Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Como estão?

Primeiramente, desculpem a demora, mas juro que não desisti da fic, apenas decidi procrastinar muito na semana santa e agora estou me ferrando com os estudos KKKKKK
Segundamente, o capítulo não está dos melhores, mas foi o que deu para fazer ou ficaríamos mais um tempo sem capítulo!

Bom, espero que gostem!



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Theodore.

— Já sabe quando será a... sentença? – perguntei meio relutante.

— Pode falar execução, Nott. – Pansy disse rindo. – Isso não vai me matar.

Fiquei quieto. Por mais que eu tivesse seu aval, quem não estava preparado para escutar essa palavra era eu.

— Disseram que dentro de um mês. – respondeu, por fim.

— E... – hesitei. – você está bem com isso?

Foi a pergunta mais idiota que eu fiz na vida!

Pansy soltou o pincel de maquiagem e virou para mim com as mãos na cintura.

— Considerando que em um mês meus pais estarão mortos, – ela suspirou pesadamente. – não, eu não estou bem... mas vou ficar.

Ela voltou a encarar seu reflexo no espelho e terminou a maquiagem.

— Agora vamos! Se não formos todos juntos, Antonella pegará todo o meu horário de visita. - revirou os olhos.

Levantei da cama e a segui pelo corredor em direção a escada que nos levaria a sala de visitas.

Eu estava meio apreensivo com tudo. Estávamos indo para o Ministério para o primeiro dia de visitas e eu não sabia ao certo se aquela era uma boa ideia. Havia se passado apenas três dias desde que eu vi Pans em seu pior momento e tudo o que eu não queria era vê-la daquele jeito de novo.

Chegamos na sala e Antonella já andava impacientemente de um lado para o outro, com sua aparência impecável e seu ar de pura arrogância. Quando nos avistou seus olhos grudaram em mim cheios de ódio e nojo, mas ela não disse nada, apenas empinou o nariz e me olhou com superioridade, antes de ir para a lareira, enquanto reclamava com Pansy pela demora.

— Eu preciso ficar maravilhosa a qualquer hora do dia. - a morena deu de ombros. - A senhora, mesmo, sempre diz que não podemos sair de casa sem estarmos impecáveis e, além disso, vai que eu encontro um comensal com os dias contados que queira se casar comigo antes da execução. A senhora amaria isso, não?

Antonella a olhou com os olhos cerrados e percebi que ela trincava os dentes para evitar de dar uma resposta, a qual com certeza seria de baixo nível.

Pansy continuou seu caminho com um sorriso arrogante, parou dentro da lareira e, pronunciando “Azkaban” em alto e bom som, sumiu entre as chamas verdes, após jogar o flúor na lareira.

A velha bufou ao meu lado.

— Essa garota é muito petulante! - reclamou e se virou para mim, me surpreendendo com o que disse a seguir: - Melhor cuidar dela, aquela língua maldita pode não ser bem aceita por um possível futuro marido.

— Não se preocupe, ela não vai se casar com qualquer pessoa, não deixaremos isso acontecer. Então, sugiro que a senhora desista dessa maluquice.

Ela abriu a boca para me responder, mas antes que o pudesse fazer a campainha tocou.

— Ah não! - rosnou. - Bem agora que estou de saída? Maldita hora que o Ministério me permitiu ter apenas elfos na cozinha! Vou perder meu horário de visitas por não ter elfos que prestem!

Antonella se virou para a porta, mas eu a impedi. Ela poderia ser uma bela cobra, mas estava sendo civilizada o suficiente para não arranjar brigas na frente da neta em um momento como esse e eu não sou um ser sem coração.

— Se quiser eu posso ficar para atender e a senhora vai ver seu filho. - sugeri.

Seu olhar caiu sobre mim com total desconfiança, mas ela não recusou e com um aceno de cabeça partiu para Azkaban.

 Caminhei até a porta e a abri me surpreendendo com a pessoa que encontrei.

— O que faz aqui? – perguntei com os olhos cerrados.

— Eu queria ver a Pansy. – Potter respondeu parecendo igualmente surpreso em me ver.

— Ora ora, só agora o eleito resolveu dar as caras. – eu disse amargurado. – Pena que agora ela não está e eu estou de saída.

Eu já ia fechando a porta, mas ele colocou a mão para me impedir.

