Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!

Aí está mais um capítulo, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801720/chapter/34

Harry.

Caí na cama ofegante, fechei os olhos e respirei profundamente tentando acalmar meu coração disparado. A cama se mexeu ao meu lado e logo fui usado de travesseiro por uma morena descabelada e ofegante igual a mim. Instintivamente acariciei seus cabelos.

— Queria que meus dias fossem todos assim. - Pansy comentou suspirando.

— Na cama comigo? - perguntei com um sorriso de orelha a orelha.

— Sim, mas se eu fosse você não me acharia demais. - ela cortou meu barato. - Ficar o dia todo na cama com você só é melhor do que ter que estudar o dia todo.

Eu sabia que ela estava mentindo, por isso não deixei meu ego desinflar. As vezes em que aquela sonserina havia deixado de fazer coisas ou ir em algum lugar para ficar na cama comigo não foram poucas.

— Eu não sabia que mentir entrava no seu currículo, Pans. - ri brincando com uma mecha de cabelo dela.

— Não é mentira, Potter. - ela ergueu a cabeça para me olhar e percebi que tentava esconder um sorriso. - Só vim para cá porque não queria mais estudar e não tinha coisa melhor para fazer, - se virou para olhar o relógio. - mas tenho que ir daqui a pouco.

— E vai aonde? - perguntei tentando esconder minha curiosidade.

— Uma pessoa da Sonserina me chamou para uma festinha particular em seu quarto. - ela deu de ombros e apoiou o queixo no meu peito.

Instantaneamente uma onda de algo que eu não gostaria de estar sentindo me atingiu. Ciúmes.

— Como? - perguntei parando de mexer em seu cabelo abruptamente e fechando a cara.

De início ela me olhou seriamente, mas logo um brilho divertido atingiu seus olhos e um sorriso cresceu em seu rosto.

— Ciúmes, Potter?

— Cla.claro que não! - gaguejei. Não podia deixar ela perceber. - Só não acho certo você transar comigo e fazer uma festinha particular com outro logo depois. As pessoas podem falar mal de você. - disfarcei quando percebi o ciúme consumindo minha voz.

— Mais do que já falam? - ela riu. - Mas não se preocupe minha festinha particular é com a Emília, faz tempo que a gente não conversa.

Novamente, senti algo que eu não queria. Alívio. Meu peito pareceu relaxar e a irritação foi embora.

— Hmmm, legal. - comentei e me amaldiçoei por deixar meu alívio transparecer em minha voz.

— Sabe, Potter, você fica lindo quando está com ciúmes. - ela mordeu o lábio inferior e contornou meus lábios com o dedo indicador, enquanto mantinha os olhos fixos neles.

Aproveitei o momento de distração dela para inverter as posições e ficar por cima.

— Vou te mostrar como você fica linda. – lhe dei um sorriso provocador e comecei a beijar seu pescoço da forma que eu sabia que ela teria cosquinha.

Ela ria e mandava eu parar, mas não me empurrava. Percebi que seu pelos tinham se eriçado e, a cada beijo que eu dava, ela abria mais as pernas para me aconchegar.

Logo a cosquinha foi deixada de lado e clima havia esquentado novamente, mas não durou muito, pois fomos interrompidos pela porta abrindo com força. Meu primeiro instinto foi xingar a pessoa, mas, antes que eu pudesse dizer algo, Rony, que reconheci pelo cabelo, se desculpou e correu para o banheiro.

Franzi o cenho. Não era para ele vir para o quarto essa hora, eu havia dito que estaria acompanhado e ele tinha concordado em deixar o quarto livre para mim a tarde toda.

— Mas que porra. - resmunguei quando Pansy me empurrou de cima dela, alegando que era sua hora de ir.

— Acho melhor falar com ele, Potter. - ela comentou enquanto se vestia.

— Por quê?

— Não viu a cara dele? - franzi o cenho novamente e neguei com a cabeça. - Ah, é mesmo, esqueci que você é cego. - com uma risadinha ela me entregou meus óculos, mas logo voltou a ficar séria me avisando: - Ele estava com cara de choro.

Arregalei os olhos.

— Será que ele descobriu? - perguntei sussurrando.

— Você sabe? - ela retrucou a pergunta no mesmo tom.

