As Maiores Paixões da Vida escrita por Mari Pattinson


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oie, pessoal!
Essa sou eu, novamente inventando novas histórias sem terminar as antigas. Mas, não consegui resistir e acabei me inscrevendo para o POSOward 2021.
De qualquer forma, não abandonarei minhas outras fanfics - como já disse outras vezes. Essa semana estarei entrando em férias da faculdade - amém! - e pretendo prosseguir na escrita de "O Amor Vence Tudo".
No mais, essa história aqui está sendo postada um pouco atrasada (já que o aniversário do Edward é em 20 de junho) e eu ainda não finalizei a escrita, mas estou quase lá! Estou postando o prólogo mesmo assim, porque apesar de longa, a intenção é que a fanfic realmente seja uma one-shot, então, (o prólogo) é a única "parte" que já está pronta.
Espero que gostem, foi uma experiência divertida - e o que me manteve sã durante esse final de semestre!



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PRÓLOGO – PDV: Edward Cullen

Sábado, 8 de fevereiro de 2014 – 15:00h, Cottage dos Volturi, Lake Forest, Illinois, -10ºC –nublado.

A neve branca brilhando no chão, sem pegadaaaas pra seguiiiir... Um reino de isolamento... Rosalie iniciou a canção, o característico vestido azul claro com bordas em formato de floco de neve coberto pela capa preta, bem como os cabelos loiros arrumados numa trança lateral, tudo para que, quando ela tirasse a bendita capa, culminasse na transformação em “Elsa”, a rainha do gelo.

Ela caminhou lentamente pelo tapete branco e felpudo da sala de estar em que nos apresentávamos; os móveis haviam sido removidos – ou nunca estiveram lá, pois não conseguia perceber um vestígio deles sequer – para abrir espaço para os mini-convidados, que estavam amontoados no chão.

─ Um reino de isolamento, e a rainha está aqui... ─ Rose foi seguida pelo coro agudo e meio desafinado das crianças e tive que conter uma risada, manter o meu posto de “Príncipe Hans” enquanto seguia tocando as notas no piano digital. Mas foi só erguer meu olhar e encontrar, em meio à plateia infantil, os mais doces e derretidos olhos castanhos que já vira na vida que meu cérebro se desligou por alguns instantes e um arrepio intenso percorreu minha coluna.

Meus olhos rapidamente focaram na dona daqueles olhos, uma moça na casa de seus vinte e tantos anos, o rosto em formato de coração e bochechas adoravelmente coradas emolduradas por cabelos, também castanhos, estavam presos numa trança lateral e iam até a altura dos ombros; não consegui ver seu corpo inteiro, pois ela se encontrava exatamente no meio das crianças e parecia não ter notado a minha certa “indiscrição” em relação a ela.

─ Mas agoraaa vããão. Livre estou, livre estou... ─ percebi Rosalie me olhando de soslaio quando, sem querer, meus dedos baixaram uma oitava na música, que a esse ponto, deveria começar a subir. Droga!

Voltei minha atenção ao piano, mas meus olhos pareciam mais curiosos em vê-la novamente e quando ergui novamente o olhar, ela me encarava... Talvez, diferentemente das crianças, que cantavam o refrão da música a plenos pulmões, ela tivesse notado a minha pequena falha. Bons ouvidos para música, talvez?

─ Não posso mais segurar... Livre estou, livre estoou... Príncipe Hans, as notas pare de erraaar ─ Rose brincou, ainda no ritmo da música e as crianças gargalharam; senti meu rosto esquentar quando a dona dos olhos chocolate abriu um sorriso.

Droga, eu havia errado mais uma vez, eu nunca errava, sabia todas as notas de cor e salteado, há quase seis meses que o tema “Frozen” estava em nosso repertório, desde que a animação saíra nos cinemas. O que cargas d’água estava acontecendo comigo?

─ Esse Príncipe Hans é bobo mesmo, hein, crianças? ─ Rose/Elsa zombou quando percebeu meu olhar vidrado na morena. As crianças gargalharam novamente e um coro de “SIM” preencheu o local.

─ Desculpem, crianças, vamos de novo, Vossa Majestade? ─ perguntei à Rose que concordou com a cabeça.

─ Sem erros dessa vez, ou então... ─ ela ameaçou tirar as “luvas da Elsa” e gesticulou as mãos em minha direção, o que fez as crianças rirem mais uma vez.

Eu apenas assenti, reprimindo minha vontade de mostrar a língua para ela. Isso com toda certeza não seria “uma boa influência” para as crianças. Não que a minha personagem, por si só, fosse.

