Invader Kitty escrita por Tord


Capítulo 2
Amizade e Rivalidade




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Calmamente aquela pequena criatura alienígena caminha por sua casa até chegar à cozinha e chegando lá, abre a porta do forno e se enfia lá dentro, acabando por acessar um túnel secreto que a levou até um grandioso laboratório no subterrâneo do terreno. 

As paredes de metal eram em partes recobertas por uma infinidade de cabos, parafusos gigantes e painéis de energia. A sala era iluminada por uma luz arroxeada e era dividida entre computadores e bancadas que continham uma variedade de bugigangas e experimentos. 

—Computador, acesse o computador dos altíssimos e me mostre informações sobre o Invasor Zim! Seja cuidadoso. Não deixe rastros!

—Sim, senhora! — A voz feminina computadorizada a responde prontamente, formando uma tela holográfica a sua frente que exibia vários códigos enquanto fazia sua busca.

Enquanto a máquina trabalhava, a pequena Alien se senta na poltrona que se encontrava à frente do computador, apoiando seu braço no encosto do assento e sua cabeça sobre a mão.

—Zim... Não fazia parte dos meus planos ter que lidar com você. Hm?

Andando desajeitadamente, um som metálico se aproxima, atraindo a atenção de Elise e logo revelando um pequeno robozinho SIR, com um lacinho verde preso à antena de sua cabeça. Carregava em suas mãozinhas uma bandeja com um copo.

—Milkshake, mestra? 

—Ah! Obrigada! – Pega o copo, sugando o conteúdo pelo canudo e imediatamente abrindo um sorriso satisfeito. – Aaah! Comida terráquea é boa demaaaais! – Tomando mais um pouco, deliciando-se com o sabor de morango. – Me diga Doggy, você por acaso sabe algo sobre o invasor Zim?

No instante que ouve aquele nome, a unidade SIR assume um brilho avermelhado em seus olhos, e de repente milhares de armas, lasers e lâminas surgem por compartimentos que se abrem por seu corpo, prontos para causar uma chacina. 

—ZIIIIIM!! – Grita com uma voz grave assustadora.

—AAAH! NÃO! NÃO! – Tentando acalma-la com as mãos. - Errn... Doggy! Me pegue um sorvete! 

Automaticamente a robô para o que fazia e seus olhos voltam a brilhar num tom esverdeado. 

—Sim, mestra! – Sai saltitando.

—Aaah... – Suspira pesadamente, largando seu corpo sobre a poltrona. – Ok, talvez não seja uma boa ideia mencioná-lo perto da Doggy.

Busca concluída! 

—Oh! – Encara a tela holográfica. – Me mostre!

Seguindo o comando de Elise, a tela passa a exibir uma ficha com uma foto de Zim e algumas informações descritas ao seu lado. 

Invasor Zim é um irken invasor da frota armada irken, vindo do planeta Irk, lar dos Irkens.

Um Irken, entendido. 

Foi participante na Operação Ameaça de Ruína I.

—Oooh! – Arregala seus olhos. - Eu me lembro agora. Ele é o doido que começou a explodir o planeta Irk todo antes de começar a operação. – Suspira mau humorada. – Pensei que ele havia sido banido da frota de invasão e sido designado a trabalhar no refeitório! 

Ele foi

—Então o que ele está fazendo na terra? O planeta Terra sempre foi insignificante para os Irkens! Nunca esteve na linha de fogo! 

Zim está aqui para uma missão secreta.

—“Missão Secreta”? – Suas antenas se agitam. - Mas sempre ouvi os altíssimos dizerem que os humanos eram nojentos demais para quererem conquistar algo aqui! Foi justamente por isso que vim para cá! – Cruza os braços.

Exato. Mas ele não sabe disso. 

EXPLIQUE! - Bate o punho sobre o encosto da poltrona.

De acordo com os arquivos extraídos do computador central dos altíssimos, eles encheram o saco com o mimimi do Zim e o mandaram passear nesse fim de mundo de HUMANOS PODRES E NOJENTOS E INSIGNIFICANTES! 

Heeeh! - Surpresa. - Computador, eu não sabia que detestava tanto assim esse planeta! 