— Não resolvi dar as caras só agora. – ele disse. – Tenho mandado cartas desde que saímos e, quando eu soube o que o Ministério decidiu, eu vim vê-la. A avó dela não disse? Foi ela quem me atendeu.  

 - Ela não recebeu carta nenhuma.

— Mas eu mandei! – se apressou em dizer. – Pode perguntar para a Gina, ela me vê escrevendo as cartas toda hora no trabalho.

A menção à ruiva fez meu peito se apertar. Eu não havia mandado nenhuma carta a ela desde que me comprometi a ficar com Pans.

— Olha, - ele suspirou pesadamente. – eu só quero vê-la, Nott, por favor.

— Ela foi para Azkaban, hoje é o primeiro dia de visitas. – eu disse.

— Pode dizer a ela que eu vim? – ele me perguntou com os olhos cheios de esperança. – E que eu vou voltar para vê-la?

Eu assenti e quando ele estava se virando para ir embora, meu lado bondoso, que, por alguma razão desconhecida, estava extremamente atacado, resolveu falar mais alto.

— Potter! – o chamei e ele se voltou para mim. - Posso fazer melhor. – abri mais a porta e indiquei o interior da casa com um aceno de cabeça. – Estou indo encontra-la, porque não vem comigo?

— Claro. – o sorriso largo que se abriu em seus lábios me fez ter um segundo de dúvida se ele sabia mesmo o que era perder os pais. – Claro, vou sim!

— Só não diga a Antonella que deixei você entrar. – eu disse quando ele entrou. – Ela finalmente levantou uma bandeira branca para mim e me mataria se soubesse que eu te deixei pisar nessa casa.

****

— Como ela esteve esses dias? – Harry perguntou depois de um tempo em que ficamos no absoluto silencio.

Estávamos esperando o horário de visita acabar em um corredor que dava para as salas onde deixavam os prisioneiros e suas famílias e, por mais que eu quisesse esperar o tempo passar em silencio, Potter, infelizmente, não compartilhava do mesmo desejo.

 - Como você acha? – ri sarcástico, mas o olhar meio perdido dele me fez baixar a guarda. – Péssima. Ela recebeu a carta logo depois que voltou do encontro de vocês e mandou cartas para mim, Draco e Blás. Nós estamos com ela desde então. No primeiro dia ela ficou péssima, não falava com ninguém, não comia e nem se expressava, mas depois passou, porém ela continua mal, só não quer deixar que a gente perceba.

— Queria ter estado do lado dela. – ele disse cabisbaixo. – Eu juro que mandei cartas.

— Não é para mim que você tem que ficar se afirmando.

Ele assentiu e voltamos a ficar em silencio.

Azkaban era realmente o que todos diziam. Um inferno na terra. De onde estávamos era possível escutar gritos e risadas dos presos e uma onda de calafrios percorria meu corpo toda vez que eu via um Dementador passar por perto.

— Eu tentei... – É... Potter realmente não queria ficar quieto. – tentei fazer Kingsley desistir dessa ideia maluca de matar os comensais, mas...

Revirei os olhos.

— Potter, - o interrompi. – primeiro, não estou nem um pouco afim de ouvir suas lamentações e, segundo, - suspirei pesadamente. – não tinha nada que você pudesse fazer.

— Eu sei, mas a avó de Pansy disse que foi minha culpa isso estar acontecendo e não quero que ela pense o mesmo.

— E não pensa. – o tranquilizei. – Não se preocupe, a única coisa que Pansy pensa é que você é um idiota, que não mandou uma carta desde que ela teve a pior noticia da vida dela.

O olhar dele dizia que minha tentativa de acalma-lo não havia dado certo e de fato eu não podia julga-lo, mas eu tentei e o que vale é a intensão.

— Sabe, Gina tem esse mesmo pensamento de você, ou pelo menos metade dele.

Novamente, a menção do nome da ruiva me desconcertou.

— Droga! – bati as mãos na testa. – Esqueci dela. – bufei frustrado.

 Ele fechou a cara para mim.

— Aconselho não dizer isso perto dela ou perto de mim, de novo.

Eu revirei os olhos.  

— Não mandei nenhuma carta porque estava com Pansy, mas acabei esquecendo de avisa-la disso. – expliquei.

— Bom, de qualquer jeito você vai ter que correr atrás dela se quiser mais alguma coisa.

Abri a boca para responder, mas a voz de Draco, no inicio do corredor, nos chamou a atenção.

