Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Como estão?

Estou tentando avançar um pouco mais a relação dos personagens, então nesses próximos capítulos veremos mais relações sendo restauradas e aquelas leves confusões de sentimentos.

Aí está mais um capítulo, espero que gostem!



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Gina.

Entrei no meu quarto sendo seguida por Hermione e a primeira coisa que eu fiz foi me jogar em minha cama. Como eu senti falta de estar em casa...

Observei minha amiga colocar a mala em cima de sua cama e começar a guardar suas roupas no guarda-roupa, ela estava em um completo silêncio desde que entramos no trem.

— O que aconteceu? – perguntei.

— Nada. Porque? – ela me olhou com o cenho franzido.

— Você não foi no café da manhã, mal conversou com a gente e só dormiu no trem.

— Eu só estou cansada, acordei muito cedo.

Hermione continuou guardando suas roupas, mas eu a conhecia muito bem para saber quando ela estava me escondendo algo. Me levantei e fui até a porta, a trancando.

— É o Malfoy de novo, não é? – ele foi o primeiro motivo a vir em minha cabeça e não me segurei ao perguntar.

Ela travou por um tempo e se sentou na cama, se virando para mim com cara de culpada.

— Eu quase transei com ele de novo.

Inspirei profundamente, tentando me acalmar e não xinga-la.

— Você é idiota? – perguntei irritada. – E todo aquele papo de “com ele nunca mais”?

— Não aguentei. – ela baixou a cabeça. – Ele tocou na minha cintura e eu não me controlei.

— Aaaah, então tenho que avisar os meninos para não te abraçarem mais, porque se um simples toque te fez quase dar para ele, um abraço então deve te fazer...

— Não seja idiota. – ela me cortou, revirando os olhos. – Era o Draco, não seria assim com outra pessoa e você sabe disso muito bem.

— É, eu sei. – bufei.

O silêncio se instalou. Eu queria dizer muitas coisas e uma delas é que terminar com Draco havia sido um erro, mas eu não podia despejar tudo em cima dela. Pelo menos ainda não...

— Não sei o fazer. – ela quebrou o silêncio. – Eu quero focar em mim, mas estou ficando louca vendo ele se agarrando com cada garota que respira na frente dele e hoje de manhã, quando ele estava tão perto, pareceu tão certo agarrar ele.

— Sim, você precisa focar em você mesma, mas não significa que você tenha que nunca mais tocar nele. – voltei para minha cama, me sentando de frente para ela. – Já ouviu falar em amizade colorida? Eu te recomendo, e muito, principalmente agora que você não transa mais.

— Está sendo tão bom assim com o Theo? – Mione me perguntou rindo.

— Não estamos em um estágio avançado, mas, sim, é bom ter alguém para dar uns pegas quando eu bem quiser. – eu ri.

— Não sei se isso daria certo comigo e Draco. – ela bufou. – Ele já deixou mais do que claro que não quer ser só meu amigo e com certeza ele confundiria as coisas.

— Só ele, né? – perguntei irônica.

— Eu não confundiria!

— Mione, não sei se você se lembra, mas você surtou por um dia inteiro depois que viu Draco transando com Astória.

— Era diferente!

— Tem razão. – a olhei da forma mais cínica que consegui. - Na época você namorava meu irmão e o traia com o Draco. – eu disse um pouco mais baixo, para que ninguém que passasse no corredor escutasse.

— Pelo menos ele era só meu e continua sendo, então ver ele enfiando a maldita língua gostosa na garganta de outra garota me fez querer amassar aquele nariz empinado e arrancar fio por fio daquele cabelo maravilhoso e...

— E você não está nem um pouco pronta para uma amizade colorida. – constatei o obvio. – Pelo menos não enquanto você for uma louca possessiva, que termina com ele e quer mata-lo por ele beijar outras garotas.

Hermione abriu a boca para retrucar, mas desistiu no meio do processo. Ela sabia que eu estava certa, não tinha argumento no mundo que me tirasse a razão naquele momento. Sorri orgulhosa de mim mesma.