Vi James e Victoria, caracterizados como Kristoff e Anna respectivamente, atrás da plateia, rindo da minha cara e mandei uma “bitoca” no ar discretamente para eles, que riram ainda mais.

17:00h, -9°C

─ Príncipe Hans, porque você tinha que ser tão bonito? Eu quero te odiar! ─ uma garotinha, que se não me falha a memória era a aniversariante da festa, falou. Ela estava vestida exatamente igual à Elsa, com a exceção do cabelo que era preto e bem mais curto, então a trancinha dela era bem pequenina. Bem, a garota em si era pequenina.

PS para: não me culpe, quem geralmente guarda as feições dos aniversariantes é Victoria, ela é boa de fisionomia. Eu sou melhor com nomes.

Nós já havíamos acabado a apresentação e agora estávamos todos sentados no chão, rodeados pelas crianças; era o momento em que elas podiam fazer perguntas e interagir com “as personagens” do filme, no caso, nós mesmos. Os poucos adultos que estavam na festa – incluindo a moça dos olhos – estavam reunidos na sala ao lado. Apesar de estarmos num chalé, e por fora ele parecer minúsculo, o local era bem espaçoso, mas, de todo modo, como esperar outra coisa de gente tão rica? Era muita sorte nós termos conseguido nos apresentar nessa festa, visto que nem éramos conhecidos. Os contatos de Laurent, nosso “empresário/assessor”, realmente eram bons.

Laurent acreditava tanto em nós que ele mal recebia seus honorários – só quando o cachê era realmente bom –, mas pelo menos conseguia se manter com seu salário com manutenção de aviões.

─ Aparência não é tudo, minha querida Alice ─ Victoria disse docemente à menininha; então, sim, ela era o motivo daquela festa toda ─ Ele quase conseguiu me enganar direitinho, não é mesmo?

─ É, mas se você tivesse ouvido a Elsa desde o começo ele não tinha nem chegado perto de te enganar! ─ a garotinha tornou a responder, após alguns momentos de reflexão.

Eu reprimi uma risada, a menina era bem esperta para a idade e só vi minha amiga mordendo o lábio inferior, as bochechas ficando um pouco coradas, sinal de que ela estava reprimindo alguma ideia; quase imediatamente, li sua mente: Se fosse assim, não teria tido filme.

Victoria era bem malcriada e impaciente; talvez o fato de ela não gostar de crianças e ser obrigada a conviver com elas em tantos momentos – porque eram essas as apresentações mais requeridas – dificultasse um pouco mais a vida dela... Apesar de que, depois de tanto tempo, ela já deveria estar mais acostumada.

─ Isso é verdade, acho que a boba da história é a Anna! ─ não me controlei e as crianças riram; Victoria me lançou um olhar fulminante quase que no mesmo momento.

─ Crianças! ─ a moça dos olhos castanhos entrou em meu campo de visão, chamando a atenção das criaturinhas ─ É hora de cantar o “Parabéns” venham! ─ ela tinha uma voz suave e tranquila, bastante agradável de se ouvir. A moça não era muito alta, deveria ter pouco mais que um metro e meio de altura e as formas de seu corpo eram um pouco arredondadas, com o busto de tamanho médio, os quadris largos e coxas bem grossas. Extremamente atraente.

Balancei a cabeça negativamente, tentando tirá-la de meus pensamentos. Eu estava ali a trabalho, não para me divertir.

─ Babe menos, Edward! ─ Rose sussurrou, rindo da minha cara, provavelmente vidrada e bastante vermelha. Contentei-me em olhá-la com uma cara fechada, mas rapidamente assumi uma postura mais “Hans”.

As mini-pessoas saíram em disparada em direção à mesa do bolo, mesmo com as palavras de protesto da moça, que pedia calma para elas não se machucarem. É, criança não tem jeito mesmo, pensei ao me levantar; era bom finalmente esticar as pernas depois daquele longo papo sobre a animação.

─ Graças a Deus está quase acabando! ─ Victoria sussurrou para mim e James que rimos discretamente.

─ Vamos, Anna! ─ James falou num tom mais alto, segurando a mão de Victoria e caminhando com ela até a mesa do bolo, rodeada pelas crianças e alguns adultos.

Alice estava sobre uma cadeira e parecia ainda mais animada.

─ Príncipe Hans! ─ ela gritou ao me localizar ─ Quero você e a Elsa aqui comigo!

Ouvi Victoria bufar, geralmente as crianças, as meninas principalmente, quando não preferiam aos próprios pais, pediam que Elsa e Anna ficassem ao lado delas durante o “Parabéns”. Alice realmente era uma figura!

