Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Aí está mais um capítulo, espero que gostem!
Ele ficou maior do que eu planejava, mas não teve como diminuir, então, desculpem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801720/chapter/8

Quinto ano – Hermione.

 

Dolores Umbridge, era um ser completamente detestável, o pior tipo de pessoa e estava no comando de Hogwarts a mando do Ministro da Magia, que estava se sentindo ameaçado por Dumbledore, pois nosso diretor apoiava Harry quanto ao retorno de Voldemort.

Eu estava andando pelos corredores silenciosamente depois do toque de recolher, tinha que tomar o dobro de cuidado para não ser pega já que aquele gnomo tinha uma ideia diferente de castigo, o castigo físico, e eu me ferraria lindamente se fosse pega. Não havia conseguido dormir, nessa tarde Harry apareceu com a mão machucada graças àquela miniatura ambulante e eu estava extremamente estressada, então, resolvi ir até a Torre de Astronomia. Sempre consegui pensar melhor lá.

Chegando na torre percebi que tinha alguém lá então tratei de me esconder até que eu pudesse ver quem era. A pessoa andou até a grade e se apoiou nela para ver o céu, eu sabia quem era, aqueles cabelos claros iluminados pela luz da lua eram inconfundíveis.

Draco Malfoy observava atentamente o céu e junto a si tinha uma garrafa de Whisky de Fogo. Fiquei o observando em silencio, ele parecia tão calmo e sereno não queria o tirar de seu pequeno momento de paz.

A última vez em que eu havia visto Draco, ele e seus dois amigos confortavam Pansy que não parava de chorar depois do funeral de Cedrico e os três pareciam igualmente abalados. Não fazia ideia de que eles o conheciam e a minha maior vontade era de correr e abraçar Draco, mas não poderia fazer isso na frente de todos.

—Vai ficar aí apenas me olhando ou vai vir aqui? - ele perguntou me tirando de meus devaneios.

Olhei na torre inteira achando que tinha mais alguém, porém não tinha. Então, ele deixou a garrafa no chão e disse se virando em minha direção com um sorriso de lado:

— Estou falando com você Srta. Granger.

Saí de meu esconderijo e caminhei até ele timidamente ainda sem entender.

— Como sabia que eu estava aqui?

— Digamos que você não é nem um pouco silenciosa. - ele disse rindo enlaçando minha cintura.

Passei meus braços ao redor de seu pescoço o abraçando brava com a minha incompetência de me esconder. Ele riu e me beijou, retribui sem pensar duas vezes. Ele tinha o habitual gosto de hortelã, mas agora misturado com álcool o que não era nem um pouco ruim.

Nos afastamos por causa do maldito ar que nos faltava e ele enterrou o rosto em meu pescoço, enquanto eu acariciava seus cabelos. Eu amava quando ele faia isso, sentir sua respiração e sua boca roçando meu pescoço fazia uma onda de pequenos arrepios deliciosos passar por meu corpo.

— Senti sua falta. - ele sussurrou em meu pescoço e eu sorri.

— Eu também senti a sua. - sussurrei de volta e ele sorriu contra minha pele.

Draco começou a traçar uma trilha de beijos em meu pescoço subindo até o lóbulo de minha orelha que ele lambeu e chupou pra logo depois voltar a descer beijando meu pescoço. Aquilo me desconcertou, tinha certeza que se ele não estivesse me segurando eu estaria no chão.

A mão que antes segurava meu rosto agora estava enroscada em meus cabelos e ele os puxava levemente. Já a mão que estava em minha cintura ele a desceu para minha coxa e subiu para minha bunda, enfiando a mão dentro do meu short curto de dormir, e a apertou.

Ele sabia como me deixar louca. Draco me pegou no colo e me encostou no pilar mais próximo, rodeie sua cintura com minhas pernas enquanto ele atacava minha boca loucamente. Ele apertou mais minha bunda me puxando de encontro a seu quadril e senti seu membro já duro roçar minha intimidade.

Gemi em sua boca, sentindo o formigamento no meio de minhas pernas aumentarem com aquele toque. Meu corpo ansiava por Draco, eu o queria desesperadamente, mas incertezas ainda rondavam minha mente.

— Draco. - eu o parei e ele me olhou agoniado, quase desisti do que faria, mas eu não podia fazer aquilo sem certeza. - Melhor não.