— Nott! – o loiro me chamou correndo até nós. – Como ela está? Não queria ter atrasado tanto, mas minha mãe não está nada bem, principalmente por não poder vir.

— Relaxa, ela ainda está com os pais e a senhora reptiliana. – dei de ombros, me recostando na cadeira.

— O que ele faz aqui? – apontou para Potter.

— Vim ver a Pansy. – o quatro olhos respondeu.

— Depois de ignora-la por dias resolveu dar as caras, Potter? – Draco o olhou com nojo.

— Eu não a ignorei! – o moreno pulou da cadeira, irritado, e eu achei que aquele era um ótimo momento para eu me meter na pequena discussão que se formava.

— Vamos com calma. – me pus entre os dois e expliquei a situação: - Potter diz que mandou cartas à Pansy e a visitou, mas a velha mumificada não deu o recado.

Draco cerrou os olhos para Potter, mas pareceu entender quando amenizou a expressão.

— É a cara da Antonella fazer isso. – ele revirou os olhos.

Nós três nos sentamos.

O que nos restava fazer era esperar e nos preparar para qualquer tipo de reação que possa vir de Pansy. E naquele momento, eu, literalmente, estava me preparando para todas as reações, desde pensar em piadas para o caso de ela sair rindo, até preparar meu psicológico para vê-la se fechar para o mundo novamente.

A porta, por onde haviam levado as Parkinson pra ver John e Charlotte, se abriu e Antonella saiu de lá com a cabeça erguida e a postura impecável. Mas, conforme ela foi se aproximando, consegui ver as finas gotas de lágrimas que manchavam sua bochecha. Ela nos olhou, mas nada disse, apenas se encaminhou para fora daquele lugar sem dizer nada ou demonstrar emoção alguma.

Pansy não saiu atrás dela, o que significava que o horário de visitas não havia acabado, então voltei a me escorar no encosto da cadeira.

Passamos mais um tempo em silencio e depois disso eu só queria saber o que o Potter tinha contra ficarmos em silencio.

— Então... – ele começou atraindo nossa atenção. – acho que seria uma ótima ideia você ir atrás da Gina.

Eu bufei, me arrependendo de tê-lo trazido comigo. A única coisa que me impedia de bater nele era o fato de que estávamos em Azkaban.

— Eu vou. – respondi seco.

— Eu quis dizer agora. – ele continuou. – Ela está lá na Toca.

— Vou depois. – disse entredentes e fechei os olhos para deixar claro que eu não queria mais papo.

— Hermione também está lá, Malfoy. – ele tentou jogar para Draco.

— Sabe, Potter. Eu achava que eu era inconveniente, mas você consegue ser mil vezes pior! – estourei. – Qual a sua dificuldade em ficar com a boca fechada?

Draco soltou uma risada anasalada ao meu lado e colocou a mão em meu ombro para me manter calmo.

— Relaxa, Nott. Acho que sei o que o Cicatriz quer. – ele encarou Potter com diversão.

O moreno não suportou sustentar o olhar de Draco por muito tempo e logo baixou o olhar, enquanto um rubor crescia em seu rosto.

— Que seria? – perguntei irritado.

— Ele quer ficar sozinho com a Pansy e está tentando fazer a gente sair. – Draco riu.

— Ah, mas nem em sonho, Potter! – eu cruzei os braços voltando a olhar para a frente.

— Por que não? Esqueceu que você tem que se resolver com a Gina?

— Eu vou me resolver com ela e até sei como vai ser a reação dela quando me ver, mas não tenho ideia de como vai ser a reação de Pans quando sair daquela sala e não vou deixa-la sozinha nesse momento.

— Ela não vai estar sozinha, vai estar comigo.

— Que é o mesmo que estar sozinha. – Draco retrucou e Potter o olhou com ódio.

— Eu sei o que fazer com Pansy, não se preocupem. – ele rosnou.

— Ah é? – me virei inteiramente para ele. – Então o que você vai fazer se ela sair rindo?

— Vou rir com ela.

— E se ela sair chorando?

— Vou dar apoio a ela.

— E se ela sair querendo matar alguém?

— Vou estar ao lado dela.

— E se ela se fechar e não quiser falar com ninguém, nem fazer nada?

— Como eu já disse, vou estar ao lado dela. – Potter parou por um instante e suspirou pesadamente. - É tudo o que ela precisa, Nott, que alguém esteja do lado dela.