— Eu sou um ser humano horrível. – ela grunhiu.

— Isso não é ser um ser humano horrível, isso é amar alguém. – suspirei pesadamente, tentando tranquiliza-la. – Um ser humano horrível você é por outros motivos. 

Ela fez uma careta para mim, o que me fez rir.

— Qual é? Você sabe que é a mais pura verdade. – ela não me respondeu, mas sua cara de culpa falava por si só. – Mas esses sentimentos de ciúmes e possessão que você sente é um pouco normal.

— Detesto sentir isso. – Mione bufou deitando de barriga para cima.

— Te entendo.

Ela rolou de lado para me olhar.

— Harry e Pansy?

— Harry e Pansy, Dino e Parvati, Dino e Anna Abbott. – listei.

— Você não parece ser tão ciumenta assim. – ela riu.

— Eu tenho a incrível habilidade de não sentir ciúmes quando eu estou com a pessoa, porque eu confio nela, mas quando terminamos eu fico com aquele sentimento de que a pessoa que eu gosto está livre e não é mais leal a mim.

— Você é possessiva igual a mim! – acusou.

— Não seja estupida! Eu jamais seria louca possessiva com meu amante, até porque eu não teria um. – o travesseiro me acertou em cheio no rosto e precisei desviar da almofada que vinha logo em seguida.

— Vai jogar isso na minha cara até quando? – ela me perguntou vermelha de raiva.

— Considerando que você traiu meu irmão e eu continuei sua amiga, eu vou jogar isso na sua cara o resto da minha vida para me redimir com ele. – respondi dando de ombros.

— Está bem. – ela rosnou. – Te devo essa, então vou aguentar calada.

— E sem me agredir! – exigi.

— E sem te agredir. – ela repetiu, mas sua cara emburrada não me trouxe muita fé nisso. Então apenas segui importunando-a e me divertindo com os xingamentos que ela não conseguia segurar.

****

A volta para casa foi mais animadora do que eu pensava que seria. George parecia bem mais animado do que a última vez eu o tinha visto, minha mãe estava empolgada com a nossa volta e a cada dia nos presenteava com um doce diferente no jantar e meu pai continuava o mesmo de sempre, com suas piadas de tiozão e suas tentativas de fazer minha mãe se acostumar com algum aparelho trouxa.

Tudo tinha mudado para melhor, a alegria havia voltado para nossa casa e isso me fez sentir que talvez fosse possível voltarmos a ser como éramos antes.

Fazia duas semanas que havíamos entrado de férias, mas não paramos por nada. Eu e Harry trabalhávamos na loja com George todos os dias, Hermione estava sempre no ministério ajudando a descobrirem uma forma de desfazer o obliviate e Rony, para fugir das garras de minha mãe e não ajuda-la em casa, acompanhava nosso pai no ministério com a desculpa de querer aprender para, talvez, seguir a profissão.

— Meu pé está me matando! – reclamei, me jogando no sofá depois de um longo e cansativo dia.

— Eu falei que você se arrependeria se fosse com uma bota de salto trabalhar. – Hermione retrucou, rindo e me observando arrancar o calçado.

 - Ei, aquele gatinho que faz as entregas para o George estaria lá hoje. Eu não poderia perder a chance, tinha que ir toda linda e maravilhosa!

— Há! Só nascendo de novo, querida irmã. – Ronald riu debochado e eu chutei um pé da minha bota nele.

— Não seja um imbecil! Eu não sou você. – revirei os olhos.

— Deu certo pelo menos? – Mione chamou minha atenção.

— Não. – Harry respondeu antes que eu o fizesse. – Ele ficou doente e mandou o primo no lugar. – riu.

— E nem para o primo ser bonitinho. – choraminguei, os fazendo rir.

— Me dá aqui. – o moreno puxou uma cadeira e sentou na minha frente. – Tia Petúnia sempre me pedia para massagear seu pé no fim da tarde, então acho que eu faço uma boa massagem.

