mas se não se lembra amor, terá que ficar alguns meses sem se transformar, além de tentar evitar o estresse, afinal isso não fará bem a vocês. - disse olhando em seus olhos escuros repousando minha mão direita em seu ventre que ainda não demonstrava nenhum sinal da gravidez, afinal Leah ainda estava nas primeiras semanas de gestação.

—Lembro, mas adoro ver as pessoas tremerem de medo diante das minhas ameaças. - ela segredou e foi impossível não rir, ao me lembrar do famoso embate na sala de casa entre minha esposa, o cerimonialista do casamento e tia Alice. Uma discussão na qual tive que intervir, antes que o pobre coitado fosse estrangulado pelas duas, com as amostras das toalhas de mesa que havia trago para que escolhêssemos a decoração.

—Sei disso, meu bem, mas você precisa evitar o estresse, afinal isso não faz bem para nenhum dos dois. - disse preocupado ainda acariciando a barriga inexistente de Leah, onde nosso filho caçula estava sendo gerado, resultado das férias em família que passamos em Saint Tropez.

—Prometo que vou tentar não me estressar durante a gravidez, palavra de escoteira. -Leah disse levantando a mão direita e sorrir sem acreditar em sua promessa, afinal minha esposa jamais havia sido escoteira na vida.

—Vou fingir que acredito nisso, Leah Thompson. - segredei brincando e minha esposa sorriu, antes de nos beijarmos com carinho.

Assim que nos separamos, Leah entrelaçou sua mão a minha e me levou para o quarto da nossa filha que estava sentada na cama com Benjamin em seu colo, sem se importar se iria amassar o seu vestido de noiva, enquanto os dois brincavam de se esconder no véu que ela usava. No momento em que vi minha filha vestida de noiva, tão linda e delicada como um anjo, meus olhos se encheram de lágrimas, transbordando assim toda a emoção que estava guardada no meu coração.

—Há pai...- Ária disse emocionada assim que percebeu a minha presença, com cuidado tirou seu irmão do colo colocando-o sentado na cama e se levantou, caminhando em minha direção e me abraçando em seguida, enquanto chorava emocionado.

A emoção que estava sentindo, não era simplesmente por estar casando minha filha, mas também por reconhecer o vestido que ela estava usando, graças as fotos que meus avôs paternos me mostraram quando vim morar na Inglaterra.  A emoção havia sido em dobro por ver que Ária estava usando o mesmo vestido que minha mãe usou quando se casou com meu pai, algo que nem sabia que ainda existia depois de tanto tempo.

—Deus, amor... Como você achou esse vestido? - questionei com a voz embargada assim que consegui controlar minhas lágrimas, afastando em seguida minha filha dos meus braços para olhá-la melhor usando o vestido da sua avó paterna.

—A bisa Adélia me falou certa vez, que ainda guardava o vestido da vovó e perguntei se poderia vê-lo e ela concordou. Assim que o vi, o achei tão lindo e a bisa fez questão de me dá-lo, dizendo que minha avó ficaria feliz de me vê-lo usando algum dia. O vestido é da vovó Ava e o véu era da bisa Adélia, foi a forma que encontrei de ter a parte que se foi da nossa família presente no dia mais feliz da minha vida. -Ária disse emocionada e sorri orgulhoso pelo gesto da minha filha, antes de abraça-la novamente e beijar a sua testa com carinho.

Depois que conseguimos controlar a emoção, afastei minha filha dos meus braços novamente e olhei em seus olhos sorrindo emocionado, por ver que havia criado a minha garotinha da melhor forma possível e agora ela estava voando do ninho, para construir o seu felizes para sempre ao lado do homem que ama.

—Você está linda, filha. Desejo toda a felicidade do mundo para vocês, nessa nova etapa de suas vidas.

—Obrigada pai, sei que seremos muito felizes. - minha filha garantiu e sorri concordando, me separando dela para tirar um pequeno estojo preto do bolso do meu paletó, onde estava o presente de casamento de Ária.

—Espero que goste, meu amor. Sua mãe me disse que precisava de algo novo e uma coisa azul, para lhe dar boa sorte, segundo ela faz parte da tradição de um casamento. -expliquei entregando a pequena caixa para Ária que agradeceu, antes de abri-la revelando um delicado par de brincos de safiras azuis e diamantes, que combinariam perfeitamente com o vestido da minha filha.

—Pai ele é lindo, muito obrigada...Eu adorei. - ela disse amorosa, me abraçando em sinal de agradecimento pela joia.

Em seguida, tia Alice bateu na porta pedindo desculpas por interromper o nosso momento familiar, mas segundo ela se não nos apressássemos Ária chegaria muito atrasada para a cerimônia e concordamos, logo minha filha se separou de mim colocou os brincos que havia acabado de lhe dar, antes de ir retocar a maquiagem para que fossemos para a igreja.