Minha careta foi involuntária e logo minha mente começou a trabalhar ferozmente para tentar achar uma hipótese que faria Potter sair correndo, mas o argumento dele havia quebrado todas as alternativas absurdas que eu pensava.

Novamente, o barulho de porta sendo aberta atraiu nossa atenção e, ao virarmos em direção a ele, demos de cara de Pansy saindo da mesma porta que Antonella saíra. Nós três nos levantamos de supetão, o que atraiu a atenção da morena.

— Eu estou bem. – disse revirando os olhos. – Não vou me matar ou matar alguém. – seu olhar parou em Potter e ela franziu o cenho. – O que ele faz aqui?

— É o que eu estou me perguntando. – bufei.

— Você que me trouxe!

— Cala a boca, Cicatriz. – rosnei.

— Ele quer conversar com você. – Draco respondeu, passando o braço pelo meu pescoço e me afastando do moreno. – Vocês têm muito o que conversar, então acho melhor que façam isso sozinhos.

Pansy ergueu uma sobrancelha para nós e cruzou os braços.

— Nott e eu temos alguns assuntos para resolver, então teremos que deixá-los.

Eu olhei para o loiro sem acreditar no que eu escutava. Ele não estava cogitando a ideia de deixa-la com o Potter depois daquela visita, não é mesmo?

— Sabe que não preciso que vocês fiquem cuidando de mim, né? – ela perguntou.

— Sim, mas de qualquer forma Blás e Luna vão aparecer na sua casa daqui a pouco e nós nos juntaremos a vocês assim que possível. – Draco sorriu para ela e sob meus xingamentos, me arrastou para fora de Azkaban.

****

— Qual o seu problema? – perguntei emburrado quando, depois de aparatarmos, paramos em frente a Toca. – Potter não sabe como lidar com Pansy naquela situação, deveríamos estar ao lado dela!

— Potter já provou que sabe sim lidar com ela. – ele retrucou. – E logo Blás vai estar com eles, então não se preocupe. Você já tem outros problemas. – apontou para a casa torta dos Weasley.

Eu queria protestar e voltar para estar com Pansy naquele momento, mas no fundo eu sabia que Draco tinha razão e Potter ao lado dela não seria algo tão ruim.

O loiro deu os primeiros passos e foi até a casa, comigo em seu encalço. Mesmo do lado de fora conseguimos ouvir os gritos enfurecido de Molly e, com certo receio e curiosidade, eu bati na porta e esperei ansiosamente pelo primeiro Weasley que apareceria.

A porta se abriu e as palavras ficaram mais audíveis. Ri internamente quando entendi que a Sra. Weasley xingava o único ruivo detestável. Eu não sabia o motivo e não precisava saber, só de saber que era Ronald Weasley que estava sendo alvejado com xingamentos eu já estava me divertindo.

George apareceu rindo para o caos em que a casa se encontrava, e assim que nos viu sua expressão passou de divertida para confusa.

— Eu, com toda certeza, não esperava vocês aqui. – ele escorou no batente da porta e cruzou os braços. – Principalmente você, Malfoy. O que faz aqui? Da ultima vez que soube algo de você e sua família, você estava em prisão domiciliar e só estava liberado para ir a Hogwarts.

— Meu pai conseguiu ser liberado de Azkaban e deu um jeito para eu fosse liberado da prisão domiciliar também. – ele respondeu.

— Claro o jeitinho de Lucius Malfoy. – George desdenhou e se virou para mim. – Gina está uma fera com você, o que é uma pena, porque eu até que gostei de te ter como cunhado.

Eu não sabia que eu era capaz de corar, mas George provou que sim. Fiquei completamente sem reação às suas palavras e quando o ruivo percebeu isso, a diversão voltou para o seu rosto.

— Por que não entram? Vou amar assistir ao show que vai ser quando Gina te tirar daqui a pontapé.

Hesitei em aceitar o convite, agora seria uma ótima hora para eu sair correndo, mas o loiro imbecil ao meu lado resolveu aceitar por nós dois e me puxou para dentro do covil dos Weasley.

De início encontramos Arthur esparramado no sofá, enquanto assistia a um jogo de futebol na TV. E assim que nos viu, o Sr. Weasley se apressou em nos receber.

— Theo! Draco! Olá! – ele se levantou rapidamente, desligando a TV e ajeitando suas vestes. Sejam bem-vindos!

— Obrigado, Sr. Weasley. – Draco agradeceu sem graça. Provavelmente estava tão surpreso quanto eu por Arthur o estar tratando bem, mesmo detestando sua família.