— Um idiota não saberia. - sussurrei de volta e vi o brilho divertido presente em seus olhos novamente, enquanto ela apontava para a porta do banheiro. - Eu não quis dizer isso!

— Claro que não. - ela disse tentando esconder uma risada. - Mas é melhor você ir descobrir, porque eu preciso ir embora.

Tentei faze-la ficar, não queria passar por aquilo sozinho, não saberia o que dizer para ele, mas Pansy me deu um selinho de despedida e saiu porta a fora. Vesti minhas roupas e fiquei andando de um lado para o outro no quarto.

O que eu deveria fazer? Sair dali e deixá-lo sozinho ou ficar e tentar consolá-lo? E se eu o consolasse o que eu diria? “Ah, Rony, não se preocupe, apesar de todos sabermos do seu chifre, estamos com você”? Com certeza, seria o pior consolo de todos.

Depois de um tempo pensando, decidi começar pelo básico, já que alguma coisa me impedia de correr dali e deixá-lo sozinho, e bati na porta do banheiro.

— Rony, está tudo bem? - me arrependi no instante em que as palavras saíram da minha boca. É claro que ele não estava bem!

Não obtive respostas e voltei a andar de um lado para o outro novamente.

Isso havia sido um sinal claro para deixá-lo em paz, não? Ou ele escorregou e bateu a cabeça do chão? Duvido que ele seria tão azarado e isso acontecesse, mas por via das dúvidas...

Bati na porta mais uma vez.

— Rony, o que aconteceu? - voltei a perguntar e não me dei por vencido quando ele não respondeu. – Pode, pelo menos, responder para eu saber se está vivo?

— Estou bem! – ele gritou de volta. – Me deixa sozinho!

— Tudo bem, mas estou aqui se precisar. – respondi e me afastei da porta.

Me encaminhei para a porta, mas parei no meio do caminho. Por maior que fosse a minha vontade de sair de lá, a minha consciência falava mais alto. Ron está ao meu lado desde quando nos encontramos no trem em nosso primeiro ano, eu não podia deixa-lo sozinho nesse momento.

Deitei na cama para espera-lo e nem percebi que eu havia dormido, apenas acordei com o barulho da porta sendo destrancada. Olhei para o relógio, havia se passado uma hora e meia.

Rony saiu com uma toalha enrolada na cintura e secando o cabelo com uma outra. Seu rosto estava inchado e vermelho.

— Você ainda está aqui? – ele perguntou ao notar minha presença.

— O quarto também é meu. – retruquei me sentando na cama e virando de costas para lhe dar privacidade, como sempre fazíamos.

Escutei a porta do guarda-roupa abrindo e não demorou muito até que ele me avisasse que já estava vestido. Me voltei para ele, que estava sentado na cama com sua calça de pijama e um livro sobre táticas de quadribol em mãos. 

— Ron. – o chamei. – O que aconteceu?

— Nada. – ele respondeu sem me encarar.

— Se quiser conversar, sabe que eu estou aqui, né?

Ele apenas assentiu, virando a página. Resolvi não insistir mais, esperei um certo tempo para ver se ela dizia alguma coisa e como não o fez fui tomar banho.

Durante todo o banho fiquei pensando no que eu poderia dizer a ele, mas eu não tinha ideia. Eu não sabia como consolar alguém e minha estadia na casa dos Weasleys depois da guerra provava isso.

Saí do banho e fui até o guarda-roupa, Rony havia fechado a cortina de sua cama, então eu tinha privacidade. Me vesti e deitei na cama pegando um livro qualquer. Pensei em sair, ir para a sala precisa ou para qualquer outro lugar, mas novamente algo me impedia de virar as costas para ele.

Já estava na hora do jantar e eu estava quase me levantando para ir ao salão principal, quando Rony deu sinal de vida. Ele abriu a cortina e me olhou como se estivesse em dúvida se dizia algo ou não, mas antes de eu perguntar alguma coisa ele se decidiu.

— Ela terminou comigo. – foi apenas o que ele disse e, então, o silencio voltou a pairar entre nós.

Esperei ele continuar a história, mas ele apenas baixou a cabeça e ficou brincando com a própria mão.

— Ela disse o porquê? – tive que perguntar.

Ele assentiu.