─ Como quiser, Vossa Alteza! ─ brinquei com ela, fazendo uma reverência e sorri quando os olhinhos azuis brilharam em felicidade. Eu e Rose nos posicionamos cada um ao lado dela e após algumas fotos, começamos a cantar.

17:30h

─ Venham comer, crianças! ─ a moça dos olhos castanhos chamou-as depois de uma intensa sessão de fotos de Alice com os convidados da festa – incluindo nós, da “Equipe Frozen”; me perguntava quem a moça seria, cheguei a cogitar que, por não sair de perto das crianças, ela estaria entre as animadoras, ou talvez trabalhasse para os ricaços, porém, as vestimentas chiques dela me diziam o contrário.

Talvez ela fosse uma tia da aniversariante ou amiga dos pais da pequena Alice. Quer dizer, ela não poderia ser mãe da garotinha, era muito jovem para isso, não?

─ Só se o Príncipe Hans puder comer com a gente, mamãe! ─ Alice gritou, animada, ao mesmo tempo em que esclarecia a minha dúvida silenciosa. Acho que não consegui disfarçar minha surpresa, pois Rosalie me deu um tapinha nas costas para me despertar de meu transe – ela mesma já havia percebido o meu certo “encanto” pela moça dos olhos chocolate.

─ É, parece que você vai ter que se contentar em ser só o Príncipe Hans mesmo ─ Rose brincou. Apenas ignorei-a novamente.

─ É claro, meu amor ─ a moça concordou, abrindo os braços quando Alice fez menção de pular no colo dela. Surpreendi-me novamente, pois a moça não parecia tão forte, – não fisicamente, pelo menos – mas, mesmo assim, pegou a garotinha, praticamente no ar.

Engoli em seco quando percebi-a andando, com Alice no colo, em minha direção; ela era ainda mais linda assim, de pertinho. Se ela era mãe de Alice, então deveria ser casada com o dono do chalé chique, então também era podre de rica; comprometida ou não, todas aquelas sensações esquisitas que eu sentia quando olhava para ela deveriam ser ignoradas. Ela era demais para mim em todos os sentidos.

─ Príncipe Hans! ─ Alice exclamou com a animação de sempre; a energia e a animação dela pareciam nunca se esgotar, pelo menos desde o momento em que chegáramos à festa; isso não era tanto comum, visto que à essa altura, durante festas, mesmo a mais animada das crianças geralmente já estava cansada.

Ela estendeu os braços na minha direção, mas eu sabia que não era prudente pegá-la no colo, por mais fofo que o pedido pudesse ser; estava no contrato assinado no momento da negociação: o máximo de contato físico que podíamos ter, com qualquer criança nessas festas, se resumia a abraços para as fotos – as crianças estando no chão ou sentadas ao nosso lado, nunca em nosso colo, isso para evitar dores de cabeças e garantir a segurança/integridade física tanto das crianças como nossa.

─ Alice, porque não “vamos indo” pegar um pouco de comida para nós? O Príncipe Hans já vem! ─ Rose interviu quando percebeu que eu estava meio sem jeito para negar o pedido de carinho da menina. Isso e a malícia no olhar da loura, que indicavam que ela queria me deixar “à sós” com a mãe de Alice.

─ Tudo bem, Elsa! ─ Alice concordou e “escorregou” dos braços da mãe para o chão. Ela e Rose se distanciaram e caminharam em direção à mesa que as crianças estavam sentadas.

─ Ah, sinto muito por isso, não podemos pegá-las no colo ─ esclareci à mãe de Alice, que assentiu. Embora o nome dela não estivesse no contrato – o “marido”, ou seja lá quem ele fosse dela, o fizera – talvez estivesse à par das negociações.

─ Entendo ─ disse ela sorrindo levemente ─ Foi uma apresentação muito boa! ─ ela comentou, olhando diretamente em meus olhos e senti-me a derreter, perdido no calor do castanho dos dela.

─ Muito obrigado, a plateia estava maravilhosa! ─ falei sem pensar, vendo as bochechas da moça se tornarem rosadas. Ah, droga, cadê a minha sutileza?! Se o marido dela me ouvisse falando isso eu estaria morto, do jeito que essa gente rica não tolera brincadeiras.

─ Bem... Sou Isabella Volturi ─ disse ela, estendendo a mão direita em minha direção.