A viagem até a igreja havia sido silenciosa, mas agradável, enquanto aproveitávamos a companhia um do outro, sentados lado a lado no banco de trás do clássico rolls royce preto, pertencente a nossa família. Assim que o motorista estacionou na porta da igreja de São Lucas, meu coração bateu acelerado, pois sabia que havia chegado a hora de entregar meu bem mais precioso a outra pessoa.

— Pronto para me levar até o homem que amo, papai? - Ária questionou suave sentada ao meu lado e respirei fundo, acalmando meu coração e minha emoção, antes de responder que sim.

Em seguida sai do carro e ajudei minha filha a descer, oferecendo meu braço o qual ela aceitou antes de andarmos em direção a igreja. Andei durante todo o caminho devagar, tentando fazer com que aquele momento durasse para sempre, mas assim que chegou a hora de entregar a mão do meu bem mais precioso, olhei nos olhos de Henry que estava visivelmente emocionado e olhava para Ária com tanto amor, que tive novamente a certeza de que estava entregando-a para o homem certo.

—Por favor, Henry, cuide bem da minha filha...Ária é o maior tesouro que possuo. - implorei sincero olhando em seus olhos azuis e ele me olhou de forma séria, antes de falar.

—Sei disso, Elliot e não se preocupe, a partir de hoje ela também será o maior tesouro que possuo. - Henry jurou sincero sem desviar os olhos dos meus e agradeci a ele, antes de beijar a testa da minha filha e colocar a sua mão em cima da dele, sinalizando que estava lhe confiando a felicidade e segurança da minha primogênita.

—Não se preocupe, amor. Tento certeza que a nossa lobinha será muito feliz. - Leah sussurrou no meu ouvido assim que fiquei ao seu lado no altar e concordei pois, era tudo o que mais desejava nesse mundo para os nossos filhos, que eles fossem felizes.

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Sorri feliz sentado em minha mesa ao lado da minha esposa, vendo nossa filha sorrindo alegre de mãos dadas com o marido, ambos radiantes cumprimentando os convidados que estavam na recepção, enquanto Benjamin estava no colo de tia Esme, sua madrinha, em frente a mesa dos doces esperando que seu padrinho, tio Carlisle, colocasse alguns doces de sua escolha em um prato para que meu filho experimentasse.

Assim que nos viu Ária sorriu para nós, se inclinou para sussurrar algo no ouvido do marido que concordou lhe dando um beijo na testa, antes dela se afastar dele e caminhar em direção a nossa mesa,  fiquei surpreso ao ouvir uma música familiar começar a tocar no ambiente, a mesma musica que dancei com a minha filha em seu aniversário de quatro anos com o tema da cinderela, me deixando surpreso por ela se lembrar dela.

—Mãe, será que poderia roubar o papai alguns minutinhos de você? - Ária questionou para a minha esposa que sorriu concordando, antes de comer o seu quarto bem casado e gemer satisfeita nos fazendo rir. Afinal, minha esposa nunca gostou de doces, mas desde que descobriu que estava grávida novamente, Leah havia virado amante de tudo que tivesse açúcar em sua composição.

—Me daria a honra de dançar mais uma vez a nossa música, pai. - Ária pediu parada em minha frente, me oferecendo sua mão e concordei sorrindo, antes de conduzir minha filha até a pista de dança para que tivéssemos a famosa dança de pai e filha, meu último momento com a minha garotinha, antes dela formar sua própria família.

E não poderia estar mais feliz por ela ter encontrado alguém que a amasse incondicionalmente, capaz de tudo para fazê-la feliz deixando assim meu coração de pai mais calmo em ver a sua garotinha partir.

—Pai, quero lhe agradecer...Agradecer por todo amor, carinho, dedicação e sacrifícios que fez por mim, jamais serei capaz de retribuir tudo que fez. - Ária sussurrou no meu pescoço, enquanto dançávamos de forma lenta e beijei seus cabelos com carinho.

—Não precisa me agradecer, meu amor, tudo que fiz foi por amor a você. Um pai é capaz de tudo por seus filhos. - segredei suave e ela sorriu amorosa para mim me olhando nos olhos.

—Eu te amo muito, papai. - Ária disse sincera sem desviar os olhos dos meus e sorri emocionando para a minha garotinha, que havia se tornando uma mulher incrível me deixando orgulhoso todos os dias.

—Eu também te amo, filha. Te amo, pra sempre. - disse amoroso enquanto continuávamos a dançar, aproveitando o nosso momento de pai e filha, antes dela partir para a lua de mel.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham se emocionado com o capitulo de hoje, e aos leitores fantasmas, apareçam gente...Estou ansiosa para saber o que estão achando dessa shortfic.
Beijos e até o próximo domingo, que será narrado pelo Benjamin.
Um bom começo de semana para todos.
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️



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