— Eu a traí. – disse em baixo tom e isso foi como um tapa na minha cara.

De todas as possibilidades de conversa que passaram por minha cabeça, essa conversa nunca nem passou perto de ser uma.

— Você o que?

— Eu a traí. – ele disse mais alto e se levantou, começando a andar de um lado para o outro. – Foi um grande erro, um momento de fraqueza. Harry, eu jamais faria isso, mas eu estava nervoso e irritado e Astória estava lá do meu lado, ela sempre me ouve e me aconselha, sempre está lá quando preciso.

Conforme Ron desabafava, eu ainda tentava digerir a informação de Hermione havia terminado com ele por ele a ter traído. Aparentemente eu fiquei muito tempo em choque, pois meu amigo precisou me tirar de meu transe.

— Fala alguma coisa. – ele pediu voltando a se sentar na cama.

— Eu não sei o que dizer. – respondi com sinceridade. – Nem sabia que você e Astória eram amigos.

— Está de brincadeira, Harry? – ele me olhou incrédulo. – Ela anda comigo o tempo todo desde a festa no salão dos monitores. Se você não estivesse tão afastado de tudo e de todos saberia disso. – suspirou. – Gina tinha razão, você não é mais o mesmo.

— Rony eu...

— Deixa quieto, Harry! Você não está nem aí para mais nada, desistiu de tudo, dos seus amigos, das suas notas, nem está mais indo aos treinos de quadribol... a verdade é que não me surpreendo com o fato de você não saber sobre Astória. – foi a ultima coisa que ele disse antes se isolar, fechando a cortina novamente.

Ele tinha razão, eu estava sendo um péssimo amigo. Me levantei, fui até sua cama e abri a cortina. Rony estava deitado de costas para mim.

— Sei que ando distante, mas vou tentar melhorar nisso. – eu disse sentando na cama ponta da cama. – Então, Hermione terminou com você porque você a traiu. – tentei voltar para o assunto e ele me surpreendeu quando respondeu:

— Ela disse que não. – ele se sentou, voltando a me olhar. – Disse que me perdoava, que nós não estávamos dando certo e a traição só serviu para confirmar isso, e que continuaríamos como amigos porque sempre nos demos bem assim.

— Vocês não estavam bem? - ele me olhou novamente como se eu já tivesse que saber disso. – Desculpe, sou um péssimo amigo. – pedi. – Mas eu andei vendo vocês bem próximos nesses últimos dias.

— Não estávamos próximos. – respondeu. - Ela só aparecia para me agarrar entre as aulas e depois quando eu tentava conversar ou algo a mais ela saía correndo com alguma desculpa. – ele desabafou. – A verdade é que ela tem razão, não estávamos bem desde sempre.

— Mas quando vocês começaram a namorar vocês pareciam muito próximos.

— E estávamos. – concordou. – Nós estávamos muito unidos, mas só porque eu chorava por causa de Fred e ela pelos pais e por Malfoy. Ela me dava suporte e eu fazia o mesmo, mas desde que voltamos para Hogwarts tudo está diferente. Desde que chegamos aqui se transamos três vezes, foi muito. Não conversamos sobre nada que não seja matéria de aulas e sempre que a procuro ela está ocupada. – ele suspirou. - Já Astória sempre está lá, conversamos sobre tudo, estudamos e até em Hogsmeade ela foi comigo quando Hermione decidiu ir com Gina e Luna.

— Ela está do seu lado para tudo. – eu disse. Entendia muito bem como era isso, eu passava pela mesma coisa com uma certa pessoa.

— Não estou me justificando, nada vai justificar a burrada que eu fiz. – ele baixou a cabeça. – Eu só tinha com ela o que eu perdi com você e Hermione e acabei me deixando levar pelo momento.

Essa frase foi como um soco no meu estomago. Nós três erámos inseparáveis, estávamos sempre juntos apoiando uns aos outros, mas agora buscávamos apoio em outras pessoas.

— Olha Rony, não acho certo que a tenha traído, mas se ela disse que te perdoa não acho que você deva ficar remoendo isso. – tentei me controlar para ser imparcial.

Não queria que ele ficasse se martirizando, mas não podia dizer o verdadeiro motivo.

— Ela era minha melhor amiga, Harry, antes de ser minha namorada e eu a traí de todas as formas.

