Back To The Past escrita por Mrs Kress


Capítulo 9
Capítulo 9 - Sam


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!! Mais um capítulo para vocês e tenham uma boa leitura *-*



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Assistimos um filme de comédia adolescente que a Sophie escolheu. Ela ficou deitada no meu colo em um sofá, enquanto o Freddie ocupava o outro.

Toda aquela conversa do jantar havia me deixado confusa, Sophie realmente me surpreendeu quando começou a tocar nesse assunto do passado. Lembrar dos momentos que vivi com Freddie era a última coisa que eu queria no momento, já era suficientemente difícil ter que encará-lo agora.

Coração bobo o meu, mesmo depois de tantos anos e tantas mágoas, ainda conseguia se derreter com o olhar dele.

—Hora de ir para a cama, mocinha – me pronunciei assim que o filme acabou.

—Ah, mas já?

—Sim e não adianta reclamar. Vamos – me levantei assim que ela saiu do meu colo.

—O papai pode me colocar para dormir? – ela perguntou e senti meu estômago revirar.

Não era uma sensação ruim, mas era a primeira vez que ela o chamara assim e eu sinceramente achei que esse momento demoraria mais para chegar. Achava que ela demoraria mais para se acostumar com a ideia, mas pareceu aceitar mais rápido do que eu mesma.

—Claro, eu posso. Se não se importar – Freddie respondeu se levantando do sofá com um grande sorriso no rosto.

—Podem ir então. Sophie te mostra o caminho.

Fiquei os observando até sumirem pelo corredor sem conseguir afastar os pensamentos de como poderíamos ter formado uma família e aquele ser mais um dia normal em nossa rotina. Mas não era tão fácil assim.

Resolvi ir lavar as poucas louças do jantar e organizar a cozinha, assim que terminei aproveitei para pegar uma taça e meu vinho favorito. Eu não era uma pessoa que bebia todos os dias, mas depois do dia que eu tive, uma taça cairia bem.

Dei o primeiro gole e escutei os passos de Freddie se aproximarem da cozinha. Eu estava encostada na bancada.

—Então você gosta de vinho agora?

—De vez em quando faz bem. Você aceita uma taça?

—Claro.

Fui até o armário, peguei outra taça e o servi. Sentei em uma das banquetas que tinha e ele fez o mesmo ao meu lado.

—Ela deu muito trabalho para dormir?

—Não, pegou no sono rápido. Eu não sabia ao certo o que fazer, mas ela me disse que só queria que eu ficasse lá com ela até ela dormir.

—É, tem vezes que ela me pede isso também – tomei mais um gole e ele fez o mesmo.

—Ela pareceu aceitar rápido a ideia. De eu ser o pai dela e tudo mais.

—Ela me surpreendeu também. No final das contas, acho que mesmo não te conhecendo, ela sentia falta do pai.

—É, pode ser.

—Já volto – disse e desci da banqueta sem esperar por uma resposta.

Havia algo que eu queria e deveria fazer. Fui até meu quarto, abri a última gaveta da minha cômoda e tirei uma pequena caixa branca (que já estava um pouco empoeirada) com uma fita e laço vermelho. Fazia anos que eu não mexia nessa gaveta, pois deixava guardado tudo relacionado ao Freddie.

Voltei para a cozinha e sentei ao seu lado novamente. Coloquei a caixa em cima da bancada e recebi seu olhar confuso.

—O que é isso?

—Eu ia te entregar isso na nossa lua de mel – empurrei a caixa até que ficasse de frente para ele – Nunca tive a oportunidade, mas agora que você sabe sobre a Sophie, achei que pudesse te entregar com oito anos de atraso – bebi mais um gole do vinho.

Ele pareceu pensar por alguns segundos, então cuidadosamente tirou o laço e abriu a caixa. Lá dentro tinha um teste de gravidez, um sapatinho de crochê de bebê e um ursinho que segurava algo parecido com uma plaquinha com os dizeres “Parabéns, papai”.