Em outras ocasiões eu jamais aceitaria, principalmente depois de seu relato, mas aquela maldita bota havia dilacerado meus pés. Então, sem nem pensar duas vezes me atrevi a abusar da sua boa vontade.

— Não seja fresca! – Ron revirou os olhos. – Harry, não está vendo que ela está te usando?

— Eu estou devendo essa para ela. – ele explicou rindo, antes que eu pudesse xingar aquele ruivo idiota. – Era para eu ter ajudado a lidar com os clientes, mas George precisou de mim no caixa.

— Vocês são tão idiotas. – meu irmão imbecil debochou, esticando as pernas no colo de Hermione, que as empurrou para longe, o olhando irritada. – Trabalham tanto e não ganham nada. Devia trabalhar comigo no ministério, Harry. Vou ganhar 800 por mês e só trabalho quatro horas, sem contar que eles bancam meu almoço.

— Não se vanglorie! – Hermione o repreendeu. – Eles praticamente pagam para te ver longe de lá.

— Mas pelo menos eu ganho muito e trabalho pouco. – ele piscou para ela, que apenas revirou os olhos para ele.

Eu ri.

— Para que o Harry vai trabalhar com você, se George vai nos pagar 1800? – debochei. 

— O que? – Ron me olhou chocado. – Eu me voluntariei para ajuda-lo de graça e ele recusou, mas vai pagar 1800 para vocês? Isso não vai ficar assim!

Meu irmão subiu as escadas batendo o pé, a procura de George, enquanto ficamos rindo e Hermione ficou nos contando sobre os burburinhos que corriam no ministério de que Rony destruiria o departamento de Uso Indevido de Artefatos dos Trouxas.

— Juro para vocês. – ela riu. - Se ele durar até o final desse mês, vai ser por Arthur ter implorado muito.

Eu e Harry gargalhamos.

Nossa conversa foi interrompida, quando minha mãe entrou com um sorriso de orelha a orelha e um buquê de lírios rosas, sua flor favorita.

— Gina, querida. – ela me olhou com os olhos brilhando de ansiedade. – Tem um garoto lindo procurando você lá fora.

Eu franzi o cenho tentando pensar em quem seria, mas ninguém em específico veio em minha mente.

— Pode ser o cara, Gi. – Harry riu. – Você não tinha dito para o primo dele dar seu endereço a ele?

Arregalei meus olhos, pulando do sofá animada.

— Confesso que eu estava esperando uma carta, mas isso é ainda melhor. – quase pulei animada, correndo atrás da minha bota.

— Não é melhor colocar um sapato baixo? – Hermione perguntou, mas eu não tive tempo de responder, pois já estava pulando para a porta, enquanto tentava calçar a bota.

Arrumei meu cabelo em uma rápida olhada no espelho e abri a porta com o melhor sorriso sedutor que eu pude.

— Oi. – tentei dizer da forma mais sexy que consegui, quando vi o garoto escorado no batente da nossa mais nova varanda, olhando para o pôr do sol.

Ele usava um sobretudo vermelho vinho, calça jeans preta, e meio larga, e coturno também preto. De costas ele estava maravilhoso, bem mais do que quando eu o observava na loja. Seu familiar cabelo revolto me deixou na expectativa de ver o cara mais sexy do mundo, mas seu cabelo era familiar até demais.

O garoto se virou e meu sorriso sedutor foi morrendo aos poucos.

— Está esperando alguém, Ruiva? – Nott perguntou, me olhando com uma sobrancelha erguida.

Eu pude sentir meu coração perder uma batida quando minhas expectativas foram atendidas e muito mais do que eu imaginava. Vê-lo daquele jeito, sem seu habitual uniforme ou uma roupa mais simples para ir a Hogsmead, me deixou atordoada e o idiota percebeu isso.

— O gato comeu sua língua? – ele se aproximou sorrindo sedutoramente.

Merda! Meu raciocínio estava uma bosta e eu não conseguia dizer nada, minha garganta parecia mais seca que tudo e o familiar friozinho na barriga crescia a cada segundo que eu continuava o olhando.