E ela fez o mesmo…

— Você errou, mas já foi e ela já te perdoou. Não pode continuar mal assim. – eu disse.

— Mas eu fiz algo horrível, não sei nem como encarar ela.

— Vai encarar normalmente. – respondi. – Tenho certeza que ela não está brava com você. Se ela não o tivesse perdoado, você já teria levado uma bela azaração.

Nós rimos.

— Tem razão. – ele respirou profundamente.

— Já que eu estou por fora de basicamente tudo, porque não me conta o que anda acontecendo?

Eu e Rony ficamos a noite toda comendo doces e conversando sobre tudo o que eu havia perdido. Me senti como antes, parecia que estávamos de volta nos anos antes da guerra e isso fez com que eu me sentisse o velho Harry.

****

No dia seguinte fomos ao café da manhã juntos e nos sentamos com Neville, Dino e Simas, até Hermione e Gina chegarem. Ron ficou um pouco tenso quando Mione sentou à sua frente, mas as duas entraram em nossa conversa e conforme ela falava normalmente com ele, ele ia se acalmando.

Novamente me senti como o velho Harry. Eu não sabia o quanto ficar perto dos meus amigos me fazia falta, até eu voltar a estar no meio deles.

As meninas foram as primeiras a saírem da mesa perto do horário de aula, o ruivo ainda estava afogado em seus ovos com bacon e os outros dois conversando sobre quadribol, então me despedi dizendo que os encontraria na aula e fui atrás delas. As alcancei quando elas haviam encontrados o grupo de sonserinos no corredor das salas.

Me aproximei calmamente os observando. Nott falava alguma coisa para Gina, a deixando mais vermelha do que já era, enquanto Pansy revirava os olhos e Draco e Mione se mantinham em silencio e afastados um do outro. O clima entre os dois não estava muito bom também, o que me fez estranhar.

Se Hermione terminou com Rony, não era para ela e Draco estarem mais próximos que nunca?

— Bom dia, Eleito. – Nott me cumprimentou. – Gostaria que eu estendesse um tapete vermelho para sua passagem? – brincou.

— Quando eu ganhar de você no quadribol irei aceitar. – respondi no mesmo tom.

Theodore era o que eu menos tinha contato ainda, mas eu havia aprendido a gostar dele. Suas piadas sempre me faziam rir e a forma como ele tratava Pansy, como um irmão mais velho, me deixava mais à vontade com sua presença.

Cumprimentei todos e depois me virei para quem eu queria conversar:

— Mione posso falar com você?

— Ixi, parece que o negocio é sério. – Nott riu. – Que regras a santinha de Hogwarts quebrou agora?

— Pare de brincar, Theodore! – Pans reclamou. – Não são nem 7 horas da manhã e você já está me irritando.

Nós rimos e Hermione concordou, me seguindo para um corredor vazio.

— Rony te contou, não é? – ela perguntou antes que eu pudesse dizer algo e assenti.

— Por que terminou com ele? – perguntei. – Não me diga que foi pela traição. – disse com sarcasmo.

— Não seja estupido. – ela revirou os olhos. – Posso ser muitas coisas, mas não hipócrita.

— Então não estava dando certo? – ironizei.

— Não me lembrava de você ser tão idiota, Harry. – ela fechou a cara. - Pena para você que esse assunto não é da sua conta.

Hermione me deu as costas e começou a voltar por onde viemos. Respirei profundamente, eu estava sendo um imbecil e não tinha o direito de estar tomando partido de um lado, porque os dois eram meus melhores amigos e, principalmente, porque eu sempre soube o que ela fazia e nunca contei nada.

— Hermione, espere! – a chamei correndo em sua direção.

Ela parou e se virou. A ponta de seu nariz e suas bochechas estavam coradas.  Ela se segurava para não chorar.

— Me desculpe, estou sendo idiota. – pedi. – Mas Rony estava muito mal ontem e não gostei de vê-lo assim.

— Então finalmente resolveu se importar? – foi a vez dela de ser irônica. – Se bem me lembro quando ele chorava por Fred você não deu a mínima. – ela me desarmou.

— Não é verdade. – sussurrei.