—Eu não dou a mínima. Estou apenas lendo o que está escrito aqui.  

—Eh? Que arquivo está acessando, computador? - Bebe um golinho do milkshake.

—“Diário do Roxo.”

Elise cospe todo o milk-shake que bebia.

—AAAAAAH! SAIA DAÍ!!! SE OS ALTÍSSIMOS DESCOBRIREM NOSSA LOCALIZAÇÃO VAMOS PRECISAR FUGIR DE NOVO! 

Fechando arquivo. Não precisa ficar tão estressadinha. 

Elise suspira pesadamente. 

—Ah... Que complicação. – Passa as mãos por suas antenas. – O que eu faço...

—SEUS BOLINHOS, MESTRA! 

—AAARHG! – Quase cuspindo o próprio coração do peito. – DOGGY! NÃO ME ASSUSTE ASSIM! 

—Boliiiiinhos! - Sorri mais largo, esticando a bandeja para ela enquanto colocava a linguinha pra fora.

—Oh! – Encarando a bandeja de bolinhos que ela lhe estendia. – Obrigada, Doggy, mas eu pedi sorvete! 

Os olhos dela brilham em vermelho de novo.

—SORVEEEEEEEETE!!! – URRANDO NUMA VOZ GROSSA.

—Q-Q-QUER SABER? OS BOLINHOS ESTÃO ÓTIMOS! EU AMO BOLINHOS! – Pega a bandeja rapidamente. 

—..... – Abre um sorrisinho fofo. – Mais alguma coisa, mestra? 

—N-Não! – Sorriso amarelo. – Está tudo ótimo, Doggy! Obrigada! – A robozinha sai saltitando alegremente. – Aaah... Eu preciso dar um jeito de aprender como modificar a Doggy. Não será fácil continuar disfarçada com um robô assassino em casa. MAS! Voltando ao Zim... -Começa a andar de um lado para o outro. - Eu preciso dar um jeito de descobrir porque ele está aqui e se vai me causar problemas. – Coloca sua mão no queixo. – Talvez o humano Dib possa me ajudar. Ele parece inteligente! -Para de andar. - Computador! Busque informações sobre o humano Dib Membrana! 

—Buscando.... Busca finalizada! 

—Oh! Que rápido! Me mostre! 

Dib Membrana, 12 anos, sexo masculino. Um garoto humano que frequenta uma instituição chamada “Eskola”. É obcecado por coisas paranormais. Filho de Professor Membrana e irmão mais velho de Gaz Membrana. Gosta de histórias paranormais, quadrinhos, alienígenas e fundou uma comunidade chamada “Zim é um alienígena, sim” onde apenas ele participa. Ele adora um programa de TV intitulado “Mistérios misteriosos de estranhos mistérios” É um louco de pedra.

—Hoooh! Computador, você conseguiu mais informações do que eu esperava! Como fez isso tão rápido?

—Eu apenas olhei a página dele no Facebook.

—O que é “Facebook”? – Faz aspas com as mãos, cerrando os olhos. 

—Rede social terráquea que serve para os humanos pensarem que suas vidas são mais interessantes do que realmente são. 

—Oh. – Curiosa. – Mostre-me mais desse “Facebook”. 

O computador atendendo ao pedido de Elise passa a exibir em sua tela a página de perfil de Dib, o qual ela começa a rolar a tela enquanto fuçava no feed de sua página, buscando aprender mais sobre seu novo amigo. Aos pouquinhos, abre um leve sorrisinho enquanto olha as postagens. Após alguns segundos, volta seu olhar para o relógio e arregala os olhos ao ver que haviam se passado cinco horas.

—HEEEH? MAS EU ACABEI DE ABRIR ISSO!

Outra habilidade conhecida do Facebook é fazer o tempo passar como um foguete.

—Incrível... – Admirada. – Eu deveria ter um facebook também. 

Tanto faz. 

—Mas voltando ao Zim. – Salta da poltrona e começa a caminhar em círculos. – Dib parece conhecer bem o Zim. Se eu continuar próxima a ele, provavelmente eu posso descobrir o que ele está fazendo aqui! 