— O.o que você faz aqui? – perguntei depois de um longo tempo e muito esforço.

— Fiquei com preguiça de te escrever essa noite, então vim te ver. – ele abriu um sorriso animado e contagiante.

Sorri pensando em nossas trocas de cartas. Desde o primeiro dia de férias começamos um rigoroso ritual de trocar umas 4 ou 5 cartas por noite e uma ou duas por manhã, antes do meu trabalho. Nossas corujas deviam nos odiar mais que tudo.

— Então, senhor Nott, - me escorei no batente da porta sorrindo de lado. – como foi seu dia?

Seu sorriso se alargou e ele abriu a boca para responder, mas foi impedido antes que pudesse dizer algo.

— O que ele ainda faz aí fora? – a voz de Dona Molly Weasley nos assustou. – Não fique aí fora, querido, está frio. – ela me empurrou para dar espaço para ele entrar e o puxou para dentro. – Entre, entre!

— Não precisa, senhora Weasley, apenas vim conversar rapidamente com Gina e...

— Bobagem! – ela o cortou, tirando o sobretudo dele com magia e o pendurando no cabideiro ao lado da porta. – Você ficará para o jantar.

Eu ri fechando a porta, enquanto a observava empurrar o sonserino para o sofá junto com Harry e Hermione.

— Quer algum chá, café, água, suco... – minha mãe começou a lhe oferecer tudo o que tinha em casa e ele apenas recusava com educação, sem deixar seu sorriso morrer.

— Muito obrigado, senhora Weasley, mas não quero nada.

— Certeza querido? Um chá de camomila nesse frio cairia bem. Se quiser Gina vai colher camomila na horta e...

— Não vou não! – me apressei em dizer e ela me lançou um olhar feroz.

— Não se preocupe. – ele riu. – Estou bem assim.

— Está bem, querido. – ela desistiu de lhe oferecer coisas e então se virou para mim. – Vá tomar banho! Um rapaz tão lindo vem te ver e você não toma banho desde de ontem.

Eu arregalei os olhos, sentindo minhas bochechas esquentarem.

— Mãe! – quase gritei, apertando os punhos, me segurando para não chorar de vergonha. – Eu tomei hoje de manhã!

Nem olhei na direção de Nott, já imaginando que ele estaria escondendo a risada. Grunhi e corri escada acima querendo que o chão se abrisse e me engolisse.

*****

Devo ter tomado o banho mais demorado da minha vida, onde fiquei tentando, desesperadamente, saber de onde eu tiraria coragem para descer e encarar Theo outra vez. Me troquei o mais devagar possível, depois de ficar um tempo pensando em que roupa colocar.

Eu não podia colocar uma das minhas roupas de ficar em casa, porque seria muito desleixo e eu queria que ele me visse bonita, mas também não poderia estar maravilhosa para ele não achar que eu estava dando em cima dele.

Optei por usar uma calça jeans preta, uma blusa branca de alcinha, que era larga e ficava incrível quando eu prendia a parte da frente dela por dentro da calça. E no pé roubei um all star preto da Hermione.

Desci as escadas morrendo de vergonha, mas me aliviei quando escutei risadas vindo da sala, inclusiva a risada dele. Entrei no cômodo e dei de cara com Hermione e Nott em um dos sofás e meu pai, Rony e George sentados no outro e vestindo pijama.

Com exceção de Ron que olhava Theo com uma carranca, todos os outros pareciam estar em uma animada conversa, que foi interrompida pelo sonserino quando me avistou na porta da sala.

— Que demora, Ruiva! Estava fedendo tanto assim? – ele atraiu a atenção para mim e voltei a morrer de vergonha.

— Você não viu nada, meu caro. – George gargalhou. – Tem que ver quando está nevando e ela se recusa a tomar banho para dormir.

Os dois gargalharam. Eu arregalei os olhos e fiz a melhor que eu poderia fazer.

— Papai! – corri para a única pessoa que me protegeria. - Você vai deixar esse estrupício me difamar na frente da visita?