Volturi, sim, ela, então, só poderia ser casada com o cara do contrato, Aro – novamente, sou péssimo com fisionomias, então não me recordava de tê-lo visto na festa, mas o sobrenome indicava que eles pertenciam à mesma família... A não ser que Isabella fosse filha dele; não me lembrava de, no contrato, Aro ter especificado se a animação contratada era para a festa da “filha” ou da “neta” dele.

─ Sou o Príncipe... ─ comecei a falar, mas senti minhas orelhas esquentando quando Isabella deu uma risada de leve; que merda, eu mal conseguia sair da personagem quando estava caracterizado! ─ Edward Cullen!

─ Okay, “Príncipe Edward”! ─ Isabella deu mais uma risadinha e senti o rubor se espalhar ainda mais pelo meu rosto. Ela mantinha a mão estendida e apertei-a com a minha delicadamente, sentindo a maciez da pele dela em contato com a minha e meus olhos não conseguiam se desviar dos dela. As bochechas de Isabella se tornaram adoravelmente coradas de novo e ela rapidamente desfez o nosso toque.

─ Então, seu esposo, não me lembro de tê-lo visto ainda ─ sondei-a.

─ Ah, Aro está trabalhando hoje, deve chegar mais tarde ─ Isabella falou, parecendo um pouco desapontada. Então, sim, ela era casada com o ricaço.

─ BELLA! ─ um grandalhão exclamou, surpreendendo-a por detrás, espalmando as mãos – também gigantescas – nos ombros dela.

─ Emmett! ─ Isabella ralhou com ele, olhando-o por sobre o ombro.

─ Que Elsa é aquela, hein? Me passa o contato dela, por favor? ─ ele ignorou-a, sacudindo-a levemente.

Eu ri internamente, toda festa era a mesma coisa: um brutamontes sempre acabava interessado – ou por Rosalie ou por Victoria; a última, por ser casada com James sempre os ignorava, mas Rose, de vez em quando, cedia aos galanteios desses caras.

─ Emmett, por favor! ─ Isabella resmungou, passando as mãos pelo rosto delicado e meneando com a cabeça em minha direção.

─ AH! ─ o grandalhão finalmente pareceu ter me notado ─ Você está com ela? ─ ele olhou de soslaio para a mesa das crianças, em que Rose se divertia e conversava com elas.

─ Não! ─ neguei imediatamente. Rose era minha prima, e apesar de na adolescência termos tido alguns rolos entre nós, nunca foi nada além daquilo, era algo que tinha ficado no passado.

─ Ela tem namorado? ─ ele me perguntou ao que neguei novamente ─ Então, Bella, se ela está solteira, o que custa?

─ Por que não vai pedir você mesmo, Emmett? ─ Isabella questionou-o, revirando os olhos e se desvencilhando das mãos dele.

─ Porque ela está no meio da pirralhada, você acha que vou atrapalhar o trabalho dela? Depois o chato do seu marido ainda vai dizer que ela não deu atenção suficiente às crianças, vai acabar sobrando pra ela!

─ Argh, Emmett! Não sei como te escolhi para padrinho da Alice, se você nem gosta de crianças!

─ É porque a Alice é UMA criança, não vou ficar no meio daquela pirralhada toda não. Vai, Bella, por favor! ─ o tal Emmett pediu e ainda fez um biquinho.

─ Primeiramente, Emmett, não acho certo você pedir o número de alguém desse jeito. “Segundamente”, eu não tenho o contato dela, não fui eu quem a contratei ─ Isabella retrucou. Àquela altura, não sabia se continuava a ouvir a pequena discussão ou se oferecia logo de uma vez o contato de Rosalie.

Se bem que Isabella estava certa, não seria certo passar o número da loura assim, sem a autorização dela. Era bem capaz de ela me matar assim que descobrisse.

─ Você, então! ─ o grandalhão se virou para mim ─ É amigo dela, deve ter o contato dela! ─ ele continuou, abrindo um sorriso emoldurado por covinhas. A Rosalie se derreteria por ele, sem dúvida alguma.

Isabella olhou-me, balançando a cabeça negativamente e suspirei.

─ Por que não me passa o seu número, daí passo para ela. Se ela se interessar, ela mesma entra em contato contigo ─ sugeri ao que ele prontamente aceitou.

─ Valeu, cara... Príncipe... Sei lá! ─ ele deu uma risada ao que eu e Isabella reviramos os olhos.

─ Príncipe Hans! ─ ouvi Alice gritar da mesa ─ Por que está demorando tanto?

Olhei-a rapidamente e ela estava fazendo um biquinho tão parecido com o que Emmett fizera minutos antes que não restava dúvidas de que ele quem havia ensinado essa feição a ela.