—Mas eu acabei de dizer o que ele está fazendo aqui!

—OU ENTÃO! Talvez eu mesma possa me aproximar do Zim e descobrir. Ele não parece ter visto além do meu glorioso disfarce.

Ai, ai, mereço.

—ALÉM DISSO! – Pausa dramática. – Aquele humano é uma gracinha, não acha? 

O acho medíocre. 

—Dib, Dib... No que você poderá me ajudar, hm? 

—x-

No dia seguinte, lá estava Elise novamente vestida com seu disfarce humano, sentadinha em sua carteira, encarando o lugar vazio de Dib a sua frente. Todos os alunos já estavam em seus devidos lugares, exceto Dib.

O sinal já havia batido há alguns minutos e Srta. Bitters já havia iniciado o discurso de ódio que insistia em chamar de aula. Dado alguns minutos de ausência, o garoto finalmente aparece entrando pela porta com uma feição mau-humorada no rosto. 

—Dib! É a terceira vez neste mês que chega atrasado!

—Srta Bitters, eu já disse que todo dia 15 eu preciso tomar uma injeção que me impede de virar uma linguiça humana! 

—Argh! - Bufa impaciente. - Pare de inventar desculpas malucas e vá se sentar! 

Atraindo risadas dos demais alunos, Dib marcha até sua carteira de forma mau-humorada, se sentando ali. 

“Linguiça”? — Elise o questiona baixinho assim que ele se senta. 

Uma vez Zim colocou uma tachinha na minha cadeira que continha DNA de linguiça.— Responde ranzinza. – Graças a ele eu acabei me transformando em uma, mas eu dei o troco nele e o espetei com a tachinha também. Felizmente eu consegui criar um antídoto temporário e voltei ao normal. Já ele eu não sei como voltou ao normal.

Oh! Fusão de DNA biológico! Nunca tinha visto fazerem isso com linguiça! Que curioso!

Novamente Dib a encara com o olhar atônito, descrente do que havia ouvido. 

P-Pera, você acredita em mim nisso? Nem eu acreditaria numa história maluca dessas! 

Claro! Já vi isso acontecer antes!— Abre um sorriso.

—O que? Já viu? Mas onde? - Também abre um sorriso, já empolgado.

—VOCÊS DOIS!! PAREM DE CONVERSAR!!

Imediatamente eles ficam em silêncio, voltando sua atenção aos livros. Dib começa a assistir a aula normalmente, enquanto Elise continua com sua atenção presa no outro.

Mas por que o Zim quis fazer isso com você? — Se ajoelha na cadeira e se debruça sobre a mesa para chegar mais perto dele.

—Eu te disse! Ele é um alien do mal! – Dib a responde num sussurro, sem se virar para trás. – Mas ninguém aqui acredita em mim. Ninguém vê que está na cara que ele é um alienígena! Eu sou o único que o impede de destruir esse planeta. Ele pode parecer um garoto normal, mas não confie nele! Zim é perigoso.

Elise volta a se sentar direito em sua cadeira, pensativa sobre o que Dib havia lhe contado. Por um momento volta seu olhar para Zim e em seguida encara as costas de Dib novamente. 

Discretamente, Elise estica sua mão até próximo do cabelo dele. O miolo da florzinha em sua pulseira se abre e de dentro dele sai uma pequena tesourinha robótica que coleta uma amostra do cabelo de Dib, a recolhendo em seu interior. 

Como se nada tivesse acontecido, Elise segura sua caneta e passa a anotar o conteúdo da lousa com um largo sorriso no rosto. Suas ações passam despercebidas pela maioria dos alunos daquela sala, exceto para o outro alien ali disfarçado.

—x-

—Olá, humana! 

Ao ouvir aquele chamado, Elise que até então guardava seus livros em seu armário, espia pela lateral da porta para ver quem estava ali e fica surpresa ao ver à sua frente, aquele garoto de pele verde.

—Zim! – Abre um sorriso. – Oi!

—Não venha com esse sorriso para cima de mim! O que você está tramando contra ZIIIM?! 