Ele suspirou, seu semblante agoniado se foi dando lugar a um sorriso tranquilizador. Draco concordou com a cabeça e eu desci de seu colo o dando um selinho grata por ele não insistir. Fui até a garrafa de Whisky que estava no chão e a peguei dando um gole e voltando para Draco que agora estava sentado encostado me no pilar me olhando divertido.

— Não sabia que a Santinha de Hogwarts bebia. - ele disse rindo. Me sentei em sua frente e ri dando mais um gole na garrafa.

— Quando se passa por tantos momentos tensos, você aprende a beber para tentar descontrair. - disse me sentando em sua frente e lembrando dos momentos em que eu Harry e Ron nos sentávamos depois de um longo ano cansativo e bebíamos para comemorar mais uma vitória. Claro que não enchíamos a cara, eu não sou tão vida louca assim.

Draco pegou meu tornozelo e me puxou até que eu ficasse bem perto e, então, ele pegou minha cintura e me puxou para seu colo. Gemi com o contato de seu membro rígido novamente em minha intimidade e ele sorriu de lado indo até meu ouvido e sussurrando:

— Você me fez ficar assim, agora vai ter que aguentar.

— Você é mau. - eu disse cerrando os olhos.

— Sou e posso ser pior. - ele mordeu meu pescoço e eu me remexi em seu colo quando me arrepiei, ele gemeu contra meu pescoço. - Não faz isso Hermione. - disse entredentes e eu sorri sabendo exatamente o que fazer para provoca-lo.

— Então você vai ter que se comportar. - eu disse e rebolei um pouco e ele suspirou.

 Sorri, ele ficava ainda mais lindo cheio de tesão. Me aproximei dele e lhe dei um selinho colando minha testa na sua.

— Você me faz tão bem, sabia? – sussurrei olhando em seus olhos.

Draco abriu um sorriso lindo, que me fez suspirar, e me beijou apaixonadamente. Depois ele me abraçou enterrando o rosto em meu pescoço e ficamos abraçados, trocando carícias e beijos por um longo tempo até decidirmos voltarmos para nossos salões comunais.

Meu loiro fez questão de me levar até o meu salão comunal e se despediu me dando um selinho. Quando me virei para a entrada do salão a Mulher Gorda nos olhava com os olhos arregalados e a boca aberta em um perfeito “O”, implorei para que ela não contasse para ninguém e depois de ela me dar um sorrisinho travesso e sua palavra eu entrei ainda temendo que ela contasse a todos.

****

O ano não foi nada agradável com aquela coisa rosa andando pelos corredores. Finalmente Harry conseguiu convencer alguns alunos de que ele não era mentiroso, como o Ministro dizia, e que Voldemort tinha sim voltado.

Então, formamos a Armada de Dumbledore, uma organização secreta para ensinar os alunos DCAT, já que Umbridge não o fazia. Nos reuníamos na Sala Precisa, a qual Neville havia achado, e Harry nos ensinava os feitiços para nos defender. Infelizmente confiamos na pessoa errada e fomos traídos. Cho Chang nos dedurou e todos passamos pelo mesmo castigo com a pena que escrevia em nossa pele que Harry passara há um tempo atrás.

Continuei tendo meus encontros com Draco, os quais não passavam de amassos e, vez ou outra, carícias lá embaixo. Nossos encontros, é claro, não me impediram de querer soca-lo novamente quando descobri que ele e seus amigos estavam do lado do gnomo rosa para acabar com a Armada e quando conseguiram fiquei uma semana sem falar com ele.

— Qual é, Pequena? Não pode ficar brava comigo pelo resto da vida. – fazia mais de uma hora que ele estava tentando se comunicar comigo no nosso cantinho na biblioteca.

— Posso e vou! – respondi o olhando irritada. – Isso aqui vai me fazer lembrar por um bom tempo o idiota completo que você é. – ergui a mão que estava marcada pelo castigo.

— Se eu soubesse que ela ia fazer isso com você eu não teria ajudado. – ele disse seriamente olhando minha mão.

