Supernova escrita por Lady Anna, Morgan


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Sirius nunca teve problemas em fazer algo que desagradasse aos pais. Na verdade, sempre achou um tanto quanto divertido ver o ultraje em seus rostos rígidos e quase sempre indiferentes. Nunca havia visto Orion e Walburga Black felizes, mas com certeza já os tinha visto com raiva com frequência suficiente. E ainda assim, ele não conseguia nem começar a imaginar a raiva estampada no rosto dos pais ao descobrirem que o filho não havia ido para Sonserina. Quando o Chapéu-seletor gritou o nome da casa dos leões logo depois de arrastar cada sílaba do sobrenome de Sirius, o garoto teve vontade de descer do banco e perguntar o que diabos tinha de errado com aquela coisa velha, porque não fazia sentido ele ir para Grifinória quando literalmente todas as outras pessoas da sua família estavam na mesma casa.

Não que ele não tenha gostado. Se tinha uma coisa que Sirius Black sempre se orgulhou em ser, essa coisa era do-contra quando se tratava de sua família. Ele só não entendia. Ainda tinham o mesmo sangue, afinal de contas.

Sentou-se junto com as outras crianças, ignorando o olhar fuzilante de sua prima na mesa da Sonserina. As vozes dos outros estudantes ecoavam distantes em sua mente, e tudo que conseguia fazer era pensar como seria quando voltassem para casa. Tinha sorte de Bella ter se formado no ano anterior, com certeza, do contrário ela não o deixaria em paz. Mas não seria muito diferente nos natais ou almoços em família. Definitivamente tudo pioraria depois de dois anos quando Regulus viesse para Hogwarts e fosse selecionado para Sonserina – para Sirius, não havia dúvidas de que era isso que aconteceria com o irmão mais novo.

Não era uma coisa ruim, ele chegou a conclusão. Regulus podia fazer tudo que ele não queria. Era como uma máquina que consertava os problemas causados pelo irmão mais velho na visão dos pais.

Mas ainda assim... Por que ele? Por que, dentre todos os integrantes da família Black, logo ele tinha que ser essa ovelha desgarrada? Balançou a cabeça. Eram pensamentos demais para alguém de apenas 11 anos. Ele preferia comer a torta de mirtilo que havia acabado de aparecer à sua frente por mágica.

— Oi, tudo bem? – Chamou um garoto magricela de cabelos escuros espetados para todos os lados e óculos finos no rosto. – Meu nome é James Potter. Esta é Lily Evans, Marlene McKinnon e Dorcas Meadowes. Somos todos do primeiro ano também.

Sirius olhou rapidamente para as garotas sentadas à sua frente e assentiu, esperando que seu rosto fosse tão amigável quanto o dos colegas.

— Eu sou Sirius Black.

— Black?! – Exclamou um garoto mais velho que tinha um pão a meio caminho da boca. Ele inclinou-se sobre a mesa, fitando Sirius até o último fio de seus cabelos longos. – Black de Phineas Nigellus Black?

Os olhos castanhos do sextanista estavam presos no garoto com um brilho divertido.

— Ahn... Sim. Ele é tipo meu tataravô.

— Phineas Nige-o quê?! — Perguntou James Potter. — Esse nome parece um xingamento.

Sirius riu, porque sempre achou a mesma coisa.

— Phineas Nigellus Black foi um dos diretores de Hogwarts. – Esclareceu a garota ruiva.

— Parabéns, garoto, você é o primeiro Black a não ser da Sonserina. – O veterano riu. – Tem certeza que não é adotado ou algo assim?

Os mais velhos riram, ao contrário de Sirius e seus novos colegas primeiranistas, que apenas se entreolharam, questionando-se silenciosamente se aquele comentário havia sido maldoso ou não. Foi um garoto franzino sentado a dois lugares de distância de Sirius que respondeu.

— Ele não precisa ser adotado para ser diferente da família. Pessoas são diferentes umas das outras, sabia? Você não precisa ter a mesma personalidade só porque tem o mesmo sobrenome. – Ele inclinou a cabeça para o lado, virando-se para Sirius e James. – Meu nome é Remus Lupin.

Sirius sorriu. James também, assim como um garoto loiro, sentado mais ao fundo, que eles viriam a conhecer depois. Eles conversaram a noite toda e já no fim do jantar, Sirius não tinha mais nenhuma dúvida sobre o porque de estar na Grifinória. E foi isso que disse para sua prima Narcisa Black, quando a mesma o puxou para o canto quando estava indo para a sala comunal.

— Sabe o que seus pais vão dizer quando souberem que você está por aí, confraternizando com sangues-ruins, como se já não bastasse ter ido para Grifinória?! Eles podem perdoar essa coisa da Casa, mas não vão aguentar se você não escolher seus amigos direito, Sirius!

Sirius puxou seu braço do aperto da prima.

— Isso é coisa de idiota, Cissa. O Chapéu-seletor me colocou na Grifinória porque eu sou corajoso, então eu serei. Vou falar com quem eu quiser!

Narcisa riu.

— Não, Sirius, isso é coisa de idiota! Escute...

— Por que você não volta para as masmorras? Cuide de sua vida, Cissa. Você não pode me dizer o que fazer, muito menos com quem falar. Ninguém pode!

Narcisa bufou, pronta para responder quando uma mão de unhas afiadas e pretas apertou o ombro do garoto, puxando-o para o lado.

— É melhor você se apressar, Sirius, ou então vai se perder dos outros alunos do primeiro ano. – Andrômeda sorriu, empurrando o garoto de volta ao corredor.

A última coisa que Sirius ouviu foi sua prima Andrômeda pedindo para que sua irmã parasse de ser tão intrometida. Ele concordou.

Os Black geralmente eram mesmo bastante intrometidos.

E isso nunca era bom.


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