Freddie pegou cada objeto com cuidado até demais, estava perdido em pensamentos e eu não quis interrompê-lo.

—Você ia fazer uma surpresa – falou baixinho e tinha a impressão de que estava mais falando com ele mesmo do que comigo – É lindo, Sam. Obrigada por isso – guardou tudo de volta na caixa e a fechou – Você estava grávida de quantos meses?

—Dois meses e tinha descoberto uma semana antes do casamento. Já fazia um tempo que a costureira estava brigando comigo porque minhas medidas não paravam de mudar e que eu provavelmente estaria grávida. Eu não acreditei, é claro, mas fiz um teste quando percebi que estava atrasada.

—Você não estava sentindo mais nada?

—Enjoos de vez em quando. No dia do casamento foi o que eu mais senti, acho que juntou com o nervosismo e por isso piorou – dei de ombros o observando tomar mais um gole do vinho e fiz o mesmo – Aposto como estar de volta aqui deve ser estranho para você – ri tentando mudar o assunto – Não tem milhares de fãs perseguindo você aqui né?

—Na verdade não, mas acho que eu meio que esperava isso.

—Ah é, e por quê?

—Bom, a cidade inteira já nos conhecia e praticamente sabia do nosso casamento. Tenho certeza de que a história de que eu abandonei você já vazou no outro dia.

—É, você está certo – o observei tomando mais um gole de seu vinho.

Mais um longo minuto de silêncio.

—Você e Sophie não foram ao velório do meu pai?

—Nós fomos, mas tive que ir trabalhar assim que acabou porque não tinha ninguém para me cobrir. Sophie já não tinha ido para a escola e resolvi levá-la comigo para deixar sua família descansar.

—Eu não consegui chegar a tempo.

—Imaginei quando vi você no restaurante. Carly ficou te ligando a noite inteira.

—É, eu não estava com meu celular no momento – o observei encarando um ponto fixo na bancada, parecia perdido em pensamentos – Eu não deveria ter ficado tanto tempo longe.

Eu não o respondi, afinal, não sabia o que poderia dizer.

—Eu sou um grande idiota – continuou por fim. Bebeu mais um gole de vinho e passou uma das mãos rapidamente nos olhos.

Esse rápido gesto me fez perceber que ele estava tentando não chorar na minha frente. Perder o pai e não ter a chance de se despedir deveria ter sido demais para ele. Dinheiro e fama nenhuma são capazes de melhorar a dor.

—Ei, Freddie – me aproximei mais dele e o fiz me encarar – Você ainda pode se despedir dele. Além disso, acho que se ele pudesse te ver agora iria te perdoar. Ele iria querer ver você feliz.

Ele sorriu fracamente com os olhos ainda marejados e eu senti meu coração se aquecer. Seus olhos ainda encaravam os meus e senti ele segurando a minha mão que estava em seu braço. Seu toque ainda me causava arrepios. Era incrível como mesmo depois de tantos anos a nossa conexão ainda estivesse tão forte quanto antes.

—Como foi que você amadureceu tanto nesses anos? – ele riu na tentativa de aliviar o clima e não pude evitar sorrir.

—Sophie, talvez...

Ele sorriu e o silêncio se instalou entre nós.

Senti ele se aproximando mais de mim, o suficiente para que as nossas respirações se misturassem. Me permiti fechar os olhos por alguns segundos apenas aproveitando sua presença ali.

Como eu senti falta desse homem. Tudo parecia se encaixar perfeitamente com ele ali. Eu não precisava de mais nada.

Nossas testas se encostaram uma na outra.

—Eu preciso de você – sua voz rouca e baixa me fez abrir os olhos e percebi que ele me observava.

Aquilo foi o suficiente para me fazer voltar para a realidade.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam desse momentinho Seddie? Hahahah

Espero que tenham gostado ;*



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