Eu sabia que era verdade, Draco não faria nada e nem compactuaria para que eu fosse machucada, mas isso não mudava o fato dele ter estado do lado contra mim. Isso me fazia pensar que foi sempre assim e na guerra não seria diferente. Draco sempre foi um sangue-puro e eu uma nascida trouxa, na guerra ele estará do Lado das Trevas, por causa de sua família, e eu do outro lado. Como isso pode dar certo?

— Eu sei, - comecei me levando e pegando meu material. – mas não muda o fato de que sempre estaremos um contra o outro.

Um misto de tristeza e agonia passou por seus olhos, mas eu via que ele concordava com isso. Saí da biblioteca sem falar mais nada e rumei par a meu salão comunal. Os corredores estavam vazios, por mais que ainda não estivesse nem perto do toque de recolher os alunos evitavam o máximo ficarem perambulando pelo castelo, graças àquela bruxa da pior espécie.

Senti alguém segurar meu braço e me colocar contra a parede. Ergui os olhos e vi Draco me olhando com um sorriso de lado encantador.

— O que você quer, Malfoy? – perguntei bufando.

— Você. – ele respondeu e me beijou. Por mais que eu quisesse afasta-lo eu não conseguia, ele funcionava como um entorpecente para mim e me deixava nas nuvens com apenas um beijo.

Nos separamos rapidamente ao ouvirmos passos e vozes se aproximando. Ele pegou minha mão e correu comigo para o mais longe das pessoas o possível, subimos várias escadas e eu já estava cansada, pois ele corria bem rápido, quando paramos no sétimo andar em frente a Sala Precisa.

Quando eu ia perguntar o que estávamos fazendo ali uma porta apareceu e ele me empurrou para dentro. Não consegui ver onde estávamos pois Draco atacou minha boca furiosamente e jogou minhas coisas no chão me pegando no colo. Se ele amassou me pergaminho eu juro que corto a língua dele fora.

Senti ele me jogar em algo macio e percebi ser uma cama muito confortável, em pouco tempo ele já estava sem camisa e avançou para tirar a minha. Draco olhou sorrindo para meus seios cobertos pelo meu sutiã preto, que não ficou por muito tempo em meu corpo, já que com uma habilidade admirável ele o tirou rapidamente e o brilho de desejo em seus olhos aumentou. Não sei o que ele tanto olhava, não tinha nada para ver.

— Seus seios são lindos. – ele disse os olhando admirado. Eu ri da sua cara de bobo.

— Que seios? – perguntei divertida e ele riu.  

— Essas uvas. – ele disse rindo e eu lhe dei um tapa o que o fez rir mais ainda.

— Não é para falar dos meus seios, Malfoy! Só eu posso! – disse indignada.

— Qual é, Granger? Você sabe que eu amo uvas. – ele disse com o sorriso de lado que eu tanto amava, mas eu ainda estava chocada com a audácia dele.

— Ora seu filho da... – não consegui completar o xingamento, pois meu loiro atacou meus seios os beijando e chupando e logo o quarto foi preenchido pelos meus gemidos e ele se animou em descer os beijos passando pela minha barriga e parando no cós da minha saia.

Ele e olhou pedindo permissão e eu a concedi sabendo exatamente o que ele desejava, com um sorriso enorme Draco tirou meu short e ficou um tempo me olhando só de calcinha para depois continuar a beijar onde ele parou e descer distribuindo beijos e chupões em minhas coxas. Arquejei quando ele deu beijinho em minha intimidade ainda coberta pela minha calcinha. Ele deu um sorriso safado e tirou minha calcinha liberando minha intimidade, completamente molhada, que ansiava por ele.

O loiro se debruçou calmamente olhando e meus olhos de um jeito safado e começou a roçar os lábios por toda minha extensão. Ao mesmo tempo em que eu almejava sentir sua língua em mim eu queria bater nele por demorar tanto para fazê-lo e ele havia percebido minha angustia e continuava apenas a roçar os lábios e de vez em quando dava beijinhos.

— Draco! – choraminguei enroscando minha mão em seus cabelos e empurrando sua cabeça para baixo e ele riu contra minha pele sensível.  

Finalmente ele passou sua língua por minha extensão me fazendo delirar. Arqueei as costas e apertei a pressão em seus cabelos enquanto gemia loucamente sentindo a língua quente dele trabalhar habilmente entre minhas pernas.