—Eh? - Tomba a cabeça para o lado. - Eu não sei do que está falando.

—Você não me engana, TOLA! – Zim cola seu rosto nela. – Eu estou de OOOOOLHO em VOCÊÊÊÊ!

—Você é amigo do Dib, não é? – Ignora completamente a fala dele.

—Amigo? HÁ! Até parece! Aquele VERME, não é digno de ser amigo de alguém com tamanha genialidade.

—Oh. – Coloca suas mãos atrás do corpo. - Eu achei que você como um garoto humano completamente normal iria ser amigo de todos os outros garotos humanos plenamente normais.

No mesmo instante Zim arregala seus olhos ao ser questionado daquela forma, tendo tão diretamente seu disfarce colocado em jogo por aquela garotinha estúpida. 

—Ah! Mas claro! – Pigarreia. – Claro que eu e o Dib somos... “amigos” – Pronuncia aquela palavra como se sentisse repulsa em dizê-la. 

Vendo Zim morder sua isca, Elise imediatamente abre um grande sorriso e segura ambas as mãos de Zim, as balançando em um cumprimento frenético enquanto mantinha um grande sorriso em seu rosto.

—Aaaaah! Nesse caso é um enorme prazer conhecê-lo, Zim! Eu sou Elise Cutícula! Todo amigo do Dib é meu amigo também!

—Não venha de papo furado! – Puxa suas mãos dela. - Eu VIIIII o que FEEEEZ!

—Huh?

—ZIM! 

Antes que Elise pudesse se mostrar afetada por ter sido vista, Dib aparece no corredor - Como sempre irritado pela presença de Zim. - indo para o lado de Elise.

—O que está tramando, Zim?

Zim abre um sorriso.

—Deveria perguntar isso a sua amiguinha, Dib.

—O que? – Dib encara Elise, que imediatamente abre um sorriso. – Do que está falando?

—Pergunte a ela! 

Novamente, Dib encara a amiga que dá de ombros parecendo tão confusa quanto ele. 

—Pare de inventar histórias, Zim! – Brabo. – Eu sei o que você quer! - Aponta para ele. - Percebeu que finalmente eu tenho uma aliada e por isso está se sentindo ameaçado! Agora somos dois contra um! – Abre um sorriso vitorioso. – Não vai nos colocar um contra o outro! Vem Elise! 

Dib dá as costas a seu inimigo, caminhando em direção ao refeitório e Elise o acompanha. Mas antes, quando o amigo se distancia alguns passos, Elise encara Zim por cima do ombro, novamente trocando com ele um olhar de desafeto.

—O que ele te disse?

—E-Ele... Estava querendo saber coisas sobre você.

—Aquele alienígena engenhoso... Escuta! Zim é um Irken! Você nunca deve confiar nos irkens! Eles são perigosos e traiçoeiros, entendeu?

—... - Hesita por um momento. - Entendi. - Abre um sorriso. - Não se preocupe, tomarei cuidado. 

—x-

Já no refeitório, Elise novamente saboreava seu rango indigesto enquanto Dib se concentrava em seu computador. Apesar de ainda parecer satisfeita com o que comia, a garota claramente não parecia tão animada desta vez.

Todo o enfático aviso de Dib sobre o quanto não deveria confiar nos Irkens havia a deixado chateada, afinal, ele havia deixado bem claro que não gostava de sua raça. Elise não pretendia se esconder daquele jeito para sempre, ao menos não quando encontrasse amigos que pudessem gostar dela, mesmo sendo uma Irken, mas... Apesar de gostar de Dib, parecia que ele não iria ficar feliz quando descobrisse sua verdade. 

—O que foi? Seu estômago finalmente derreteu depois de comer essa coisa?

—Hmmm? – Resmunga com a colher na boca. 

—O que houve com você?

—... Gases. 

—...Eca.

—Dib, você seria amigo de um irken?

—Que? – Arqueia a sobrancelha.

—... Deixa pra lá. 

—Ainda está com aquilo na cabeça de que o Zim não é um alien mal? 

Depois de refletir por algum tempo, Elise balança a cabeça positivamente, suspirando enquanto largava a colher na bandeja. 