— Chega. – meu pai escondeu um sorriso, fingindo uma cara brava e deu um tapa na cabeça de George. – Essas são histórias que devemos guardar para o casamento dela. Se todos souberem, perde a graça.

Os três voltaram a rir e eu me virei para Hermione que segurava a risada. A olhei, implorando por ajuda.

 - Theo, você não queria conversar com Gina? – ela perguntou desviando o assunto e eu a agradeci mentalmente. – Se quiser, podemos deixá-los um pouco sozinhos.

— E ir para onde? – Rony finalmente abriu a boca, mas a forma rude como falou me fez desejar que ele não o tivesse feito. – Nossa casa não é uma mansão, como ele está acostumado, para podermos realizar as exigências dele.

— Não seja ranzinza! – George o repreendeu. – Podemos ir ajudar a mamãe, se o assunto for muito importante. - sugeriu.

— Não se preocupem. – Nott respondeu educadamente. – Não é nada que não possamos conversar depois.

Claramente Nott havia ficado sem graça com o ataque de meu irmão, mas meu pai o fez mudar rapidamente ao entrar no assunto que ele mais amava.

— E então, Theo. Gosta de quadribol?

*****

O assunto se estendeu até a hora do jantar. Quando se fala sobre quadribol nessa casa não há ninguém que não participe da conversa. Até Hermione e minha mãe, que eram as que menos entendiam, comentavam uma coisa ou outra.

Paramos o assunto quando minha mãe pôs um fim na conversa, por não querer discussões, que já estavam sendo travadas, na mesa de jantar. Passamos a refeição inteira escutando meu pai contar as histórias engraçadas de Rony apanhando para as maquinas trouxas, George contar sobre as pegadinhas que ele e Fred faziam com os professores e que hoje eram as mais vendidas da loja, e precisei passar pela vergonha de ver minha mãe interrogar Nott, querendo saber todos os detalhes da sua vida.

Mesmo depois da janta, Theo ficou preso nas conversas paralelas que não deixávamos morrer e, finalmente, fui ter um tempo a sós com ele quando, depois de muito tempo, o levei até lá fora para me despedir.

— Desculpe minha família. – eu comentei quando paramos de rir de algo que meu pai havia comentado antes de nos deixar a sós. – Eles são um pouco exagerados em tudo. – sorri sem graça, lembrando das vergonhas que eu havia passado.

— Não tem que se desculpar. – ele riu. – Eu amei hoje. – olhou para as próprias mãos, me permitindo, pela primeira vez, ver um Theodore Nott envergonhado. – Acho que nunca me diverti tanto em família como hoje.

Cerrei os olhos, duvidando do que eu estava escutando. Ele me falou tanto de seus pais, que a imagem que eu tinha deles era de serem os mais legais do mundo.

— Não é verdade.

— É sim. – ele riu, voltando a me encarar. – Faz muito tempo que eu não janto com meus pais, igual vocês fizeram hoje. Eles estão sempre viajando ou trabalhando, acabo não tendo muito tempo com eles.

Nunca imaginei que ele pudesse se sentir assim. Para mim Nott tinha a vida mais perfeita do mundo. Ele é rico, tem pais que fazem o que ele quer, sempre viaja para onde quer e é lindo e maravilhoso. Eu achava que isso era mais do que a vida perfeita.

— Não estou reclamando deles! – ele se apressou em dizer. – Não quero parecer ingrato, mas sinto falta de ter um jantar como esse.

Eu sorri, segurando sua mão.

— Nesse caso, está mais do que convidado para vir jantar sempre que quiser.

— Ah, sua mãe não daria conta. – ele riu. – Ter que te alimentar já deve ser muito difícil, imagina ter que ficar me alimentando junto.

Gargalhei.

— Ela já teve que alimentar, todos os dias, sete Weasleys, que comem como um dragão, de uma vez. – eu sorri divertida. – Acredite quando digo que você não vai fazer muita diferença. Minha mãe vai amar te receber principalmente depois de você acertar as flores favoritas dela.