 Ele enfiou um dedo dentro de mim de dando uma sensação desconfortável e um pouco dolorosa a princípio, mas que depois de um tempo se tornou ótima junto a sensação de sua língua fazendo movimentos circulares em meu clitóris. Depois de um tempo ele introduziu um segundo dedo e começou me chupar mais forte.

Eu dividia entre apertar o lençol da cama e puxar seus cabelos quando senti minhas pernas tremerem e um calor se formar em meu ventre, me desmanchei em sua boca gemendo alto e relaxando logo em seguida.

Draco sorriu e subiu em cima de mim me beijando calmamente, mas logo ficou mais selvagem e ele começou a roçar seu membro apenas coberto com a cueca em mim. Quando foi que ele havia ficado sem calça?

— Draco, agora não. – sussurrei quando ele passou a beijar meu pescoço.

— Eu sei. – disse suspirando e me beijou uma última vez antes de deitar e me puxar para seu peito. Ele nos cobriu com o lençol e ficamos deitados trocando carinhos.

Nesse momento parei para olhar o quarto em que estávamos. Três paredes eram cinzas claras e a parede em que a cama estava encostada era verde. Na parede do lado direito da cama tinha uma cortina que ia até o chão também verde com alguns detalhes prateados, no cômodo original provavelmente deveria cobrir uma janela ou uma sacada, mas lá apenas cobria a parede lisa. Na parede oposta tinha uma enorme estante com diversos livros e alguns itens de decoração. Em frente a cama tinha uma escrivaninha preta, que ficava ao lado da porta, com livros em cima. Provavelmente era o quarto de Draco e por mais que eu estivesse rodeada pelas cores de sua casa me senti acolhida ali com ele.

Não pude deixar de reparar um pôster do time da Bulgária com Vítor se destacando do resto do time e ao olhar atentamente seu rosto estava desenhado, tinham unido suas sobrancelhas e feito um bigode nele e cabelos arrepiados.

— Seu quarto? – perguntei o olhando, mas já sabia a resposta. Ele assentiu ainda acariciando meus cabelos e sorrindo. – Achei que você gostava do Vítor. – disse apontando para o pôster e rindo. – Vi vocês juntos ano passado.

— Eu até que gostava, mas aí ele tentou pegar o que é meu. – ele disse acariciando meu rosto.

— E o que seria? – perguntei curiosa e sentei puxando o lençol para me cobrir.

— Você. – ele respondeu com um sorriso de lado.

— Não sou sua!

— Mas poderia ser. – ele me puxou para seu colo, tirando o lençol de mim e me olhando com desejo. O olhei irritada.

— Não sou uma propriedade, Malfoy!

Ele me olhou divertido.

— Mas vai ser minha. – ele apertou minha bunda me puxando mais de encontro a ele.

— Não mesmo! – sai de seu colo e pulei para fora da cama me enrolando no lençol quando ele tentou me agarrar de novo.

— Você nunca discordou quando eu dizia que você era minha enquanto no agarrávamos. – ele me olhou com malicia e começou a vir em minha direção.

— O que eu falo quando estou com tesão não te dá o direito de me tratar como um objeto! – respondi o olhando nervosa. Ele percebeu que eu não estava brincando e parou.

— Não te trato como um objeto. – ele disse bufando. – Só não gosto que as pessoas toquem em você. Igual o Cicatriz que insiste em te abraçar a cada segundo ou o Cenoura que te olha como um cachorrinho atrás de sua dona ou até o Krum que teve a audácia de beijar você. – a raiva em sua voz era nítida.

— Harry é meu amigo e vai me abraçar quando ele quiser e Ron não me olha desse jeito, você que é um doente ciumento! – elevei a voz irritada. – Já o Vítor me beijou por que eu quis e deixei. – Draco me olhou com raiva mas não o deixei me intimidar e continuei: - E o engraçado de tudo isso é que nenhum garoto pode sequer e olhar, mas você pode se agarrar com todas as garotas de Hogwarts, né?

— Ciúmes, Granger? – a raiva em seu olhar sumiu e deu lugar a um brilho travesso. Ele tentou se aproximar e me agarrar, mas eu estava muito irritada para isso.

— Agora não, Malfoy! – disse me esquivando de seus braços e o olhando com raiva. Mais uma vez ele percebeu que a situação era séria e baixou a guarda.

