Mulher-Maravilha: Guerra e Paz escrita por Max Lake


Capítulo 2
A Criatura Mitológica


Notas iniciais do capítulo

E vamos para o capítulo 2! Boa leitura! =)



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Diana era acompanhada por Papastathopoulos, o contador de histórias. Depois de mais alguns copos pagos pela amazona, ele cedeu e aceitou mostrar-lhe onde era possível encontrar a entrada para o subterrâneo de Esparta.

A égua de Diana os acompanhava também. A cidade de Esparta não era tão grande, então ir do bar até a entrada do subterrâneo não custou mais do que 6 quilômetros a pé. Para a amazona, acostumada a correr desde os 5 anos de idade, era um pulo; já para um homem que ingeriu álcool em plena luz do dia, era como uma marcha ao precipício.

—Chegamos.

Papastathopoulos apontou para o imenso cano que atravessava o chão, criando uma descida absurdamente longa e tenebrosa. O homem aparentava sonolência, provavelmente um efeito da bebida alcoólica. Viu Diana tirando o manto e seus trajes civis, colocando-os no assento da égua. A mulher soltou o cabelo e pôs a tiara dourada sobre a testa, exibia um fardamento diferente - armadura vermelha na parte superior unida a um saiote azul com uma cinta dourada na forma de um aparente W. Na mala que carregava, um escudo redondo e uma espada foram retirados e equipados pela guerreira.

—Senhor Papastathopoulos, preste atenção.

—Pode falar, senhora.

—Eu vou descer e vou enfrentar a criatura. Quero que proteja minha égua e meus pertences. Confio em você para esta missão.

—Sim, senhora. - Ele fez continência, mas soluçou em seguida.

Diana sorriu, fez um último carinho na égua e caminhou até a entrada do cano. Saltou com os braços erguidos e desceu ereta. A queda durou menos de um minuto, o solo rachou após o forte pouso da amazona. O subterrâneo de Esparta era escuro, estreito, ouvia-se o som de água correndo, inalava diferentes odores. O esgoto devia passar por ali, porém o olfato da amazona sentia com maior destaque o cheiro de sangue. Se o que disseram estiver certo, muitos homens, corajosos e tolos, morreram ali embaixo tentando descobrir o que o subterrâneo escondia.

Virando a esquina seguinte, deparou-se com o que temia: o início de um labirinto. A parede ia do chão ao teto, quase impossível de atravessá-lo por cima. Só havia um ser capaz disso: O Minotauro, um fugitivo da prisão guardada pelas amazonas.

—Que Atena me proteja - proferiu ao entrar no labirinto.

O ser mitológico fugiu cerca de cinco meses atrás e como a ilha de Creta, seu antigo lar, foi destruída anos atrás, escolheu Esparta para se instalar. Diana não conseguia imaginar como ele ergueu um labirinto tão rápido e em tão pouco tempo, talvez tenha recebido ajuda. “Escravos, como me disseram”, supôs.

Tão cedo, se deparou com uma intersecção de caminhos. Decidiu ir pela direita, era onde sentia o cheiro de sangue com mais intensidade. A missão de Diana não era fácil. Minotauro era um dos seres mitológicos mais poderosos e astutos que existiam, e estar cercada por um labirinto não ajudava na captura. Mais adiante, Diana avistou um homem ensanguentado, seu corpo foi perfurado pelo que aparentava ser dois chifres. Diana correu para ajudá-lo.

—Acalme-se - disse ela, agachando-se e tocando no corpo do homem.

—Monstro… - sussurrou fracamente. - É um… monstro…

—Poupe suas forças. Aponte com a cabeça onde ele está. - Com dificuldades, ele moveu a cabeça para a esquerda. Foi seu último esforço, o corpo jazia morto. Diana fechou seus olhos. - Obrigada. Que os deuses o recebam.

Diana se moveu para a esquerda. Impaciente, Diana percebeu mais muros à frente. Felizmente havia uma solução possível. “Chega de labirinto”. A amazona tomou distância da parede, separou os pés e, concentrada, bateu bracelete contra bracelete, liberando uma energia direcionada para frente, atravessando cada muro e criando um novo caminho a partir dos buracos criados.

Atravessando com pressa cada uma das paredes, chegou ao final do labirinto. O trono dourado era ocupado por uma criatura grande, o pelo marrom cobria todo seu corpo, os olhos amarelados fixavam-se na mulher adiante. O ombro esquerdo era protegido por uma ombreira aparentemente de bronze assim como as coxas possuem um material resistente à vista. A cabeça possuía feições de touro, o chifre pontiagudo era curvado para cima, quase escondendo as orelhas. Sua mão era equipada com punhais espinhosos e um machado descansava ao lado das patas inferiores, também lembrando as de um touro.

—Minotauro.

—Uma amazona. Enfim um desafio à minha altura - proferiu ele, a voz grossa expressando satisfação.

—Renda-se pacificamente, caso contrário não terei misericórdia.

O Minotauro se ergueu e se aproximou da amazona, analisou-a de perto. Notava semelhanças com a Rainha Hipólita, logo sorriu. Não era uma amazona comum, era ‘só’ a guerreira mais importante de Themyscira.

—Devo recusar, princesa. Este é meu ambiente. Fechado, rodeado pelo labirinto. Cercado pelo gosto da batalha, do sangue e do medo humano.

—Estes humanos não são como os de eras atrás. Não são guerreiros, não anseiam a batalha. O desafio não existe mais.

—Errada, amazona - gargalhou. - Um desafio se apresenta agora na minha frente.

A criatura mitológica puxou o machado do canto do trono, mas, como primeiro ataque, bateu a pata dianteira com força no chão, criando uma leve onda sísmica que desequilibrou a guerreira amazona. Saltou e pousou à frente da inimiga, levando o machado contra a mulher. Diana se protegeu a tempo com o escudo, mas o impacto a fez recuar. Minotauro continuou na ofensiva, utilizando o machado para golpeá-la.

Em certo momento, a filha de Hipólita saltou para o lado e desviou, contra-golpeando com o escudo nas pernas do monstro, em seguida passou a espada contra as costas peludas do Minotauro. Ele rugiu de dor e raiva, batendo os punhos enfurecidos contra o chão. Diana saltou e atacou seu corpo com o escudo, empurrando-o. Rolando, ela voltou à posição de ataque e saltou mais uma vez, cravando a espada contra o peito da criatura. Foi empurrada para frente.

—Não! - gritou, arrancando a espada do peito e jogando-a longe. O sangue ardia no peito do monstro.

Ajoelhada, Diana puxou seu laço mágico e o enrolou na criatura. A corda brilhava em dourado e parecia causar-lhe dor. Ela avançou e deu uma joelhada contra seu queixo. Contra a parede, Minotauro sentia os potentes socos desferidos por Diana. Tentava resistir, mas a corda não cedia, a mulher não recuava. Cada golpe era mais dolorido que o anterior.

—Chega! Chega! Eu me rendo! - suplicava ele por piedade. - Por favor, eu me rendo!

Ofegante, a princesa amazona levou o punho contra a parede, rachando-a. Minotauro se ajoelhou e seu corpo começou a diminuir, uma névoa parecia cobri-lo. Ao dissipar-se, um homem amaldiçoado e ferido surgiu, desmaiando pouco depois. O trabalho estava encerrado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! =)



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