─ Já estou indo, Vossa Alteza! ─ respondi-a. Comecei a andar na direção dela, quando fui parado por um toque tão suave em meu braço que quase não o percebi, tamanha a grossura do tecido das minhas roupas.

─ Edward... ─ Isabella chamou-me e olhei para ela, admirando não só a figura dela, como também a maneira como dissera meu nome.

─ Sim, Sra. Volturi ─ falei, incerto quanto às formalidades. Emmett, que ainda estava por perto, riu quando a chamei assim.

─ Só Isabella, aliás, pode me chamar de Bella, se preferir. Todo mundo me chama assim ─ ela explicou, dando de ombros ─ Antes de você ser sugado para o mundo da fantasia novamente, estava pensando numa proposta para te fazer.

─ Eita, que eu vou até sair daqui! ─ Emmett zombou, erguendo as mãos e olhando para nós dois maliciosamente ─ Aproveite enquanto aquele viciado em trabalho do seu marido não chega, Bella! ─ ele deu um sorrisinho de canto dos lábios e se afastou.

─ Droga, desculpe-me. Emmett é tão sem noção! ─ disse Isabella, mordendo o lábio inferior, parecendo um pouco nervosa ─ Aro não é... Bem... ─ ela parecia na dúvida sobre como abordar o assunto.

Não que ela precisasse se encabular, pois eu mesmo já tinha visto essa história antes com meus próprios olhos; não era incomum, nessas festas de gente rica, o pai ou até mesmo os pais não comparecerem por estarem “ocupados demais” trabalhando. Eu nunca entenderia como eles eram capazes de dar preferência ao trabalho à família, principalmente porque eles podiam se dar ao luxo de se dar um dia, ao menos, de folga.

Eles preparavam festas extravagantes para mostrar à sociedade o quão ricos eram. Geralmente não estavam presentes, mas quando o faziam, não se importavam o suficiente para aproveitá-las.

─ Não se preocupe, senhorita... ─ sorri para ela ─ Mas então, qual a sua proposta? ─ perguntei, mudando de assunto ao ver o desconforto dela.

─ Bem, eu estava pensando que seria bom se Alice aprendesse a tocar algum instrumento, sabe, para diversificar as atividades dela... Então, vendo você tocar teclado, eu me perguntei se você também dá aulas.

Apesar de ser apenas um detalhe na fala de Isabella, não era incomum a confusão entre teclado e piano digital, quem não os conhecesse de perto poderia dizer que se tratavam de instrumentos idênticos; embora eu soubesse tocar ambos, havia me apresentado com o piano, não com o teclado. Mas, como afirmei, era apenas um detalhe.

─ Sendo sincero, dei poucas aulas de piano depois de formado, sempre foi algo mais informal. Mas tenho licenciatura, então sou capacitado para ensinar teórico e praticamente ─ expliquei-lhe ─ De qualquer forma, eu não sei se compensaria, porque estou esperando uma resposta de uma Escola de Música em que quero fazer meu mestrado, então não sei por quanto tempo ficaria disponível para dar as aulas.

Minha carta de admissão para meu mestrado em piano, em Juilliard, já havia sido enviada há meses e há alguns dias eu havia feito minha audição. Eu tentava não parecer ansioso, mas parte do motivo para eu fazer as apresentações de modo quase desenfreado era justamente para, além de me distrair, assegurar que eu teria condições de me manter em Nova Iorque, caso conseguisse ingressar na Escola.

─ Talento você tem de sobra, o que acha de tentar? Mesmo que seja por alguns meses, acho que será bom para Alice, claro, se você tiver disponibilidade na sua agenda ─ Isabella propôs.

Mal sabia ela que minha agenda estava quase vazia, salvo algumas apresentações infantis esporádicas nas próximas semanas.

─ Tudo bem ─ concordei ─ Fico de confirmar, então, o dia e o horário. Tenho o contato do seu marido, devo combinar com ele, ou... ─ claro que não pretendia ofendê-la com aquele assunto; não duvidava da capacidade dela de combinar uma coisa daquelas, muito menos queria insinuar que ela dependia do marido daquela forma.

Isabella balançou a cabeça negativamente, o cenho delicado franzido e ela parecia querer retrucar minha proposição, mas suas feições suavizaram logo ─ Aro é muito ocupado ─ ela esclareceu, dando de ombros ─ Não precisa incomodá-lo com isso.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal. Espero mesmo que tenham gostado!
Se eu não conseguir postar o restante da fanfic ainda hoje, até o final dessa semana ela estará completa!
Beijos,
Mari.



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