Me encostei na parede, respirando profundamente para me acalmar. Eu não queria me lembrar daquela época. Sei que mudei desde o fim da guerra, mas ficar na casa dos Weasleys os vendo chorar as escondidas acabou comigo, principalmente porque não me sentia digno de consola-los, já que Fred morreu por minha causa, assim como tantos outros.

— Não sabia como consolar vocês, por isso me isolei. – respondi escorregando até estar sentado no chão.

Mione foi até mim e se sentou ao meu lado.

— Harry, Fred não morreu por sua causa. – ela disse suspirando pesadamente. – Não pode se culpar pelo resto da vida por cada morte na guerra.

Eu já havia escutado isso antes. Pans me disse a mesma coisa quando desabafei com ela, mas não consegui me apegar a essa ideia.

— É fácil falar quando você não é o menino que sobreviveu e que foi o motivo da guerra.

— A guerra foi para salvarmos o mundo bruxo, não por você.

— Se eu estivesse morrido com meus pais essa guerra não aconteceria! – retruquei mais alto do que eu gostaria.

Ela bufou.

— Tem razão, se você estivesse morto não teria guerra, porque o mundo bruxo não teria a menor chance e já estaria nas mãos de Voldemort. – ela disse duramente. – Você foi o único bruxo capaz de mata-lo, porque naquela noite quando ele tentou te matar, ele se ligou a você. Harry, você é o motivo de estarmos aqui em paz e não pelas pessoas terem morrido. Eles deram a vida pelo mundo bruxo!

Eu não respondi. Passei a maior parte do tempo, desde o fim da guerra, assombrado por tantas mortes, que teriam sido evitadas se eu tivesse me rendido, que agora eu não conseguia mais me desapegar dessa ideai.

— Se fosse assim eu também deveria estar me culpando, já que nascidos trouxas foram a pauta dessa guerra. – Hermione continuou quando eu não disse nada.

— Você não pode se culpar! – me apressei em dizer.

— Você também não! – ela retrucou.

Nós nos encaramos por um tempo até que não consegui sustentar seu olhar e abaixei a cabeça, olhando minhas mãos. Nos próximos minutos permanecemos em total silencio. Ela deitou a cabeça em meu ombro, entrelaçou o braço no meu e segurou minha mão firmemente. Deitei minha cabeça sobre a sua e sorri, me sentindo aconchegado.

— Terminei com ele porque não podia mais continuar com isso. – Mione retomou nosso primeiro assunto. – O enganei por muito tempo, o beijando e andando de mãos dadas com ele durante o dia e dormindo com Draco a noite. Não queria enganá-lo mais, até porque não o amo do jeito que achava que amava. Nosso namoro era a base de um chorando no ombro do outro e quando paramos de chorar não tinha mais nada.

Eu ri e ela ergueu a cabeça me olhando com o cenho franzido.

— Ele disse a mesma coisa. – falei e ela riu também. – Mas Ron acha que terminou com ele pela traição.

— Não, droga! – ela bateu na própria testa. – Eu fui terminar com ele quando o peguei saindo abraçado com Astória da sala precisa, entendi o que aconteceu na hora e ia fingir que achei que estavam estudando, mas as antas não sabem mentir e uma chuva de desculpas me atingiu antes de eu dizer alguma coisa. – ela bufou e eu ri de seu relato.

— Acho que estamos andando demais com sonserinos e nós que somos os errados em aprender a mentir. – eu disse.

— Nem pense em jogar para cima de mim! – ela riu. – É você que anda muito com Pansy e aprendeu a mentir.

— Tem razão, você já sabia mentir muito antes. – retruquei. – Você escondeu seu relacionamento com Draco por anos.

— Não escondi, eu omiti. Tem diferença! – se defendeu e nós rimos.

Depois de um tempo rindo ela voltou a ficar séria.

 – Não consegui contar ao Rony sobre mim e Draco, não queria deixa-lo mais mal do que ele ficou quando terminei com ele.

— Sabe Mione, a relação de vocês não estava boa para nenhum dos dois. – comentei tentando escolher minhas palavras para não a atingir. – Rony ficou mais mal por te trair que pelo término em sim, ele ficou com medo de ter te magoado demais.

— Jura? – ela suspirou aliviada. – Isso é mais fácil de consertar do que ele não aceitar bem o término.

— Vai contar para ele?