— É só me pedir e eu serei só seu. - ele disse suspirando enquanto eu me vestia. - Eu te quero Hermione e sei que você também me quer.

Como ele poderia saber o que eu queria se nem eu mesma sabia? Não sabia se eu o queria de verdade. É claro que eu queria Draco Malfoy no meio de minhas pernas, quem não queria? Mas eu estava disposta a deixar tudo para trás por ele? Minhas amizades estariam em risco se soubessem de nós, fora que esse ciúme possessivo dele me irritava e não era algo que eu estava disposta a aceitar.  

— Eu não sei o que eu quero, Draco. – disse suspirando, peguei meu material no chão e saí o mais rápido possível.

****

— Eu matei Sirius Black! Eu matei Sirius Black!

Isso não parava de ecoar em minha mente seguido da risada estridente de Bellatrix Lestrange. Havíamos lutado contra comensais no Ministério da Magia por causa de uma tal profecia que ligava Harry a Voldemort. Perdemos Sirius quando os comensais nos encurralaram e a Ordem da Fênix foi ao nosso socorro. Bellatrix o matou a sangue frio, seu próprio primo, sangue do seu sangue.

A cena não saia de minha cabeça e isso me resultou em mais uma noite sem dormir. Fiquei com Harry até agora, ele estava destruído e chorou até dormir. Sirius era sua família e agora o havia perdido.

Deixei Harry, Gina, Ron, Neville e Luna dormindo no nosso salão comunal e me encaminhei para a cozinha do castelo precisava comer algo e pegar algo para meus amigos comerem também. Além da imagem de Sirius morrendo, a imagem de Lucius Malfoy tirando sua máscara de comensal e nos atacando não saía de minha cabeça me fazendo pensar em Draco, que eu não via desde nossa briga.

Ao me aproximar senti um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, era cheiro de pizza assando. Conhecia muito bem, pois era minha comida trouxa favorita e que infelizmente não tinha no castelo. Entrei o mais silenciosamente que consegui e me escondi atrás do armário vendo um garoto pálido com cabelos negros de costas para a porta olhando o forno. Ele se virou e meu queixo quase caiu ao ver quem era.

— Nott? – perguntei saindo do meu esconderijo. Ele saltou e me olhou como se eu fosse um fantasma.

— Você está louca, Granger? – perguntou irritado. – Não se assusta uma pessoa desse jeito!

— Desculpe. – levei a mão à boca tentando segurar o riso enquanto ele se acalmava. – O que está fazendo?

— Logo você uma nascida trouxa não sabe o que é? – ele perguntou irônico e sem me deixar responder ele debochou: – Se chama pizza, Granger, uma comida trouxa, sabe? Redonda e com coisas em cima.  

Revirei os olhos e coloquei as mãos na cintura.

— Eu sei o que é, idiota! Mas por que logo você, um sonserino, estaria fazendo isso? E como você sabe o que é isso? – disparei e ele me olhou divertido colocando as mãos na cintura me imitando.

— Há muito sobre nós que você não sabe. – ele sorriu e se sentou no balcão da cozinha indicando o banco à sua frente. – Sente-se vai demorar um pouco.

Não sei porque, mas o obedeci. Me sentei e o olhei desconfiada. Por que ele não estava me chamando de sangue-ruim e como ele sabia sobre pizza?

— Não respondeu minhas perguntas.

— Você é muito curiosa, sabia? – ele indagou com uma sobrancelha erguida e sorri concordando o que o fez rir um pouco. – Meus pais amam o mundo trouxa, nós viajamos todas as férias para países diferentes e em uma dessas viagens fomos para a Itália onde minha mãe aprendeu a fazer essas delicias e como eu peguei o dom dela na cozinha eu aprendi facilmente.

Estava chocada com o relato de Nott, pois até onde eu sabia sua família era de comensais.

— Mas sua família segue o lado das trevas. – comentei sem entender.

— Como eu disse, Granger: há muito sobre nós que você não sabe.

— Nott! – uma voz masculina chamou entrando na cozinha. Era Blasio Zabini e ele não tinha me visto. – Anda logo estou morto de fome!

— Não seja mal educado, Zabini! – Nott o repreendeu apontando para mim e o moreno parou me olhando estupefato.