— Theodore veio ver a ex-namorada, pai. – George riu atrás de mim.

— N.não é nada disso, senhor! – gaguejei tentando encontrar um jeito de não ser expulso antes que pudesse falar com Gina. – Ela é apenas minha amiga.

— É, agora ela é mesmo. – o ruivo continuou com suas piadinhas.

— Não se preocupe meu jovem. – Arthur riu. – Mas só posso te desejar boa sorte. – ele apontou na direção da cozinha. - Vamos lá! Molly está cozinhando e os meninos a estão ajudando.

Nós o seguimos e entramos no verdadeiro caos. Tinha potes de tempero voando de todos os lados em direção a bancada onde a Sra. Weasley estava. Ronld estava lavando a louça, enquanto reclamava sem parar que detestava fazer aquilo. E Hermione estava na mesa da cozinha, com a bochecha suja do que parecia ser chocolate, batendo um liquido marrom em um recipiente de vidro.

— Molly? Acho que eu realmente não sirvo para cozinhar, era para o pudim de chocolate ter dado o ponto há meia hora atras, mas continua líquido.

Molly riu e foi acudir a castanha.

— Não se preocupe, querida, nada que uma boa magia não ajude.

Com um balançar rápido de varinha, a Sra. Weasley transformou o recipiente com o liquido nos braços de Hermione em uma travessa com o pudim pronto e decorado.

— Eu também sou péssima com doces. – ela riu novamente, acalmando a mais nova.

— Por que que ela a senhora deixa usar magia e eu não? – Ronald reclamou.

— Porque a Hermione está sempre me ajudando nessa casa e você não! – Molly ralhou com o ruivo, que logo voltou a fazer seu trabalho com uma carranca.

Arthur achou uma brecha naquele momento e pigarreou atraindo a atenção dos três. Nesse momento senti o loiro ao meu lado ficar tenso sob o olhar da castanha.

— Querida temos visitas! – ele apontou para nós, nos deixando envergonhados.

— Ah, que maravilha! – ela comemorou. – Amo quando a casa está cheia. Entrem! Entrem! – sorriu para nós dois.

Nós passamos pela porta no instante em que Ronald disparava contra nós:

— O que os filhotes de comensais fazem aqui?

A graça da cenoura ambulante mal começou e logo já acabou.

— Melhor terminar o que está fazendo de boca fechada, Ronald Weasley! – a Sra. Weasley disparou antes que ele pudesse dizer mais ofensas. – Ou eu juro que vai se arrepender.

Ele fechou a cara novamente e ficou de costas para nós voltando sua atenção para a louça.

— Que tal ajudarem a Mione a descascar os legumes para fazermos a comida mais rápido?

— Claro Sra. Weasley. – sorri em agradecimento.

— Molly, acho que Gina precisa de ajuda lá na horta. Um dos meninos podia ajuda-la. – Hermione sugeriu.

— Sim. – Ronald novamente se meteu na conversa. – Vai lá, Malfoy, sei que doninhas adoram terra!

Draco não se controlou e soltou um rosnado na direção do ruivo, mas o brado da Sra. Weasley foi mais alto e encobriu o xingamento do meu amigo.

— O que eu falei, Ronald Bilius Weasley?

Enquanto Molly xingava o filho e Draco ia sorridente para o lado de Hermione, rumei para a porta dos fundos em direção a horta e em busca da ruiva que provavelmente me daria um soco.

Encontrei Gina ajoelhada na pequena horta arrancando furiosamente algumas ervas daninhas que ameaçavam se expandir. A força que ela usava para arrancar as plantas me fez temer que talvez apenas um soco não seria o bastante.

— O que faz aqui? – perguntei depois de pigarrear e ela não escutar.

A ruiva deu um pulo com o susto e, por mais que eu adorasse assusta-la, eu sabia que aquele era um péssimo momento para fazer aquilo.

— Desculpa, não quis te assustar. – disparei, perante seu olhar de raiva. – De verdade, eu queria tudo menos te assustar nesse momento.

Ela se levantou, batendo as mãos na roupa para limpa-la, ainda com a cara fechada e perguntou:

— O que faz aqui?

— Bom, - cocei a nunca, sem saber ao certo o que dizer e como começar a me desculpar. – Potter está com a Pansy e eu achei que seria uma boa hora para eu vir ver como você está e pedir desculpas por ser um idiota e não responder suas cartas.