—Bem… Eu só acho que talvez possam existir aliens amigos. - Dá de ombros. - Quando vamos pegar o Zim?

—Não é assim tão fácil se aproximar dele. Zim é muito desconfiado.

Ainda desanimada, Elise começa a pensar sobre o relacionamento conturbado entre Zim e Dib. O fato concreto é que Dib detestava Zim. Talvez… talvez se ajudasse a capturá-lo, Dib veria que ela era diferente dele e talvez assim aceitasse ser sua amiga. Afinal, como havia visto naquele antigo provérbio terráqueo que havia encontrado no Facebook, “os inimigos dos meus inimigos são meus amigos”, não é?

—...Eu posso fazer isso. 

—O que? Não! Como você iria fazer isso sem ele desconfiar?

Sem hesitar, Elise salta da cadeira para o chão e carregando sua bandeja, caminha diretamente até onde Zim estava, abrindo um grande sorriso quando se aproxima.

—Olá, amigo Zim!

—O que está fazendo aqui, HUMANA?!

—Vamos almoçar juntos?

—Que?

—Vamos almoçar juntos!

—O quê?!

—Almoçar.

—QUEEEEEE??!

—Juntos.

—O QUEEEEE??!

—VAMOS ALMOÇAR JUNTOOOOOS!!

—Como OUSA pensar que pode-

Não esperando por mais nada, Elise se senta no banco ao lado dele, fincando seu garfo num pedaço de carne e estendendo na direção dele. No mesmo momento, Zim se levanta no banco, horrorizado com aquela INDIGESTA e REPUGNANTE comida humana.

—AAAARGH!AFASTE ISSO DE MIM! - Balançando os braços em frente ao corpo desesperadamente.

—Por queee? É tão bom! – Dá uma bela mordida em sua comida, fazendo com que Zim tenha náuseas. – Não quer mesmo um pedaço? Eu divido com você como os bons amigos fazem!

—Não. – Cruza seus braços,armando um bico gigante e se sentando novamente. – Afinal,o que está fazendo aqui?

Ao ver que tinha vencido aquela pequena disputa por poder, Elise volta a se entreter com sua comida, não respondendo à pergunta de Zim e apenas fechando seus olhos e ficando ali em silêncio, coisa que serve para imediatamente enfurecer o outro.

—NÃO IGNORE A ZIIIIIM!

—O que um Irken como você está fazendo aqui na terra?

Ao ouvir aquela pergunta tão direta, Zim arregala seus olhos por um momento, logo em seguida pigarreando e demorando alguns instantes para recobrar a compostura.

—Mas de que IDIOTICE você está falanduuu?!

No mesmo instante, Elise simplesmente estende sua mão até o rosto de Zim e retira a cobertura que ele usava sob seus olhos, revelando por baixo dela grandes olhos alienígenas. 

Visto isso, no mesmo instante uma criança aleatória no refeitório aponta Zim e começa a gritar horrorizada. 

—GENTE, O ZIM É UM ALIENÍGENA!!!

Num instante, todas as crianças começam a fazer um escândalo gritando e apontando para Zim assustadíssimas, provocando uma muvuca em todo o refeitório.

—GAAAAAH! – Num movimento rápido, Zim toma o objeto das mãos de Elise e recoloca seus “olhos” novamente.

—Ah. Deixa pra lá. - Diz a criança que havia gritado no ínicio. - Ele é normal.

E todos voltam a seguir suas vidas como se nada tivesse acontecido, com exceção de Dib que observava toda a cena mais uma vez indignadíssimo sobre como aquelas pessoas podiam ser tão BURRAS. 

—O QUE ACHA QUE ESTÁ FAZENDO?! - Diz Zim enfurecido.

—Viu? Irken. - Responde num ar sabido. – Agora que passei através do seu disfarce… RESPONDA MINHA PERGUNTA, SEU IRKEN NOJEEEENTO! – É vez dela ficar de pé sobre o banco. – O que um irken está fazendo na terra?