— Me desculpe não sabia que tinha outra pessoa aqui. – o moreno sorriu para mim. – Como vai, Hermione?

— Bem, eu acho, e você? – perguntei meio assustada por ele dizer meu nome. Ele sorriu concordando com a cabeça e se sentou ao lado de Nott.

— Draco fala de você o tempo todo. – o garoto pálido disse provavelmente percebendo meu desconforto. – Parece que te conhecemos a anos.

Minha primeira reação foi ficar meio boba como fato de Draco falar de mim pra seus amigos, mas depois fiquei apreensiva sobre o que ele falava.

— S-sobre o que ele fala? – perguntei envergonhada. Se ele fala sobre nossos momentos ele seria um cara morto.

— Relaxa, baixinha, ele não entra em detalhes se é isso que te incomoda. – Zabini disse piscando para mim e Nott riu e completou:

— Ele só fica com a maior cara de idiota depois de seus encontros.

— Não nos encontramos mais faz uma semana. – suspirei triste, pois sentia muita falta dele.

— Nós percebemos. – Nott riu. – Tem que ver o mau-humor constante que ele anda.

Eu ri com eles e os dois me contaram sobre o quanto Draco não parava de falar de mim e sobre o ódio que ele ficou do Vítor no ano passado por ter me beijado.

— Agora ele torce para a Irlanda. – Zabini concluiu rindo.

— Mas eu vi um poster da Bulgária no quarto dele. – respondi sem entender o porquê de o pôster continuar lá. 

— Ele ainda o mantém lá para jogar coisas no Krum quando o pai dele o irrita. – Nott respondeu sorrindo. – Um dia acabamos com os copos da casa dele jogando no pôster e a mãe dele ficou uma fera.

Eu ri imaginando a cena dos três arremessando copos no pôster do Vítor, mas a simples menção de Lucius Malfoy me fez lembrar de hoje mais cedo e não consegui disfarçar minha vontade de chorar.

— Ei, - Zabini colocou a mão em meu braço carinhosamente. – está tudo bem?

Pisquei repetidamente para tentar afastar as lágrimas, mas ao ver a cara de preocupação dos dois eu não aguentei e desabei cobrindo o rosto com as mãos em uma tentativa falha de fazê-los não me ver chorar.

— Vai ficar tudo bem! – Nott disse afagando meu cabelo. Eles foram se sentar ao meu lado e tentavam me acalmar.

Me senti uma idiota ali chorando nos braços de duas pessoas que eu nem sequer havia conversado até momentos atrás, mas com quem por incrível que pareça me senti bem confortável. Parei de chorar e sequei minhas lágrimas pedindo desculpas pelo meu surto momentâneo.

— Não precisa pedir desculpas por isso. – Zabini disse sorrindo. – Pode nos contar o que aconteceu se quiser.

 Sem saber o porquê, confiei neles novamente e contei a eles o que aconteceu no ministério. Os dois me olharam solidários.

— Bellatrix é o pior tipo de comensal. – Nott disse e se levantou para olhar a pizza.

— E o pior tipo de pessoa. – Zabini completou. Ele foi até um armário da cozinha e tirou uma garrafa de Whisky de Fogo e três copos e colocou um pouco do líquido neles. – Isso pede uma bebida. 

— Eu concordo! – Nott disse voltando a se sentar do meu lado direito e Zabini do outro.

— Achei que todos os comensais fossem o pior tipo. – disse bebendo o liquido em um único gole e Zabini me serviu mais um pouco sorrindo admirado.

— Na verdade tem diversos tipos de comensais. – Nott respondeu me imitando e se servindo mais. – Tipo minha família que foram obrigados a servirem o careca sem nariz e são contra tudo o que ele pensa.

Ri com o apelido dando mais um gole na bebida, mas deixando sobrar no copo.

— E a minha que meio que acredita na supremacia, mas não querem que a coisa suje para o seu lado, então, ficam mais de fora e só agem quando são obrigados. – Zabini disse.

— E você está aqui conversando com uma sangue-ruim. – eu disse o olhando sem entender.

— Não acredito nessa baboseira. – ele respondeu sorrindo e acabando com o que tinha em seu copo, já pegando a garrafa para se servir. – Minha mãe sempre me disse que por mais que eles acreditassem nessas coisas eu tinha que ter minha própria opinião. 