— Tudo bem. – ela deu de ombros e voltou a fazer o que estava fazendo.

Sua boca dizia “tudo bem”, mas seu tom seco dizia que não estava nada bem.

Agachei ao seu lado, sem querer me sujar.

— Sabe, vocês mulheres são péssimas em fingir que está tudo bem. – brinquei, mas o olhar da ruiva fez eu me arrepender de escolher aquela hora para brincar. – Quer dizer... – pigarreei. – Sei que não está nada bem.

Gina não respondeu, apenas voltou a matar as ervas daninhas e, talvez fosse impressão minha, mas a fúria em seus atos havia aumentado.

— Desculpe não responder suas cartas ou te dar algum aviso. – disse verdadeiramente arrependido. – Pansy recebeu a carta do ministério e logo já me chamou para ir na casa dela. Eu, Draco e Blás ficamos com ela desde então. O máximo de tempo que eu fiquei em casa esses dias foi para tomar um banho e dar apoio aos meus pais, que também são amigos dos pais de Pansy.

Eu disse tudo o que de fato havia acontecido e tudo o que eu mais queria naquele momento era que ela entendesse, porque se isso não acontecesse... então nem eu sabia o que seria da minha relação com a ruiva. Pansy era mais que minha melhor amiga, ela era minha família e se eu precisasse deixar tudo para ir ajuda-la, eu faria sem nem pensar duas vezes.

Ela parou bruscamente o que estava fazendo e me olhou irritada.

— Não podia ter escrito um mísero bilhete dizendo que algo tinha acontecido ou mandado um patrono ou um sinal de fumaça ou qualquer coisa?

— Sim, eu poderia ter feito isso. – concordei. – Mas não consegui pensar nisso, sinto muito.

— Sabe o quão preocupada eu fiquei? – ela ficou em pé e cruzou os braços. – Você sempre me disse que jamais deixaria de responder e que se isso acontecesse algo teria acontecido com você.

Me levantei encarando seu rosto corado com a raiva que sentia.

— Gina...

— Sabe quantas coisas passaram pela minha cabeça? Sabe que tipo de coisas? – a ruiva cerrou os punhos e apertou os dentes. – Te garanto que nenhuma dessas coisas acabava com você são e salvo. E, Merlim que me perdoe, mas quando vi a noticia dos pais de Pansy, fiquei tão aliviada que até senti ódio de mim, por me sentir desse jeito.

Eu estava estático a olhando desabafar com lágrimas formando no canto de seus olhos. Nunca imaginaria que ela se sentiria assim e, novamente, me odiei por não ter tirado um segundo do meu tempo para avisa-la.

— Você não pode dizer essas coisas e sumir sem mais nem menos, Nott! – ela já começava a gritar. – Isso não se faz com ninguém! Eu estava quase indo te caçar na sua casa, quando...

Talvez eu me arrependesse depois de levar um soco, mas não consegui controlar minhas ações e, na verdade, nem queria controla-las. Segurei o rosto de Gina entre as mãos e a puxei para um beijo.

No começo ela me empurrou e bateu em meu peito, para tentar me afastar, mas logo em seguida suas mãos se enrolaram em meus fios e me puxou para mais perto, aprofundando mais nosso beijo.

Quando nos separamos, o que foi uma tortura para mim, ela já estava mais calma e seus olhos não estavam mais cheios d’água.

— Me desculpe por ser um idiota. – eu disse sem solta-la do meu abraço. – Prometo não fazer mais isso.

— Sabe que não vai ser tão fácil assim, né? – ela ergueu as sobrancelhas. -  Vai ter que me provar que não vai mais fazer isso.

Minha mente poluída viajou com grande fluidez e um sorriso malicioso cresceu em meus lábios, quando um pensamento pecaminoso me atingiu.

— Eu já tenho varias ideias de como me redimir e te provar que não vou te abandonar.

A ruiva cerrou os olhos para mim e me empurrou, se libertando dos meus braços.

— Não desse jeito, Nott! – me repreendeu com a cara fechada, mas antes que ela se virasse e voltasse para o seu trabalho pude ver um sorrisinho em seus lábios.


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!

Espero de coração que tenham gostado do capítulo! Desculpem qualquer erro e até o próximo capítulo!

MINHA OUTRA FIC:
https://fanfiction.com.br/historia/807766/Sete_dias_para_matar_Draco_Malfoy/



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