— Eu apenas prestei atenção quando você comentou. – ele sorriu dando de ombros.

Travei por um instante. Eu nem sequer lembrava em que momento eu havia dito isso a ele e o fato de ele ter prestado atenção me fez abrir um sorriso enorme. O assunto morreu, mas o clima não ficou tenso ou se desfez. Apenas continuamos nos olhando e pude parar para olha-lo mais de perto com atenção.

Seus olhos escuros brilhavam de uma forma que me hipnotizavam, seu sorriso era tão lindo que deixava seus lábios mais convidativos do que já eram e seu rosto corado pelo frio o deixava parecendo mais novo. Ele parecia leve e feliz, e isso aqueceu meu coração como eu nunca havia sentido antes. Eu viveria, tranquilamente, para fazê-lo se sentir assim. 

Percebi que estávamos nos aproximando, quando a ponta de seu nariz gelado encostou no meu. Ele apertou minha mão, que ainda continuava entrelaçada na dele, e me puxou, segurando minha cintura com a outra.

Fechei os olhos, instantaneamente, e senti meu coração bater descompassadamente quando nossos lábios se encostaram, mas o momento maravilhoso não durou muito, pois uma batida na janela fez com que nos separássemos para olhar.

Aquele estúpido do Ronald nos olhava com os braços cruzados e a cara fechada.

— Ginerva, entra! – escutamos sua voz abafada mandando e logo em seguida veio um alto e abafado grunhido de Hermione.

— Ronald! Não ferra! – ela o puxou pelo cabelo, para fora da janela e apareceu sorrindo sem graça para nós. – Ignorem! – gritou antes de fechar a cortina.

Theo riu ainda olhando para a janela, mas meu humor não estava dos melhores para acompanha-lo. Eu apenas imaginava o lindo tapa que eu daria naquele imbecil.

— Acho melhor eu ir. – ele me despertou do meu sonho, soltando minha mão.

— Está bem. – pigarreei, tentando esconder o desanimo em minha voz.

Nos despedimos com um aceno e ele se afastou para poder aparatar. Me virei para entra, rosnando de raiva e me preparando para fazer um escândalo, mas fui impedida quando uma mão gelada segurou meu pulso e me puxou, fazendo com que eu me virasse e desse de cara com o peito de Nott.

Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, seus lábios encontraram os meus e seus braços me rodearam, me abraçando firmemente. Minhas mãos se enrolaram em seus cabelos e fiquei na ponta dos pés, para aprofundar mais o beijo.

O beijo foi calmo e carinhoso, e, pela primeira vez, não acabou comigo me ardendo em chamas com vontade de tirar a roupa dele. Nos separamos com certa dificuldade e continuamos abraçados, nos encarando, enquanto tentávamos recuperar o folego.

Não sei por quanto tempo ficamos abraçados, mas não senti que foi o suficiente. Quando Theo me deu um último selinho e se afastou de vez, eu senti frio e quis correr de volta para ele, mas ele já estava longe e, com um “Tchau, Ruiva”, aparatou.

Fiquei um tempo parada, olhando o lugar onde ele havia sumido, tentando entender a confusão de sentimentos que eu estava sentindo. A um tempo atrás se me perguntassem eu diria que eu não estava nem perto de estar apaixonada por ele, mas agora eu não tinha certeza disso.

Entrei em casa e mesmo com Ronald vindo me encher o saco, apenas o ignorei e corri para o quarto.

Quando fui me jogar na cama, vi uma carta do garoto da loja de George e não pensei duas vezes. Com um sorriso nos lábios, a rasguei e joguei no lixo, para, logo em seguida, me jogar na minha cama e pensar naqueles lábios incrivelmente macios.


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!

Espero de coração que tenham gostado do capítulo! Desculpem qualquer erro e até o próximo capítulo!

MINHA OUTRA FIC:
https://fanfiction.com.br/historia/807766/Sete_dias_para_matar_Draco_Malfoy/



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