— Pretendo, mas não agora. Quando terminei deixei claro que o perdoava, mas parece que preciso deixar mais claro ainda.

— É o Rony. – eu ri. – Ele sempre foi um pouco mais lerdo, mas uma hora ele vai entender.

Nós rimos novamente.

— Eu gosto de Ast, – ela disse de repente. – acho que ela é a pessoa ideal para Ron. Quando os vi juntos fiquei muito feliz.

Não me aguentei e comecei a gargalhar.

— Hermione, você deve ser a primeira pessoa existente no mundo que fica feliz por ser traída.

— Não estou feliz por ser traída, mas fiquei feliz por vê-los juntos. – ela sorriu. – Ela é uma ótima pessoa, muito melhor do que um dia eu fui para ele.

— Bom, é o que dizem, cada um tem o seu par perfeito. – respondi. – E por falar nisso, o que aconteceu entre você e Malfoy? Percebi uma tensão entre vocês antes.

— Eu terminei com ele definitivamente ontem de manhã.

— O que? Por quê? – a olhei incrédulo. – Vocês pareciam um casal em constante lua de mel.

— Harry, fazia um mês que eu não falava com ele.

— Como não?

— Você andou mais alienado que de costume esse último mês, não é? – ela perguntou rindo. – Depois da festa de vitória da Sonserina eu o peguei transando com a Greengass. – rosnou, mas seus olhos estavam tristes.

A olhei chocado.

Então Hermione não era a única a transar com os dois?

— Astória? – perguntei perplexo.

— Não Harry! Acabei de falar que gosto dela, porque falaria isso se a tivesse pego com Draco?

— Mas...

— Peguei Daphne com Draco, não Ast. – ela riu. – Acho que você não pode mais zoar Ron por ser lerdo.

— Eu nem lembrava que essa garota existia! – tentei me defender, mas acabei rindo.

— Que bom, esse tipo de cobra não vale a pena ser lembrada. – ela ergueu o queixo e soltou o ar pelo nariz fortemente.

— Isso te magoou muito não foi? – perguntei acariciando sua mão.

Mione baixou a cabeça e assentiu.

— Nesse mês que fiquei longe de Draco, tentei me concentrar no meu relacionamento com Rony e foi assim que percebi que não podia mais ficar com nenhum dos dois. – ela suspirou. – Já machuquei Draco demais o tratando como meu amante e quando Rony souber o estrago vai ser maior.

— Realmente. – concordei. – Mas você está bem com isso?

— Considerando que eu tirei um grande peso das costas, sim. – ela sorriu. – Preciso de um tempo para mim, preciso focar no meu futuro e dar um tempo de homens.

— Tem razão. – eu ri. – Você teve muitos homens, muitos relacionamentos, muitos términos, muitas traições e muitas Greengass para um ano só e olha que estamos chegando na metade dele agora.

Ela gargalhou, concordou comigo e ficamos igual idiota rindo do que eu tinha dito, até que um ruivo virou o corredor.

— Ah, aí estão vocês! – Rony disse se aproximando. – Não acredito que me deixaram ver a aula da McGonagall sozinho. – ele bufou se sentando ao meu lado. Apesar de estar falando com a gente normalmente, senti que ainda estava um pouco tenso. – Ela tirou 10 pontos cada vez que eu dei uma pescada na aula!

— E quantas vezes você dormiu, Ron? – perguntei rindo.

— Provavelmente ele deve ter acabado com todos os nossos pontos. – Mione zoou rindo.

— Mentira! – ele cruzou os braços fazendo um bico, mas não por muito tempo. Seu bico logo se transformou em um sorriso de lado e ele brincou: - Deve ter sobrado uns cem pontos.

Nós três começamos a rir e logo a tensão do ruivo se foi. Parecíamos o trio de ouro outra vez e fazia muito tempo que não me sentia tão bem assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!

Bom, para quem xingou muito a Mione no capítulo passado, assim como eu, aí etá a explicação do porque ela deixou nosso Draquinho.

Espero de coração que tenham gostado do capítulo e da volta do nosso trio de ouro.
Desculpem qualquer erro e até o próximo capítulo!

MINHA OUTRA FIC:
https://fanfiction.com.br/historia/807766/Sete_dias_para_matar_Draco_Malfoy/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Is It Possible?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.