— E tem o caso da família da Pans que é o caso de Bellatrix. – Nott disse. – Eles são doentes por aquele cara, Bellatrix é um pouco mais.

— Então a Parkinson é como ela? – perguntei com um certo desprezo.

— Pans acredita sim que nascidos trouxas são inferiores, mas é contra matar e escraviza-los. – Zabini explicou. – Ela tem consciência.

— Tenho que concordar. – disse acabando meu segundo copo e pegando mais. – E a família de Draco?

— Bom, já teve boatos de que Lucius era um amante do mundo trouxa em sua adolescência – Nott disse franzindo o cenho. – e que foi obrigado a se juntar a Voldemort.

Zabini soltou uma gargalhada.

— Isso aí é impossível de ter ocorrido. – ele disse divertido. – É de Lucius Malfoy que estamos falando.

Eu e Nott concordamos com ele. Lucius Malfoy era o tipo de bruxo menos provável de sequer simpatizar com mundo trouxa. Confidenciei a eles meu medo de ficar com Draco por todas as nossas diferenças e o fato de sua família estar do lado de Voldemort na guerra.

— Olha, Hermione, não podemos te dizer o que fazer. – Zabini disse. – O que podemos dizer é que Draco gosta de você de verdade.

— Chega a ser irritante o tanto que ele fala de você. – Nott disse e foi pegar a pizza que já estava pronta. Ele a colocou na mesa e fez um feitiço para ela duplicar. 

— Uai, Nott, você não é um cozinheiro de mão cheia? – perguntei rindo. – Por que não faz duas pizzas?

— Sou um cozinheiro de mão cheia, não um otário que vai ficar perdendo tempo sendo que pode usar magia. – ele respondeu com as mãos na cintura e eu e Zabini começamos a rir dele. – Vai comer? – ele me perguntou ignorando nossa risada.

— Aceito um pedaço, mas vou pegar outra coisa para levar para meus amigos. – respondi sorrindo.

— Não seja por isso! – com outro aceno de varinha ele multiplicou as duas pizzas e me deu duas para levar para meu salão comunal.

Terminamos a garrafa de Whisky e nos preparamos para sair da cozinha, mas antes eu tinha que os agradecer.

— Nott! Zabini! Obrigada por me escutarem. – eu disse meio sem graça.

— Não foi nada! – Nott disse e Zabini concordou sorrindo para depois me olhar seriamente e falar:

— Nos chame de Theo e Blás, sobrenomes não são necessários entre amigos.

Eu sorri concordando e eles sorriram se despedindo.

****

— Vi seu moreno. – sussurrei para Luna, me referindo ao Blás. Eu tinha acabado de acordar meus amigos para comermos a pizza.

Luna tinha uma queda por ele desde o nosso primeiro ano e ela o havia beijado no baile de inverno no ano passado. Ela me olhou vermelha, mas não disse nada apenas abriu um sorriso contido.

Comemos as pizzas em silêncio e tive que inventar uma história de onde as consegui ou a maioria ali não comeria sabendo que veio de um sonserino, principalmente agora.

— Poxa, Hermione, custava trazer mais uma? – Ron perguntou com a boca cheia pegando o ultimo pedaço antes que Gina o alcançasse, ela olhou irritada para o irmão e avançou em cima dele tentando pegar o pedaço.

Mesmo com a péssima noite que tivemos não conseguimos deixar de rir com os dois e até Harry que não havia esboçado outra emoção além de tristeza desde que chegamos não se controlou e deixou uma risada escapar.

Rony depois de lutar bravamente pelo último pedaço, mas perder miseravelmente, resolveu subir para o dormitório e foi acompanhado pelos meninos menos Harry que quis ficar no salão comunal mais um pouco. Gina um tempo depois subiu para o quarto e Luna, que não queria ir para seu salão comunal, a acompanhou. Me sentei ao lado de Harry em frente á lareira e ele deitou a cabeça em meu ombro sussurrando:

— Ele foi o mais próximo de um pai que eu tive.

Não consegui segurar minhas lágrimas e o abracei fortemente tentando consolá-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
Espero de coração que tenham gostado e desculpem qualquer erro.
Até amanhã,
Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Is It Possible?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.