Ao ouvir aquele questionamento, o sorriso de Zim murcha por um momento. Ele abaixa sua cabeça e coloca suas mãos atrás de seu corpo. Após alguns segundos de silêncio, começa a rir baixinho e este riso em pouco tempo se transforma numa gargalhada maligna e histérica.

—MUAHAHAHAHAHA! Muito bem, humana... Você conseguiu ver através do meu disfarce, muito engenhoso...

—Do que está falando? Seu disfarce é ridículo! – Arqueia a sobrancelha. – Mas tanto faz. O que realmente me intriga é porque está aqui!

—Ora, para o que acha? Destruir esses SUJOS HUMANOS! 

—Hm, então é por isso… Dib estava certo sobre você.

—Talvez. – Zim começa a caminhar ao redor de Elise. – Mas será que ele estava certo sobre VOCÊÊÊ?!

—O que?

—Eu vi o que fez… Pra que precisa do cabelo daquele Dib-coisa?

—Não sei o que está falando, Zim.

—MENTIRAS! SUJAS MENTIRAS! – Aponta para ela. – Como uma humanazinha feito você sabe TAAAANTO sobre meu povo? E sobre essa MAGNÍFICA existência?! – Apontando pra si mesmo freneticamente.

—Talvez você subestime os humanos, Zim. – Aumenta seu sorriso. - Ou talvez só seja estúpido mesmo.  

—NÃO DEBOCHE DE ZIM! 

—Não é deboche se é verdade!

Enquanto os dois discutiam, Dib se cansa de assistir aquela palhaçada e se aproxima deles para apartar a briga, puxando Elise pelo braço e a arrastando para longe da mesa onde ela discutia com Zim.

—O que está fazendo?? - Questiona.

—Me aproximando do Zim.

—E está fazendo isso brigando com ele?

—Não tenho medo dele. – Faz bico. - Estou estabelecendo dominância sobre aquela RAÇA inferior ASQUEROOOSA.

—...Às vezes você fala igual a ele, sabia?

Ao escutar aquela observação, Elise arregala seus olhos, só então percebendo o quão facilmente havia aderido ao “dialeto Irken” ao conversar com Zim e esquecido dos seus meses de prática do vocabulário humano. 

—H-Han… -Pigarreia, começando a falar como um surfista maneiro. - Cara, porque a gente não vai lá pegar umas ondas maneiras?

—É o que? - Arqueia a sobrancelha. 

—E-Ern.. P-Piadinha. - Riso nervoso. - E-Eu só acho que nós não podemos nos render a ele. Temos que mostrar que somos poderosos e mais inteligentes do que eles!

—Isso seria bem mais fácil se todas as pessoas da terra parecessem ter mais cérebro que o Zim. 

—Eh? - O encara confusa. 

—Você viu. Todos acreditaram que Zim é um alien no momento em que viram os olhos dele, mas ignoraram tudo quando ele os colocou de volta. Quando ele colocou os OLHOS DE VOLTA. - Suspira num ar cansado. - É toda uma frota Irken invasora contra esses imbecis.  

—Bem… Um mundo de imbecis e dois de nós. - Dib a encara. - Eu acredito que Zim é um alien. E acredito nas coisas que você me diz. Então somos agora nós dois contra a frota Irken! Já é alguma coisa, não acha, parceiro?

Por um instante, um brilho alegre e esperançoso percorre os olhos de Dib. 

—É-É. - Abre um leve sorriso. - Pode ser. Mas precisa melhorar sua abordagem. Se vamos atacar, precisamos de um plano detalhado! 

—Sim, capitão. - Bate continência, aumentando seu sorriso. - Vamos acabar com aquela ameaça verde! 

Pela primeira vez… Dib tinha alguém ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Você gostou do capitulo? Não gostou? Tem alguma sugestão, pergunta ou elogio? Se sua resposta a alguma dessas perguntas for "sim", por favor deixe seu comentário aí embaixo! Isso me incentiva muito a continuar com meu trabalho!
Dá uma conferida lá no meu instagram, onde eu posto o andamento da escrita dos capítulos e também posto umas coisas nada a ver e uns desenhos que eu faço as vezes. ;) https://www.instagram.com/tord_thewriter/
Até o próximo capitulo!

—Tord.



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